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domingo, 8 de junho de 2014

Ainda bem que somos todos diferentes

Quinta-feira passada comprei um prestígio no terminal e, assim que abri a embalagem, lembrei de quando estava na terceira série. Naquela época, cadernos de perguntas ainda estavam na moda. Uma pergunta era escrita em cada folha e o caderno passava de mão em mão. As redes sociais não existiam, então era uma boa forma de stalkearmos uns aos outros. Flertes e grandes amizades surgiam da brincadeira. E mesmo quando isso não acontecia, continuava sendo divertido para driblar a aula mais chata do dia.

Enquanto esperava o ônibus, um dos questionamentos voltou à minha mente. “Qual chocolate você mais odeia?”. Lembro que foi um choque me deparar com as respostas. Eu não conseguia entender o porquê. Até questionei algumas das minhas amigas e elas disseram apenas que era ruim, e pronto. Para minha completa incompreensão, a maioria havia respondido prestígio. Alguns até colocaram um “eca!” para enfatizar a repulsa pelo meu chocolate favorito. Pois é. Um daqueles momentos em que percebemos que até mesmo as coisas mais intocadas para nós não são apreciadas por todo mundo. As pessoas têm gostos diferentes, as pessoas são diferentes, as pessoas discordam. E isso não se trata somente de chocolate.

Falo principalmente da arte. Livros, filmes, séries, música, peças de teatro (…) Como é difícil entender quem odiou algo que você ama, ou se apaixonou loucamente por alguma coisa que você detesta. Às vezes achamos que tem algo de errado com a gente. Não analisamos direito, não destacamos os prós e contras, amamos com tanto vigor que não enxergamos os defeitos, ou odiamos com tanta paixão que as qualidades ficaram em segundo plano. Mas pode ser bem mais fácil julgar o outro lado do que olhar para o próprio umbigo, ou simplesmente aceitar que somos todos diferentes.

Quem não gostou deve ter deixado a sensibilidade em casa. Não entendeu. Não tem maturidade para compreender. Não estudou o bastante. Deve gostar mesmo é de (insira uma obra do mesmo gênero, de preferência popular, e odiada por público, ou crítica). Sem contar os comentários condescendentes sobre a personalidade (você é muito doce para gostar de um livro tão pungente) ou os xingamentos baixos. Ainda mais complicado é ser minoria (as minorias sofrem até nesse departamento, vejam vocês).  Não gostar de um livro que meio universo idolatra e fala sem parar no seu ouvido. Amar um filme sem ressalvas e todos arregalarem os olhos de pura incredulidade quando você ousa dizer isso em voz alta.

A arte é subjetiva. Tem muito a ver com quem somos, com a forma que vemos o mundo. Não há problema em sentir amor, ódio ou indiferença por qualquer produto cultural. Essas sensações são essenciais na construção de cada um, colaboram para o autoconhecimento e geram ótimas discussões. Não adianta quebrar a cabeça em mil teorias para explicar o que sentimos nem tentar alcançar o porquê da sua amiga ter se apaixonado por uma série que você abomina. Não adianta querer pensar como os outros ou tentar fazer com que eles se pareçam mais com você.

Porém, gostando ou desgostando, o mais importante de tudo isso é saber que nada nos dá o direito de rotular e diminuir as pessoas. Nada nos dá o direito de dizer que fulano é “isso” ou “aquilo” por ter amado ou odiado determinada obra. É ridículo escrever que o filme de “A Culpa é das Estrelas” foi feito para “virgenzinhas sem senso crítico”, como eu li por aí. Não gosto do livro, como vocês bem sabem, mas nunca vou apoiar qualquer ofensa ao fãs. É inadmissível vestir a máscara de pseudocult, ostentando olhar blasé e sorriso pedante, para falar que só gente superficial curtiu “O Espetacular Homem-Aranha 2”.

Não sejamos haters nem talifãs. A intolerância é capaz de destruir tudo o que existe de bonito nesse mundo. Na verdade, já destruiu muitas coisas. E cabe a nós não contribuirmos para que isso aconteça com a arte. A diversidade torna a vida mais colorida. Abre um mundo de possibilidades. Prova que somos complexos, únicos, insubstituíveis.

E faz com que sobrem mais prestígios na caixa. Ainda bem.

