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sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Quarto


Há um quarto por aí,
na encruzilhada
de estradas
e caminhos,
onde nascem
pérolas,
rosas,
e outras
cousas  minhas.

Há um quarto por aí,
na linha do tempo,
onde cascatas
do teu ser
se derramam
em meus olhos
e a tua pele
me sacia
a fome de amor.

Há um quarto por aí,
no rio manso
da saudade,
onde sei de mim
ao percorrer
teu corpo
morno
por entre veludos
e ganas de te querer mais.


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Dóis-me!



Dóis-me tanto,
mas tanto
que não há medidas
para ti.

Gosto-te ,
em cada respiração minha,
demasiado,
tanto,
que  não cabe no Amor.

És-me,
 o vício entranhado na pele,
doença sem remédio,
ferida exposta,
a ânsias de te querer esquecer.

Dóis-me por todo o lado
ontem e hoje,
aqui e além,
de noite e de dia
como se tu pudesses
saber de mim,
querer-me ...
... nem que fosse só Agora.


sexta-feira, 13 de abril de 2018

sem chão


Caminho sobre águas
soltando pegadas
que satisfazem o apetite
calmo do mar.

Passo por aí,
onde o chão se afoga
por entre lamentos 
e regozijos de mim,
frémitos invisíveis
do que fui,
do que quero.

Balanço na viagem,
sem chão,
desse oceano
que quero conhecer,
vagando norteada
pela maresia da névoa
em que te sinto,
onde te busco.

Hesito na falta
de respostas,
na fragilidade deste querer,
sem chão,
tão imenso,
tão extenso
qual umbral flutuante
derramado sobre
a vereda molhada
e fria
onde me encontro.

Esperanço-me no olhar
distante,
para lá de mim,
onde te sonho, 
onde te sei,
onde te amo.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

interrogações do amor

Tenho dúvidas,
questões, incertezas,
pela vida toda
em autenticidades minhas.

Dizem-me haver duas formas 
de saber do verdadeiro amor:

 -  foste-me amigo verdadeiro
e te apaixonas (por mim)
de forma em que só pode ser Amor verdadeiro;

 -  ou te apaixonas (como pode acontecer com outra)
e tornas-te no meu melhor amigo
e será, de igual forma,
verdadeiro Amor.

São interrogações, 
meu amor, 
meras demandas para saber do amor, 
do teu amor,
por onde, 
afinal,
amizade vence a paixão.
Será?

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Gulosa ... eu


Hoje sirvo-me
em delicias
com formas , 
sabores 
e cheiros 
só meus.

Dou-me a provar
em doces 
com tons de salgado
a morarem em minha pele,
nas lágrimas
que me enfeitam a face
pela emoção de te amar.

Transbordo-me
nessa gulodice
lambuzada
a viciar-te
por entre natas e morangos
onde me sou:
gulosa.


sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Mordida



Saltito sobre forças,
 indomáveis,
de te apertar,
de te ter,
em minha essência,
deixando-me escorrer
nos teus lábios,
pela ternura suave
de te sentir em mim.

Apeteces-me,
 em pedaços,
mordido em minha boca,
salivando em antecipação,
agarrando em minhas mãos
o prazer,
de me ser,
em intensidades sem medidas,
com ganas de te beijar,
furiosa
na eternidade 
da pele apertada,
vincada
por carícias descompostas

São inconveniências,
supostos nascidos,
de atentados
ao desejo
desventrado
em minha língua
desnorteada,
alma de vida própria
nesta busca de ti.

Viajo em velocidades
enlouquecidas,
perdidas em apeadeiros calmos
onde o teu olhar me espera
porque meu querer
te quer abocanhar
em totalidades
fragmentadas
numa mordida aqui,
noutra acolá.




quinta-feira, 22 de junho de 2017

(des)caminho


Deixa-me curvar
nesses caminhos
que são teus limites,
desculpas no teu seio,
regaço só meu.

