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segunda-feira, 18 de julho de 2011

David Bowie e Stevie Ray Vaughan – The Rehearsal Tapes (aka Dallas Moonlight) [1983]


Resolvi garimpar alguma coisa sobre essa fase tão obscura do Camaleão Bowie com Stevie Ray Vaughan em sua banda e encontrei essa verdadeira preciosidade.


Gravado em 23 de abril de 1983, em Dallas, Texas, aqui estão as gravações do ensaio para a turnê que nunca aconteceu. A Serious Moonlight Tour.


David Bowie, um dos músicos com o maior senso de timming da história do rock, viu que o jovem Stevie Ray Vaughan estava ressuscitando o blues nos grandes charts. Depois de centenas de evoluções e ramificações do estilo nos anos 70, o texano estava chamando muita atenção do grande público com seu timbre de guitarra limpo, quase twang, fruto da combinação Fender Stratocaster/ Fender Twin Reverb (ou qualquer outro amp valvulado Fender) associado aos licks clássicos de Albert King e Buddy Guy.

A empreitada parecia perfeita: Bowie entraria nos anos 80 com cara nova enquanto o jovem Stevie Ray conseguiria a atenção necessária para alavancar definitivamente a sua carreira. Era a fome encontrando a vontade de comer.


Dessa parceria saiu o disco Let’s Dance, de David Bowie. Porém, duas questões sempre me intrigaram:


1) Onde, exatamente, está a guitarra de Vaughan no disco? A mixagem simplesmente esconde o trabalho do texano e, se considerarmos que existem outras participações, como a do guitarrista Nile Rodgers (Chic, que também produziu o álbum) bem como pouquíssimos solos, encontrar o timbre Vaughan nas músicas acaba sendo um trabalho de pesquisa; e


2) Por que, afinal, nunca houve uma tour de Bowie com Vaughan na banda, se sabemos que eles chegaram a ensaiar para ela.


"No livro da biografia de David Bowie, ele conta que SRV não pode ir para a tour porque houve um desentendimento entre o produtor de Stevie e os produtores do Bowie, onde o produtor de Stevie queria que ele ficasse em solo americano para que fosse dado inicio ao seu disco de estréia o mais rápido possível, pois o produtor já havia dado entrada neste processo de gravação, e isto de fato aconteceu, mas no livro, conta que foi um momento muito triste, disse o então o baixista da banda, Carmine Rojas, que Stevie chegou a estar no táxi a caminho do aeroporto, mas enquanto eles descarregavam as bagagens, Stevie recebe um telefonema de seu produtor, e ele mesmo querendo viajar, tem sua passagem cancelada e fica impedido de embarcar, então Stevie volta sozinho no mesmo táxi que o leva até o aeroporto com aquela sensação de tristeza no ar que contagiou a todos"."

Renan Stark (via comentários)


Pois as perguntas acabam sendo bastante difíceis de responder. Mas o que lhes trago aqui é a gravação dos ensaios, como todo o repertório que depois seria executado ao vivo sem Stevie. As guitarras são proeminentes e Bowie dá total liberdade ao texano para executar suas firulas. Nem os fabulosos solos originais de Mick Ronson foram respeitados. E seria difícil fazê-lo, afinal, todos sabemos que os solos de Stevie Ray Vaughan são fruto da pura inspiração do momento. Existe outra gravação do dia 27 rolando na net, mas aqui está a primeirona.


