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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Brace yourselves, summer is coming

Por falar na zona parva climatérica que torna operações militares em fracassos: quando uma pessoa recebe um e-mail do seu fornecedor de internet-tv que começa desta forma:
 
"Caro/a cliente,
 
O verão está a chegar e com ele o seu lote de tempestades. Sabia que os seus aparelhos eletrónicos podem ser danificados devido a uma tempestade?"
 
não haverá muito mais a dizer. Que eles achem que a primeira frase faça sentido - pior, que ela faça mesmo sentido - diz tudo.
 




S.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O mundo ao contrário

Deixar só registado, para daqui a uns meses não pensar que isto foi um sonho:

- deixei uma Bruxelas quente e soalheira, a rondar os 28 graus, e fui acolhida pela terra natal afundada em nevoeiro e cacimba.

(há três semanas deixei uma Lisboa de 36º e fui-me enfiar numa Bruxelas de 12º. Mas assim fico mais descansada e com a confiança que às vezes também faz mais calor na minha cidade de acolhimento que tem um problema sério de botões de clima avariados, do que no meu lugar de origem).





S.

sexta-feira, 22 de março de 2013

So far, so good


Clima soalheiro do bom:



Check.

Comida mediterrânica barata e de chorar por mais:


Check.

Caramba, tinha-me esquecido - outra vez - do que é uma cidade como deve ser. E de que há mesmo uma diferença entre o pessoal do Norte e o pessoal do Sul. Gente bem mais afável e extremamente mais relaxada. 



S.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Primavera, qual primavera?

Então, S., como foi o teu primeiro dia de primavera? 

Cheio de florzinhas e solinho e temperaturas agradáveis?

...

Hahahahahahaha. Não.

Tive a minha primeira descolagem de avião debaixo de queda de neve, enquanto tentava perceber se a lei do escorreganço se aplicava aos pneus dos aviões também (não tinha o meu pai ali ao lado para me descansar). Há uma semana houve tempestade de neve por aqui.

Recuso-me a juntar à festa de boas-vindas de uma estação que ainda nem se avista no horizonte aqui pelos nortes europeus.






S. 

domingo, 10 de março de 2013

The gods have gone mad - again

Oh valha-me deus. Isto é inédito, até para os padrões marados do clima bruxelense.



Estamos em meados de março, porra! Chega de sinais de menos atrás dos números!

De recordar que nem há uma semana tivemos temperaturas de 17º. Estamos perante uma amplitude térmica de quase 30 graus, portanto.

Isto já não é bipolaridade; é esquizofrenia temporal.



S.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Filigranes

Ora então, perguntam vocês, o que vai esta feminista fazer no Dia Internacional da Mulher? Nada, respondo eu.

Não é nenhuma ação deliberada, contestatária ou o que quer que seja; simplesmente vou estar a trabalhar (o meu horário laboral entretanto alargou) e não descobri nada para fazer na noite de amanhã. Mas fico muito feliz por ver um grande conjunto de ações de formação e informação sobre igualdade de género, desigualdades salariais, conciliação trabalho-família, violência contra as mulheres, prostituição, inclusão dos homens nisto do feminismo, mulheres nos media, um pouco por toda a parte. Coisas boas vão acontecer em Lisboa, a maior parte pela mão da UMAR, e vi uma conferência interessante que vai decorrer no ISCTE.

A UE, particularmente o Parlamento Europeu, andam numa roda viva de iniciativas para comemorar o dia e para que não nos esqueçamos que ainda só vamos a meio caminho. Hoje foi a grande conferência sobre a igualdade, que já aqui tinha falado, e ainda fui a tempo de participar no chat online em que o presidente da comissão dos direitos das mulheres do PE participou durante uma horita esta tarde.


---


Bruxelas este dois dias com temperaturas a bater os 17-18 graus. Eu andei numa espécie de transe sempre que saía à rua, e por não sentir frio. Sabia que iam estar temperaturas de dois dígitos mas não fazia ideia que era assim. Ia-me dando um piripaque quando vi equivocamente o número 17º num mostrador de farmácia, e só não tirei foto para futura referência porque estava montada na bicicleta (ia caindo com o susto). Maravilha de ar, aquela temperatura perfeita, quando não se sente nem frio nem calor, quando não sopra nenhum vento e o céu está azul. Oh, paraíso! Paraíso que entretanto já está a ir embora e a dar lugar a -5º já na segunda-feira. Apetece-me chorar mas recuso-me.