Love, Tary

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Cem dias de felicidade

Já disse isso em outras oportunidades e agora repito: não sou muito boa em cumprir metas envolvendo coisas que gosto de fazer. Este mês, por exemplo, tentei pela terceira vez me aventurar numa maratona literária e voltei a falhar. Novamente não fui a participante empenhada que desejei ser, procrastinei e acabei trocando os livros por episódios deliciosos de Modern Family (é feio dizer que nem me arrependo?). Não é difícil relacionar estes fatos com o post anterior, onde comentei sobre as resoluções que escrevo na esperança de colocar minha vida nos eixos. Ou seja, por mais que meu espírito livre me impeça de cumprir as propostas, um outro lado de mim é seduzido pela ideia.

Logo, sou obrigada a confessar que a roubada de postar fotos durante cem dias foi o meu principal objetivo durante o #100happydays. Eu já sabia que seria impossível registrar todos os momentos de felicidade e imaginei que precisaria rebolar para encontrar  a foto em um dia terrível. Mesmo colocando tudo isso em perspectiva, me inscrevi no momento em que minha amiga convidou. Tudo por querer me desafiar. O curioso é que, apesar das dificuldades, não desisti dessa vez. Na verdade, nem pensei em desistir. Tirei fotos totalmente no auge do desespero e até depois da meia-noite, não vou negar, mas no 100º dia, eu tinha conseguido. E esse foi o maior happy moment da coisa toda. Apesar de parecer bobagem, a conquista foi importante pra mim e me senti orgulhosa por ter resistido.

Quanto à captura de instantes felizes, desde o início desse blog eu defendo a valorização das pequenas coisas, dos momentos de alegria presentes no cotidiano. Fico contente de imaginar alguém aprendendo tudo isso através do #100happydays. Minha irmã veio me dizer que, após ter participado, ela sente vontade de fotografar todas as coisas bonitas que vê pela frente. A mudança de olhar talvez seja o ponto mais positivo. No entanto, nunca vou me esquecer que a foto de pipoca no meu Instagram foi postada no pior dia do ano, com a irônica hashtag. É estranho procurar a felicidade quando ela resolve não aparecer. Essa reflexão se intensificou na minha mente enquanto revia um dos meus filmes favoritos:

MonaLisa67

Por essas e outras nunca concordei com o chavão “uma imagem valer mais que mil palavras”. O sorriso pode esconder uma dor imensa. Você parece feliz na foto em grupo, mas está quebrado por dentro. A pipoca no Instagram ao lado foi fotografada no pior dia do ano. Somos todos muito mais complexos do que as redes sociais aparentam. Gostei de lembrar disso (mesmo que eu não me arrependa do registro, já que a pipoca do meu pai realmente tornou tudo um pouquinho mais fácil).

Não entrei nessa para esbanjar alegria, mas para provar a mim mesma que eu era capaz. Tirei fotos maravilhosas, que trarão recordações sobre o dia em que foram feitas, e sempre serão revisitadas com carinho. Olhar a hashtag criada para abrigar as fotos das minhas amigas era um ponto alto da minha noite. A experiência foi bem mais gratificante do que negativa, porém não penso em repetir. Continuarei registrando momentos aqui e ali, mas, de agora em diante, espero estar tão ocupada vivendo dias de felicidade, que a ideia de fotografá-los demore a passar pela minha cabeça.

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Uma das minhas fotos favoritas do projeto

Love, Tary

P.S: No texto com suas impressões sobre o assunto, a Analu, minha companheira até o fim do desafio, analisou muito bem o fato de sempre acharmos o Facebook do fulano mais colorido e falou sobre a impossibilidade de captarmos a felicidade com exatidão. O post é lindo e merece a leitura!

sábado, 11 de janeiro de 2014

Para anotar a dor e a delícia dos 365 dias

Finalmente gravei o vídeo mostrando a vocês a agenda que usarei (e Deus ajude que eu use mesmo) este ano, seguindo a proposta da Analu. Comprar agenda pra mim é tradição. Até tentei acabar com isso em 2014, mas assim que minha irmã me ofereceu uma de presente de Natal, não pude resistir. Guardo as minhas desde 2004! Dez anos, minha gente! Dez anos de vergonha para consultar, já que reler agendas me deixa vermelha de tanto rir. Fiz isso com a minha irmã recentemente e as risadas preencheram meu quarto. O problema é que nenhuma delas (a não ser as que eu usava só para citações e colagens dos ‘gatos’ da vez, segundo a Capricho, claro) têm coisas escritas até dezembro. Mais uma das minhas resoluções de ano-novo jamais cumpridas. Em 2013, o fiasco foi ainda maior, acho que foi a agendinha que menos usei na vida. E ela era tão linda, vocês lembram? Bom, espero não terminar 2014 com a mesma sensação. Vejam o vídeo e me obriguem a usar essa lindeza nos comentários. Ah, não mostrei, mas ela fica ainda mais bonita com a página toda escrita!

