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quinta-feira, 22 de junho de 2017

(des)caminho


Deixa-me curvar
nesses caminhos
que são teus limites,
desculpas no teu seio,
regaço só meu.

Permite-me desbravar
esse jardim
desabrochado no desejo
a perder de vista
pois se me cegas
com tua pele
colada à minha.

Desculpa-me o rasgo
que te abro e fecho
em ritmo só nosso,
descaminho perfumado
em sinuosidades perfumadas
aqui e ali.


terça-feira, 23 de maio de 2017

em e com 'maio'


Ofereceste-me um jardim,
eu só queria uma flor,
um raio de sol
do verão imenso
que é teu calor.

Deixa-me o pequenino,
o amarelo das pétalas
húmidas
pelo orvalho da manhã,
a tua pele nua
e salgada 
depois de seres meu
e eu
sem noção de quem sou.

Deixa-me o teu perfume
por entre primaveras
com mãos pequenas
onde o despercebido 
basta
ao ser tudo.



domingo, 2 de abril de 2017

cristalinas


Bastam-me invernos e frios,
ventos e chuvas,
cinzentos e sombras.

Que venham azuis,
brancos e outras mais.

Quero Luz!
Quero Sol!

Cobiçam-me águas cristalinas,
puras,
límpidas no brilho
de tempos mornos
desapressados
no momento único
do instante,
já,
agora.

domingo, 29 de maio de 2016

Beach, please !



Soa a cantilena esganiçada,
pois soa.

É vontade de mar,
pois é.

Dá vontade de mudar de país,
pois dá.

Dobram os sinos pela primavera perdida,
pois dobram.

Empresto paciência a mim,
pois empresto.

Que hei de fazer?

Sou (confessa) amante de verão,
sol,
areia,
calor,
óbvias vontades de clima temperado.

E depois?

A mudança é a única permanência
e a ela terei de me render.

Enfim,
resta-me pedir:
" Beach, please !"



sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Não sei



The Flower Girl - 
Jules Cyrille Cave

Não sei quando a semente
se perdeu na terra,
o céu se derramou
ou mesmo porque 
se despem as flores maduras.

Vou secando 
no mesmo vento
que varre jardins
e colhe as flores
grávidas de nova primavera.


Inspiro os suspiros dos malmequeres
como perfume de outras eras,
de outros tempos,
porque simplesmente não (me) sei.

Já brotaram novos rebentos
na terra acolchoada
de folhas que se enlutam
na despedida do verão.

Não sei dos porquês
das estações 
que se soltam de sinónimos
e agarro-me à desfolha
de pétalas por cair.



segunda-feira, 31 de agosto de 2015

quero (meu) mar . . .



Por entre céus e mares
perco o pé de terras firmes.

Sou novelo
do fio do tempo,
emaranhada
no turbilhão 
das águas do  meu pensar.

Sou assim,
onda sem chão,
gota soprada
em ventos de 'outroras'
por onde me alheio.

Em oceanos desassossegados,
sem costa à vista,
dissolvo-me 
na tempestade molhada 
do mar alto,
onde me deixo afogar
na esperança de dar à costa,
noutros continentes,
em hemisférios por desvendar.

Por mares a que chamo meus,
nada mais sou,
mulher inquieta,
perseguida por adamastores
de pulsos adornados
com relógios
que me enlouquecem.

Pois, se entre estes
céus e mares me perco,
neste abandono de água, 
que acusação me tem o tempo
ao não desviar o seu olhar 
do nevoeiro por onde me habito?

Oh! Tempo!
Não te quero!

Solta-me das tuas correntes
e deixa-me ser no meu mar,
onde sonho a areia
da minha pegada,
o desaguar em praia 
banhada da ternura
de quem tu sabes
para morrer em maré cheia
dos beijos dele.

Pérola



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

coisas do mar



Trazes coisas do mar,
palavras perfumadas na maresia
em voo de gaivota.

Tens nas mãos o mundo
que me entontece,
deixas-me à deriva
ao sabor do teu tempo,
da tua vontade,
moderadamente.

Já te disse
o quanto anseio a loucura?

Junta a essas coisas do mar
a imprudência sem limites,
a anarquia de outras terras,
outros cheiros,
desejos inconfessáveis.

Vem !
Carrega-te em pleno
e oferta-te (só) a mim.

Leva-me contigo
por entre essas coisas de mar . . .



domingo, 2 de agosto de 2015

teus beijos




Gosto dos teus beijos crus
como cereja madura.

Doces como polpa sumarenta,
vermelhos como teus lábios
no descanso após
visitarem os meus.

