*THE VERSATIL BLOGGER AWARD
E
7 COISAS SOBRE MIM*
O Blogger talentoso
JP propõe este desafio, falar sobre nós próprios.
Quer-me parecer que já sabem mais sobre mim do que seria suposto.
Confesso que a escrita revela mais das pessoas do que é imaginável.
Sintam-se à vontade para falarem sobre vós.
Fico curiosa!
Depois avisem!
1 - Demorei mais de um mês a aprender a andar de bicicleta. Era uma criança e aprendi com uma vizinha 2 anos mais velha. Em troca dela me segurar e correr atrás de mim deixava-a dar 'x' voltas préviamente combinadas. Convém dizer que a minha bicicleta foi comprada em 2º mão e partilhada com o meu irmão.
A minha vizinha nem tinha bicicleta. Os pais não podiam comprar, nem usada. O pai dela tinha uma que usava para se deslocar para o trabalho.
Tenho de acrescentar que já tinha 7/8 anos e pedia o 'brinquedo' desde que me lembre. Foi uma 'prenda' muito especial.
Relativizando a questão e em comparação concluo: em poucos anos a aspeto material da vida tem ganho demasiada importância e não andamos a educar bem as crianças.
Talvez a crise seja benéfica (é claro que não refiro os ataques de pânico que sofro na atual conjetura), afinal tive uma infância super-mega-feliz com tão pouco. em termos de brinquedos e tralhas materiais.
Tinha tempo, amigos, afeto, atenção, brincadeiras de rua...
2 - Não recuperei da perda do meu pai. Já lá vão quase 8 anos. Não consigo aceitar a sua morte, a ausência. Choro sempre que me recordo da voz calma dele (inundo o teclado, claro), dos conselhos sensatos, da paz que transmitia apesar dele nem sempre a sentir. Punha sempre os outros como prioridade.
Apenas dele senti o tal do Amor Incondicional que é tão procurado. Acolhia-me tal como sou e ainda me sensibiliza a imensidão do seu Amor nos ossos, na pele, sempre que me visita em recordações.
3 - Corto o cabelo a quem me pede. Não sou cabeleireira nem nunca trabalhei na área. Desde pequena que gosto de pentear, de mexer nas cabeças. Comecei por cortar o cabelo da mana mais nova. Só foi à cabeleireira a 1º vez com dezasseis anos. Tornei-me observadora e com as cobaias (mais ou menos voluntárias) tenho aprendido, dado umas tesouradas, mas continuo nesta 'profissão' frustada. Enquanto houver voluntários a minha tesoura está sempre pronta.
4 - Tinha pavor de estar sózinha. Quer dizer, pavor é pouco, era horror, medo a sério. Se era, mesmo, obrigada a ficar sózinha dormia de luzes acesas, sobressaltada e era capaz de fazer centenas de km para ficar acompanhada, se pudesse.
Com as voltas da vida até pela casa mergulhada na escuridão já me passeio.
Nós mudamos, a mudança é a única constante da vida, acreditem.
5 - Choro a ver filmes. Coisa normal para tantos que me compreenderão. No último filme que visionei, sobre a família de férias na Tailândia e vítima do tsunami, agora não me recordo do nome da película, as lágrimas visitaram-me muitas vezes.
Tenho de disfarçar porque já não têm paciência para as minhas mariquices.
6 - Caí de um elétrico a parar. Nunca percebi aquela mecânica de sair de um veículo em movimento. O elétrico estava a chegar à paragem, armei-me em esperta. Afinal já tinha visto tantas crianças a entrarem e sairem deste meio de transporte no meio da viagem. Sabia que as pernas tinham de se mexer. Pois! Caí redonda.
Com as pessoas a olharem, fiquei atordoada, envergonhada e jurei para nunca mais.
O elétrico continua a ser o meu transporte público preferido, embora em desuso.
7 - Já matei um pombo com uma espingarda de chumbos e um coelho ao murro (ou quase). Como já perceberam cresci em ambiente campestre, em vila do interior. Vivia muito na rua e em contato com a natureza. A família tinha horta, animais, praticava-se a agricultura e espaço não faltava.
A espingarda era um dos divertimentos dos rapazes. Quando me deixaram tocar na arma, provei, à primeira, que tinha pontaria. Acertei no pombo e os rapazes presentes ficaram cheios de inveja porque era melhor que eles. Ainda me recordo da sensação: -YA! As mulheres são boas!!!
Quanto ao coelho, foi menos agradável, apesar de incluir também a morte. Estava em família a matar animais para consumo, entre eles uns coelhinhos lindos. Ao ver a avó a aniquilar os bichos com um valente murro, pedi para tentar. Cortar pescoços a aves nunca me atrevi.
Pois bem, a força não é o meu forte. E esmurrei uma, duas, ... e o coelho contorcia-se. Comecei a ficar nervosa. Valeu-me o pai que acabou com a vida do torturado.
Com tudo isto acabei por recordar episódios que me emocionam. Somos mais do que o passado, mas ele indicia e conduz-nos ao presente.
Temos liberdade e opções várias.
É sempre possível alterar rotas.
As mudanças na personalidade, nos comportamentos são inevitáveis.
Porém, gosto de pensar que vivemos, existimos, somos o 'eu' em cada instante, em cada experiência passada.
(Só espero não vos ter aborrecido de morte.)