Love, Tary

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Bem vindo, 2014

2014 finalmente nasceu. Ainda bem, considerando que - perdoem o trocadilho - 2013 foi um verdadeiro parto. E pelo que sei, não fui a única a levantar as mãos para o céu e agradecer pelo seu fim quando o relógio marcou meia-noite. Não foi de todo ruim, admito. Nunca havia lido tanto, viajado tanto e refletido tanto. Mas todos os momentos bons eram cobertos por baldes de água fria dolorosos e eu, sempre tão apaixonada pelas coisas, adquiri um ar de desânimo, beirando o pessimismo. 

Me perdi um pouco de mim mesma e meu maior desejo para este novo ano é me encontrar de novo. Amo ter todas essas páginas em branco para escrever e deve ser por isso que compro agendas todos os anos, mesmo que seja para abandoná-las na metade deles. Eu amo a esperança que acorda dentro de mim na virada do ano. Amo saber que posso encerrar um ciclo difícil e começar de novo. 

Sei que a metade de mim perdida em 2013 está escondida em algum cantinho escuro só esperando o momento certo para aparecer. E eu rezo para que isso aconteça em 2014. Alguma coisa me diz que as poucas expectativas que estou colocando neste ano podem fazer com que eu me surpreenda. E mais do que isso, preciso ser surpreendida por mim mesma.

Quero conversar muito com quem vejo diante do espelho, resolver algumas pendências entre nós e torná-la uma pessoa melhor. Quero fazer coisas que nunca fiz antes. Quero criar momentos propícios para a felicidade aparecer. Quero parar de planejar e começar a produzir. Quero sair do meu quarto e viver. E quero voltar aqui para contar tudo o que aprendi. Por isso, seja bem vindo, 2014! Apenas me trate bem, pois esperei muito sua chegada.

Love, Tary

P.S: Hoje é aniversário do Doces Rodopios! Quatro anos de blog, vejam vocês. Posso desaparecer, mas não desisti! Que venham outros anos mais!#docesrodopiosday

domingo, 27 de maio de 2012

Reflexões em um domingo chuvoso

Na última quinta-feira, entreguei meu pré-projeto ao meu orientador. Isso representou uma gota no oceano se eu for levar em conta a quantidade de coisas que ainda preciso fazer até o final deste ano, eu sei disso. Porém, quando encostei a mão no papel quente recém impresso contendo meses de esforço, tudo o que eu pensei era no final de semana que me aguardava. O primeiro em que eu me permitiria não pensar nesse trabalho, não falar sobre esse trabalho e não me angustiar por causa desse trabalho. Badalação era o que eu menos queria, de verdade. Meus planos se resumiam a ver milhões de vídeos na internet, ouvir música prestando atenção nas letras e, principalmente, ler.

Na noite de ontem, depois de chegar do trabalho, coloquei meu pijama de frio, roxo com bolinhas brancas, e me joguei na cama com a intenção de não fazer absolutamente nada. Depois de assistir as minhas novelas de todos os dias – porque eu voltei a ser noveleira, com orgulho –, fui ver a entrevista do Frejat com a Marília Gabriela, morri de amor ao descobrir que o primeiro CD do Barão vai ser lançado novamente pra comemorar os 30 anos da banda, minha favorita. E aí me deparei com uma outra entrevista que eu ainda não havia visto – acompanho religiosamente todos os “De Frente com Gabi”. Era de um menino chamado Lucas Silveira. A cara eu já conhecia faz tempo, o sotaque gaúcho também. Sabia que ele era líder da Fresno, banda que nunca ouvi nenhuma música. Mas de ouvir as pessoas criticarem e chamarem de emo, no sentido mais pejorativo da palavra, eu me lembro. Descobri que além da banda, ele tem outros três projetos musicais: SIRsir, Beeshop e Visconde. Percebi que o cara é inteligente, articulado e parece ser um piá bem gente boa, sabe? O projeto que eu pude conferir até agora foi este último, o Visconde. E estou apaixonada. Tudo por causa de uma canção chamada 6h34 e da voz que diz coisas lindas como: “amanheceu e eu deveria estar dormindo, mas esses versos são palavras explodindo e no teu colo, um dia, elas vão cair”.