Let’s Dance


Track List


Cd 1


1. Star (3:23)

2. Heroes (5:05)

3. What In The World (3:54)

4. Look Back In Anger (3:01)

5. Joe The Lion (3:00)

6. Wild Is The Wind (4:59)

7. Golden Years (4:15)

8. Fashion (3:22)

9. Lets Dance (5:23)

10. Red Sails (3:55)

11. Breaking Glass (3:09)

12. Life On Mars (3:51)

13. Sorrow (2:45)

14. Cat People (Putting Out Fire) (4:19)

15. China Girl (5:35)

16. Scary Monsters (Super Creeps) (3:51)

17. Rebel Rebel (2:24)

18. I Can't Explain (2:39)

19. White Light White Heat (4:41)


Cd 2


1. Station To Station (9:07)

2. Cracked Actor (3:20)

3. Ashes To Ashes (3:58)

4. Space Oddity (4:36)

5. Young Americans (5:29)

6. Soul Love (3:07)

7. Hang Onto Yourself (3:23)

8. Fame (4:15)

9. TVC15 (4:16)

10. Stay (7:11)

11. Jean Genie (6:15)

12. Modern Love (5:19)


David Bowie (vocais e guitarra)

Carlos Alomar (percussão)

Tony Thompson (bateria)

Frank e George Simms (backing vocais)

Steve Ray Vaughan (guitarras)

Carmine Rojas (baixo)

Dave Lebolt (teclados)

Lenny Pickett, Steve Elson e Stan Harrison (sopros)


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Por Zorreiro

domingo, 27 de março de 2011

David Bowie – Aladdin Sane 30th Anniversary Edition [1973 – 2003]


O Glam Rock tem sua gênese creditada a Marc Bolan e seu T Rex, enquanto ao New York Dolls é creditada a criação do sleaze. Alguns não concordam com isso, outros batem o pé e não admitem outras personagens nesse capítulo da história da música. Seja como for, absolutamente ninguém foi tão influente nas duas cenas durante a primeira metade dos anos 70 como David Bowie.


Chamado muito apropriadamente de Camaleão, Bowie sempre foi um cara com grande senso de timming, que soube aproveitar todas as ondas do rock sem se vincular aos clichês de época e gênero. Ele cria seus próprios clichês.


Se nos anos 80 flertou simultaneamente com o dance e com o blues (Let’s Dance tem Stevie Ray Vaughan nas guitarras), e nos 2000 com o nu metal (Earthling chega a quase isso), em todas as suas investidas ele imprimiu uma qualidade muito acima dos seus contemporâneos.


Quer ver a influência do Camaleão nos cinemas? É no show de Bowie em Berlim que Christiane F. experimenta pela primeira vez a coisa ruim (veja o filme). Assista o filme The Runaways e sinta como o público feminino absorvia a androginia de Bowie como se ele fosse o rockstar que entendia as mulheres, o impensável roqueiro sensível. Leia a biografia do Led Zeppelin de Mick Wall e perceba que ele nunca foi santo (muito ao contrário).


Mas Bowie tinha um fiel escudeiro nos anos 70 que fazia com que suas obras se tornassem mágicas e icônicas. Mick Ronson era guitarrista, arranjador, produtor e compositor de mão cheia, fazendo com que a carreira do Camaleão não baixasse jamais do seu nível de excelência. E Aladdin Sane surgiu exatamente nesse período áureo, sendo o sexto disco de estúdio de Bowie, dando sequência à saga Ziggy Stardust.


O disco foi todo inspirado na obra "Vile Bodies" de Evelyn Waugh, e traz previsões sarcásticas de uma terceira guerra mundial que resultaria no fim do mundo, levando a crer que esse final ocorreria ainda na década de 70 (veja o título da música Aladdin Sane com as três datas – 1913, 1938 e 197?, que fazem referência aos anos de início das duas grandes guerras mundiais).


Para o disco, Mike Garson substituiu Rick Wakeman no piano e, sinceramente, esse foi o grande diferencial, a grande sacada de Bowie. A música Time, aparentemente uma música simples com poucos acordes repetitivos e letra apocalíptica, tornou-se algo sublime, cheia de tensão e dinâmicas graças à performance inigualável de Garson. Mick Ronson, com sua grande visão de músico que joga para o time, deixa o piano se sobressair por toda a música, aparecendo somente em momentos certos, com poucas e muito bem escolhidas notas. Química somada ao talento, meu caro passageiro.



