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sábado, 10 de janeiro de 2015

Zen por acaso

Oh, tão queridos :)



Estou a ver que não é por acaso que ficaram em primeiro lugar na satisfação estudantil em 2014.
 
Mas acho que não se aplica. De Bruxelas às vezes vem-me uma saudade aguda da Av. Louise, e das corridas que lá dava, uma coisa um bocado parva, mas de resto estou bem quanto à capital belga. E da hometown não tenho grandes saudades, mas isso pode ser porque a visito mais do que o sensato. De qualquer forma, do que sinto falta são de pessoas, mas como essas pessoas estão espalhadas por vários países, o homesickness não se aplica.
 
Não é que morra de amores por Sheffield, e a sua descentralidade até me chega a aborrecer levemente (como ontem, que entrei no aeroporto de Lisboa às 16h15 e só cheguei à minha porta inglesa bem pertinho da meia-noite). Mas - como dizer isto? - estando aqui não me apetece estar em mais lado nenhum, não anseio por viver noutro lado qualquer nem estou sempre a pensar "daqui a um ou dois anos vou-me poder mudar para ali, depois é que vou estar realmente satisfeita", não, agora estou precisamente onde quero e onde sinto que devo estar. Nem tenho ânsias de viajar para outros sítios, quando em Bruxelas não parava quieta.
 
Não faço ideia do que vou fazer daqui a três anos quando acabar o doutoramento, nem quero saber, porque se significar continuar aqui (aqui, Sheffield, ou qualquer outra parte do UK), está-se bem.
 
Acho que finalmente estou  a viver mergulhada no presente, sem os olhos sempre postos no futuro. E isto é de uma serenidade incrível.




S. 

sábado, 31 de maio de 2014

Yorkshirianos não tarda muito

Há poucos meses atrás não sabia nada sobre Sheffield além de que era a cidade dos Arctic Monkeys e que tinha um passado industrial importante. Não a sabia localizar no mapa nem fazia ideia de com o que é que se parecia. Esta semana ficou decidida como a nossa próxima casa.
 
Entretanto já a visitei, já me eduquei sobre ela, e estou francamente otimista quanto à universidade que me irá acolher, quanto ao meu curso, e quanto ao meu supervisor. Ainda é um bocadinho estranha a sensação de me ter despedido voluntariamente do meu emprego para mergulhar no incerto e voltar a ser estudante mas estou confiante. Confiante de que é isto que quero mesmo fazer e de que é em Inglaterra que queremos estar.
 
Entre nos despedirmos de vez de Bruxelas e refazer as malas para Sheffield haverá um capítulo curtinho em Portugal. E uma viagem de mil quilómetros em cima de duas bicicletas para fazer.




S.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Definição de casa-pátria

Em Bruxelas, existem carros de muitas nacionalidades. Como aqui há gente de muitas nacionalidades, causa direta de isto ser a capital da Europa e de tudo o que gira à volta desse facto, haver carros de matrículas tão variadas não é nada de estranho ou digno de nota. Mas eu gosto de números e letras arranjados aleatoriamente e por isso ter matrículas variadas é uma coisa que me distrai os sentidos.
 
Portugal é o único país que usa uma faixa amarelinha de lado com o ano e mês em que o carro foi registado. Eu não sabia, mas após esta longa experiência empírica já concluí que sim, é o único. E então acontece que o meu estômago dá um salto de cada vez que eu descortino uma matrícula com uma listinha amarela, porque sei automaticamente que aquele carro vem de Portugal e algures ali perto (talvez até ao volante, se não estiver apenas estacionado) estará um português. É o mesmo tipo de salto de estômago que acontece quando oiço português na rua.
 
Agora imaginem quando vou a Portugal. O meu estômago parace um ginasta olímpico. É só carros com listas amarelas nas matrículas! E como isto já se tornou uma reação inconsciente, eu tenho que estar a dizer, frequentemente, ao meu estômago para parar com essa merda porque ali é normal. Estamos na terra deles! Ouvir português em todo o lado, idem.
 
Isto para dizer que ainda não tenho a certeza absoluta, mas acho que já encontrei a minha definição de casa, não a casa particular, mas a casa-pátria: a minha casa-pátria é onde todos os carros têm listas amarelas nas matrículas.
 
 





S.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Portugal à segunda vista

Ainda estou a digerir um pouco o facto de que já não estou de férias. Nunca fiquei com depressões pós-férias nem nunca me custou regressar à escola/trabalho. Muito pelo contrário: setembro é um dos meus meses favoritos do ano, é como se fosse o Ano Novo, é o mês da rentrée, o fim da silly season, o mergulho na vida a sério, cheira a livros novos, tem a força da vontade das empreitadas novas, é o apagar de mais uma vela no bolo de aniversário. Mas isto anda tudo vazio, é Bruxelas, é a blogosfera, é os emails, é o escritório. Já estou pronta para setembro mas o resto do mundo ainda não. E isso entristece-me mais do que o fim das minhas férias.

