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sábado, 13 de maio de 2017

Santos Pastorinhos


Visões, aparições, alucinações, imposições, construções, erupções. O que seja. Mas acredito que os Pastorinhos acreditam. Ter fé, na versão católica, também é ter fé na fé dos que nos precedem. Ter fé nos outros que têm fé.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Pastorícia

Fala-se sempre do bom pastor para designar o chefe da Igreja. Mas Jesus, outrora, dirigia-se a pastores ou filhos de pastores. E estes compreendiam a sua linguagem. Hoje, vejo-o [o Papa] mais como o primeiro da fila. Ser ovelhas, como destino, para os nossos contemporâneos, não é lá muito exaltante.

Abbé Pierre, 1991

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Karl Barth e João XXIII


Karl Barth

Por estes dias muito se tem falado de João XXIII e do início do II Concílio do Vaticano, que foi convocado no dia 25 de Dezembro de 1961 para começar no dia 12 de Outubro do ano seguinte.

Por isso, gostava de aqui lembrar a reação Karl Barth, teólogo da Igreja Reformada (que por causa da analogia entis, com que não concordava, e do sola fides, dizia que nunca haveria ser ser católico), a quando a eleição pontifícia de Giovanni Roncali. Impressionado pelo carácter humano e pela dimensão evangélica de João XXII, afirmou: “Agora, sou capaz de ouvir a voz do Bom Pastor”.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Maria José Nogueira Pinto: Nada me faltará



Morreu ontem, vitimada por um cancro do pâncreas, Maria José Nogueira Pinto. Desta vez os jornais não disseram que morreu de "doença prolongada", o que já revelador do modo aberto como viveu a sua  doença.
No DN, diário em que a deputada era colunista, está hoje um testemunho que vale a pena ler. Últimas linhas de "Nada me faltará":

Tem sido bom viver estes tempos felizes e difíceis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal, contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens e com a graça de Deus, Pai de nós todos, para não ter medo. E também com a família e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.
Seja qual for o desfecho, como o Senhor é meu pastor, nada me faltará.
Ler tudo aqui.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Mais pastores na luz e menos cowboys no escuro"

Frank Brennan, sj

Excertos da homilia do padre jesuíta Frank Brennan, professor de direito do Instituto de Políticas Públicas da Universidade Católica Australiana, a propósito do afastamento do bispo D. William Morris, que, entre outros aspectos, era pela possibilidade da ordenação de mulheres. A homilia foi proferida no domingo do Bom Pastor, este ano a 15 de Maio.
Como católicos, somos abençoados por sermos parte do rebanho que tem pessoas especialmente comissionadas para atuar como porteiros e pastores em seus papéis de papa, bispo e padre. Mas nenhum deles é substituto para Jesus – a porta, o porteiro e o pastor. 
Nós, católicos australianos, acabamos de passar por algumas semanas muito difíceis, enquanto os nossos bispos refletiam sobre a remoção forçada de um deles, Bill Morris, bispo de Toowoomba. Devido à falta de transparência nos processos romanos, não sabemos a verdade completa sobre a sua remoção do seu ofício. Provavelmente nunca saberemos. Eu conheci Bill como padre e bispo durante 30 anos. Ele é um bom homem – não um brilhante acadêmico, mas sim o homem pastoral mais pé-no-chão que se possa conhecer. 
(…) Vocês poderiam pensar que alguém na Igreja poderia ter feito alguma coisa para resolver o impasse naquele momento. Todas as instituições sociais são, naturalmente, falíveis. Assim também é a Igreja Católica. A nossa Igreja não é uma democracia e não pretende ser. Também não é igualitária. É muito hierárquica. E, geralmente, lava a sua roupa suja atrás de portas fechadas. 
A Igreja é composta de muitos membros oriundos de países como o nosso, onde há leis e processos que asseguram a transparência e a justiça natural. Se alguém está para ser removido, ele espera obter um julgamento justo. Se uma queixa contra um cidadão deve ser confirmada por alguém com autoridade, o cidadão tem o direito de conhecer o processo contra eles e tem o direito de ser ouvido. Essas expectativas nem sempre se traduzem rapidamente em uma instituição antiga como a Igreja Católica. 
Morris foi um bispo popular, no entanto, incomodou uma minoria de paroquianos e um punhado de padres, alguns dos quais enviavam queixas periódicas a Roma. O bispo norte-americano Charles Chaput visitou a diocese e submeteu um relatório às autoridades do Vaticano que, então, alegaram que os 18 anos de liderança pastoral de Morris foram falhos e defeituosos. 
Essa pode ter sido a avaliação de Chaput. Mas nós simplesmente não sabemos. Também não sabemos com que base ou a partir de que evidência a avaliação foi feita. Morris nunca viu o relatório. Morris afirma com justiça que lhe foi negada a justiça natural. 
Depois da visita de Chaput, todos os padres da diocese, com exceção de três, escreveram a Roma em apoio à liderança pastoral de Morris. Assim também fizeram todos os líderes pastorais e todos os membros do Conselho Pastoral Diocesano. Morris soube que não poderia ver o relatório e que ele poderia se encontrar com o Papa Bento apenas se ele primeiro submetesse a sua renúncia. Isso certamente colocou Bento XVI, assim como Morris, em uma posição hostil. 
(…) Essa é uma tragédia para todos que estão comprometidos com a Igreja, exceto para aqueles que como o rapaz que escreveu no meu Facebook: "Ele [Morris] era um cowboy, não um pastor". É esse tipo de sujeito que provavelmente começou as queixas a Roma, a portas fechadas. Precisamos de mais pastores na luz e de menos cowboys no escuro. Morris foi um bom pastor mesmo para aqueles que agiam como cowboys.
Ler tudo aqui.

