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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Reúnem-se os ingredientes necessários...


... com a família e uma enorme vontade de amassar e só pode sair coisa boa e muita diversão!

Foi assim no passado sábado. Mais do que manter um hábito da época, mais do que gulosice (apesar de, desde meados do verão se sonhar com este dia) é a vontade de viver e partilhar bons momentos uns com os outros que impera. Um dia diferente. Juntos na cozinha e juntos à mesa. Risada, animação, preparar a massa com muita diversão, assim se cumpriu mais uma tradição.

A receita é a de sempre e podem vê-la aqui! A única diferença, é que este ano foram cozidas em forno de lenha, e numa cozinha que não a minha... ah! e, também não as fiz sózinha :)

MERENDEIRAS DE BATATA DOCE



Passeou-se pelo campo. Apanharam-se marmelos. Brincou-se com gatos e ainda se foi até ao centro da cidade comer (e buscar para o lanche) as belas das castanhas assadas. Forno aceso e almoço e jantar lá cozinhado!



Provaram-se a merendeiras com um vinho do Porto envelhecido. Gostosas e Maravilhosas! 



Que coisas boas! Que dia bem passado!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A tradição...

... já não é o que era!

Completamente falso! Porque se é tradição é para dar continuidade, é para fazer acontecer, é para perpetuar! Mas... também se pode alterar a tradição um bocadinho, ou interromper, não acham?

Eu sou pela tradição! Inúmeras vivências que fazem parte da nossa cultura, dos nossos hábitos e costumes, dos nossos valores éticos e morais, que, de gerações passadas nos foram legadas e que tendenciamos a transmitir às gerações vindouras, há muitas de que eu não abdico. Outras há que, por vicissitudes da vida, pela minha minha maneira de ser e estar, por herança ou por puro desconhecimento, não pratico. Sucessivamente, cada um de nós cria as suas próprias tradições. Eu então, devo ter alma de criadora. Tenho criado um portentoso número delas, mas sobre isso, falarei aqui noutra altura.

Tudo isto para vos dizer que, nesta época do ano, uma das tradições gastronómicas desta singela tasca de família, são as Merendeiras de Batata Doce, que se fazem em basta quantidade para consumo interno e para oferecer aos amigos e família. Mas, este ano a cozinheira da tasca resolveu interromper o costume. Por um lado, uma tendinite no ombro esquerdo resolveu dar sinal de que existe, por outro, a santa preguiça também decidiu aparecer sem ser convidada, o que tornou inviável toda a tarefa de confeccionar as ditas. Perante percalços destes e não aceitando deixar passar a data sem um bolinho típico desta altura, a cozinheira decidiu-se por uns queques de noz... Perfeitos!


QUEQUES HÚMIDOS DE NOZ



250 gr açucar
6 ovos inteiros
100 gr farinha
1 colher sopa fermento pó
250 gr manteiga
2 dl leite
250 gr nozes sem casca

Misturar os ovos com o açucar e bater muito bem até obter um creme bem fofo. Juntar a farinha com o fermento e de seguida, a manteiga derretida. Acrescentar o leite, misturar muito bem. Por fim juntam-se as nozes grosseiramente picadas na 123 (uma parte fica sempre quase moída e outra em pedaços grandinhos) e envolvem-se bem na massa.

Untam-se formas para queques com um pouco de óleo ou margarina e polvilham-se com farinha. Verte-se o preparado até mais ou menos 2/3 da altura das formas. Levam-se ao forno, pré-aquecido a 180º cerca de 15 minutos. Depois de cozidos, retiram-se muito facilmente e colocam-se em formas de papel.



Esta receita dá para 24 queques, eu fiz 12 formas de queque e a metade da massa sobrante deitei numa forma de tarte devidamente untada e saíu também uma Tarte Húmida de Noz. A massa fica bastante liquida, o que confere uma excelente textura húmida depois de cozidos.



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Grande e bem saboreado...


... este fim de semana!