“Nem liga, guria…”

Hoje, eu ouvi o dia inteiro. Durante o banho, debaixo das cobertas, olhando o céu nublado com o rosto encostando nas grades da minha janela. E isso tudo me fez pensar em algo nada parecido com a música ou com meu lindo domingo preguiçoso: preconceito.

Sempre ouvi as pessoas falarem tão mal desse menino, gente. Mal mesmo. Coisas pesada e cruéis. E eu duvido que metade delas tenha parado pra ouvir alguma música. Garanto que se resumiram a olhar de cima em baixo, reparar no cabelo, nas tatuagens e dizer apenas uma palavra para rotular. Como se uma palavra pudesse definir alguém. Sabem o que é isso? Um reflexo do mundo em que vivemos. As aparências importam mais, não é mesmo? Sempre. Olhos sinceros não significam nada se a pessoa não tiver o corpo perfeito, o nariz perfeito. Músicas bonitas não significam nada se o cantor não usar o cabelo convencional, a roupa padrão, repetir o mesmo discurso. Que triste. Que mesquinho.

Cresci ouvindo as pessoas falarem mal de coisas fantásticas. A vida inteira. Já pensou se eu tivesse dado ouvido a todas elas? Teria perdido muito. E hoje, ouvindo essa música e lendo um dos livros mais incríveis que já passaram pelas minhas mãos nos últimos anos, pude concluir exatamente isso: o preconceito pode nos privar de conhecer maravilhas, de ter experiências novas. E até, vejam vocês, de sermos pessoas melhores.

Agora eu estou aqui, vestindo meu pijama com a estampa de  um gatinho que diz: “I’m cute and I know it” e meias bem quentinhas. Com os cabelos ainda molhados, fazendo da cama o meu mundo, com os pensamentos a mil e... alegre. Por ter conhecido músicas  de um cantor legal que vão me fazer sorrir enquanto ando por aí, por estar lendo um livro que os intelectuais achariam completamente dispensável e, principalmente, por ter prometido a mim mesma que jamais deixarei o preconceito – o meu e o dos outros - me impedir de fazer coisas assim.  Quem quer que estiver lendo isso: pelo amor das coisas incríveis que você pode estar perdendo: conheça primeiro. Não dói, não custa nada e você pode se surpreender.

As grades da minha janela. Achei que combinavam com a música e com o texto ;)

Love, Tary

P.S: O livro que eu estou lendo é “As Vantagens de ser Invisível”, do Stephen Chbosky. Estou na metade e meu coração se quebra um pouquinho a cada página. É muito bonito. 

P.S II: Domingo chuvoso, friozinho, livro encantador, músicas novas, fotos, post no blog e reflexões. Tomara que isso seja um presságio para o resto da semana, né?

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Do verbo desgostar

Eu estava quieta no meu canto quando Dona Rafitcha sugeriu que listássemos quatro coisas que o mundo inteiro parece adorar de paixão, menos a gente. Não costumo escrever sobre o que não curto porque sempre acabo me inflamando demais. Quando não gosto, não gosto mesmo e aí mal posso ouvir falar sem torcer o nariz. Mas por incrível que pareça, foi super difícil escolher. Ando com tanto sono que desenvolvi amnésia, mas vamos lá.

Das coisas que todo mundo ama  e eu odeio

New Girl

NAO.

Gente, sério mesmo que vocês gostam desse troço? Pelo amor dos meus futuros filhinhos, me expliquem os motivos nos comentários, porque sinceramente, não consigo entender. Essa “comédia” tem o pior defeito do gênero: é sem graça demais. Forçada pra caramba, recheada com piadinhas estupidamente ruins e momentos “se esconde debaixo da mesa de vergonha alheia”. Fiquei com vontade de ver por causa da Zooey Deschanel, adoro ouvir She & Him, acho ela linda e dona de um super carisma. Porém, infelizmente, não conseguiu imprimir  nem 1/3 desse carisma na sua personagem em New Girl. Jess – argh – é apática, infantil, chata de doer e se eu fosse obrigada a conviver com alguém parecida na minha vida, a morte seria a única solução viável. Ela entra fácil na lista das 5 personagens que eu mais detestei na vida e olha que eu só me torturei vendo 4 episódios dessa bagaça. E, apesar de adorar a voz da Zooey, uma das coisas que mais me irritou foi essa guria cantando o tempo inteiro, arregalando os olhos e fazendo cara de pokémon demente. Pra completar, foi indicada ao Globo de Ouro muito injustamente, o que só contribuiu para que o meu ódio se estabelecesse. Odeio, odeio, odeio, odeio. Só não foi cancelada porque a Zooey é popular. E tenho dito.