Com esta maravilha de tempo decidi ir ontem visitar uma coisa que me estava encravada já há quase um ano, desde que tomei conhecimento dela: a maior livraria de Bruxelas, a Filigranes. Fui a pé a rue de la Loi abaixo, sem luvas nem gorro, e lá cheguei à dita cuja, onde uma amiga me esperava.

Tem mesmo muitos livros, é o que me ocorre dizer. Muito maior que a parte de livraria da Fnac e muito mais compacta; uma pessoa mal ciranda pelo meio dos corredores de tanto livro por todo o lado. Mas assim é que é: sente-se que os livros estão mesmo ali à mão, não há barreiras invisíveis entre nós e eles, é só esticar a mão e agarra-se num, mexe-se, folheia-se, pousa-se ou não. Livrarias muito arrumadinhas são um ultraje à literatura; uma livraria quer-se é caótica, a abarrotar, com conhecimento que não cabe nas costuras.

                                          

Dá a sensação na Filigranes de que nem há espaço para pôr tanto livro, e portanto há que improvisar mostradores no meio dos corredores, prateleiras por debaixo do balcão de pagamento, puros labirintos de escrita por aqueles corredores fora. 

Gostei do facto de haver um mini-café no centro da livraria, com mesas onde as pessoas se encontram para falar, beber um café ou simplesmente ler umas páginas daquele livro que é mesmo viciante. A Fnac, eu sei, tem isto, mas é a modos que numa parte separada, parece não haver ligação entre uma coisa e outra.




Fiquei mesmo muito contente quando a minha amiga me disse que a livraria está aberta ao domingo porque coisas abertas ao domingo são a raridade das raridades e esta cidade a modos que hiberna todo o Santo Dia. Ganhei possibilidade de novo programa de fim-de-semana: ficar a olhar horas e horas as lombadas de livros, especialmente um expositor particular que tinha centenas de livrinhos de bolso sobre todo o qualquer tema possível. Adoro estas coleções que têm a ambição dantesca de produzir pequenas introduções ao conhecimento humano; é uma promessa enorme ler-se os títulos tão distintos como "A História das Mães e da Maternidade no Ocidente" (estive com este livro na mão para o trazer, mas contive-me), "Direito Canónico", "A Literatura Japonesa", "História das Relações Internacionais desde 1945", ou a "Metapsicologia".

Ao que parece, a Filigranes costuma ter nas prateleiras à entrada livros alusivos a um certo dia que se aproxima ou a alguma comemoração especial. Por estarmos pertinho do Dia da Mulher tinha alguns títulos sobre o tema, um deles sobre a organização Femen, que já aqui falei. Mas foi quando vi este título que até se me arrepanhou a espinha:




Epá... Não. Não vão por aí, a sério. Porque não é verdade, nem é desejável, é puramente sensacionalista. É um bocadinho como aquela música profundamente feminista da Beyoncé, "We Run the World (Girls)"; não runam nada, não vale a pena fingir que sim. É por isso mesmo que se luta; se já runassem não tínhamos estatísticas vergonhosas como estas:



Enfim, eu sei que a controvérsia e o sensacionalismo é que vendem, e aquele livro até pode ter pouco que ver com o título e ser uma tese de investigação muito interessante (ainda assim duvido), mas eu prefiro que uma capa me apele à inteligência, não à emoção.

Hei-de lá voltar porque a horita e pouco lá passada a seguir ao trabalho soube a pouco. E eu não provei a tarte de framboesa.



S.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Olha o número quentinho!

Apetece-me chorar de alegria:



As temperaturas de dois dígitos vão voltar.




Oh, as oportunidades que se abrem...!



S.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Sei o que fizeste o 26 de fevereiro passado

Andei o mês todo a pensar nisto e até fui ver o e-mail da reserva do avião para descobrir o dia certo em que tínhamos chegado a Bruxelas.