domingo, 15 de maio de 2011

Bispo William Morris afastado por ser próximo do povo

D. William Morris

Houve quem afirmasse que o primeiro fruto da beatificação de João Paulo II, no dia 1 de Maio de 2011, foi a morte de Bin Laden nesse mesmo dia. Não imaginava que uma beatificação tivesse de dar frutos, muito menos implicando a morte, coisa que o ser humano, na perspectiva católica, não tem legitimidade para provocar.

Sabendo da comunhão entre o papado wojtyliano e o ratzingeriano – há-de ficar sempre na memória o beijo de Bento XVI na ampola do sangue de João Paulo II, sinal de um cristianismo que, não descartando a medievelice das relíquias, há-de significar cada vez menos para o mundo –, mesmo que não seja fruto de beatificação, não foi com certeza coincidência a decisão de, no dia 2 de Maio, afastar o bispo D. William Morris da diocese australiana de Toowoomba.

O que fez D. William Morris, 67 anos (os bispos, excepto o Papa, devem pedir a resignação aos 75 anos), bispo de uma diocese maior em extensão do que a Alemanha, mas apenas com 66 mil católicos em 35 paróquias?
* Veste uma gravata, bordada com o seu brasão de armas, em vez do colarinho romano. Oferece a cada padre uma gravata preta com o brasão de armas diocesano como veste clerical; 
* Promove a absolvição geral (prevista no ritual da confissão) como uma alternativa à confissão pessoal dos pecados; 
* Propõe a necessidade de explorar a ordenação de homens casados e de mulheres e o reconhecimento dos ministérios ordenados de outras Igrejas cristãs 
* Incentiva o diálogo e a colaboração com medidas como a criação de um conselho pessoal; consulta as pessoas das paróquias antes de recomendar um padre como pároco; 
* Realiza assembleias diocesanas para revigorar a vida pastoral da diocese fazer o plano pastoral diocesano; 
* Toma as decisões consultando o povo. Afirmou: "Eu realmente acredito que as pessoas precisam de uma voz. Se o bispo na comunidade local não der voz às preocupações das pessoas... bem, então eles certamente não vão ter voz". E ainda: "A Igreja é o povo, e o Concílio Vaticano II deixou isso muito claro. Eles têm uma voz e um coração, e é terrivelmente importante para eles manter essa voz e interpelar os seus bispos, através de seus conselhos paroquiais, de seus conselhos pastorais diocesanos, através de todos os mecanismos" que existam, e que os bispos "permitam que suas vozes sejam ouvidas na Igreja e no mundo, para que o Espírito fale através de toda a Igreja e não presumivelmente apenas através de alguns poucos".
Algumas pessoas não gostavam das decisões do bispo e começaram a escrever para o Vaticano, que abriu um processo ao bispo australiano em Dezembro de 2006. O processo encerrou-se no dia 2 de Maio com a remoção do bispo.

