Em um dos meus filmes favoritos, a personagem principal diz que é impossível substituir alguém. Porque toda pessoa é feita de belos e específicos detalhes. Eu amo os detalhes. Reparo neles o tempo todo. Quando você pensa só no todo, acaba perdendo as pequenas coisas que tornam as pessoas quem elas são. Detalhes são importantes porque, na maioria das vezes, são eles que te fazem admirar alguém, querer ser amiga dessa pessoa, querer conversar com ela sobre tudo e sobre nada. Mas até chegar a esse ponto, é preciso olhar de verdade.
Se fizer isso, vai reparar que ela tem livros espalhados por todos os lados e que um dia vão se rebelar e expulsa-la do próprio quarto. Vai reparar nos brincos de pérolas, no batom vermelho, nos óculos escuros no alto da cabeça. Se olhar direitinho, vai ver que ela tem praticamente todos os seus filmes preferidos e está sempre revendo porque “é sempre bom vermos nossos filmes favoritos”. Se você deixar a vergonha de lado e puxar conversa, pode até descobrir o quanto ela queria ser Audrey.
Não só a Hepburn, mas a Horne, só pra poder dar uma flertadinha de leve com o agente Dale Cooper. Você vai conhecer o amor que ela sente por dois rapazes chamados Chico. Um deles canta músicas bonitas e outro, late como ninguém e se aconchega em seu colo, sempre sonolento. Não é à toa que se ela pudesse escolher ser qualquer animal, seria justamente Chico, o poodle “porque aquele cachorro leva uma vida muito mansa”. E se encarar por tempo suficiente, vai entender que mesmo não sabendo se dizer pessimista ou otimista, ela sabe abrir janelas em quartos escuros como ninguém.
Como eu disse, detalhes são importantes. E infinitos. Porque mesmo depois de anos acompanhando a vida de alguém através do que essa pessoa escreve, você ainda se surpreende com as suas opiniões, sempre quer saber o que ela achou disso ou daquilo. Porque admiração não morre depois que a pessoa se torna amiga da gente, só aumenta. Cada pessoa tem detalhes específicos, é verdade, mas algumas delas são feitas deles. E de todas as emoções do mundo de uma vez.
Anna Vitória é assim. Ela pensa demais e sobre tantas coisas que é compreensível que tenha uma memória terrível a ponto de não saber se tomou o comprimido ou não. Ela é tão determinada e ciente de seus objetivos que larga a folia para terminar uma matéria, mas vezenquando atrasa um pouquinho pra poder brincar de “tuíte um filme” com as amigas. Ela morre de saudade das empreguetes e ao mesmo tempo se emociona ao relembrar o show – e as mãos maravilhosas – do Jon Foreman. Ela lê Vinícius de Moraes e Stephanie Perkins. Ela está predestinada a fazer grandes coisas na vida. Se eu fosse colocar “Anna Vitória” e “Impossível” na mesma frase, seria só pra dizer que é impossível não gostar dela. Porque se tem alguém que pode ser o que quiser na vida, esse alguém é ela.
Rainha das referências pop, diplomata, amante de filmes doentes, companheira de farra, madrinha deste blog, brilhante. Uma das pessoas mais fantásticas que eu já conheci. Se ela não existisse, seria personagem de algum filme a la Cinderela em Paris, musa do Woody Allen ou, se formos considerar suas desventuras hilárias, a sétima integrante de Friends. Anna Vitória é amiga de verdade, irmã com sotaque mineiro e um daqueles abraços dos quais a gente sente falta todo dia. Ela merece todas as melhores coisas do mundo em seu aniversário e na vida.
Amo você, Annokita!
Love always, Taruxa