Reparei hoje que faz um ano que nos mudámos para Bruxelas. 

É a primeira vez, desde que começámos a morar juntos, que paramos um ano no mesmo sítio. E eu que estava tão convencida que seria Londres a quebrar a marca... 

Não temos intenções de sair daqui tão cedo mas muito menos de ficar aqui muitos anos. Vai-se deixando andar, num misto de ir-se com a corrente do dia-a-dia e ter-se umas imagens esboçadas sobre onde se quer estar no futuro próximo.

Agora, com o ciclo anual fechado, e à medida que os próximos meses se desenrolam, começam as comparações inevitáveis - especialmente com o tempo que faz e o que fez o ano passado. E com o que se estava a fazer há um ano, e onde fomos passear, e com quem estávamos e o que sabíamos, e o francês que falávamos e percebíamos. 

Esta cidade de vez em quando frustra-me, dá-me algumas dores de cabeça, mas também foi ela que me deu o meu primeiro emprego a sério, a possibilidade de me deslocar a pé para o trabalho e a facilidade em lhe escapar quase todos os meses devido à sua centralidade. Por isso as minhas queixas são relativas.






S.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Descubra as diferenças


Fotos do Parc Cinquantenaire, tiradas com apenas um mês de intervalo, à mesma hora da matina:


   




Continua frio, é verdade. Mas o frio é muito relativo, e 1 ou 2 graus, após terem estado -8º, até parece aceitável. E temos sido brindados com este céu limpo e sol maravilhosos, de maneira que uma pessoa anda é feliz com toda a luminosidade extra e esquece-se de ter frio. No outro dia até saí de casa sem luvas! E os dias estão a crescer a um ritmo alucinante, a caminho da luz às 11 da noite que se espera lá para junho. 

Assim dá gosto levantar de manhã.



S.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Passatempo favorito: Brussels-bashing

Após acordar estremunhada, olhar pela janela e ver inesperadamente os passeios cobertos de neve, apeteceu-me mandar as bicicletas e as caminhadas à merd@ e dirigi-me ao tram que me levaria ao metro que me levaria ao outro metro que me levaria ao trabalho. Estou sem paciência para ter frio nos olhos e pés congelados.

Mas o metro bruxelense acha por bem ter a regularidade de  dez-em-dez-minutos em plena hora de ponta e portanto foi a resmungar entredentes que esperei por ele na estação apinhada. Os dez minutos passados e a luta para entrar na carruagem que é customeira. Nunca ninguém ensinou os bruxelenses que primeiro se deixa as pessoas sair dos comboios e só depois se entra, assim como nunca ninguém os ensinou que numa escada rolante, quem está parado encosta-se à direita. Oh, ordem londrina.

Na estação o metro esvai-se em pessoas, uma corrente de indivíduos que não acaba e o motorista sente que já está ali há tempo demais e portanto toca a fechar as portas no meio da corrente humana. O sistema mecânico destes metros de há cinquenta anos atrás dita que estes não tenham sistema de deteção de coisas entre as portas e é preciso muitos pares de mãos a segurar as portas para que ninguém fique entalado. Desisto de entrar no comboio do demo e fito as portas de olhos arregalados, incrédula com a estupidez que se acabou de passar ali.

As portas acabam por se fechar, menos uma. Após várias tentativas, vejo o motorista a sair da sala das máquinas, a mandar dois pontapés na porta e a regressar com ar de enfado ao seu posto. O comboio arranca pouco depois.

Após mais dez minutos de espera na estação onde faço o transbordo, a mais nojenta e incrivelmente desfeita do metropolitano bruxelense, de certo, só rivalizando com a de Schuman que tem a desculpa de estar em obras (há dois anos). Na dita cuja, subo os seis ou sete lanços de degraus de pedra por polir/acabar, maldizendo Bruxelas por não ter consideração nenhuma por pessoas idosas, deficientes ou simplesmente que ali apanham o autocarro direto para o aeroporto, e portanto têm que alombar com 20 kg às costas e é se querem. Saio para a rua e está a cair aquela chuva miudinha que não é chuva nem é neve, está frio, e eu estou quinze minutos atrasada. Tivesse caminhado, chegava a tempo, tivesse pedalado, teria chegado 10-15 minutos antes.