Nestas semanas de regresso à pátria fiz um esforço consciente para visitar coisas que me andavam a fazer cócegas na imaginação há muito tempo. Mas como as férias são tempo para usar e abusar da presença física dos mais próximos - e de quem não podemos abusar durante o resto do ano, valha-nos o Skype mas não nos vale assim tanto, é pura imitação - arrastei a família atrás, ah pois.

Sintra. Aquele pedaço de terra mística que me é tão familiar mas tão superficialmente conhecido. As odes nos jornais, nos livros, na História, no Pessoa, nos Maias, na boca e nos olhos brilhantes dos estrangeiros que já visitaram Portugal e dificilmente encontram palavras para descrever a sua visita quando lhes digo de onde venho. O meu conhecimento superficial e a pouca distância da minha casa de 20 anos, aliada àquele sentimento de coisa adquirida que temos pelo que convivemos quotidianamente, fez-me achar durante muito tempo que Sintra estava um tanto ou quanto overrated.



Não está, porra. Não está. À Regaleira fui há uns anos, numa visita prenda-de-anos, e não desapontou. Tornou-se instantaneamente num dos meus lugares portugueses mais preciosos, com espacinho no coração (não são muitos). Desta vez fomos lá acima, ao topo da serra, ao Palácio, que vale mil vezes mais pelas vistas maravilhosas que pelo interior do edifício. Que serra maravilhosa. Que vista desafogada (50 pontos para quem conseguir distinguir o Convento de Mafra ao fundo). Ainda tivemos direito a testar o microclima sintrense porque a dada altura começou a chuviscar e eu passei o dia a vestir e a despir o casaco, consoante as esquinas do palácio que virava.

Porto. Xii, o Porto. Revelo com a vergonha devida que conhecia mesmo, mesmo muito mal a segunda cidade do país. Mas se calhar por isso ela arrebatou-me pelos pés e virou-me do avesso. Juro que a frase que mais pensei enquanto era guiada pelas ruelas da cidade, pela Ribeira, pela Foz e pelos miradouros, foi que o Porto batia aos pontos a beleza de Lisboa*. E que a cidade está ainda demasiado underrated, tanto na mente dos morcões como na dos estrangeiros que visitam Portugal e talvez não contem o Porto como parte do seu itinerário de viagem. Meu deus, a riqueza que é ter pontes que se percorrem a pé! Ter uma margem sul que não é bem Margem Sul porque é tão já ali. Ir ao Porto é acreditar que há vida para além de Lisboa, há Portugal vivinho da silva para além da capital, e isso fez-me extremamente bem às perspetivas.




E depois a descida do rio Tejo, sempre na ânsia do "já chegámos? já chegámos? já chegámos?" porque sabia que a qualquer momento iria virar uma curva e vislumbrar o Castelo de Almourol em toda a sua glória, e sim, ali estava ele, no meio do rio, lindo como sabia que só podia ser, mágico como esperava que fosse, um bocado, er... vazio por dentro como não sabia, mas com vistas do caraças quando se sobe mesmo até lá acima. Dá para sentir como um conquistador, e se semi-cerrarmos os olhos com convicção e se o sol brilhar forte na cabeça pode ser que dê para vislumbrar um exército a cavalo lá ao fundo. Mas o sol tem que estar a bater forte e quente na cabeça, claro.



Finalmente, a Tapada. Tão perto mas durante demasiado tempo longe do coração. Sempre a querer ver veados em Richmond e não sei quê, e afinal vivi durante tanto tempo tão perto deles. Ali, mesmo à mão de semear, quase que dá para se fazer festinhas, não fosse a desconfiança dos bichos em relação ao pessoal de duas patas. Teria mais sorte com os javalis, suspeito. Peguei numa coruja pela primeira vez e estou quase a completar a minha experiência HPteriana. Só falta o tour às Highlands.




Ainda voltei para uns dias no sul, que foram muito bons para levar muitos banhos de calor familial, uns tantos de sol e ainda mais uns literais de mar. Que maravilha é ter um mar só para nós e uma praia semi-deserta às 9 da manhã. E sim, é possível tal coisa no Algarve em pleno agosto. É só saber onde procurar :). Serviu também para apreciar o fresquinho de Bruxelas e maravilhar a possibilidade de andar na rua sem precisar de óculos de sol na cidade. Que esta aprendizagem me sustenha durante os próximos meses (já estou a pensar que tenho de comprar um casaco verdadeiramente quente e umas botas verdadeiramente aderentes. Pensar em neve em meados de agosto é espetacular.)


(Foto roubada ao primo que tira fotos melhor do que eu)


Agora vou sossegar um bocadinho aqui em Bruxelas e aprender a chamar "home" à casa nova, voltar a encaixar a biblioteca na minha vida e cruzar os dedos até mais ou menos maio. 