Gosto dos teus beijos nus
como fruta de época.

Marotos na desfaçatez 
da colheita,
carentes como perdição
em vício do pior que há.

Por eles me perco,
por eles me encontro.
Teus beijos, meu amor,
são delícias com que sonho.


quarta-feira, 22 de julho de 2015

Doçura de receita . . .



Adiciono à nata do teu corpo
o açucar do meu desejo,
incorporo-lhe uns frutos vermelhos,
como paixão em ferida,
e eis a minha bagunça preferida:
o doce de te amar!



quarta-feira, 17 de junho de 2015

Das malas, férias e afins . . .




Confesso gostar muito de férias.

Afinal, quem não gosta?

Contudo, tenho um problema, 
para não dizer uma doença, 
na hora de fazer as malas.

Que hei de levar?
E se chove?
E se preciso de bikini mesmo na neve?
E se houver uma ocasião que exija uma roupa mais produzida?
E se precisar de chinelos?
E se a carteira fica horrível com o calçado?
E se . . ., e se . . . ui, ui ! ! !
São imensas, as dúvidas.

Parece o Apocalipse.

Pois bem, tenho alguns truques:

* Tento focar-me na duração e no local da estadia.
*Escolho uma cor ou uma peça 'indispensável' e começo a selecionar o que poderá ser usado com o tal objeto forçado a dar o mote.
* Coloco os montes por secção em cima da cama
(casacos, tops, calças, interiores e por aí fora).

Os meus truques revelam-se sempre volumosos e incomportáveis (só para avisar).

* Faço uma segunda ronda e mais uma terceira.

Por último, toca a emalar.



Claro que nunca há espaço, as malas, sacos e necessaires são tão pequenos, mas tão minusculos, só visto.

Penso que alguém me compreenderá, não?

A bem ou a mal, lá acabo no destino.

Tem alturas que fico contente por ter exagerado 
pois tenho escolha e até empresto coisas minhas, 
porém o pior vem depois.

Aquando do regresso a casa, 
o desempacotar, 
para além da depressão pós férias, 
relembra-me como fui inconsciente e tão pouco prática.

Volto à trabalheira de (des)arrumar coisas a que não dei uso ( a maioria).


Desta vez, 
vou experimentar usar o esquema abaixo.

E contigo, como é na altura de fazer mala???



"Se todo o ano fosse de férias alegres, 
divertirmo-nos tornar-se-ia mais aborrecido do que trabalhar."
William Shakespeare


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Oferta de mar


Desembrulha-se o mar
por entre laços de maresia,
em papéis amarrotados
na humidade dos salpicos.

É o mundo que me chama,
em oferta de promessas,
com nova maré,
salgando-me de recomeços
por demais desejados.

Mera ilusão,
fantasia desvairada,
esta de me querer entregar,
na inteireza de mim.





segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Por ali . . . aqui ou mais além . . .


Por ali, podia-se colher o beijo,
maduro de impaciência,
suculento de prazer.

Mesmo aqui, abria-se o apetite,
clamando por carne,
no toque de pele bem temperado.

Mais além, dependurava-se a veste,
derradeiro testemunho da educação,
sobrando o desejo animal.


Perdida por lonjuras intensas,
nua em ti,
foi ali,
por entre lençóis que não vi,
a delicia de te provar,
bocas gostosas
percorrendo corpos sem dono,
em quereres grosseiros,
no abandono da paixão.



sábado, 13 de setembro de 2014

Sou essa rocha . . .



Sou essa rocha
onde,
 tu,
meu mar,
me vens salgar
para depois, 
em nova onda,
provares o tempero.

Tenho seios esculpidos
em tuas mãos de espuma,
 que aguardam teus dedos,
teu toque, 
tua boca húmida,
num frenesim de relevo.

Habito nessa fronteira
onde tu te fazes meu
e eu desapareço em ti.

São nessas cadências
que existo,
no pulsar ritmado do teu ser
que me reclama, 
chama de sua,
em marés,
 de sabor a maresia,
com gritos de prazer.

Sou essa rocha,
morada do teu desejo,
que te dá forma 
e chama de meu.


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Fluis em mim


Escorres como mel
de colmeia em verão florido.

Extravazas como cascasta
de água fresca em margens só tuas.

Jorras como vulcão
de fogo em ebulição escaldante.

Fluis como serpente
de pecado em movimentos silenciosos.

Viajas como peregrino
de bagagem nua em busca do êxtase.

Pingas,
gotejas,
brotas para onde quer que me vire.