No dia em que tiver que abandonar esta cidade, não vou sentir um pingo de tristeza.






S.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Branco sujo

Oh Deus, está a nevar outra vez.



Por muito que me custe admitir (porque ando há dois anos a venerar neve), estava a gostar de ter sete graus de máxima...



S.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Tempo belga: 2 D.S.: 0

Meu querido chapéu azul das doze estrelas amarelas:

Vivemos um ano muito feliz, eu e tu. Acompanhaste-me sempre na mala, todos os dias, a fornecer-me a força e confiança necessária para caminhar debaixo de chuva interminável. Foste-me oferecido com muito carinho e no auge da minha paixão por todas as coisas união-europeanas. Ao início até andava cheia de tristeza por o inverno lisboeta de 2011-2012 ter sido tão seco e nunca me dar oportunidade de te usar. Por isso foi com muita alegria que vim viver para o paraíso do aguaceiro. 

A tua flexibilidade sempre me maravilhou. Cabías na minha mala mais pequena mas não eras como os outros chapéus desdobráveis; não senhora. Eras resistente, abanavas muito essas varetas mas nunca nenhuma se partia e, entretanto, eu também aprendi a jogar ao chapéu-de-chuva-e-vento.  Afastaste água, neve e granizo, incluindo aquele temporal de pedras de gelo que nunca mais vou esquecer e que até deu ao céu uma cor meio roxa, muito assustador. Nunca mais fechaste muito bem, mas isso estou em crer que se devia à tua felicidade em me proteger da chuva, mais do que ao teu historial de lutas contra a ventania bruxelense e contra a precipitação do demo. Foste um fiel companheiro nas viagens deste ano louco, e mais do que uma vez voltei atrás para te salvar de um esquecimento que quase era completo.

Mas ontem a ventania foi forte demais. Nem o melhor do chapéus rijos aguentaria aquilo, e tu eras melhor que muitos desses. Eras o melhor dos chapéus. Sei que parei no meio do passeio  porque o vento nos impediu de progredir e agarrei-me com força a ti, na esperança que fosses também o mais bravo dos chapéus e te aguentasses, mas depressa descobri que era em vão. Saltou-te uma vareta, saltou-te duas, e eu pensei "Olha, já foi", enquanto continuava de pé fincado e a fazer força para não ser arrastada para o meio da estrada. Ainda te tentei abrir, como se nada fosse, mas tinhas a asa partida. Tentei concertar-te, mas estava para lá de arranjo. Despedi-me de ti.

Foste um bom chapéu. Só quero que o teu sucessor tenha metade da tua força e aguente metade do que tu aguentaste. Conseguindo-o, já será um grande chapéu.

Um adeus do fundo do meu coração partido,

S. 






P.S. - Isto foi para eu não me armar em esperta a gozar com a queda do Napoleão. Ninguém goza com o tempo belga e sai impune.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O Napoleão é um ovo podre

O Napoleão não fez o trabalho de casa. Ainda não li Os Miseráveis até ao fim, mas sei que esta será a conclusão mais importante que deles vou poder tirar.

Estava eu muito bem a ler o livro quando o Vítor Hugo decide começar a contar a história da batalha de Waterloo. Fiquei muito contente: Waterloo é mais um daqueles grandes virar de página da História Europeia e portanto um marco da identidade partilhada do velho continente. Além disso, fica a uns 40 km aqui de Bruxelas e diz que todos os junhos, no dia da batalha, lá fazem uma recriação histórica muito bonita e cheia de figurantes e tal. Já não me lembro por que é que não fomos lá o ano passado, mas havemos de ir este ano. Em princípio.

De qualquer forma, dizia eu que o Vítor Hugo começou a contar a batalha de Waterloo. Como é que foi, como é que não foi, de onde é que veio um batalhão, por onde é que entrou a infantaria e a cavalaria e não sei quê. Às tantas, diz ele:

"If it had not rained in the night between the 17th and the 18th of June, 1815, the fate of Europe would have been different." 