Permite-me desbravar
esse jardim
desabrochado no desejo
a perder de vista
pois se me cegas
com tua pele
colada à minha.

Desculpa-me o rasgo
que te abro e fecho
em ritmo só nosso,
descaminho perfumado
em sinuosidades perfumadas
aqui e ali.


quarta-feira, 7 de junho de 2017

Que te posso eu dar?

Que te posso eu dar?

Apenas uma mão cheia de mim,
vida de raízes sem chão,
terra onde me semeio,
floresço
e desvaneço.


Somente uma caricia de saudade,
de outros tempos
por onde ervas 
se derramaram,
ocultando as pétalas
que te perfumaram
em minhas mãos.

Que te posso eu dar?

Tão só uma insanidade
de te querer,
vontade de matar minha
sede de ti
nesta espera muda
do teu toque,
do teu beijo,
qual seiva
correndo no meu corpo
em ânsias de saciar o teu.


domingo, 28 de maio de 2017

Quando



Quando tu me apertas
com teu querer
toda eu sou pele,
esqueço-me de respirar
dissolvo-me no gemido quente.
de teu corpo,
chamando-me ainda mais
como se as mãos,
o abraço 
fossem pouco.

Quando me procuras
e eu já estou em ti
permito deixar de me ser
dissolvendo diferenças
em elevação de um todo
onde eu e tu 
sobramos em prazer
fazendo vida
na agitação doce
de mares sem praia,
de barcos sem bandeira.

Quando tu me beijas
sem decência
toda eu sou capricho,
desalinho completo
sem inicio ou fim
apenas
o instante da eternidade
do desejo sem freio,
de amor
para lá do carnal.

Quando me sussurras
tuas vontades
já as havia lido 
no teu olhar,
sentido em minha essência,
pois se somos
a plenitude de
nós dois,
apetite saciado
em harmonia
de ganas e abundância
de ti,
de mim,
de nós.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

ensaio para S


Engarrafei aquele amor de outrora,
os beijos roubados
e outros tantos por dar.

Foram oceanos de ti,
trazidos em marés sem gaivotas,
de horizontes rasgados
com lâminas de inocência.

Guardei-te em lágrimas
salgadas como
embargos enfrascados
nas inquietações
do meu (nosso) querer.

Selei o teu corpo no meu,
a humidade da tua pele na minha boca
em eternidade fechada a sete chaves
de acesso restrito.

Fui flor colhida,
seiva derramada no viço
desse amor de outrora.

Tapei ousadias,
atrevimentos e partes de mim,
restando-me no todo
sem ti.


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

com fome e sede



É rosa o teu desejo
em que latejo 
com pequenas mãos
deslizando 
em veludos teus,
maciezas tatuadas
no apetite
de me aconteceres.

É a improbabilidade
da ânsia
que me aporta
por mares e oceanos
revoltos
na sede de te amar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

amo-te


amo-te 
com a ternura 
do olhar,
o veludo do desejo,
o nó da pele
e as sobras
de entranhas 
outrora vivas.

amo-te
com tempo,
soltando-me
e perdendo-me.

amo-te
porque
 nada mais resta, 
nem eu
ou
o meu amor.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

vagarosas pressas



Há vagar
 no teu jeito,
em olhar estendido
para lá do visível.

São vagarosas 
as tuas pressas
no encontro
com minhas 
impaciências demoradas
ou velozes pausas.

Há pressas
no meu jeito,
em vontades à solta.
para lá do razoável.

São tardias horas
aceleradas na sofreguidão
do aperto do tempo,
pois 
as pressas são muito vagarosas...
(pelo menos para mim)

Pérola

terça-feira, 22 de novembro de 2016

beijo



quero um beijo
eternizado
de sabor a musgo
húmido
em tronco vivo
desapressado
segregado em tua boca
desejado
suspenso na suavidade
vagoroso 
de crescimento cristalizado
aqui
agora

quero um beijo
do teu corpo
com textura
de tua boca
para sempre
em mim

domingo, 9 de outubro de 2016

sem palavras



São palavras os teus beijos,
com que me escreves,
 onde me conto.