Tento filtrar-te,
tocar-te,
agarrar-te.

Apenas me permites
sentir o teu doce,
e . . . então
molhas-me,
acendes-me
num instigar de ternura incessante.

Provo-te,
embrulho-me em ti,
saboreio-te numa trinca atrevida,
ousando provar desse mel,
molhando o dedo,
deixando o corpo ir atrás,
mergulhando em tuas águas cristalinas,
em afogamento de prazer,
ir ao céu
e fazer por lá morada.



domingo, 27 de julho de 2014

O teu Calor




Incendeio-me no teu toque,
pego fogo no vibrar de tuas palavras ,
desabrocho em ti.

No teu quente
desenho a flor de meu querer,
um lume só nosso.

A tua semente,
fecunda,
é combustível da chama,
terra de combustão incontrolável,
por onde germino.

Sei-me por entre labaredas:
sou flor em ferida
nas pétalas da paixão.

Respiro-te o cheiro 
da pele quente,
adivinho-te as vontades
no clarão do teu olhar.

És um vício 
onde me consumo,
por onde ardo,
onde sou mais eu,
viva, ardente,
carente de mais calor (teu).




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Da água



Como rio que serpenteia a terra,
como mar que beija a areia,
como lago que se afunda em segredo
assim tu és,
minha água de vida.

Sorvo-te em tragos desalmados,
inundo-me em teus temporais,
afogo-me na força da tua torrente,
descanso nos braços de teu ribeiro.

Soltas o cheiro da terra
em chuva embriagada,
tornas-te visita inusitada
para tantos que te não querem.

És tisana curativa,
lágrima gemendo dores mudas,
transpiração de amor,
suor de coisas mais,
minha água que sacia.


sexta-feira, 18 de julho de 2014



O verão fugiu-me,
soltou amarras,
fez-se ao largo
e enamorou-se de outros hemisférios.

Deixou-me enfriada,
de olhos postos nas nuvens,
procurando agasalho,
de pele arrepiada,
com a saudade por companhia.

Abandonada pelo meu amante,
restam-me apetites,
desejos lambuzados,
um doce que me escorra pelo corpo.

Que posso eu fazer?
Apetece-me passar o dedo nesse chocolate,
sorvê-lo na minha boca húmida
e sentir o fogo invadir-me
fazendo-me crer que o verão voltou.

Porque não vens?
Traz-me o teu veludo,
a tua volúpia nua,
o gentil sopro quente
que me adoça,
por onde me tento
e quero perder.

Estou só,
saciada de ventos e meios tons.
Quero-te já,
em premência vital,
ou não restará 
nada de mim
que possas aquecer,
que possas beijar.



sexta-feira, 30 de maio de 2014

É tempo de . . . cerejas . . .



Empolgas-te no palrear da novidade.
Olho-te por entre sorrisos
e aceno.
Vou vestindo a tua alegria
e abandono-me à tua felicidade.
Tua? 

-Não!
Já é minha.
Nossa, quiça.

Sinto-me bem nestes propósitos,
açambarcada na ventura em que te diluis.
Prossegues no teu desfiar de palavras
e eu nem sei de que se trata.
Importará?

Sei-te prazenteiro,
solto,
doando-me teus gestos,
teu corpo balançando no ritmo das sílabas.

E, eu? 
Acompanho-te nesta dança risonha
onde o sabor a cereja do teu beijo me deixa fora de mim.



domingo, 18 de maio de 2014

Com sede . . .


Tenho sede.
Minha boca agonia-se nesta aridez,
na secura duma areia desértica,
na fragilidade exangue da vida.

Busco fresquidão.
Minha língua afadiga-se no travo a pó,
acordando o entorpecimento do sabor,
em trajeitos esforçados.

Sonho banhar-me.
Concedo-me licença para te procurar,
em rios de águas frescas,
mares molhados,
salpicos húmidos.

Encontrei-te.
És fonte, nascente da minha saciedade.
Matas-me a sede e por ti me orvalho.
Minha boca desenfreada
entrega-te minha língua sem forças.

Tomo viço.
Renasço no teu aguar,
inundo-me em ti
e rendida,
de sedes extintas,
gosto.




terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Por Favor . . .



Tragam-me mar tranquilo,
areias quentes,
o Sol a escaldar.

Ofereceram-me luz,
passeios de maresia,
a pele dourada.

Estendam-me tapetes líquidos,
reflexos coloridos,
a maré vazia.

Mimem-me com apetite,
dispam-me do frio
e calar-me-ei de vez.