Arrebitei logo o ouvido (não obstante o facto de estar a ler. Mas adiante):

"A few drops of water, more or less, decided the downfall of Napoleon."

Olha que curioso, ironias do destino, hein, como os acasos deitam abaixo super-homens como o Napoleão...

"All that Providence required in order to make Waterloo the end of Austerlitz was a little more rain, and a cloud traversing the sky out of season sufficed to make a world crumble."

Foi quando eu li este "a cloud traversing the sky out of season" que se fez luz e eu desatei às gargalhadas. Porque, a sério, isto é tão caracteristicamente belga e tão igualzinho ao que eu penei o ano passado que só pude comiserar. Ora então, o grande Generalíssimo, super-mestre-génio-militar senhor Napoleão é derrotado por uma chuvada fora de época. Na Bélgica. 

Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!

O senhor Napoleão devia saber que na Bélgica não há chuvadas fora de época. Qualquer altura do ano é boa para cair chuva - e não interessa que nos quinze dias anteriores tenha estado um calor de morrer (o que também é muito difícil). Não interessa que tenha estado um sol magnifíco MEIA-HORA antes do acontecimento: há sempre, a toda a hora, em todos os dias de todo o ano, a forte probabilidade de desatar a chover. Exceto em janeiro, que por causa do frio é mais provável que neve.

Eu sei que ele deve ter escolhido muito bem o dia e o mês para reduzir fortemente as probabilidades da água a cair do céu, embalado lá pela noção da terra dele de que as estações fazem sentido e que o tempo se comporta normalzinho e que no verão não chove. Errou foi no território, pronto. 

Diz que depois aquilo era só lama e a artilharia não conseguia avançar e que depois havia um vale que, por causa da chuva, estava meio inundado e os soldados não repararem que, bom, era um vale, e caiu tudo por ali abaixo. 

Ora então, parece que o tempo bipolar belga livrou a Europa de ser dominada por um déspota. (O Vítor Hugo discorda; diz que quem ganhou Waterloo foi a contra-revolução, as monarquias, o conservadorismo, e quem perdeu foi a Revolução Francesa e a Liberdade. Mas que raio de liberdade é que pode haver com ditadores que se auto-intitulam "Emperator", pergunto eu. E o Vítor Hugo também diz que o Napoleão só perdeu a guerra porque Deus não queria rivais, e o Universo estava a ficar demasiado desequilibrado, de tão divino e maravilhoso que o Napoleão era, e não por mérito do Wellington, que era só razoavelzinho. Por isso o seu juízo é claramente enviesado).

Espero que no dia 18 de junho em que eu vá a Waterloo, seja de que ano for, esteja a chover, que é para a experiência ser completa e extremamente hilariante. Só assim a recriação histórica estará completa.


 

S.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A marcha dos pinguins

Pronto. Já nevou, já há neve no chão há cerca de uma semana, já visitei um lago congelado, já brincámos com a neve, já percorri uns 3 km sempre com neve fofa debaixo dos pés, já vi xixi congelado, já atirei bolas de neve (e já levei com outras tantas), já vi o Cinquantenaire branco como nunca imaginei, já vi pessoas a limpar a neve dos passeios com pás, já senti o sal grosso a crocar debaixo dos pés. Já me sinto realizada e a sentir plenamente que vale a pena viver num país onde no inverno por vezes as máximas não chegam ao 0.

Só que... Não ando de bicicleta há mais de uma semana. Demoro mais 10-15 minutos a chegar ao trabalho (tempo equivalente a menos na cama). O meu calçado é invariavelmente o mesmo todos os dias e não é especialmente quente; mas ou é o calor ou é o conseguir caminhar a direito, não se pode ter tudo. E nunca pensei eu que uns botins que comprei num capricho de tartã se fossem tornar imprescindíveis. As estradas e as passadeiras estão cobertas de uma nhanha castanha que é o cruzamento entre lama e neve, que só não aborrece mais, lá está, graças ao meu mal-amado botim. 