Com mau tempo por todo o território nacional, chuvadas intensas, muita ventania e o primeiro nevão da época a cair na Serra da Estrela. Mudou a hora para o horário de inverno, de repente demos conta que já era de noite e, soube bem!

Soube bem estar no recato do lar. Soube bem sentir o quentinho das mantinhas no sofá. Soube bem ficar na cama acordada até mais tarde a ouvir a chuva e o vento lá fora. Soube bem cozinhar refeições aconchegantes e sentir os aromas no ar. Soube bem descascar e comer nozes e figos secos. Soube bem ler. Soube bem escrever. Soube bem ouvir musica.


Hoje, primeiro dia do mês de Novembro, Dia de Todos os Santos e do Pão por Deus, acordámos ao som do toque da campaínha e com um sol lindo a brilhar de nascente. Excelente dia para as crianças andarem de porta em porta de saca na mão. Tinha já preparados cestos com guloseimas para dar às crianças, rebuçados, chocolates e chupa-chupas. É uma tradição antiga nesta zona do país, as crianças saem à rua com uma saquinha de pano, batem às portas, tocam às campaínhas e pedem o Pão por Deus. Nos meus tempos de criança, até me regalava com este dia, davam guloseimas, castanhas, nozes, figos secos, rebuçados, maçãs, merendeiras e por vezes um ou dois tostões, era uma festa. Nos tempos de hoje são muito menos as crianças a tocar à porta, mas fico contente por aparecerem algumas, de sorriso rasgado, saquinha aberta, e:

- Tia dá bolinho?
- Tomem lá meninos!

Agradecem com um brilhozinho no olhar e voltam costas bem rápido, para tocar a outras portas e não perderem tempo... Outras tocam e desaparecem num ápice, nem me dão tempo de pegar no cesto e chegar à porta.

- Meninos! Meninos! Meninos! - chamava eu, mas já estavam nos andares de cima e não voltaram atrás.

A um grupo de três, dois meninos e uma menina, com cerca de sete ou oito anitos, perguntei-lhes:

- Então meninos! Muito bolinho? Muitas guloseimas?
- Nã! Nem por isso! Está fraco!

Viraram costas satisfeitos e deixaram-me a pensar... Realmente! Há muita gente que não abre a porta e não dá nada! É certo que a vida não está fácil, mas sentir a alegria estampada no rosto destes miudos, vale tudo, e por meia dúzia de euros que se gastem, vale ainda mais do que tudo! E, a firmeza com que eles afirmam a comparação com anos anteriores. Pequenitos de corpo e idade, mas... bem desenvolvidos de consciência!


Soube bem! Soube mesmo muito bem!



quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Uma perdição...

... da administradora da tasca!

Há uns dias atrás, em casa dos pais da minha amiga Paula, houve matança de porco. Andava eu a vaguear aqui pela tasca, nas jardinagens e na carneirice com a familia felina feliz, quando toca o meu telefone. Do outro lado, um convite para ir até ao campo. Como toda aquela família me conhece bem e sabe o que eu deliro com estas actividades... Já estavam prontas as típicas morcelas de arroz e decorria a tarefa de cortar a carne para os chouriços. Lá fui eu, que até me pinto, meter as mãos na carne fresca. Depois, segui-se a parte do têmpero.

- Anabela, o que é que costuma pôr no têmpero? - perguntavam-me elas.

E agora dizem vocês:
- A Cenourita? Mas algum dia a Cenourita encheu chouriços?
Ao que eu respondo:
- Não só enchi, como cortei as carnes, temperei, dei-lhes a volta milhões de vezes dentro do alguidar de barro, enchi, piquei, atei, pendurei ao fumeiro, e as voltei até estarem boas para a arca e para o prato!

Pois isto, já lá vão uns bons anos em que da minha vidinha faziam parte este tipo de trabalhos que eu adorava. Como tudo passou, agora até me regalo quando sou convidada a participar e fico toda inchada quando me perguntam como é que eu fazia... eheheheh

Tarefa concluída e lá vamos todos para a mesa, "encher a blusa" de morcela acabadinha de fazer com um belo de um pão caseiro e, como não podia deixar de ser, um tinto da casa para ajudar a digestão do petisco.

