Ou: uma retrospectiva de 2012 no dia em que o mundo não acabou
Finalmente chegou o texto “iluminação na vida” anunciado no primeiro post deste mês. Aviso de imediato que vai ser grande, piegas e nada épico. Por isso aconselho a leitura com um copo d’água ou suco bem gelado ao alcance das mãos, ao som de uma música divertida e em uma posição confortável. Em outras palavras: nada de notebook na barriga. Hoje eu quero falar sobre 2012, o temido, o malvisto, o famigerado. O… chocantemente bom. Comecei este ano totalmente pessimista e cética a respeito do que ele me traria. Parte de mim gritava a plenos pulmões que seria terrível e a outra parte tapava os ouvidos, mas ameaçava acreditar. Alguns temores se confirmaram. O Trabalho de Conclusão de Curso roubou muito do meu tempo, perdi minha querida bisavó, me decepcionei com pessoas em quem confiava cegamente e enfrentei dias horríveis. Mas se for colocar na balança, as alegrias ganham de lavada das tristezas. 2012 deu o ar de sua graça como quem não quer nada e acabou me surpreendendo.
Quando o ano começou, todos torciam o nariz quando eu dizia que meu TCC seria uma revista. (sobre Literatura ainda) e que eu faria sozinha. Muitos duvidaram da viabilidade do projeto e dava pra sentir na pele a previsão de fracasso que faziam. Só que eu não desisti. Foram muitas lágrimas derramadas por causa desse trabalho, olheiras que iam até o umbigo e um cansaço que até agora não devo ter compensado. Mas quer saber? No fim a minha vitória compensou tudo isso. A Literatour nasceu linda, do jeito que eu sonhei, com um pedacinho de cada um que acreditou e aceitou contribuir. No ano que vem meu maior desejo é conseguir apoio para imprimir vários exemplares e trabalhar a revista nas escolas da minha cidade.
Na minha banca examinadora, no dia 13 de novembro, finalizei a apresentação dizendo: "Isso é retórico, considerando todo o meu trabalho, mas eu sempre fui uma apaixonada por livros. Desde de antes de aprender a ler. Eu via a minha mãe lendo e ficava intrigada com a magia envolvida naquilo. Porque ela sempre ficava 'surda' com um livro das mãos, de tão absorta na história. Eu descobri a magia, cresci, desenvolvi a Literatour e essa é a minha singela retribuição aos livros por terem me salvado tantas vezes". Ali eu já estava satisfeita com o resultado, com a sensação de dever cumprido e os elogios dos três mestres só aumentaram ainda mais a minha felicidade. Mas nada se compara à sensação de ouvir aquele 10 tão batalhado saindo da boca do meu orientador. O choro que se seguiu foi de alívio misturado com todos os melhores sentimentos. Um dos momentos mais bonitos que eu já vivi, sem dúvida.
E então na quarta-feira foi a minha colação de grau e agora posso ser oficialmente considerada jornalista. Uma jornalista com diploma, obrigada. Apesar da cerimônia ser apenas uma formalidade meio chatinha, jogar o capelo pro alto e abraçar os colegas que me acompanharam por quatro anos foi muito bom. Melhor mesmo só descobrir que começarei 2013 exercendo essa profissão que, aos trancos e barrancos, nunca deixei de amar.
Nada, porém, foi mais inesperado do que o final de semana dos dias 18 e 19 de agosto. Se eu fosse a louca das tatuagens, com certeza faria uma com essas datas (só que não). Viajei de avião pela primeira vez na vida, caí de amores por São Paulo, cidade linda que já amava mesmo antes de visitar. Conheci as garotas mais incríveis da galáxia e tive a confirmação de que nada é impossível. De que o Renato Russo estava certo e, sim, temos todo o tempo do mundo! Me despedir das minhas amigas me deu a maior prova que já recebi: saudade dói demais. Foi inesquecível, mas tem dias que estou cá com meus pensamentos e tenho vontade de me beliscar. Até hoje fico na dúvida se foi de verdade, ou se foi um sonho sonhado em conjunto.
Enfim, 2012 foi esse furacão todo. Tirei foto com os melhores comediantes do Brasil, fui bastante ao teatro, passei uma tarde loucamente corrida no parque, não li nenhum livro ruim! Perdi o medo de passar batom vermelho e o adotei para todo o sempre, tomei coragem pra mudar o cabelo, comprei um sapato igual ao da Dorothy. Me presenteei com a tão desejada caixa de Friends. Participei de um retiro maravilhoso, disse adeus à minha série favorita e chorei por duas horas seguidas depois disso. Tive o melhor aniversário de todos. Um parapente caiu na minha cabeça (e nem é brimks). E eu sobrevivi a tudo isso, me superei. Provei a mim mesma que sou forte. Agora mal posso esperar pelo que estar por vir.
Love, Tary
P.S: Calma! Sei que esse post não foi tão iluminação na vida (ou seja, gigante) quanto os da Renata, de quem roubei a referência, mas ele será dividido em algumas partes. Vai ter retrospectiva literária, musical, televisa e cinematográfica.