Travessuras da Menina Má

travessuras

Garanto que no mundo inteiro, só uma pessoa deve odiar esse livro: eu. E  considerando o número de dislikes no meu comentário no skoob, não poderia estar mais certa quanto a isso. Peguei emprestado de uma amiga e estava animadíssima pra ler, passei uns bons anos desejando, mas quando comecei, que decepção. Bem escrito ele é. Sem dúvidas quanto a isso. Mas me passou uma impressão horrível de querer chocar, impressionar através dos atos odiosos dos protagonistas desprezíveis. Ricardito, um banana sem precedentes. Menina Má, a representação de tudo o que eu mais odeio. Falsa, manipuladora. Do tipo que dá falsas esperanças e brinca com os sentimentos dos outros. E depois, quando a merda está feita, vai correndo para os braços daquelas mesmas pessoas que destruiu um dia. Gostei das descrições dos lugares por onde eles passam e achei os coadjuvantes super bem construídos, mas foi só. Protagonistas não cativantes são capazes de detonar qualquer história. E esses conseguiram, com louvor.

Fast Food

mcdonalds

Qual o sentido do amor todo por aqueles lanches? Acho bem qualquer coisa, viu. Não são gostosos como os do Subway, por exemplo, pelos quais sou apaixonada e nem considero fast food. Os molhos são muito ruins, o pãozinho é pura massa e só se salva a batata frita, mas convenhamos, essa é boa em qualquer lugar. Sempre saio desses lugares me fazendo a mesma pergunta: Tá, o que tem demais nisso aí? Nada, meu Deus. Nadinha mesmo.

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Nick & Norah, uma noite de amor e música

Todas as pessoas com que eu converso adoram esse filme e eu acho simplesmente intragável. Chato, sem sentido, monótono. E nem venha defender falando da trilha sonora. Se eu quiser ouvir música boa, compro um CD. Canções legais dentro de um filme ruim não passam de um recurso desperdiçado, na minha opinião. Gosto de Michael Cera e de Kat Dennings, mas pra mim nesse filme eles não convencem em nada como casal. Cadê a química, Brasil? Sem falar que a loira da foto se perde dos amigos e passa o filme inteiro mastigando um chiclete nojento. O treco chega a cair em uma privada e a pessoa coloca de volta na boca. Ou seja. Vendo os comentários no Filmow, notei que sou uma das poucas a desgostar dele. Lembro que até escrevi: mais um que entrou pra minha lista de todo mundo amou, menos eu. Logo, não poderia deixar de integrar esse post.

Por hoje é só. Não me odeiem muito, ok?

Love, Tary

O título foi sugerido pela Analu.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Gente chata

Se tem uma coisa que me irrita horrores, a ponto de fazer com que eu contraia os dedos dos pés e revire os olhos até ficar vesga de ódio, essa coisa é o  tal do pseudo-cult. Não sei bem como a espécie nasceu, mas o fato é que ela se reproduz vorazmente por todas as redes sociais e vem se multiplicando de forma assustadora no dia-a-dia também. Ô raça, viu. Essa gente parece dominada pela bundamolice, característica daqueles que só sabem encher o saco alheio e não conhecem a diversão despretensiosa.

Porque na visão desses pentelhos, é uma decepção muito grande uma menina que gosta do Woody Allen se sentar no sofá da sala pra assistir os barracos de um reality show tosquinho. E imagine só! Essa jovem leitora de Florbela Espanca se aventurando em um festival sertanejo? Não pode, não pode! Isso só pode ser heresia, ou remake de A Fazenda. Ai, ai, ai. Deixa eu contar até 10 mil. Posso falar? Vão aprender a se divertir e depois a gente conversa um bocadinho. Simplesmente não consigo conviver com esse povo sem ter a imagem mental de uma voadora daquelas sendo desferida em seus belos narizes empinados.