Histórias pontuadas
em plenitudes exclamadas,
reticentes ou sem ponto final.

As interrogações fazem parte
da  ortografia que te é peculiar,
usa-las na ponta dos dedos,
de mãos cheias.

Riscas-me o ser
por entre traços
que emergem intimidades,
escondidas,
segredos desconhecidos,
em transcendências do mais além,
profundidades
que desejo.

A tua caligrafia sabe de mim,
em letras inscritas 
com o teu corpo,
nas cartas sem selo,
no teu querer manuscrito.

São livros os teus lábios,
com que me romanceias,
onde me folheio.

Pérola


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

como cascata


Como gota atrás de gota
assim se cascatam sonhos
de beijos por provar,
de pele por cheirar.

São despenhos de desejos,
vontades encadeadas,
em catadupas gananciosas,
de te querer,
como rio atordoado 
na deságua do prazer.

Como fiada de pingos,
assim sou eu,
correria,
cascata sem leito,
salto no desconhecido,
buscando teu mar.

Caprichos à sorte,
vertidos no apetite
de conhecer teu sabor.

Queda ousada,
de quem nada perde,
como cascata apaixonada.


domingo, 3 de julho de 2016

há caminho

Rasga-se um caminho 
por entre  vontades esfaimadas,
corre-se em rota de colisão
buscando a interseção 
em pontos de corpos vulcânicos,
fusão embrulhada na pele,
no toque que arrepia só de olhar.

Abre-se passagem por entre 
umbrais de outro mundo,
abraça-se o outro como se fosse nosso
desviando estranhos seculares
em busca da totalidade do ser,
amor sagrado em momentos
de entrega,
em que tu és meu e eu sou tua.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Criança


Criança minha,
do mundo 
e dela própria.

Fogem-me as letras
na maré cheia
de meus olhos,
pois se nos teus
me acho sem querer.

És-me encantamento, 
magia materializada,
nesse teu jeito
de te seres menino,
petiz para sempre
em mim.

Foto By Pérola



quarta-feira, 23 de março de 2016

Danças ?



Quebras-me o ritmo
com tua passada resolvida
nesta rumba a dois.

Não me dás tréguas,
hipóteses de fuga
ou qualquer outra coisa
que não a determinação
do teu poder em mim.

Arrepias-me com mão firme 
em minhas costas abandonadas
na firmeza do teu balanço,
na loucura do teu cheiro.

És-me bússola em desorientações
de coreografia viciada
em corpos íntimos,
cúmplices aprumados
de pulsação desenfreada,
prontos para ortodoxas vontades
como insubordinados escravos.

Fixas-me em promessas 
sem música,
no silencio do baile,
por onde dançamos,
tu e eu,
como só nós sabemos.





sexta-feira, 11 de março de 2016

Partilha III


Confidência
"Diz o meu nome
pronuncia-o
como se as sílabas te queimassem os lábios
sopra-o com suavidade
para que o escuro apeteça
para que se desatem os teus cabelos
para que aconteça

Porque eu cresço para ti
sou eu dentro de ti
que bebe a última gota
e te conduzo a um lugar
sem tempo nem contorno

Porque apenas para os teus olhos
sou gesto e cor
e dentro de ti
me recolho ferido
exausto dos combates
em que a mim próprio me venci

Porque a minha mão infatigável
procura o interior e o avesso
da aparência
porque o tempo em que vivo
morre de ser ontem
e é urgente inventar
outra maneira de navegar
outro rumo outro pulsar
para dar esperança aos portos
que aguardam pensativos
No húmido centro da noite
diz o meu nome
como se eu te fosse estranho
como se fosse intruso
para que eu mesmo me desconheça
e me sobressalte
quando suavemente
pronunciares o meu nome."

Mia Couto