S. 


*Entretanto, já nem sei, porque uns dias depois fui à Baixa e desci a Rua Augusta e o sol brilhava forte no céu azul intenso e a pedra do arco da Rua Augusta estava tão mas tão branca, e fiz a procissão até ao Cais das Colunas - que sim, aquele caminho tem mais de sagrado e ritualesco que muita romaria que por aí anda - e eu fiquei novamente embriagada com o caráter de Lisboa e já quase lhe implorava perdão por ter pensado que outra cidade portuguesa a podia bater. Igualar, pronto vá, lá me decidi pela justeza.  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

De olhos abertos

Ano e meio depois, volto a ter televisão em casa. Não é que a falta dela fosse muita, mas comecei a achar que seria positivo ter um meio fácil e preguiçoso para aprender francês sem dar por ele, e a estar mais informada sobre o que se passa neste canto da Europa. Se bem que foi o facto de ter BBCs que selou a decisão de a instalar.

O balanço assim muito inicial é positivo. Em meia-hora já vi:

- um programa do Goucha aqui da zona;
- o The Big Bang Theory dobrado em francês;
- o The Office americano dobrado em francês;
- uma prova de ciclismo passada não sei bem onde;
- o telejornal português;
- um programa sobre as raposas que existem em Londres à solta.

Agora vou lutar muito para conseguir ver o Prison Break ou assim dobrado em flamengo.






S.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Minimalismo - nível IV

É oficial, vamo-nos mudar. Só de casa, quando muito de comuna, mas ainda assim estou muito entusiasmada. É uma coisa mais pequenina por isso teremos que ser criativos na arrumação. É para isso que o Ikea existe. Sinto-me como se estivesse a jogar Sims, modo compra, e sem batota. Assim tenho um número reduzido de peças para as quais posso olhar porque quero manter os cordões da bolsa firmemente apertados e não há cá "motherlode"* para ninguém. Isto da decoração ultra-funcional em espaços pequeninos tem o seu quê de desafiante.

Entretanto descobri a Amazon versão loja de móveis e pronto, fiquei com os meus problemas resolvidos. Especialmente a alemã; ninguém nem nada consegue bater a Amazon.de nos preços e na quantidade de escolha. Nem mesmo o Ikea. Btw, o Ikea é mais caro em Portugal do que na Bélgica. Não sei como é possível, mas estive a comparar os mesmos produtos e por vezes havia diferenças de 10, 20 euros (em 100). Não sei que tipo de contas é que os senhores ikeianos andam a fazer para estabelecer preços mas ajustados ao poder de compra não são de certeza.

Entretanto o verão chegou a Bruxelas. Primeiro a medo, mas agora parece que vem aí uma semana de temperaturas máximas nos 21-22º. Ainda não me aventurei de manga curta porque isto uma pessoa tem que ir com calma e ainda estou traumatizada por ter visto nevar no fim de abril. Daqui a pouco mais de um mês volto a Portugal por uns dias valentes e quero saber o que é isso de "ir à praia" ou "o mar". Apagou-se-me da memória ambos.




*para quem nunca jogou Sims, motherlode era o código que se introduzia para aumentar o orçamento familiar em 10 mil ou 50 mil simliões. Assim, do nada. Dava muito jeito, pois claro.




S.

domingo, 14 de abril de 2013

Quando cai o verão na cidade

Queria deixar aqui registado que às vezes, muito esporadicamente, lá consigo admitir que vivo num dos melhores sítios do mundo.



Apercebi-me disto hoje, enquanto o sol brilhava (ainda brilha) forte num céu incaracteristicamente azul, numa temperatura ainda mais incaracterística de 22º, e eu tentava decidir se devia ir ao parque, à floresta, ou ao lago. Tudo isto a distância a pé de casa. 

Honestamente, não sei em que outro lado eu poderia viver no centro da cidade e dar-me ao luxo de poder escolher assim. Na minha idolatrada Londres de certo que não.

Escolhi o lago.


Este foi o meu poiso de leitura durante uma hora e pouco.

É mesmo muito estranho, não sentir frio aqui em Bruxelas, nem mesmo à sombra. Troca-nos as voltas, este tempo, e porque o sabemos raro, torna-se extremamente difícil de o gozar. Sabe-se sempre que amanhã já vai embora, e que a chuva já lá vem, e que por isso devia-se mesmo estar era ali sentada a filtrar vitamina D e não pensar em mais nada, e não estar a pensar na semana que vem e no tempo que vai fazer.

Consegui aproveitar, ainda assim. Não tive outra opção, já que os 22º mais o ventinho que soprava e o sol de abril que não queima ditaram que estava uma daquelas temperaturas perfeitas para se estar a ler na rua. Não conseguia ter calor nem frio.

