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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Cat-lady level: professional

É, é verdade, cheguei ao topo da carreira de cat lady: pagam-me para dar festas a bichanos.

Uma semana e três clientes depois, já posso apontar no meu currículo que sou cat-sitter. Todas as características do trabalho me parecem, neste momento e ainda, de sonho. A saber:

- interajo com gatos diferentes, dou-lhes festinhas, miminhos e brinco com eles (aos que se dignam a ter interesse);

- interajo com pessoas novas porque tenho de as encontrar para me darem a chave de casa e devolver no final, e enviar-lhes atualizações diárias e fotos sobre a situação dos seus bichanos;

- passo a meia-hora com os gatos na altura do dia que me der mais jeito;

- corro Londres de bicicleta e conheço novos caminhos e ligações entre zonas ("olha, esta estrada vai dar aqui!", "ah, afinal isto é perto", "aaaah, já sei onde estou" foram algumas das coisas que saíram da minha boca frequentemente nos últimos dias);

- conheço o interior de casas pela cidade e dou olhadelas pelas estantes de livros (as duas clientes são fãs acérrimas de Harry Potter - boas pessoas portanto).


E pagam-me para isto, o que - seja eu sincera - foi o que me levou a embarcar nisto.

Na reta final do doutoramento, escrevendo os últimos capítulos da minha tese durante as horas de trabalho, isto é precisamente o que preciso: ir ter com gatos ao fim do dia e enchê-los de festas e elogios parvo-fofinhos. Até limpar cocós das areias me de-stressa.




S.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A caminho de uma carreira como cat lady

Estava aqui a folhear as Páginas Amarelas sheffieldianas e não sabia que esta cidade tinha tantas 'catteries'. Nunca sequer tinha visto a palavra 'cattery' escrita, nem sabia que isso existia. Existem aqueles hotéis para animais, sim senhora, mas assim só para gatos desconhecia que fosse uma coisa que existisse. E tantos. O pessoal aqui deve ter mesmo muitos gatos. É a coisa que mais saudades tenho de ter. Poder dar festas a um gato, dar-lhe colo, ouvir 'miaau', apertá-lo com força até ele se zangar e me dar uma sapatada com garras de fora. Era a primeira coisa que fazia se não estivesse expressamente proibido no contrato de arrendamento: arranjar um gato.
 
Depois de ver tanta cattery nas PA pensei que fixe, fixe, era haver um gatil qualquer onde aceitassem voluntários, assim sempre saía um bocadinho mais de casa e aproveitava para matar as saudades de festas a gatos. E até há um gatil para gatos abandonados, sim senhora, e até aceitam voluntários, mas depois pensei melhor e ser voluntária num gatil deve ser um dos trabalhos mais ingratos do mundo. Deve ser horrível estar a limpar cocó de gato naquelas caixas de areia e ter gatos a passar por nós com aquele olhar mais sobranceiro que existe e que só os gatos conseguem lançar, sabem? como quando lhes tentamos captar a atenção e eles semi-cerram os olhos devagarinho e viram a cabeça para o lado. Os gatos são o animal mais ingrato do mundo. Ao menos num canil há a recompensa imediata da alegria canina pela atenção humana.
 
Por falar em sobranceria felina, no outro dia fui ao café dos gatos em Londres, o Lady Dinah's Cat Emporium, e não dá para acreditar no desprezo que se leva. Aquilo em teoria é o sonho dos meus sonhos: chá, scones, Londres, gatos, preenche todos os requisitos, mas depois na realidade é só triste. Triste porque se paga 6 libras só de entrada, tem que se reservar com antecedência, há limite de tempo para lá estar (90 minutos) e os gatos não estão nem aí. Enquanto esperávamos por uma amiga observei durante uns bons minutos pela montra o ambiente do café e comecei logo a suspeitar que aquilo ia ser um falhanço porque havia vários gatos mas estavam todos a dormir, bem longe do alcance dos groupies humanos. Acho que nós ainda tivemos um bocado de sorte porque durante a nossa hora e meia dois gatos acordaram e estiveram a desfilar pela sala - como também só os gatos sabem desfilar - e lá se aproximaram um bocadinho de nós. De resto foi dar festas nos gatos que dormiam pelas mil e uma plataformas, cestos e recantos que por lá havia, - e que nem um olho se dignavam a abrir - e é se queres aproveitar um bocadinho da experiência gatil. E ainda por cima nem nos deixam pegar nos bichanos ao colo, o que, suspeito, deve ter tanto que ver com o bem-estar dos animais como com as preocupações paranóicas do health and safety (mandaram-nos lavar as mãos antes de entrar - sim, é este o nível de universo paralelo daquele café em particular e desta terra em geral).
 
Acho que vou ter que pôr as minhas fascinações felinas em suspenso por uns tempos, assim não há condições.

 
'Sou um gato e estou-me a cagar que tenhas dado 6 libras para me ver. Aliás, devias era ter dado 10.'




S.  

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ele ouve-se coisas... (ou "não vás estudar francês que não é preciso!")

Quando regressava do trabalho, oiço uma voz de menina muito entusiasmada que gritava "Le CHÁ! Le CHÁ! Le CHÁ!" enquanto apontava para um muro. Assim que ouvi a palavra virei-me (gosto mesmo muito de chá) e pensei "Chá? Aonde?"

Era um gato.







S.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

As coisas que uma pessoa encontra por aí.


Olhem-me para o bicho todo repimpado a levar festas dos transeuntes. O que passou pela cabeça deste pelicano para se ir empoleirar no banco? 

Tenho para mim que este bicho, tal como os esquilos e gatos em geral, sabem que são fofinhos. E aproveitam-se do facto. No caso dos esquilos é para roubar bolachas e afins, no caso dos gatos é para escaparem a toda e qualquer porcaria que fazem que não seria tolerável em mais nenhum animal. 



No caso deste pelicano parece ser apenas porque lhe apetece carinho e atenção. E portanto subiu para cima de um banco, porque só assim fica ao nível do campo de visão humano. 

Já os pombos, como têm noção de que não nasceram agraceados com qualidades enternecedoras utilizam a táctica da insistência. Quantas vezes dei por mim de mão estendida com uma bolacha a implorar que um esquilo a viesse buscar e só me apareciam era pombos. "Sai DAQUI, tu não és fofinho!"

Ganham pontos pela persistência.



S.