Isso tudo me leva à uma conversa hilária que escutei no ônibus esses dias. Estava lá, de pé, um dos caras mais chatos que já tive o desprazer de conhecer na minha vida, discutindo Platão na maior altura – e arrogância – com um outro rapaz que usava óculos estilosinhos. Enquanto o insuportável monologava pra si mesmo, eis que o de óculos começa uma frase com: “Então, tô lendo um livro do Augusto Cury que…” Pausa. 

Risos eternos, minha gente. Eternos e vingadores. Tomou no orifício, senhor pseudo-qualquer-coisa. Por essa você não esperava, não é mesmo? Ficou até sem saber o que dizer.  Nesse momento queria muito poder descrever a cara do chatão, mas as risadas não me deixam nem lembrar direito. Certamente, ele teve vontade de morrer, ou de se jogar do ônibus em movimento. Moço dos óculos estilosos, se você fez de propósito, meus parabéns! Foi a trollada do século.

O que mais me irrita nesse tipo de pessoa é o fato de que estão pouco se lixando pra bagagem adquirida com as coisas que leem, escutam ou assistem. O importante mesmo é ir se exibir no Facebook, no Twitter, no Filmow ou no Orangotag. Ou fazer o que fazem de melhor: desmerecer os outros. Sempre com aquele ar de superior. Eles acham que estão abafando, mas na verdade, só estão sendo companhias desagradáveis. Gente chata. Apenas chata. Como lidar? Melhor não lidar. Porque Cazuza já dizia:

“Respeito quem é radical, respeito quem ama errado, respeito o cara careta e o cara exagerado, quem não gosta de criança e quer viver solitário, quem odeia rock'n'roll, mas gosta de um rebolado. Só não há perdão para o chato.”

Eu continuo ouvindo minhas músicas pop, lendo livros de mulherzinha, assistindo Legalmente Loira sempre que passa na TV e rindo de gritar com os barracos dos bons tempos de BBB. Nem por isso deixo de ler Saramago, escutar canções antigas, ver  filme europeu e documentário. E sabe por quê? Porque eu gosto de verdade, não pra ser rotulada por isso. E se eu quiser ir a um show de sertanejo com as minhas amigas logo depois de terminar um livro do Nabokov? Eu vou mesmo. Porque nada do que eu faça pra me divertir, desde que não machuque ninguém ou a mim mesma, é errado. E, afinal, realmente. Só não há perdão para o chato.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Em cada canto eu vejo o lado bom

Tudo começou no sábado. Estava em casa vendo uma entrevista do Criolo no programa da Marília Gabriela, aí passei pra um vídeo dele cantando, me apaixonei completamente e fui correndo baixar o álbum pra ouvir tudo.  Acabei parando em um blog de música muito bom que acho até legal comentar aqui, o Gelo Negro. Fui passando os olhos por todos os posts e acabei dando de cara com uma foto da Mallu Magalhães acompanhada de um texto crítico sobre “Pitanga”, o novo e mais maduro disco da cantora. Quando olhei a foto já pensei: Jesus, essa não é a mesma garota meio tapadinha que deu entrevista  pro Jô Soares anos atrás! Fiquei louca com aquele delineador, o cabelo meio Brigitte Bardot e tratei de ver o clipe de “Velha e Louca”. Foi o que bastou. Viciei horrores na música e me identifiquei pra caramba com aquela letra. Sabe aquela sensação de “foi feita mim”, então.

No domingo foi ainda pior, cantei e fiquei dançandinho o dia inteiro. E fui logo mostrar a canção pra outra pessoa mais “velha e louca” – além de mim – que eu conheço. Dona Ana Luísa Bussular. E não deu outra, em poucos minutos, lá estávamos nós cantando juntas no facebook e dizendo que aquilo tinha que virar post de qualquer maneira.

Mas tudo desandou de vez quando eu inventei de dizer que estava maluca por um layout novo. Acontece que já virou tradição, toda vez que eu faço um pra mim, dou um de presente pra Analu. O motivo? Sim, ela me pede com olhos pidões. Sim, ela fica me perguntando o dia inteiro se eu já fiz, pedindo dicas de como está ou deixa de estar. Mas o motivo real é um só: eu realmente adoro! Amo pensar em cada pedacinho minúsculo pra mostrar o carinho que eu sinto por essa guria! E aí ela, muito gênia, pediu pra colocar um trechinho da música da Mallu que simplesmente já ficou marcada pra sempre nas nossas vidinhas e eu fui logo querendo imitar. Foi quando ela sugeriu: “você coloca um pedaço no teu e a letra se completa no meu”.  E o resultado está aqui e lá.