Consigo sempre me surpreender com a felicidade com que os povos do norte encaram estes dias bizarros de sol e calor. Sai mesmo tudo à rua, as esplanadas estão cheias, os relvados idem e, desta vez, até o chão da praça à frente da igreja. 



Qualquer sítio é bom para se estar ao sol. Concordo. 



S.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Just sayin'

Um dia, vou ter isto numa parede qualquer de casa:




Só espero que não seja no mesmo dia que os Brits decidam desopilar da Europa. Teria que voltar a tirar.



S.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Coisas a evitar num classificado de imóvel #3

Ou, neste caso, após uma visita de potenciais arrendatários.

Estávamos nós a descer as escadas após mais uma vista imobiliária, tentando decidir seriamente se valia a pena ou não, o que nos parecia a casa, o que nos parecia a rua, o que nos parecia a zona, quando a vizinha tomou a decisão por nós, sem o saber:

"Não deixem a porta aberta, hã! Eu cheguei aqui e ela estava no trinco, não pode ser, certifiquem-se que a fecham como deve ser, especialmente à noite, sim porque esta zona não é muito segura." Arregalámos logo os olhos perante inesperada confissão, quando ela lança a bomba:

"Non. En fait, la máfia s'a installé dans notre rue. Oui, c'est vrai."

...

...

...

A oficina do lado não me enganou.

...

A senhora não estava a brincar. A expressão séria e a insistência em fechar a porta deu para ter a certeza.

A primeira coisa que eu pensei foi que se calhar o que ela não queria era vizinhos novos no 2º andar, ou tinha alguma querela com a inquilina atual e queria impedi-la de conseguir arrendar o apartamento (na Bélgica, os contratos mínimos são de 3 anos e, no caso de a pessoa querer sair antes, tem que procurar novo inquilino para a substituir e não pagar a multa de saída antecipada.)

Pelo sim, pelo não, pusémos de lado mais uma casa vista. "Ah, nem iamos poupar assim tanto dinheiro... A nossa casa até é boazinha... E depois ter que mudar para outro sítio... Fica longe do ginásio... Não tem transportes..."

Desculpas para quê, a palavra máfia é universal. E, mais uma vez, fica provado que os belgas não dominam a arte do agente imobiliário.






S.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fez-se luz na minha vida sedentária

Engraçado como o corpo humano se vicia em exercício. 

Há nove meses, eu era a pessoa mais sedentária que conhecia e afirmava terminantemente que exercício físico não estava entre as minhas prioridades. Estava empenhada em mil e uma coisas mas o mexer-me para além do trajeto casa-paragem de autocarro/trabalho-paragem de autocarro era mentira. 

E nunca pensei que seria Bruxelas que me iria mudar. A capital belga não é particularmente plana nem de avenidas largas, não é dominada por bicicletas (ainda...) e portanto não havia razão para ser diferente de Lisboa. Mas a verdade é que fui sendo seduzida aos pouquinhos pela conveniência que é andar de um lado para o outro. Literalmente, andar de um lado para o outro.

O medo de que com a troca de local de trabalho eu ficasse sem a minha caminhada diária de uma hora fez-me inscrever imediatamente no ginásio. Mas os transportes demasiado indiretos e o hábito de caminhar que estava mais entranhado do que eu alguma vez acreditei ser possível fizeram com que as pernas se mexessem quase de seu acordo em direção a casa. Daí à bicicleta foi um pulinho. E o ginásio, para minha enorme surpresa, continuou local frequente de passagem, e o ritual do exercício+banho+caminhar-para-casa-a-pé-desempenada-e-a-levar-com-o-ar-fresco-do-fim-da-tarde, tornou-se revigorante.

Mais: recentemente cheguei à conclusão que já não consigo andar de transportes. Maça-me profundamente. É o autocarro que para nos sinais vermelhos, nas paragens, no trânsito e eu que começo a bufar, tentando calcular mentalmente onde é que eu já podia estar se tivesse escolhido ir a pé. Ou, melhor ainda, de bicicleta. É o desconforto e o stress de ter tanta pessoa à minha volta num espaço pequeno e fechado, o cheiro, o ar abafado dos metros e saturado de tantas respirações. 

A bicicleta provou-me que não estou em forma. Qualquer inclinaçãozinha se reflete na minha respiração e no esforço que as pernas fazem, e não consigo fazer todo o caminho para o trabalho montada no selim. Mas o mais entusiasmante é ir notando, pouco a pouco mas cada dia, que consigo um bocadinho melhor. E saber que um dia vou conseguir (hoje, no caminho para casa, foi a primeira vez que o fiz sentada na bicicleta todo o trajeto, apesar de ter parado numa subida para recuperar o fôlego).

