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Friday, July 17, 2015

E de «Ecos da Semana» - para um Dicionário de Ferreira de Castro

Designação de uma coluna que Ferreira de Castro publicava no suplemento cultura de A Batalha, entre 1924 e 1926, textos que em boa hora foram reunidos em livro pelo Centro de Estudos Libertários, pela mão de Luís Garcia e Silva, em 2004. Castro a comentar o momento. Essencial.

(a desenvolver)

bibliografia: a minha recensão na Castriana #3 (um cheirinho aqui)

Saturday, August 03, 2013

Recensão a ECOS DA SEMANA -- A ARTE, A VIDA E A SOCIEDADE» (3)

O livro que agora se nos apresenta respeita ao período de 1924-1926, anos em que Castro era um jornalista free-lancer, e colige apenas a sua coluna regular de «Ecos da Semana -- A arte, a vida e a Sociedade». De fora ficou, infelizmente, um outro potencial volume, pelo menos de dimensão semelhante, de textos, ensaio e crítica. Recordemos que foi também aqui que Castro e Nobre publicaram, em 1925, A Epopeia do Trabalho, escritos e desenhos reunidos em livro no ano seguinte. Esta circunstância de independência em relação a entidades patronais que Castro manteve até 1927, ano em que ingressou nos quadros de O Século, se, por um lado, poderia induzir os mais cínicos a verem nestes textos qualquer espécie de lisonja ao público-alvo de A Batalha, a sua obra, coeva e posterior, desmente-o, de tal forma está impregnada dos valores libertários expressos no jornal, e bem assim o seu trajecto cívico e político até ao 25 de Abril de 1974. Em Fevereiro de 1926, de resto, Castro deixaria claro, numa nota oportunamente transcrita por L. Garcia e Silva na contracapa deste livro: «Eu escrevo em muitos jornais -- e em todos eles com independência. Mas há um apenas em que eu me sinto verdadeiramente livre, um apenas em que eu julgo não serem efémeras as minhas ideias, os meus períodos, as minhas palavras -- é neste. É n'A Batalha.

(continua)

Castriana #3, Ossela, Centro de Estudos Ferreira de Castro, 2007

Sunday, May 05, 2013

Chegar a Jaime Brasil através de Ferreira de Castro (3)

Mas foi através de Ferreira de Castro que cheguei verdadeiramente a Jaime Brasil. Com o magnífico romancista de A Selva, partilhou ele várias afinidades. Desde logo, profissionais. Oficial do exército na reserva até à sua expulsão na década de 40, entrara para a redacção de O Século em 1921. No mundo dos jornais se encontrou com Castro: nas páginas do diário anarco-sindicalista A Batalha, na direcção do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa, presidido por aquele e dissolvido pouco depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926, e n'O Século, quando o futuro autor de Emigrantes abandona a frágil condição de freelancer. Brasil será despedido, por razões políticas, em 1936; Castro havia já abandonado o diário dois anos antes, passando a viver dos livros, das traduções e colaborações para jornais brasileiros, pois recusara-se a voltar a escrever na imprensa portuguesa enquanto a Censura vigorasse.

O Primeiro de Janeiro, «Das Artes e das Letras», Porto, 19 de Novembro de 2007.

Wednesday, September 19, 2012

incidentais #4 -- "o Século Vinte" e pequeno exercício irrelevante de biobibliografia alternativa

do «Pórtico» de O Intervalo
* O protagonista escreve ao autor: Alexandre Novais, por alcunha "o Século XX", autodidacta, colaborador da imprensa obreirista legal e clandestina, antigo secretário da anarco-sindicalista C.G.T. É um operário de escol em que o período foi fértil (basta recordar um jornal como A Batalha). Pede-lhe que conte a sua história pessoal, que tem acompanhado a da centúria em que vive.

* Um projecto que ficou na gaveta, escrito entre 1934 e 1936. Impublicável (como só o foi em 1974...). O Intervalo permanecerá o único capítulo da «Biografia do Século XX», ideia que Castro acalentou nas décadas de 30, 40 e 50.

* Castro assume-se como «escritor farol» (A Epopeia do Trabalho, 1926), aquele que abre caminho, o que "ajuda a ver" (entrevista a José de Freitas, 1966).

* Se esta "biografia", este roman fleuve tivesse ido por diante, haveria A Tempestade? -- não creio.; A Lã e a Neve? -- quase de certeza; A Curva da Estrada? -- improvável, mas quem sabe; A Missão? -- curta novela, é possível, mas fora da série; A Experiência -- porque não?; As Maravilhas Artísticas do Mundo? -- tenderia a dizer que não, mas com o desígnio que lhe subjaz, talvez, embora menos avantajada nas suas mais de mil páginas...; O Instinto Supremo? -- talvez Castro fosse mais tentado a fugir à promessa de escrever um livro a propósito de Rondon; assim como não escreveu a biografia de Kropótkin que Martins Fontes lhe pedira, e para a qual ele chegou a coligir material...