Ameeeega, preciso te dizer que ADORO muito ser velha, louca e TORTA com você!!! Te amo muito, muito!

Love, Tary

P.S: Agora “Menina Veneno” tem que ganhar post também!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ai de mim que sou romântica...

Olá você que ficou um mês sem postar por falta de tempo e preguiça, tudo bom? Desapareci totalmente da internet nesse mês de outubro. Só dei pausa no sumiço pra fuçar certos grupos do Facebook e ver as séries sagradas de toda a semana. E com a rotina corrida do jeito que está, cinema e barzinho com rock ao vivo ganharam mais espaço do que o meu blog e os comentários - que permanecerão, sorry - atrasados. 

Aí ontem a noite, voltando inspirada da linda peça de teatro "Os Corcundas", inventei de dar uma olhada no design do blog só pra ver as novas fontes disponibilizadas pelo blogspot. Mistake, mistake. Não só testei todas as fontes, como mudei as cores, o background e quando notei, eram duas da manhã e eu estava mudando terminando de fazer um novo layout. Talvez a coisa mais romântica e "wow, lovely" que já passou por aqui. 

Lola se sente importante por estampar o novo layout

Ainda tem muita coisa pra arrumar - o blog reflete a vida, lembram? -, mas eu gostei muito do resultado. É muito bom ver Cassie, Dorothy, Snoopy, Lola, Erica, Gilmore Girls, Kirsten, Jesse, Celine e Heath Ledger juntinhos nesse universo todo vintage. Outras mudanças sutis foram feitas, adicionei o meu flickr aqui do lado, mudei o lado das postagens e a fonte do texto. Preciso dizer que para essas duas últimas alterações precisei vencer o meu TOC, mas acho que vou me acostumar. É isso, puxem minha orelha por causa do sumiço nos comentários e digam se valeu a pena perder algumas horinhas de sono pra finalmente mudar tudo por aqui.

Love, Tary

P.S: Sei que meus lays são todos parecidos, mas eu gosto assim ;) Meio que são uma marca do blog. Assim como as folhinhas!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

As piores coisas do mundo

Ônibus lotado. Ônibus lotado com pessoas que não gostam de banho. Ônibus lotado com pessoas que não gostam de banho, mas adoram funk. Brigadeiro com manteiga demais. Prova. Prova para a qual você não estudou nada. Pré-vestibular. Vestibular. Não passar no vestibular. Regras que oprimem. Tabus. Não ter mais assunto. Sentir sono e não poder dormir. Sentir fome e não ter o que comer. Sentir frio e não ter um casaco ou um cobertor quentinho por perto. Não ouvir a sua mãe. Brigar com os amigos. Bífe de figado. O molho do McDonalds. Sujar a roupa com o molho do McDonalds. Gripe. Livro com erros de grafia ou de tradução. Dor de cabeça. Unhas por fazer. Quebrar as unhas. Sobrancelha sem tirar. Bolsa pesada. Almoçar sozinho. 

Sapato apertado. Sapato apertando o pé machucado. Mexerem nas suas coisas. Não conseguir abrir uma garrafa ou um pote de azeitona. Chegar atrasado. Esperar alguém que vai chegar atrasado. Descobrir que alguém amado é um completo idiota com os outros. Sensacionalismo. Egoísmo. Inveja. Falta de amor. Falta de respeito. Falta de fé. Falta de educação. Ver alguém passando necessidade e não poder ajudar em nada. Ver alguém que você ama sentindo dor. Perder alguém querido. Fracassar. Ser julgado por causa de algo que você gosta muito. Debocharem dos seus sonhos. Não ter apoio. Te tratarem com frieza quando você mais precisa de calor. 