A abertura do disco, com Watch That Man, mostra um Bowie roqueiro, antenado com o que a cena rocker estava fazendo, seus flertes com a música negra norte americana e as influências do blues e do country. Os Rolling Stones, aliás, aparecem na cover de Let’s Spend The Night Toghether em uma versão que não me agradou muito, mas tudo bem. The Jean Genie também é rock’n’roll, sendo este considerado o último disco dessa fase rocker de Bowie. A partir daí, o timming seria outro.



A versão que posto é a reedição de 30 anos do play, que tem um cd bônus com 10 músicas, incluindo a clássica All The Young Dudes, a versão do single de Time e diversos tracks da turnê americana gravados ao vivo. Um biscoito fino, definitivamente.


Time é para ouvir em estado de melancolia. Um piano como jamais se ouviu na história do rock. Sublime.


Track List


CD 1

1. "Watch That Man"

2. "Aladdin Sane (1913-1938-197?)"

3. "Drive-In Saturday" 4. "Panic in Detroit"

5. "Cracked Actor"

6. "Time"

7. "The Prettiest Star"

8. "Let's Spend the Night Together"

9. "The Jean Genie"

10. "Lady Grinning Soul"


CD 2 – Bônus da edição de aniversário

1. "John, I'm Only Dancing" ('sax' version)

2. "The Jean Genie" (single mix for single A-side, 1972)

3. "Time" (edit for single A-Side, 1973)

4. "All the Young Dudes" (mono mix)

5. "Changes" (Live) Boston Music Hall, 1 October 1972

6. "The Supermen" (Live) Boston Music Hall, 1 October 1972

7. "Life on Mars?" (Live) Boston Music Hall, 1 October 1972

8. "John, I'm Only Dancing" (Live) Boston Music Hall, 1 October 1972

9. "The Jean Genie" (Live) Santa Monica Civic Auditorium, 20 October 1972

10. "Drive-In Saturday" (Live) Cleveland Public Auditorium, 25 November 1972


David Bowie – guitarra, teclado, saxofone, voz

Mick Ronson – guitarra, piano, voz

Trevor Bolder – baixo

Mick "Woody" Woodmansey – bateria

Mike Garson – piano

Ken Fordham – saxofone

Brian "Bux" Wilshaw – saxofone e flauta

Linda Lewis – backing vocais

Juanita "Honey" Franklin – backing vocais

G.A. MacCormack – backing vocais


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Por Zorreiro

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

David Bowie - The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars [1972]



Um hippie que se converte em um ser andrógino após mudar de país e viver no underground em seu novo lar, e que acaba lançando um disco que se tornaria memorável, contando a história de um extraterreste que vem para salvar a terra de uma repentina destruição que está para ocorrer em cinco anos, mas acaba no meio do caminho se tornando um rockstar, e vive todos os exageros que um astro do rock pode passar e tendo como desfecho o suicídio deste personagem. Foi nesta situação que foi lançado o clássico "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars", que consagrou definitivamente David Bowie entre os grandes nomes da história do rock.

Tendo em seus discos anteriores, variado entre o folk e o rock, em 1971 ele abraça de vez o glam rock, a partir do disco "Hunky Dory", quando passou a presenciar apresentações de bandas como New York Dolls e ficando espantado com o que viu, decide investir nisso para o personagem de seu próximo disco, um marciano andrógino chamado Ziggy Stardust, personagem que ele acabou vivendo, e que personificava os seus próprios exageros, aliado ao uso de drogas que o deixou perturbado com este, sendo que após o fim desta persona, ele se recusava até de se lembrar do mesmo.