Mas ainda com a bota apropriada, uma pessoa tem que aprender todo um novo estilo de caminhar: o de não arrastar os pés. Eu sei que isto assim soa mal; não é que eu arraste os pés normalmente a andar. É simplesmente a maneira habitual que os seres humanos andam, encostam o pé ao chão e para se locomoverem dão um leve empurrão no chão que ficou para trás. Só reparei neste sublime gesto quando ele de repente começou a trazer-me problemas. Porque ao empurrar o chão, er... escapava-se-me o pé. Porque a neve, como é óbvio, não dá a luta que o chão dá; se se dá este empurrãozinho, ela cede e lá vai o pé atrás. Apercebi-me disto tudo quando, muito sabiamente, decidi ontem levar as botas quentes em vez das de tração de quatro rodas, e fui o caminho todo até ao trabalho às escorregadelas e a dar passinhos de bebé, em marcha, porque qualquer movimento locomotor normal me deixava a fazer a espargata no meio da rua. E, atenção, não sou a única. Hoje, do alto dos meus botins super aderentes e nada escorregadios, comecei a reparar com atenção nas pessoas que seguiam à minha frente e foi uma desgraça; era só escorreganços camuflados, especialmente os homens de sapato engraxado e sem rasto nenhum.

Amanhã vou voltar à bicicleta. Não tem nevado, as estradas estão praticamente desimpedidas e a neve acumula-se apenas junto aos passeios, de maneiras que já é relativamente seguro. E com máximas a continuar abaixo dos zero até onde a meteorologia consegue prever não dá para esperar; se não é amanhã bem que posso continuar mariquinhas até ao fim do inverno.





S.

domingo, 13 de janeiro de 2013

C'est la neige!

Várias coisas conspiram, até agora, para que eu ache o facto de esta semana a temperatura máxima ser de -1º de uma comicidade extraordinária:

- os gritos e risos de pessoas lá fora a brincar com a neve;

- o quarto de hora que ainda há uns minutos o carro estacionado demorou até conseguir arrancar;

- aparentemente aqui só poder estar céu limpo e sol quando estão -4º;

- ainda não ter que ter pegado na bicicleta e pedalar sob temperaturas negativas permanentes (gulp) e portanto estar aqui em casa, de roupa fininha, a aplaudir todos os pontos acima.

Hoje já saí à rua, atenção. E para ir ao ginásio (nunca na minha vida pensei vir a ser capaz de fazer isto - e não me custar). Fui em modo boneco de neve, sem um centímetro de pele destapado e sem conseguir encostar os braços ao corpo, tipo culturista, por todas as camadas de roupa que levava. Lembrei-me do que descobri há dois anos, sobre ter frio nos olhos, o que só acontece quando o termómetro desce abaixo dos zero graus. 

Não será amanhã nem terça que experimentarei o pedalanço a menos de zero, uma vez que estarei a trabalhar por outras bandas, mas o frio cá me espera na quarta-feira e passarei por cá para relatar a experiência. Veremos se é para repetir...






S.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Ele há coisas... #25

É um facto. Portugal tem o céu mais azul da Europa.


A primeira coisa que noto sempre que regresso é esta luz e claridade intensas, que nem no verão a Europa do norte consegue igualar. 



E estes dias têm sido particularmente simpáticos para dois portugueses emigrantes cheios de carência de vitamina D. Ou apenas carência afetiva solar.






S.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A precipitação indecisa

Ontem, quando vi na meteorologia que davam sol/nuvens/chuva/chuviscos/granizo/neve, revirei os olhos e pensei: "Típico. Assim também eu sou meteorologista. Não sabem, não metam nada, agora meter os fenómenos climatéricos todos é ridículo."

Guess what...

No meu caminho para casa apanhei chuva, está certo, mas também granizo e neve com força. Sendo que às vezes caíam os três ao mesmo tempo... Mas mais em ciclo (às vezes não percebia se estava a chover ou a cair neve).

Está um tempo indeciso, portanto. Se bem que a máxima de -5 graus que o fim de semana trará cheira-me que vai esclarecer o tipo de precipitação que aí vem...




Espero que nos -5º ela já acumule no chão...



S.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Eu gosto de brincar às alterações climáticas



Risk of snow??

Wtf, Bruxelas, ainda ontem estavam 20 graus!... E na terça-feira, 25...

Bolas, cidade mais bipolar nunca vi.



S.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012