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quarta-feira, 3 de novembro de 2021

esse mundo ...


 Tem esse mundo

à minha espera,

mesmo aqui,

no meu pensamento !?

ou

sou eu que espero

todo esse mundo,

por aí,

no meu sonho !?


Não sei

e essa ignorância

queda-me triste,

sentada nos meus próprios sentires,

anseios e vontades.


Tem esse mundo ... 

 por  onde?


Foge-me de dedos entrelaçados com o tempo,

com ares de gigante,

olhando-me de soslaio,

como se fosse coisa pouca.


Chamo-o de mansinho,

grito

e clamo,

em vão.


Tem esse mundo

que espero

ou

espera por mim ...


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

fatias de pessoas



Inteiras são as pessoas
com várias vidas,
fatias e fases,

feitas
e temperadas a tempo.

Desarranjadas em corpo só seu
de emoções espalhadas
ao vento,
de sentires e gostos
submersos
na tona das marés.

Remendam-se pedaços
no cenário do todo,
onde cada um é uno
na diversidade
e parecença
da humanidade.

Seres construídos
em histórias,
lembranças,
e fragilidades
que nos partem
na unidade,
coesão própria das pessoas em fatias.


sábado, 26 de agosto de 2017

anúncio primeiro


anuncio a primavera,
nem a primeira nem a última,
tão somente a primavera.

proclamo a serenidade
do morno pelas manhãs,
a tranquilidade do desabrochar,
o permitir ser-se em
autenticidade.

afago o começo
na delicadeza
pura
do sentir
a aragem da madrugada
em inocências próprias
de anúncios primeiros
como o da inviolável
primavera.


domingo, 2 de abril de 2017

cristalinas


Bastam-me invernos e frios,
ventos e chuvas,
cinzentos e sombras.

Que venham azuis,
brancos e outras mais.

Quero Luz!
Quero Sol!

Cobiçam-me águas cristalinas,
puras,
límpidas no brilho
de tempos mornos
desapressados
no momento único
do instante,
já,
agora.

segunda-feira, 20 de março de 2017

desculpas


Cansam-me as desculpas,
estas fendas iluminadas
a que me agarro
sem saber 
da porta de acesso.

Excluída de vontade
salto lapsos,
intervalos de mim,
que sei
serem únicos
ao ficarem trancados
nesta insanidade
a que chamam vida.

Sem chave ou fechadura,
quedo-me em voltas,
círculos angulosos,
na procura de algo,
nem compreendo o que é.

Angustio-me
na canseira de existir,
perguntas sem resposta,
vontade sem tempo,
desejo sem rumo.

Transbordo-me,
no vazio
imenso do sentir
minha dor,
fechada na imobilidade
da espera
por onde as desculpas
se chovem,
como chaves esquecidas
dependuradas em minha mão.

segunda-feira, 13 de março de 2017

sempre há


Há um mundo
a convidar,
tímido,
sem conversas,
existindo,
em coloridos
que chamam,
nas formas
à espera de serem moldadas,
no coração,
soltando horizontes,
descobertas
logo ali,
despidas de fronteiras ou limites,
e tu,
cego
nas coisas do mundo.

Olhas-te
nas sombras do cinzento
troçando do convite
como se não te fosse ele
a passagem do umbral
para te seres em plenitude.

Há pó,
terra,
chão,
mares
e cores.

Atreve-te!
Sê!
Vai!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

minha mão


tenho na mão

nascentes, rios e poentes;
vales espraiados
na bainha de montanhas
por acontecer;

quimeras sopradas 
na ventania 
da liberdade:

ousadias escondidas,
segredadas,
na conspiração
de energias minhas,
alheias,
ou desconhecidas;

vida minha,
frágil,
desassossegada,
brotada em humanidades 
de opostos
em equilíbrios ténues
pesados em minha mão.

domingo, 8 de janeiro de 2017

encarcerada



Erguem-se paredes,
fecham-se jardins,
esgotam-se ares
na masmorra de me ser.

Soltam-se cheiros a bafio,
passados trancados,
entre quatro paredes
onde a respiração
se dificulta.

Sei duma nesga,
pequena janela
do lado de fora
onde o ar é puro
e o perfume das flores
me fazem sonhar.

Quero rasgar 
esse pequeno nada,
esventrar a brecha
com unhas,
dentes,
e tudo o que me restar.

Viro-me do avesso,
procuro forças
em busca desse lado de  fora,
porque,
por aqui,
tudo é escuro,
tudo é fechado,
em asfixias
onde perco a consciência,
a vontade de me ser.

Fechadas portas,
acessos
e travessias,
há que transcender 
a ausência de luz,
tem de ser . . .


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

proibido



Não quero ter juízo,
razão
ou tino.

Permito-me ceder
ao corpo,
animal que mora em mim,
como instinto fatal.

Tento-me 
em pensamentos,
desvarios
e sonhos alucinados.

Livre de racionalidades
sombrias,
busca a luz
da tentação
simples dos meus sentidos,
pele e sangue na ferida
do sempre proibido.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

The World

Tanta diferença,
tanta cor, 
tanto mundo!


Sou,
apenas,
mais um ponto,
uma pincelada 
por escorrer,
das mãos
de um pintor 
por nascer.

Sou vida
sem ser nada,
o todo
em partícula ínfima.

Sou desigualdade
em terra fértil
de uniformidades
suprimidas
no grito do ser,
de eco mudo.

Sou diferença,
sou cor,
sou (o) mundo !

terça-feira, 4 de outubro de 2016

presa



São laços de veludo
que me prendem,
vermelho escarlate
ou púrpura divino,
não o sei.

Limitam o vento,
e a chuva 
que cantam
lá fora,
onde não chego.

