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domingo, junho 10, 2012

Depravação animal

É certo e sabido que medir os outros utilizando-nos a nós próprios como exemplo-padrão nem sempre é uma grande ideia.

Chamar selvagem a alguém que anda descalço e come a carne de animais que mata à paulada em vez de usar ténis Adidas e comprar carne de perú embalada numa grande superfície comercial, não só é injusto mas também revela uma insuportável soberba civilizacional.

Se esta atitude já é discutível quando aplicada a outros seres humanos, ela passa a raiar o ridículo quando a avaliação é a de outras espécies animais.

Vem isto a propósito da notícia que revela que "A “depravação sexual” dos pinguins ficou um século no armário" só porque os hábitos de truca-truca destes bichos pareceram aberrantes a um cientista inglês que os observou no início do século XX.

Primeiro que tudo o senhor George Murray Levick andou para ali a meter o nariz onde não era chamado, um autêntico voyuer de pinguins o que, lá estou eu a medir outra pessoa pelos meus padrões comportamentais, revela desde logo uma mente pouco saudável.

Segundo, toda a gente pode imaginar que se pudéssemos entrar na mente de um pinguim ia ser uma confusão do caraças para compreender o que raio está um bicho daqueles a pensar das coisas que o rodeiam!

Enfim, a depravação sexual dos pinguins é um escândalo de trazer por casa, uma coisinha menor (como se pode constatar pela leitura da notícia) e até pouco interessante quando comparada com os hábitos sexuais de certos seres humanos neste início do século XXI (não consigo deixar de moralizar...).

Já dizia Freud "se Paulo me fala de Pedro, fico a saber mais de Paulo que de Pedro" (não sei se eram estes os nomes mas a ideia era esta, disso tenho a certeza).

terça-feira, julho 19, 2011

Vestuário


Não vejo porque será controversa a decisão do Conselho Académico da Universidade Católica no sentido de estabelecer um código de vestuário para os seres humanos que frequentam as suas instalações. Por mim até me parece uma decisão muito correcta, diria mesmo, uma santa decisão! (ver aqui)

É evidente que raparigas de mini-saia ou rapazes em calções, com a penugem dos pernis ao vento, não é forma decente de se entrar em estabelecimentos de ensino tão devotos e magníficos como aqueles que cumprem a sua missão evangelizadora sob o signo da Igreja Católica, como é o caso desta provecta Universidade.

Note-se que o memorando que estabelece as tais regras adverte discretamente que "Modos de trajes e formas de apresentação próprias de local de lazer e de desporto não são adequados na universidade."  Quem pode contestar uma formulação tão pueril e justa como esta? É evidente que estudar não é coisa vã, muito menos diversão!

Aliás, quem vê a estudantada toda enfiocada em capas e batinas negras como o breu por ocasião da Semana Académica apenas poderá estranhar esta discreta imposição por não estar a ver modosde vestuário  impróprios entre tão escura clientela.

Do mesmo modo que um operário tem de usar capacete de protecção quando trabalha numa obra ou um jogador de futebol entra em campo de calções e camisa especial ou um padre vai para a missa devidamente aparelhado, é justo impor aos estudantes de uma Universidade que aspira ao Reino de Deus regras específicas de vestuário.

Sim, porque universidades há muitas e quem se sentir mal por não poder mostrar os seus atributozinhos através de um decote generoso ou expor a sua masculinidade numa bela camisinha de cavas pode sempre experimentar outro estabelecimento de ensino onde o Reitor não esteja tão preocupado com a salvação das almas.

Para terminar noto apenas que o bonequinho que embeleza o logotipo da Universidade Católica Portuguesa se apresenta em trajes muito reduzidos. Talvez fosse conveniente vestir-lhe qualquer coisa mais decentezinha.
Ámen.