O que temos é um disco que retrata momentos sombrios do personagem, em sua observação sobre a raça humana, tendo muitas baladas, até pelas observações um pouco melancólicas as quais ele chegou, mas que geram momentos únicos e brilhantes a cada audição, sendo impossível ouvir esta pérola uma vez só. Iniciando temos a sombria "Five Years", onde somos levados a um mundo caótico e de cara com seu repentino fim em cinco anos, onde temos as reações das pessoas a essa notícia trágica e repentina, sendo poética a maneira em que isso é retratado na canção, mostrando o brilhantismo que existiria daqui para frente.



"Soul Love" é uma canção que retrata os vários tipos de amor, sendo profunda e reflexiva sobre as proporções que este sentimento pode tomar."Moonage Daydream" retrata o nascimento de Ziggy inicialmente como o messias responsável pela salvação da terra, mas que sofre uma mudança e se torna um astro do rock, tudo isso de maneira um pouco confusa para aqueles que presenciaram esta situação. Um dos pontos altos do disco é a belíssima "Starman", que ficou muito conhecida por aqui na versão do Nenhum de Nós, com seu belo arranjo de cordas, onde um outro extraterrestre promete a salvação para um jovem através de um rádio, por achar que tudo valia a pena, e nos dá a certeza que Bowie estava inspiradíssimo na composição deste disco. "It Ain't Easy" é um belo rock n' roll, que sai um pouco da história, mas que não diminui nem um pouco a qualidade do que foi apresentado até aqui.

"Lady Stardust" é mais uma grande balada e fala sobre Ziggy, se referindo a ele como "Lady" devido ao seu lado andrógino, o tornando um bissexual para quem o assistia, mas que o exalta como um grande frontman e mostra o sucesso que ele estava fazendo aqui na terra, e o retrata no topo, sendo um grande sucesso. "Star" e "Hang on to Yourself" (com sua veia punk, mesmo antes do surgimento do estilo) mostram como Ziggy queria mudar o mundo através do rock o tornando um lugar mais feliz, apesar do repentino fim, e que ele não fazia nada daquilo por dinheiro, mas sim que está interessado em espalhar sua ideologia para o mundo.


Mas iniciando a queda e o fim sombrio de Ziggy, temos a clássica "Ziggy Stardust", onde mostra a queda dele por se afundar no estilo de vida de um rockstar e não ligar para nada e nem ninguém mais, sendo que a letra de maneira magistral deixa claro que ele chega a tal ponto de estar "fazendo amor com o seu próprio ego", algo comum para alguns rockstars, que perderíamos a contagem se fossemos citar aqui e que acabaram se afundando devido ao mesmo, o que acaba causando a queda do personagem. "Suffragette City" mostra o quanto estava cheio de amigos superficiais a seu lado, amigos comprados com o dinheiro, e que a fama não era mais tão legal assim como ele pensava e se trata de um baita rock n'roll.

"Rock 'n' Roll Suicide" termina com o suicídio de Ziggy, sabendo que tudo estava no fim e que não adiantaria mais dar murro em ponta de faca, pondo fim em si mesmo, mas ainda com uma pequena luz no fim do túnel mesmo estando naquela situação catastrófica. E após essa 11 canções o que temos foi um disco ambicioso e que com todos os méritos merece o status de clássico, eternizando Bowie como um dos grandes nomes da história do rock com esta bela história. Clássico essencial e que com certeza deve ocupar um lugar especial em sua mente e coração. Obrigatório na discografia de qualquer amante de boa música.


1.Five Years
2.Soul Love
3.Moonage Daydream
4.Starman
5.It Ain't Easy
6.Lady Stardust
7.Star
8.Hang on to Yourself
9.Ziggy Stardust
10.Suffragette City
11.Rock 'n' Roll Suicide

David Bowie – Vocais, Violões, Saxofone, Piano
Mick Ronson – Guitarras, Piano, Backing vocals, Arranjo de cordas
Trevor Bolder – Baixo
Mick Woodmansey – Bateria

Músicos convidados:
Dana Gillespie – backing vocals em "It Ain't Easy"
Rick Wakeman – Teclados

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By Weschap Coverdale