Quero lançar
minhas pétalas
ao espaço,
em vácuo
que me será casa,
onde me preencho 
e serei completa.

São correntes
enlaçadas,
ferrugem amaciada no tempo,
ilusão da suavidade
de cadeado por  abrir.

Estou presa em mim, 
algema em veia
a passar-me no coração.

Pérola


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

humanidades em questão


Porque sangra alguém
por decisão de outro?

Porque não dás a mão
a quem a ti suplica?

Porque a guerra 
se tornou regra?

Porque a indiferença
faz mais estragos 
do que a diferença?

Porque há tanta alma
sem corpo
e corpos sem almas?

Porque sou assim?

Porque a voz do olhar
não é suave e meiga?

Porque não escolhemos
o amor?



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

! espantos !


Quanta carícia por sentir,
quanto beijo por trocar,
quanto amor impossível!

Como é oca a regra,
o costume de tudo tutelar!

Como são tantos os arrepios por acontecer
e ingratas as vãs ilusões !


Como pode o teu corpo não conhecer o meu !

Vagueam cheiros teus por ares que não respiro,
sussurros e palavras doces por ouvir !

Sei-te de cor,
em imaginação só minha,
como música continuada,
onde tu és instrumento,
o ritmo da melodia,
e eu
o teu amor !



quinta-feira, 2 de junho de 2016

Despes . . .


Despes a lonjura de outras vidas,
passados tatuados na pele
em emoções que não queres.

És corpo em muda,
resolvido em mudança
porque tem de ser.

Entregas as feridas em memorial,
na carícia das marcas que te fazem lembrar,
como recluso em final de pena.

Descamas-te de desamores,
raivas e ingratidões,
renascimento da tua essência
em advento só teu.

Despes roupagem em cor de rotina,
feitos e fatos que já não te servem
pois és homem novo, assim o queres.



terça-feira, 17 de maio de 2016

excesso



Quero estancar este desvario,
o fluxo de rio sem foz,
esta corrente de pensamentos sem eco.

Quero desaguar este querer,
a chuva de palavras sem chão,
este despropósito sem causa.

Quero gritar este sentir,
o fragmento inteiro sem voz,
esta mania de me ser
...
em excessos que me sobejam,
o desgoverno sem lei,
esta demasia só minha.



sábado, 30 de abril de 2016

Um Olhar qualquer



Olha-se e não se vê,
vê-se e não se olha.

Comenta-se na cegueira,
cega-se no comentário.

Julga-se nos sentidos,
sente-se nos julgamentos.

Adivinha-se o que não se sabe,
sabe-se o que se adivinha.

Recebe-se o que se dá,
dá-se o que se tem.


E tu? 
Para onde olhaste primeiro?
Que te prendeu o olhar?
O cachorro?
O homem?
Um sentir qualquer nascido da pele nua?


segunda-feira, 28 de março de 2016

Dos Homens


Há traços, curvas,
texturas, cheiros
e toques de diferença,
fronteiras invisíveis ou 
de muros impenetráveis.

São homens,
a humanidade em género
que se sabe diferente
e se gosta
em desigual modo.

Pois venham feministas,
sexistas
ou até machistas,
que interessa?

A essência mora 
nas grutas de cada um,
cavernas escondidas
em corpos de superfície mascarada
de bem pareceres 
ou rebeldias ostentadas.

São desigualdades necessárias,
próprias de se ser,
por onde mulher 
só é desirmanada 
em costumes,
preconceitos permitidos
por cada um.


sexta-feira, 18 de março de 2016

casa de 'brincadeiras'



A noite adormeceu à sombra da Lua
com requintes de canseira.

Levantam-se o moinho, 
a casa e os ovos também.

Cheira a chocolate,
amêndoas e um calorzinho
que não vem.

Cá para mim,
sopraram ventos de loucura
na companhia da preguiça.

Juntos, 
a poeira foi tamanha,
que,
o mundo ensandeceu 
o dia teve mau acordar
e eu fiquei de
pernas para o ar.

Não sei que faça,
não sei que pense.

Não quero acordar a noite,
de confusão está ela farta.

O meu planeta está doente
e crónica é a humanidade,
creio não gostar 
desta casa de 'brincadeiras'.



quarta-feira, 2 de março de 2016

Flor como se fora jardim



Fui semeada em vaso partido
por onde minhas raízes 
se enlaçavam em vizinhas
de outras espécies, 
 sem pudores de semelhanças
ou ecos de
'-não podes ser'.

De chão largo fiz minha casa,
por cima da terra serpenteava
em aprendizagens próprias de flor.

Minha casa sem muros,
vedações ou cercas,
deixava-me florescer
onde distintos e vaidosos coloridos bailavam
na brisa do vento,
ou se achegavam na humidade
de chuvas e frios sem estação.

Era flor silvestre,
 livre,
sem riscos de podas
ou pétalas desfolhadas
em mãos sem tino
ou consciências simétricas.

Sob o azul do céu abrigava-me
de outros jardins,
longe de jarras ardilosas
ou jardineiros bem intencionados
por onde a beleza
era emoldurada
em embalsamentos
que não casavam comigo.

Na liberdade de me ser
ousava sentir-me jardim 
onde era apenas pequena flor
desabrochada em campo bravio.




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Tem um lugar . . .



Tem um lugar me esperando,
uma casa só minha,
um mar que me conhece.

Tem esse espaço
onde me sou,
me basto
e me gosto.

Tem um lugar me esperando,
eu sei.

Sinto-o no neste arrepio de pele,
no nó seco de garganta
por onde se perde a voz
silenciada em medos
só meus.

Tem um lugar à minha espera,
quiça, 
dentro de mim.