Mostrando postagens com marcador 1929. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 1929. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de outubro de 2023

Box: King Oliver & His Orchestra – 1929-1930 (2xCD-Compilation)

Artista: King Oliver

Álbum: His Orchestra – 1929-1930 (2CDBox)

Lançamento: 2008

Selo: JSP Records

Gênero: New Orleans Jazz

Joe “King” Oliver mudou-se de Nova Orleans para Chicago e mudou o mundo! Ele trouxe o jazz em brasa para o norte. Ele era o atual campeão das casas noturnas e um artista que mais vendeu. Antes que você perceba, ele estava tão ocupado que decidiu mandar chamar seu protegido, que tinha apenas vinte e poucos anos, em Nova Orleans. O nome daquele jovem: Louis Armstrong. Ao fechar o contrato de Oliver em 1928 com a gravadora Victor, King pediu um adiantamento inédito de US$ 1.000. Ele percebeu. Agora você pode ter aquelas mesmas gravações que ele fez para Victor entre 1929 e 1930.  A maioria dos colecionadores de jazz está familiarizada com as gravações de 1923 da King Oliver's Creole Jazz Band, que, entre outras coisas, apresentou Louis Armstrong a um público mais amplo. Seus duetos com Oliver e o trabalho de Johnny e Baby Dodds e do resto da banda são lendários. Depois que Armstrong e os irmãos Dodds saíram para fazer as gravações do Hot Five e do Hot Seven, Oliver continuou a gravar até o final dos anos vinte. Este é o material que foi coletado aqui, remasterizado com sensibilidade por John RT Davis, que fez as melhores remasterizações geralmente reconhecidas dos grupos de Armstrong e dos Red Hot Peppers de Jelly Roll Morton. São gravações essenciais, não tão fortes como as da Creole Jazz Band mas sempre interessantes. Os colecionadores devem estar cientes, entretanto, que a JSP lançou este mesmo álbum há alguns anos com uma capa diferente.

_________________________________

Sax. Alto - Bobby Holmes, Glyn Pacque, Hilton Jefferson

Banjo - Arthur Taylor 

Baixo - Clinton Walker 

Clarinete - Bobby Holmes 

Bateria - Edmund Jones, Fred Moore 

Guitarra - Jean Stultz 

Harmônica - Roy Smeck 

Líder - Carroll Dickerson 

Piano - Don Frye, Eric Franker, Henry Duncan, James P. Johnson

Sax. Soprano – Bobby Holmes

Steel Guitarra - Roy Smeck 

Sax. Tenor - Charles Frazier, Walter Wheeler

Trombone - James Archey 

Trumpete - Bubber Miley, Dave Nelson, Henry Allen, King Oliver

Violino - Carroll Dickerson

Vocais - Dave Nelson, Frank Marvin 


Boa audição - Namastê

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Chet Baker: um anjo que desceu ao inferno

Chet Baker (1929 - 1988), figura mitológica do jazz, em grande parte por fatores extramusicais, o que não significa que sua música não seja extraordinária. Chesney Henry Baker Jr. nasceu em Oklahoma e foi criado em Los Angeles. De seu pai, guitarrista amador de bandas de country, além de herdar o nome herdou também o amor pela música; foi ele quem lhe deu um trompete quando fez treze anos, para que pudesse entrar para a banda do colégio. No entanto, Chet não gostava de estudar música. Aos dezessete anos saiu da escola e entrou para o exército. Transferido para Berlim tocou na banda militar e nesse período, na Europa, ouviu jazz pela primeira vez transmitido pela rádio do exército. Ao sair do exército vagou por Los Angeles ouvindo Miles Davis, Fats Navarro e participando de 'jam sessions' durante a noite. Estava se apresentando em Los Angeles quando ficou sabendo que Charlie Parker estava à procura de um trompetista para acompanhá-lo em sua turnê. A sessão de audição de Charlie Parker para a escolha de um candidato terminou quando ele ouviu o trompete de Chet Baker, então com 22 anos. Baker tinha grande afeição por Charlie Parker, por sua gentileza, honestidade e pela maneira como protegia os músicos da banda, tentando mantê-los longe da heroína que tanto lhe corroia. Em 1952, quando Gerry Mulligan começou a formar seu famoso quarteto sem piano, escolheu Baker, com quem já havia tocado em 'jam sessions'. A formação foi um sucesso incrível e durou cerca de um ano, até Mulligan ser preso por posse de heroína. Com a saída de Mulligan, Baker convidou o pianista Russ Freeman para substituí-lo. Após discussões envolvendo dinheiro o quarteto se desfez e Baker seguiu para a Europa. A turnê ia bem até a morte por overdose do pianista de 24 anos, Dick Twardzik. Sozinho, Baker permaneceu na Europa tocando com vários músicos. De volta aos EUA, começou a consumir heroína e foi preso. Resolveu voltar para a Europa onde viveu por quatro anos na Itália, foi preso, casou e teve um filho. Em 1964 voltou novamente aos EUA, agora dominados pelo rock dos Beatles. Restando pouco espaço para o jazz gravou discos comerciais de baixíssimo valor artístico. Época em que perdeu vários dentes em uma briga por heroína o que o levou a abandonar o instrumento de 1970 a 1973. Em viagem pelo Colorado ouviu Dizzy Gillespie tocar em um clube. Foi o início do seu retorno quando Gillespie ficou sabendo do seu esforço para voltar à cena musical e lhe arrumou uma temporada em New York. Chet Baker foi o músico cool por excelência, sendo um dos pais deste estilo, não apenas musicalmente, mas também na atitude de calculada indolência, que se tornou famosa. Um jeito que escondia a dura realidade: a devastadora dependência de drogas que fez com que durante décadas Chet Baker se visse em um labirinto infernal de crises pessoais, contratos interrompidos, brigas, internações e prisões. Sua aparência sofreu ao longo da vida uma transformação impressionante, devido ao uso de heroína e suas conseqüências. O outrora belo e jovem trompetista aos quarenta anos parecia estar com sessenta. Mas mesmo com tudo isso, milagrosamente, o gênio musical de Chet mantinha-se intacto como atesta a sua vasta discografia. Baker morreu em Amsterdã, de forma trágica e misteriosa, quando despencou da janela do hotel. Até hoje resistem muitas controvérsias sobre a causa de sua partida: suicídio ou acidente. Fonte: Pintando musica