Na hora de regressar à tasca, espetam-me com um saco de carne na mão e, um grande dilema quanto ao destino a dar ao fígado do animal... Ora eu, que adoro fígado não podia recusá-lo.

- Leve, leve! Já está cortadinho em iscas e fininho! - dizia a D. Zulmira.

E eu trouxe, e eu deliciei-me, e eu babei-me, e eu empanturrei-me, e eu nunca me hei-de enjoar deste petisco!


ISCAS COM ELAS


fígado cortado em iscas
dentes alho qb
sal qb
pimenta branca moída na altura qb
1 folha de louro
azeite qb

Temperar as íscas na véspera de as cozinhar com o sal, os alhos esmagados, a pimenta e o louro. No dia seguinte, deitar azeite numa frigideira até cobrir o fundo. Deixar aquecer bem e colocar as íscas uma a uma. Depois de colocada a última, virá-las todas começando pela primeira. Tapar a frigideira e deixar cozinhar cerca de 15 minutos em lume brando e voltá-las pelo menos mais uma vez antes de retirar do lume.

Para acompanhar, só umas batatas cozidas com aquele molhinho tão característico por cima.

Mnham mnham mnham!!! Adoro Adoro Adoro!!!*


*só eu, porque o restante pessoal da tasca nem as pode ver!



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Merendeiras de Batata Doce

Hoje é véspera de dia de Todos os Santos e é tradição cá na Tasca fazer as merendeiras de batata doce muito apreciadas por todos. Trajada a rigor, que nem uma padeira ou pasteleira, aqui a Cenourita foi para a cozinha deliciar-se a fazer estes mimos doces tão próprios desta altura do ano.

Nunca tive nem segui uma receita em especial, mas já há uns bons anos atrás decidi aventurar-me a fazê-las "inventadas" e sairam sempre bem.

Para a massa:
1kg batata doce
1 kg farinha
750 gr açucar
125 gr manteiga
5 ovos para a massa + 2 ovos para pincelar
raspa de 1 limão
1 colher sobremesa de fermento em pó

Para o recheio:
Frutos secos a gosto e quantidade qb, usei apenas pinhão e noz porque cá na Tasca não apreciamos muito os figos e as passas nas merendeiras

Fiz assim:
Descasquei a batata doce e cozi em água e uma pitada de sal, reduzi-a a puré usando o passe-vite. Depois, num alguidar grande, deitei a batata, misturei o açucar, a farinha com o fermento, os 5 ovos inteiros e amassei bem. Enquanto isso derreti a manteiga e fui depois juntando e envolvendo bem com a colher de pau e por fim, a raspa de limão. Depois chegou a vez de deitar a mão na massa pois, quase ía partindo a colher. Amassei bem e fui pulverizando com mais um pouco de farinha até a massa deixar de se pegar às mãos. Tapei com um pano e descansou a massa e descansei eu um pouco... eheheh (Isto de não estar habituada a amassar é complicado)
Tinha as nozes já descascadas, piquei-as para ficarem mais miudinhas e deitei-as na massa juntamente com os pinhões, voltei a arregaçar as mangas e... mãos na massa para envolver tudo. Forno ligado e já a 180º, dois tabuleiros untados com margarina e polvilhados com farinha e toca a tender a massa formando os bolinhos e dispondo nos tabuleiros. Os outros dois ovos batidos e toca a pincelar as merendeirinhas para ficarem coradinhas e brilhantes.

São agora onze e tal da noite e digo-vos que estou a cozer bolinhos desde as oito e picos, cada tabuleiro leva cerca de duas dúzias de bolinhos e demora mais ou menos meia hora a cozer. A tarefa já vai longa mas vale a pena, pelo cheirinho que aqui paira no ar e que já chegou à vizinhança... ah bolinhos calhandreiros!

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