As minhas mãos, magras e engelhadas, repousam separadas no meu regaço. Os meus olhos, claros e cansados, fitam, com desdém, o velho que não pára de sobrepor o seu lamento ao murmúrio da sala quase cheia. Os meus ouvidos captam, em esforço e sem controlo, esse gemido arrastado de um "aiiiii" cavernoso e completamente assíncrono de qualquer dor real. Procuro manter a respiração...
Acordei repentinamente Com a urgência de te escrever. Senti os minutos a pesarem como horas E o peso da chuva a ameaçar a manhã. Vesti-me apressadamente Enquanto pensava nas palavras Não as certas, mas as certeiras [As mesmas que tanto desejei emudecer]. Quando sai de casa, Elas estavam quase prontas. Roídas de inveja pela subtileza Com que as pontuei. O dia consumiu-me as...