Ler aqui sobre o que fazia o bispo e aqui sobre o seu diálogo com o Vaticano.

A minha opinião? Pelo que li, parece-me sensato e evangelicamente preocupado com o seu povo. Era um bom bispo. Tinha o apoio de quase todos os seus padres, mas não do conservadorismo central da Igreja. Só três dos padres da sua diocese não assinaram um documento de apoio; os bispos australianos parecem concordar com ele, mas não podem discordar do Vaticano. Ou estou muito errado, ou D. Williams está a abrir caminho e um dia será reconhecido e reabilitado.

sábado, 16 de abril de 2011

16 de Abril de 1879. Morre a vidente de Lourdes

Marie-Bernard Soubirous, ou Bernardette, nasceu no dia 7 de Janeiro de 1844, em Lourdes, e morreu no dia 16 de Abril de 1879, em Nevers, França. Filha de um pobre moleiro, pastora, Bernardette é a vidente das aparições de Nossa Senhora em Lourdes, entre 1 de Fevereiro e 16 de Julho de 1858.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Um pastor, um padre e um rabino vão ao barbeiro...

O barbeiro corta o cabelo ao cliente e chega à conclusão de que este é um pastor protestante. Na altura do pagamento, diz o barbeiro:

- Reverendo pastor, eu não vou protestante, mas tenho grande respeito pelos homens da religião, pelo que recuso aceitar dinheiro.

O pastor, comovido, sai e volta mais tarde com uma bela edição da Bíblia.

Noutra ocasião, o barbeiro apara o cabelo a um padre. No momento do pagamento, diz:

- Sr. Padre, não sou católico, mas tenho grande respeito pelos homens da religião, pelo que recuso aceitar dinheiro.

Comovido, o padre agradece, sai e volta meia hora depois para oferecer um terço feito à mão.

Passados uns dias, o barbeiro corta o cabelo a um rabino. Repete-se a lengalenga.

- Sr. Rabino, não sou judeu, mas tenho grande respeito pelos homens da religião, pelo que recuso aceitar dinheiro.

O rabino, muito emocionado, agradece, sai e volta meia hora depois… com um segundo rabino.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Clássicos 5 – “O Pastor”, de Hermas


(Primeiro parágrafo) “Quem me criou, vendeu-me para Roma a uma tal Rosa. Passados muitos anos, vim a conhecê-la e comecei a amá-la como irmã. Algum tempo depois, vi-a banhar-se no rio Tibre, dei-lhe a mão e retirei-a para fora do rio. Ao ver a sua formosura, discorria no meu coração, dizendo: Seria feliz, se desposasse uma mulher com esta beleza e modo de ser. Nada mais me passou pela cabeça senão isto”.

O pastor | Título original "POIMHN" | Hermas | Co-edição Alcalá / Faculdade de Teologia da UCP, 2003, 280 páginas

Não se sabe ao certo que foi Hermas, nem em que data (final do séc. I?, meados do séc. II?) ou local (Patmos? Éfeso? Roma?) a obra foi escrita. Orígenes dizia que este Hermas é o mesmo que Paulo saúda em Romanos 16,14. Mas é improvável.

“O Pastor” chegou a ser tido como livro inspirado por alguns cristãos dos primeiros séculos, graças às interpretações alegóricas (na mulher atraente do parágrafo acima citado viu-se o “símbolo da sedução que a cultura pagã exerce sobre os cristãos”).

Sobre a obra, Isidro Lamelas escreve na Introdução desta edição: “(…) É, sem dúvida, uma das mais fascinantes e surpreendentes de toda a literatura cristã dos primeiros séculos. Considerada e utilizada durante gerações como texto sagrado e inspirado, gozou de uma singular estima e notoriedade na Igreja antiga”.

Sinodalidade e sinonulidade

Tenho andado a ler o que saiu no sínodo e suas consequências nacionais, diocesanas e paroquiais. Ia para escrever que tudo se resume à imple...