Mas agora outro elemento se juntou à equação: a chuva. É verdade que o que não faltou durante os cinco meses de caminhadas foi chuva. Mas uma pessoa abre o chapéu, encolhe-se debaixo dele e vai caminhando até casa. Agora, de bicicleta torna-se um problema. E a razão é óbvia: não posso ter chapéu aberto enquanto conduzo a bicicleta (se bem que hoje vi um ciclista a fazer isso... Receio não ter a destreza para tal). Isto a juntar à deslocação do ar e à chuva a bater na cara, facilmente se vê que a bicicleta se torna o transporte menos ideal. 

E, sabendo o que já sei sobre o clima bruxelense, chuva é coisa com que contar todos os dias. Ou quase.

É por isso que agora ando de olho numa coisa destas:



Tirando o facto que fico a parecer um dementor, é uma coisinha extremamente útil. Sendo que uma pessoa vai sentada na bicicleta e que eu tenho metro e meio, aquilo acaba por cobrir as pernas também. Serei toda eu uma bola impermeável. Uma bola azul, amarela ou vermelha, ainda não decidi.

Quero muito continuar esta vaga de meximento múltiplo. Ginásio, caminhar, bicicleta. Agora só faltava começar a gostar de legumes e ser alérgica a chocolate e tornava-me um modelo de vida saudável :D



S.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A caça ao apartamento

Começo a pensar seriamente que procurar casa é tão ou mais difícil que procurar emprego.

O processo é exatamente o mesmo: pesquisa mais pesquisa todos os dias, em meia dúzia de sites previamente guardados na barra de marcadores, contactar os senhorios, chegar à fase da visita/entrevista, e do "depois digo-lhe se a escolhemos". O mercado imobiliário de Bruxelas é tão saturado de procura que os senhorios dão-se ao luxo de elaborar uma lista de potenciais interessados, exigir comprovativos disto e daquilo (especialmente rendimentos de ambos os membros do casal), e de depois escolher à vontade quem lhes parece mais digno de ocupar as reais paredes de míseros estúdios.

A paranóia e o stress não se instalaram porque, ainda assim, temos um telhado sobre as cabeças, numa zona que gostamos muito. Mas o facto de não conseguirmos algo mais baratucho e razoável é inacreditável.

Se a analogia com a procura de emprego está correta, então é bom que me prepare para palmilhar esta cidade de norte a sul, de este a oeste, ver muita coisa, não gostar de metade e de ser recusada para a outra metade. De repente lá estará a casinha que queremos, que não será ainda a "nossa casa", aquela para a qual compraremos os móveis ao nosso gosto e decoraremos com todo o carinho e tempo, mas que cumprirá o objetivo de nos poupar o mais possível, vivendo com o mínimo de conforto.





S.


Entretanto dei por mim à pesquisar casas em Richmond e , por consequência, Hounslow, a nossa morada em Londres. Não vou nem dissecar o que isto  significa.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Been there, done that

Depois de três semanas em Portugal, o regresso atribulado a Bruxelas (que implicou uma recusa de embarque, uma noite extra em solo português, coração nas mãos na segunda tentativa de embarque e uma mala que não veio) já acabou e já estou novamente instalada na capital belga e com todos os meus pertences devolvidos.

Sinceramente, os aeroportos andam pouco imaginativos no que respeita os meus regressos atribulados, já que tudo o que se passou desta vez foi quase um déjà vu de há um ano e meio. De maneiras que foi com algum enfado que passei por tudo isto outra vez. Quando o senhor da segurança, em Lisboa, se dirige a mim  e me impede de recolher a mala do raio X porque "A senhora tem aí uma latinha na sua mala..." - era de chá, what else - ainda me entusiasmei um bocadinho e pensei "Eh lá! Sou suspeita". Mas ele nem quis que eu abrisse a mala para confirmar o que era, de maneiras que aquilo acabou tudo muito rápido.

Enquanto o homem não chega tenho andado entretida a tornar a casa habitável, incluindo reabastecimento do stock alimentar, a voltar à rotina de ginásio - que não tinha chegado a tornar-se rotina - e a tratar de burocracias necessárias a uma permanência mais permanente aqui na Bélgica. 

Amanhã é o meu primeiro dia de trabalho e tornar-me-ei formalmente uma emigra. De momento, estudo o mapa de transportes de Bruxelas para descobrir o caminho mais curto para o escritório, que infelizmente é demasiado comprido para ser percorrido a pé. O ginásio cá está para a substituição.



o universo conspira para que eu ame cada vez mais aeroportos


S.  

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Por falar em emigrantes e agosto...

Acabei por vir passar parte do meu a Portugal.

Não sou pessoa saudosista - tampouco do meu país natal - mas após conseguir a segurança de emprego a partir da rentrée, agosto transformou-se realmente em férias. Com Oostende riscado da lista de possíveis destinos balneares, e com todos os outros sítios soalheiros a mais de 300 euros de distância, Portugal tornou-se o destino óbvio: sol e família, mata-se dois coelhos de uma cajadada.

