Deito-me sobre o chão do meu quarto. O tapete às riscas é a minha única perspectiva.Sucumbo ao cansaço dos dias vazios. Hoje, não luto contra o desânimo. Estou esgotada e, simplesmente, não me obrigo a ter esperança. Dói-me o pulso direito, não pelo cansaço de escrever, mas pela inércia desencadeada pela desinspiração. Os vizinhos do andar de baixo são tão barulhentos. Gritam, impacientes, com...
Os seus fundos olhos mansos encaram-me, desconfiados. São desse castanho-escuro que veste estas cepas que tantas energias nos sugam. Lança-me um ar de enfado, mas compadece-se com as gotas de suor que me lavram a testa. Ele conhece o ângulo mais remoto do gesto que vou fazer. Eu finjo, descaradamente, que não vejo a fraqueza das suas pernas arqueadas, fruto do cansaço de...