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terça-feira, 4 de outubro de 2011

Literatura para porteiras

Inspirado nisto:



Acabei o tão aguardado Jane Eyre, que me foi altamente recomendado.

Acertadamente.


Adorei. Prendeu-me às páginas como nem todos os clássicos o conseguem fazer. Ao início custou-me um bocado a entrar na personagem, a gostar dela, a percebê-la. Mas a partir das 100 páginas apanhei o bichinho vira-página, já era com grande entusiasmo que pegava no livro. A partir do meio já o lia em qualquer lugar, ele era metro, ele era paragem do autocarro, só não lia enquanto caminhava pela rua porque ainda assim prezo a minha dignidade e não me apetecia esbardalhar-me no chão.

Dou-lhe quatro estrelas e meia. Só não dou cinco porque o fim foi um bocado chocho.

 SPOILER EM BAIXO








Então não é que a rapariga, toda educada e culta como se quer, sem laivos de materialismo nem de afetações parvas de feminilidade ou vaidosismos, desiste de fazer qualquer coisa de útil na vida e vai-se dedicar a tempo inteiro ao marido?! Nem uma escola de raparigas, nem um trabalhinho como enfermeira, governanta da enteada, qualquer coisa do género? Eu já nem digo ir para a Índia, como esteve quase para acontecer, já que frágil como ela era aquilo não era coisa para durar muito tempo. Agora, 24 horas com o marido, sempre a falar, sem um momento para respirar sozinha, fazer qualquer coisa parva daquelas que só fazemos quando estamos sozinhos, epá... Meteu-me impressão. Eu a pensar que aquilo era uma história com um leivo feminista implícito, impercetível, a provar às mentalidades do séc. XIX que uma mulher pode ser muito mais do que uma escrava do lar e da família, e afinal cai tudo por terra nas últimas 40 páginas. Enfim, não se pode ter tudo.

Tirando isso, livro fabuloso. Na escrita, nada a apontar, flawless, bem corrida, refinada, perfeita. A história dá cambalhotas completamente inesperadas, o que é receita ideal para prender a atenção.

Recomendado.



S.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A-fazeres - Livros

Pois bem, esta deve ser a lista mais longa - e mais urgente - daí que ganhe prioridade.


  • Morgadinha dos Canaviais. Ai, Morgadinha, Morgadinha. Nem sei que te diga. Comprei-te há quase 3 meses, quando ainda estava cheia de Londres e de uma vontade imensa de tudo. Ainda ali estás, poisada ao lado da cama, olho para ti todos os dias ao acordar e ao deitar, e ainda não vais nem a meio. Estás bem escrita, irritantemente bem escrita, politicamente correta de bem escrita, toda realistazinha e ainda não decidi se gosto de ti. A tua escrita faz-me lembrar Os Maias, mas a ti, Morgadinha, falta-te a irreverência de um Ega, a pasmaceira de um Eusebiozinho, o escândalo do amor incestuoso mas não intencional de Eduarda e do outro. Vamos lá ver se ainda me consegues surpreender.

  • Jane Eyre tem que se lhe seguir. Histórias com mulheres no papel principal é o que se quer aqui para estes lados. Intervalar livros português-inglês, também.

  • Este ano a FCSH tem um curso de verão intitulado Pioneiras na Construção Europeia, ou coisa que o valha. Quando descobri, o gritinho histérico foi inevitável. Na impossibilidade de o frequentar, vou roubar a bibliografia e lê-la, embevecida, por minha conta. Eu, feminista e europeísta convicta, que nem sabia que havia mulheres envolvidas no caso! Pff, ando a falhar. Cheira-me a novas heroínas...

  • Ler Freud. Ando com uma vontade insidiosa de conhecer a fundo a obra deste senhor provocativo e pioneiro no conhecimento da mente humana. Para poder validar o que já conheço e o que desconfio da mente humana com um "Ah, isso é o teu super-ego a manifestar-se" ou "Hmm, que complexo tão [inserir nome respeitoso] que desenvolveste". Tudo isto aliado ao sarcasmo, claro, mas então um sarcasmo com classe.

  • Tenho um fascínio pela língua francesa que não tive quando fui obrigada a estudá-la no 3º ciclo. Há 2 anos, quando passei um verão a relembrá-la e a preparar-me para um exame, tomei-lhe o gosto. Ler é a melhor maneira de aprender uma língua. Sei-o por experiência própria. Ganha-se vocabulário, mas mais importante que tudo, ganha-se uma consciência da língua semelhante à dos nativos, ao ponto de irmos lá por intuição, sabermos que tal está certo ou errado porque sim, porque soa bem (ou mal). Ora, o único livro em francês que tenho à mão é o Wuthering Heights da Emily Bronte. Um bocadinho acima das minhas capacidades, não, visto ser um clássico da literatura inglesa... Mas como eu sou rapariga cheia de crença no karma, que tudo acontece por uma razão e não sei quê, vou-me lançar de cabeça. Este livro não há-de ter vindo parar às minhas mãos em vão!

  • Aqui há uns tempos comprei um livro em 2ª mão numa daquelas bancas de livros que por vezes se veem por feiras e assim. Fascinada a passar os olhos por aqueles títulos e nomes de autores portugueses que desconhecia mas cujos exemplares de capa dura, vermelha, bem antiga, me inspiram sempre respeito. Acabei por trazer um de um autor que desconheço, mas que por alguma razão me atraiu a curiosidade mais do que os outros. Está na prateleira à espera de ser lido.

Num futuro próximo, acho que é isto. Se conseguir ler todos estes até dezembro, vou-me sentir uma pessoa realizada e sem razões para lamentar falta de tempo. Mas a questão é que não são apenas livros. Ainda existem umas listas de séries, filmes, receitas, etc que disputam o meu tempo livre...




S.
too lazy for photos

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A-fazeres - Geral

Com a tese acabada e sem perspetivas de ano letivo preenchido, está na hora de organizar a minha lista de a-fazeres. Que no fundo se tornam em listas, de temas variados porque os a-fazeres são muitos, e porque assim arranjo palha para um novo conjunto de posts.

Começando com os a-fazeres gerais:


  • Dar vazão à minha lista crescente de livros para ler do goodreads. Agora que já não tenho que ler academicamente, já não há peso na consciência por agarrar num livro não-académico (Jane Eyre inclui-se na lista, bem como acabar a porcaria da Morgadinha dos Canaviais);



  • Ver filmes clássicos do género Casablanca, A Canção de Lisboa, Música no Coração (sim, nunca vi, e sou a única pessoa que conheço que nunca viu. Ao contrário do Avatar, este tenho um bocado de vergonha de admitir);


  • Encontrar e ver uma série que me apaixone como The Tudors ou The Office;

(há um poster mais swoon-worthy, mas é um bocado creepy, este adequa-se melhor)


  • Pendurar umas quantas coisas que estão há mais tempo do que me apetece admitir à espera;

  • Ler livros em francês (o Wuthering Heights veio-me parar às mãos mas temo ser demasiado);



  • Experimentar receitas apontadas no meu livro de receitas há mais de um ano;

  • Continuar a ver Gilmore Girls;

  • Traduzir a minha dissertação;

  • Continuar a ler material académico sobre União Europeia  e Igualdade de Género em busca de um potencial tema de doutoramento.

Claro que, nerdzinha como eu sou, vou-me concentrar nos dois últimos e lamentar infinitamente a minha eterna falta de tempo para os restantes.

De notar a ausência de qualquer ponto relativo a desporto/exercício. É que nem lamentar vale a pena. (I'm a slacker and I know it and I'm not ashamed to admit it.)




S.