Cinco meses é tempo demasiado escasso para sentir saudades de qualquer sítio daqui. Mas é bom rever a família, ter sol certo, banhar no mar algarvio, pisar areia, abraçar o meu cão. Vista daqui, Bruxelas parece um sonho longínquo; as impressões destes cinco últimos meses parecem mesmo desvanecer-se em fragmentos. Estranho, isto da memória.

Nunca estive mais de seis meses sem regressar à base. Não sei se é saudável, emigração assim. Parece que uma pessoa fica com a vida dividida, ainda que queira assentar definitivamente no país que a acolheu (como é o caso). Mas a pouca distância e a facilidade de transporte de hoje em dia torna impensável estar quatro, cinco, dez, vinte anos sem pisar solo natal. O que não decidi se é uma coisa boa ou má.

Os ingleses tem uma boa expressão para este tipo de emigração: não se chamam e/imigrantes, mas sim expats. O que é uma palavra fina que substitui a conotação negativa que às vezes está associada aos imigrantes. Expat é aquele que está temporariamente noutro país, vive e trabalha lá, mas quase por acaso, nunca por necessidade, não, isso é coisa de e/imigrante, que horror. Mas expat é uma palavra que, sendo dissecada, não quer dizer nada. Ou está mal empregue, semanticamente, no que é empregue. Expat é uma pessoa expatriada, renegada pela sua pátria, que não é de lado nenhum. Será que quem se considera expat tem a consciente noção do pesado significado da palavra?

Eu não faço ideia por onde o meu futuro vai passar. Já tive a mania que sabia, e dei-me mal com o que o destino tinha reservado para mim. Deixei de ter essa presunção. Sei, no médio-prazo, onde vou estar, mas não por quanto tempo. É facto que, com um emprego para cada um, a certeza de ficarmos na Bélgica mais definitivamente é maior, e já nos aventurámos a ter coisas impensáveis há um ou dois meses, tão simples mas tão longo-prazo como uma ligação à internet com contrato de um ano. Ainda assim, deslocações ao Ikea é coisa que não nos passa pela cabeça, e qualquer pensamento de decoração é demasiado risível e duradouro para ser levado a cabo. A casa continua temporária, e, sinceramente, não sei reconhecer o clique que dirá irrevocavelmente: "Esta será a nossa casa". Como quem diz, "para sempre". 

Abrigo o não tão secreto desejo de voltar a Inglaterra como residente, um dia, quem sabe, que eu não. Mas por enquanto estamos noutra. Relembro sempre a resposta que as pessoas do Portugueses pelo Mundo dão no fim de cada programa, quando inquiridas sobre a intenção de voltar a Portugal: "por enquanto não; er, um dia, talvez, quem sabe; mas por enquanto não tenho esse desejo nem essa intenção". É um bocado isso, é.





S.   

domingo, 10 de junho de 2012

Despedidas são cocó

Estes últimos dias deram para constatar que Bruxelas, de facto, se consegue ver só num dia. Este facto já me preocupou mais do que agora. Há que acrescentar que Bruxelas se vê apenas num dia, a pé. Esta última parte tem o seu quê de reconfortante. Traz consigo um sentimento de liberdade enorme: saber que os sítios mais interessantes da cidade estão à distância dos meus passos, e que não dependo de mais nada para os ir visitar além da minha vontade de levantar o rabo do sofá.

Noutra nota, vou descobrindo que as saudades conseguem ser sentidas de diferentes formas pelas mesmas pessoas mesmo em circunstâncias semelhantes: desta vez, em Bruxelas, sinto mais a falta dos meus pais do que sentia em Londres. Não sei bem explicar porquê. A distância de Portugal é sensivelmente a mesma, a vida também. Não sei se será da dificuldade acrescida - ainda que sentida inconsciente - de ir a Portugal, uma vez que agora tenho emprego e horários a cumprir e satisfações a dar a chefes e essas coisas chatas. Ou poderá ser do facto de que Londres era a primeira vez que mudava de casa e ía viver sozinha, ainda que acompanhada.

As despedidas para quem fica são terríveis. Ui, senhores. Aquele silêncio que se instala em casa depois de uns dias com ela cheia. Parecido com a ressaca pós-Natal, quando toda a gente se vai embora. E eu nem fiquei sozinha. Faz-me crer cada vez mais que eu seria incapaz de fazer vida de emigrante por minha só conta. Seria berreiro certo, com muito sentimento de penazinha de mim mesma. Uma vénia de enorme respeito a quem faz isto sozinho. 

Verdade que desta vez podia dar a desculpa das hormonas para ter ficado sorumbática e cheia de triste mas não vale a pena. Recuso a aproveitar a minha condição de mulher para desculpas esfarrapadas e justificações de vítima. E é sempre melhor admitir o que se sabe ser verdade: fiquei triste. E isso é saudável e humano (a minha normalidade nas despedidas e a ausência de saudades profundas anteriormente já me tinham preocupado um bocadinho).

