Senhoras e senhores, um dos três melhores álbuns do ano passado!
Pegue tudo de melhor que aconteceu nos anos 1980, junte num caldeirão, adicione uma produção de primeira (cortesia do grande Chris Laney, o Mutt Lange/Bruce Fairbairn da atual geração) misture bem e o resultado é o Crazy Lixx. A banda sueca busca inspiração nessa fase da história, resgata o que há de melhor e oferece uma verdadeira retrospectiva sem que se tranforme em um mero pastiche. New Religion é o segundo álbum da carreira do grupo. A evolução em relação ao primeiro é evidente e, até certo ponto, surpreendente. Mais seguro, o quarteto se mostra bem melhor nas composições, diversificando sem perder o foco e atingindo quase a perfeição em sua proposta sonora.
A festa começa com “Rock And A Hard Place”, perfeita para ser entoada por uma platéia sedenta por Hard Rock em uma arena. O clima segue o mesmo no hino “My Medicine (R.O.C.K.). Se músicas pudessem ter filhas, essa seria cria legítima de “Let’s Get Rocked”, do Def Leppard. Não apenas pelo título, mas “21 ‘Til I Die” remete totalmente ao Black N’ Blue dos primeiros álbuns, com sua melodia viciante e um refrão do tipo ‘vamocantájunto’. Em “Blame It On Love” temos uma pegada próxima de bandas recentes, como os conterrâneos do H.E.A.T., com backing vocals muito bem encaixados.
O clima festeiro retorna com força total em “Road To Babylon”, com seu clima totalmente ‘LA80s’. Já a semibalada “Children Of The Cross” possui um clima mais soturno, lembrando o Skid Row em sua fase gloriosa. Dá até para imaginar Sebastião Baque empunhando o microfone e mandando ver. Hora de injetar uma dose de Heavy Metal na bagaça, através dos pesados riffs contidos em “The Witching Hour”, lembrando a veia mais européia do estilo proposto. E tá difícil de encontrar refrão tão grudento quanto o de “Lock Up Your Daughter”, mais uma capaz de levantar até Jani Lane depois de sua dieta habitual.
Mas se o seu negócio é aquele Hard com pegada Rock and Roll, como o Cinderella faz tão bem, “She’s Mine” é a faixa. Minha preferida no play, remetendo também a “Nothin’ To Lose” do KISS, com seu arranjo direto e piano ao fundo marcando o ritmo e impedindo qualquer um de ficar parado. Lógico que faltava a balada mela-cueca. E “What Of Our Love” honra a classe, sem vergonha de esconder a semelhança absurda com “What It Takes”, do Aerosmith nos acordes iniciais. Uma pequena vinheta no estilo ‘bandoleiro’ anuncia a saideira com “Voodoo Woman”, porrada de primeira com rifferama extasiante.
Bom, vocês já leram a montanha de referências citadas durante o texto. Agora baixem e confiram o trabalho de uma das bandas mais legais da atualidade, que mesmo sendo tão recente entrou na minha lista dos Cinco discos para conhecer o Hard Rock Sueco. Aliás, lá está o grande mercado atual do gênero, indiscutivelmente.
Danny Rexon (vocals)
Andy Dawson (guitars)
Luke Rivano (bass)
Joey Cirera (drums)
01. Rock and a Hard Place
02. My Medicine (R.O.C.K.)
03. 21 'Til I Die
04. Blame It on Love
05. Road to Babylon
06. Children of the Cross
07. The Witching Hour
08. Lock Up Your Daughter
09. She's Mine
10. What of Our Love
11. Desert Bloom
12. Voodoo Woman
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JAY