* A verdade é que o «Pórtico» geral de Os Fragmentos, que acolhe O Intervalo é escrito a 16 de Julho de 1969 -- «dia resplandecente para o génio humano da nossa época» -- quando Neil Armstrong, Buzz Aldridge e Michael Collins partiram para a Lua. A mesma crença e a mesma preocupação testemunhal do progresso do homem e das ideias se mantém no fim da vida. Não por acaso ele persistiu (e levou avante a intenção, mesmo que postumamente) que este fragmento do que projectara fosse publicado.




Saturday, February 06, 2010

correspondências - Jaime Brasil, CARTAS A FERREIRA DE CASTRO [1924-1964]

SINDICATO DOS PROFISSIONAIS DA IMPRENSA DE LISBOA
Rua do Loreto, 13, 2.º,
LISBOA
TELEFONE TRINDADE N.º 179

GABINETE DA DIRECÇÃO
N.º 42

Meu prezado consócio:

Esta Direcção(1) recebeu a sua carta de 1 do corrente e os documentos que a acompanhavam(2), que ficarão, conforme é seu desejo, depositados nos arquivos deste sindicato.

[Lisboa, 5 de Março de 1926]
Jaime Brasil, Cartas a Ferreira de Castro, apresentação, transcrição, notas e posfácio de Ricardo António Alves, Sintra, Câmara Municipal / Museu Ferreira de Castro e Instituto Português de Museus, 2006, p. 14.

(1) Jaime Brasil, sócio n.º 73, era então secretário-geral do do SPIL.
(2) Referência à conferência proferida pelo sócio n.º 133, Ferreira de Castro, «A arte moderna ante a sociedade actual» (ver aqui, aqui, aqui e aqui).

Monday, July 06, 2009

o jovem Ferreira de Castro -- O DRAMA DA SOMBRA [1926]

Aquela mulher era ali, no Estoril elegante, a máxima fascinação, a serpente de olhos verdes de todos os veraneantes masculinos.
Ferreira de Castro, O Drama da Sombra, Lisboa, Empresa Diário de Notícias [1926], p. 5.

Saturday, May 23, 2009

Da ABC

Mais presentes da T, aqui e aqui, velho material da revista ABC, dos anos 20, com destque para este texto sobre o Stuart.

Wednesday, February 11, 2009

Roberto Nobre - OS PESCADORES (1925)

Ferreira de Castro e Roberto Nobre, A Epopeia do Trabalho

Lisboa, Livraria Renascença, 1926, p. 11

Sunday, November 02, 2008

"A Batalha: 90 Anos de Imprensa Sindicalista»

Dia 4 (Obama's Day, I hope...), irei falar um pouco sobre a revista Renovação, publicada entre Julho de 1925 e Junho de 1926, pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a colaboração de Ferreira de Castro nela. Na Biblioteca-Museu República e Resistência, pelas 18.30h.

Sunday, July 09, 2006

Outras palavras #1 - A arte moderna ante a sociedade actual (1)

[fotografia de San-Payo]

O nosso colaborador e distinto escritor Ferreira de Castro realizou no passado Domingo, na Associação dos Empregados de Escritório, uma conferência subordinada ao tema «A arte moderna ante a sociedade actual».
É dessa conferência o excerto que se segue:
A Arte em todos os tempos teve a sua parte frívola e a sua parte profunda. Uma para a Eternidade, outra para o minuto que se esgota.
E a Arte Moderna possui também essa dupla face. Mas a frivolidade, o humorismo, a blague, constituindo uma corrente da Arte Moderna, não constituem a Arte Moderna em si. Se o riso é muitas vezes a mentira com que se dizem as grandes verdades, é também certo que não é de riso mas sim de profunda expectativa essa atitude de quem ausculta o coração do homem, o coração duma época, o coração do mundo.
E seria grotesco que para sondar a nossa época, tivéssemos de gargalhar ou de recorrer aos processos artísticos do Passado.
Só um espírito superficial pode confundir uma das muitas correntes da Arte Moderna com a orientação do conjunto.
Mas na realidade essa confusão dá-se no espírito da maioria.
Os amantes dos processos arcaicos -- chamemos-lhes misericordiosamente amantes -- nada definem do que seja moderno: englobam personalidades, correntes diversas, técnicas individuais, sob esta terrível legenda: Arte moderna, arte de Fantoches, arte execrável...
E já que não a podem compreender, procuram olvidá-la ou empenham-se em detractá-la.
Isto aconteceu com todas as renovações artísticas e sociológicas.
-- Loucos! Loucos! -- exclamam os velhos bonzos, desde a quietude de suas peanhas.
Mas o mundo segue a sua rota incognoscível e os loucos de ontem são os génios de hoje -- os precursores de sempre.
(continua)
A Batalha -- Suplemento Semanal Ilustrado, n.º 18,
Lisboa, 1 de Março de 1926, p. 6.