Quase me arrastei para o jantar de amigos ontem. A minha natureza anti-social manifesta-se em todo o seu esplendor quando estou mais macambúzia, por isso foi com esforço que troquei de roupa e lá fomos (a pé, cá está!). A minha surpresa quando lá cheguei e me senti instantaneamente melhor, me diverti, sofri com Portugal e distribui palmadinhas verbais nas costas, especialmente ao D.: "Ainda temos dois jogos para jogar, nada de pânico ou desânimo". 

Em julho contamos ir uns diazinhos à terra-mãe. Mas se não formos, será muito provavelmente bom sinal.






S.  

sábado, 26 de maio de 2012

Ele há coisas... #12

O calor chegou à nossa rua. E eu, pela primeira vez, coincidência ou não, noto que uma bandeira belga ondula alegremente numa das varandas vizinhas.


Isto não seria uma observação tão peculiar se os belgas fossem dados a nacionalismos, o que não são. De todo.



S.

domingo, 18 de março de 2012

Se não fosse o Skype


O Luky acabaria por esquecer-se do som da minha voz. Havendo Skype, vou certificar-me que isso não acontece.



S.

terça-feira, 13 de março de 2012

O mundo é um lugar pequeno - e Bruxelas também

Hoje, terça-feira 13 de março de 2012, larguei o meu vício de sedentarismo entranhado há muito, abandonei o banco do autocarro e fui a pé de casa ao trabalho. É um acontecimento digno da cronologia do Facebook, note-se. Nunca na minha vida fiz commuting a pé. Nunca na minha vida vivi a 2-3 km do trabalho/escola, é certo (excetuando na Primária), mas ainda assim, caminhar 5 km por dia, para uma pessoa que foge de ginásios, desportos e tudo o que acelere a respiração no geral como da peste, é obra. Será que é para manter? Vou esperar incrédula para ver.

Entretanto, deixo-me maravilhar por uma qualidade de vida que não estava à espera. Demorar 30 min do trabalho a casa - a pé, não me canso de frisar! - fazer as compras semanais em supermercados que ficam a poucos quarteirões daqui, deslocar-me a pé para qualquer lado da cidade ou, em alternativa, pegar um dos tipos de transportes que abundam nesta cidade são tudo coisas que sempre invejei na vida de centro de cidade mas que ainda não tinha experimentado verdadeiramente.

Em Londres, apesar de ter todos os serviços e lojas necessárias a dois passos de casa, o que se pudesse considerar minimamente centro da cidade ficava a pelo menos 30 min do lar. A deslocação era algo que só não pesava mais porque feita obrigatoriamente apenas 3 vezes por semana e a horas decentes. Em Lisboa, tinha a vida de subúrbio, fácil somente nas horas de ponta quando os transportes abundam, mas carro-dependente em todas as outras.

Parece que a dimensão de Bruxelas, que ao início me fazia torcer o nariz, está afinal a revelar-se uma grande vantagem.


como gosto de me imaginar a caminhar


eu a caminhar na realidade


S.

sábado, 3 de março de 2012

Quase lá(r)

Já temos uma morada. Com direito a número de porta, nomes na campainha e na caixa de correio (nota mental para lá os colocar) e chaves.

Para minha grande surpresa, fui informada ontem que é obrigatório por lei belga uma pessoa registar-se na Comuna onde vive, sob pena de ser multada. Uma vez feito o registo, o polícia da zona vai ver se o nome que está na campainha corresponde ao que está registado, e é frequente tocarem à campainha para indagar sobre os residentes. Raio de controlo...

Agora, é tornar a casa em lar: desfazer as malas, arrumar tudo direitinho, compras de primeiro abastecimento, dispor os móveis ao nosso gosto. E devagarinho ir acrescentando uma coisinha ou outra à decoração e funcionalidade da dita cuja. O único senão é a incerteza sobre a duração da estadia, que impede  o investimento emocional e monetário que a casa merecia.

Ainda assim e até agora, estou bastante feliz com o resultado.



S.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Primeiros dias, primeiras impressões

É sempre assim: os primeiros dias nunca têm fotos a gravá-los para a posteridade. A incerteza quanto à morada,  o andar atarantado pela cidade desconhecida, a procura incessante de casa e as malas às costas implicam que apeteça tudo menos sacar da máquina e fotografar o que se vê pela primeira vez. A mentalidade do "tenho tempo" também ajuda a adiar as fotos.

A sensação de descoberta é para ser aproveitada. Afinal, só se veem as coisas pela primeira vez uma única vez. E fotos há-as no Google.