Amar e não ser correspondido. Amar e não saber se é correspondido. Ser ignorado. Ser ignorado na frente de todo mundo. Chorar em público. Chorar em público e alguém perguntar o que aconteceu.  Violência. Coisas boas que acabam. Coisas boas que acabam mal. Discutir a crença dos outros. Maré de azar. Calor de 40°C. Acharem que você está mentindo. Fofocarem sobre você. Mentirem a seu respeito. Filme pretensioso. Premiações que cometem injustiças imperdoáveis. Gênios que morrem jovens. Falta de consideração. Falsas esperanças. Perder o rumo. Se sentir perdido. Sofrer. Sofrer calado. Calar quando a vontade é gritar.  Não ser perdoado. Não conseguir perdoar. Indiferença. Ódio. Terror. Medo. Primeiro dia de qualquer coisa. Deixar de acreditar. Olheiras. Espinhas. Tirar a maquiagem depois da balada. 


Gente que maltrata animais. Gente que maltrata crianças. Gente que se maltrata. Gente que é triste o tempo todo. Gente que reclama de tudo. Gente que tem vergonha de ser quem é. Gente que tem vergonha de ser feliz. Gente chata. Mas a pior coisa do mundo, com toda a certeza, é só enxergar as piores coisas no mundo.

Afaste as coisas ruins de você. Sempre.
Em breve, as melhores coisas do mundo!

Love, Tary

P.S: Completem minha lista nos comentários ;)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sobre estar em casa

Poderia falar sobre milhões de coisas. Sobre estágio, faculdade, ônibus (alguém já reparou o quanto eu cito essa palavra por aqui?), sobre a proximidade - e a crise - dos vinte anos, sobre sentir falta do melhor amigo que está no Canadá, sobre sentir falta das melhores amigas que moram aqui mas não converso há tempos, sobre o quanto almoçar sozinha no restaurante universitário é um porre, sobre minha recente vontade de comer sushi enlouquecidamente, sobre medo, sobre adaptações, sobre as preparações para os quinze anos da minha irmã.

Sobre andar sensível demais e chorando com qualquer coisa que envolva casais apaixonados (se for de velhinhos, a coisa piora consideravelmente), sobre passar por situações sem sequer registrá-las, sobre o final de semana que mudou a minha vida, sobre minha fé, sobre Deus, sobre a minha mãe, sobre o clima de deserto que faz em Campo Grande, sobre o último filme que assisti, sobre o último livro lido (que envolve Paris e um personagem de tirar o fôlego, mesmo sendo baixinho), sobre não ter tempo de fazer as unhas nem de tirar a sobrancelha (precisava compartilhar a vergonha), sobre uma conversa muito divertida no Skype com minhas amigas blogueiras, sobre querer muito mudar o layout do blog mas morrer de preguiça só de pensar.

Sobre meu amor por novelas rurais de época, sobre minha fobia com convites de última hora, sobre conformismo, sobre 2011 estar sendo um presente na minha vida - apesar de tudo. Sobre o quanto pessoas volúveis me irritam, sobre chocolate, sobre coca-cola gelada, sobre comida árabe com limão, sobre sempre esquecer de comprar marshmallows, sobre encontrar felicidade na solidão, sobre amor, sobre meu sono desregulado.

Sobre me envergonhar ao cair no sono durante as aulas, sobre indecisão, sobre dúvidas, sobre exigir demais de mim mesma, sobre escolhas, sobre arrependimentos, sobre mudanças, sobre fases complicadas que sempre me atingem, sobre achar que minha pobre bolsa comporta as bugigangas socadas dentro dela, sobre não lembrar da última vez em que me maquiei para sair (e isso é uma coisa que eu adoro), sobre não ansiar nadinha pela volta às aulas no Inglês.

Sobre a bagunça no meu quarto (e nos meus pensamentos), sobre ter pavor de me atrasar, sobre me sentir julgada, sobre querer escrever como se minha vida dependesse disso, sobre saudade, sobre coisas que aquecem, sobre coisas que machucam, sobre amor - de novo. Sobre mim, sobre os outros, sobre o mundo e sobre viver - com todas as dores e delícias que isso implica.

Poderia mesmo falar sobre todas essas coisas - de fato, sobre muitas delas, ainda vou -, mas percebo que já falei muito sem ao menos notar e aí prefiro deixar um certo mistério. Porém, vocês precisam saber que, no momento, quero estar em casa. E segundo o último livro que li, a palavra casa não é um lugar. É uma pessoa. 


Esse é o livro citado, Anna e o Beijo Francês. Amei tirar essa foto, o post sobre o livro sairá em breve.

Love, Tary