Com casa já garantida e data de mudança marcada já dá para respirar e saborear melhor a cidade que vai ser a nossa casa pelo menos nos próximos cinco meses. Tudo gira à volta desse ponto que é a nova morada: o caminho que se faz todos os dias, a paragem de metro/autocarro/tram onde se espera o transporte, o supermercado onde se faz as compras, a loja de lavar-roupa onde se irá - pela primeira vez - pôr roupa a lavar. Por isso ontem o dia foi de passear calmamente e à deriva pela zona onde iremos viver. O que se viu, gostou. É uma zona calma mas central, com muito comércio, pracetas agradáveis e até uma igreja antiga. Deparámo-nos com um mercado de rua numa dessas pracetas, e o passeio tomou proporções mais agradáveis ainda, por entre os cheiros das comidas de barraquinha (incluindo as gauffres de cá, que já vão sendo lanche regular), as cores vivas de legumes e frutas variadas, e até talhos e peixarias ambulantes.

Hoje foi o primeiro dia de trabalho. O estágio no Parlamento ganhou finalmente uma dimensão real na minha cabeça, como eu sabia que só estando lá, conhecendo colegas e supervisores, ía acontecer. Ainda estou um bocado, hmm, overwhelmed, nem que seja pelo sítio em si, mais diverso do que eu podia pensar, com mais gente, mais línguas, mais movimento  e mais labiríntico do que eu o imaginava. Os pés têm de se manter bem assentes na terra, ao deslumbre sou dada com alguma facilidade, e a UE já tem o espacinho no meu coração e imaginação que se sabe. São estas as impressões dos primeiros dias.






S.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Eu tenho dois amores (NOT): malas e mudanças

A mês e meio de mudança o tempo de ver casas chegou, chatice só superada pelo tempo de fazer as malas. Eu que gostava tanto de uma coisa e de outra acho que perdi o entusiasmo por ambas.

Fazer malas, o que antes me suscitava sempre a antecipação por algo novo, um sítio diferente, o fugir da rotina, o desconhecido, hoje encaro como um aborrecimento necessário para poder sobreviver com algum conforto noutro sítio qualquer. A verdade é que após duas experiências de empacotamento de coisas tendo em vista um meio de transporte com limite de carga, de muitas escolhas feitas sobre o que é essencial (que é sempre subjetivo - livros sobre a UE eram essenciais há um ano e meio para Londres e desta vez já não são) - tornei-me especialista a fazer caber numa mala o impossível. E a viver durante uns dias com o mínimo de coisas.

Quanto às casas, sempre gostei muito de espiolhar classificados de moradias, apartamentos e afins. O Sapo é uma maravilha para quem, como eu, não se importa de perder umas horas de tempos em tempos a ver espaços bonitos onde se vive. Mas quando comecei a nova ronda da vistoria de casas a sério, desta vez em Bruxelas, apercebi-me que estava a fazer aquilo já não por gosto mas por necessidade e obrigação. As casas não se descobrem sozinhas e de certeza que casa parece-me ser um daqueles bens essenciais para quem se muda para outro sítio qualquer. Diz que não dá para viver sem um telhado por cima da cabeça e paredes à nossa volta...

De maneiras que o ritual voltou:

- descobrir 2 ou 3 sites que parecem ser os que têm mais classificados de casas (agências risca-se já da lista);

- começar a ver casas na cidade para estimar a média do que podemos contar gastar por uma coisita mais ou menos;

- encaixar as nossas expectativas e o que estamos dispostos/o que conseguimos gastar por mês em renda no que existe no mercado;

- descobrir as zonas mais aconselháveis para viver (AKA as que corremos um risco assim para o reduzido de ser assaltados/baleados) ---------» MT IMPORTANTE;

- reunir uma mão-cheia de casas que corresponde aos critérios acima e começar a contactar senhorios e a marcar visitas.

Já foi tudo feito até ao último pontinho. Falta mesmo esse. Porque eu não posso contactar senhorios a dizer para me guardarem a casa com quase dois meses de antecedência. Mesmo as casas que só estão disponíveis a partir de março, não dá para me as guardarem sem qualquer espécie de sinal ou depósito. E eu não posso dar sinais ou depósitos sem ver a casa fisicamente, como é óbvio. Ao mesmo tempo torna-se arriscado começar os contactos com meia dúzia de dias de antecedência quando muitas das casas só estão disponíveis passado 1-2 meses. É um dilema que não tivemos há um ano e meio uma vez que o D. já lá estava instalado numa casa e não havia a pressa que vai haver quando estivermos a pagar noites extras em hóteis.

De maneiras que é chato. Acho que é mesmo a parte mais chata da mudança. E provavelmente a mais importante. O meu espírito controlador e organizador vai ter de hibernar um bocado até ao final de fevereiro quando se poderá realmente organizar visitas aos apartamentos e já lá estivermos fisicamente na cidade. Até lá é ir fazendo as malas para distrair.






S.