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sexta-feira, 27 de março de 2020

Das boas sugestões para passar estes tempos de recolhimento... - I

Se há coisa que a COVID-19 nos trouxe, e em bom, foi um proliferar de boas iniciativas, de empresas a reinventarem-se, de instituições a abrirem as suas portas virtualmente, de gente criativa a fazer coisas giras. E tem sido maravilhoso assistir a isso!

Hoje, partilho convosco uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II, que começou a disponibilizar online algumas das suas peças.


Hoje, às 21h, "estreia" a peça Sopro, do incrível Tiago Rodrigues, com a quase igualmente incrível Isabel Abreu.

aqui falei desta peça duas vezes, e o facto de estar a falar dela uma terceira, diz tudo sobre o que eu penso desta peça.

Deixo aqui um excerto, que não deixa de ser curioso, nesta altura que atravessamos.

Não morrer. Sobretudo, não morrer. Ficar na vida. Face à ideia da morte, confirmar que estávamos certos de todas as vezes que dissemos que as coisas fundamentais da vida são invisíveis. Estávamos certos até mesmo quando duvidávamos do que dizíamos, porque duvidamos sempre do que dizemos e sabemos que o silêncio entre cada palavra que proferimos não se chama silêncio, o seu nome é dúvida. - Tiago Rodrigues, em Sopro

Vemo-nos lá?

domingo, 14 de abril de 2019

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Do meu estado actual... Ou do meu estado permanente, não sei bem...


(encontrei no Facebook)


O plano para os próximos dois meses é este (faltam dois meses, pessoas! dois meses menos um dia para quem vai a Madrid!).

Se quero combinar alguma coisa para os fins-de-semana, tenho sempre de ver primeiro que treino/prova tenho nesse fim-de-semana. Se tenho treino longo ao Domingo, não posso combinar jantares ao Sábado. Se tenho treino longo ao Sábado e prova ao Domingo, posso esquecer a vida social...

Este fim-de-semana dei comigo a pôr o despertador para Sábado e para Domingo, para mais cedo do que ponho durante os dias de semana. Se isto é normal? Não, não é. Mas Sábado tinha treino e Domingo tinha corrida. E isto ainda se vai repetir muitas vezes até ao dia 28 de Abril.

Na verdade, gostava de poder dizer, de facto, que isto vai ser assim até dia 28 de Abril. Mas não é verdade. Porque depois do dia 28 de Abril vou dar-me duas semanas de recuperação, e depois começa uma nova fase de treinos, que logo a seguir vem a Serra Amarela.

E a seguir há-de vir outra coisa qualquer. E outra. E outra.

E é isto a minha vida.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Columbus Trail Half Marathon... - II

Já muito disse sobre o Columbus Trail, mas fica sempre muito mais por dizer.

Encontrei, nas palavras (e imagens) dos outros, outras visões sobre esta prova que foi tão especial para mim:


- Vídeo oficial com os melhores momentos da prova:


O facto de eu aparecer em ambos os relatos que aqui partilho, é pura coincidência, sim? Que eu sou pessoa muito isenta nestas coisas! E a minha voz super irritante é para ser ignorada, sim?

Não me canso de dizer que foi mesmo uma prova única.

Tanta publicidade lhe tenho feito, que já tenho na minha equipa das corridas um grupo simpático a dizer que lá quer ir para o ano! Eu já me ofereci para organizar tudo e sei que seria um prazer tremendo levar aquela gente à minha ilha e àquela prova!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Das fotografias que dão alegria... - Day 24


Viajar. Muito. O mais possível. E falta apenas uma semana para regressar à ilha e para me ir perder nos seus trilhos. Apenas e só para saber que me vou encontrar quando cortar a meta. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Dos milagres na nossa vida...


Há dias cruzei-me com esta citação num qualquer grupo de corrida. E é isto. É tão isto.

Precisamente seis meses depois da minha primeira Maratona, e quando ainda me custa escrever isto (eu fiz mesmo uma Maratona?), o sentimento é o mesmo: o meu milagre não foi ter feito uma Maratona. O meu milagre foi ter feito a inscrição, foi ter passado por meses de treino, foi ter vivido mil altos e baixos pelo caminho, foi ter abdicado de muita coisa, foi ter arranjado forças ainda não sei bem onde, foi não me ter deixado abater pelo que aconteceu nos dias antes da prova, foi não ter desistido ainda antes de começar. O meu milagre foi mesmo ter posto os pés na linha de partida naquele dia 22 de Abril em Madrid.

Ainda hoje, não sei como fui capaz. Ainda hoje, digo o mesmo a quem me pergunta: fazer uma Maratona não custa. Custa é todo percurso até lá.

Mas vale tanto a pena!

sábado, 13 de outubro de 2018

Das lições que uma chávena de chá nos pode dar...


Este vídeo já tem uns anos, mas voltou a circular agora pelos motivos que se sabem. E é genial de tão simples que é. Parece óbvio, não é? Se a pessoa não quer chá, não a obriguem a beber chá! Simples, assim. Só que para algumas pessoas (e não apenas para alguns homens), isto parece complicado de perceber. Quanto mais não seja, que esta polémica toda sirva para pôr mais algumas pessoas a pensar sobre isto, a falar sobre isto, a perceber que existem limites e que a vontade própria tem de ter sempre a última palavra.



#MeToo

domingo, 29 de abril de 2018

Das coisas que me cansam...

A vida. A vida cansa-me.

E a morte. A puta da morte. A morte que não pára. Tenho-me lembrado muito do Saramago e das suas Intermitências da Morte. Pudesse eu escolher, e a Morte teria estado intermitente nestes últimos dias. "No dia seguinte ninguém morreu." E ninguém morria. Ou, em não podendo ser assim, nenhuma das minhas pessoas morria. Já era suficiente.

A semana passada, no dia seguinte ao funeral da minha mãe, enquanto eu apanhava e dobrava meias, ainda de robe e sem ter tomado banho, numa cena completamente banal, dei comigo a pensar que da última vez que tinha tido uma viagem marcada a Madrid, a vida me tinha trocado as voltas e eu tinha acabado por não ir. Estava eu nestes pensamentos, a pensar que desta é que era, desta eu ia mesmo, quando o telefone toca. Era o meu pai. Do outro lado, a má notícia. Quando eu achava que não aguentava mais más notícias, a vida achou o contrário.

A mãe da minha boadrasta, a minha avó-emprestada, aquela que entrou na minha vida há quase 18 anos, tinha tido um AVC. Eu não me lembro ao certo mas acho que me sentei e fiquei sem reacção. Desliguei o telefone e fiquei muito tempo sem saber o que fazer. Vesti-me para ir correr. Tinha uma maratona daí a 3 dias, já tinha falhado o treino da véspera por causa do funeral da minha mãe e achei que me fazia bem ir espairecer. O meu irmão ligou-me a perguntar se queria ir com ele para Abrantes para o hospital. Eu disse-lhe que ia correr, que ia lá ter mais tarde. Saí de casa, entrei no carro, liguei a quem me pudesse dar alguma da razão que eu não tinha naquele momento, e percebi que ir correr era estúpido. Só estúpido. Naquele momento, eu não sabia se ia a Madrid. Naquele momento, eu não sabia nada. Naquele momento, eu senti-me perdida e desorientada como em poucas vezes na minha vida. Voltei para casa, tomei banho e esperei pelo meu irmão. Fomos para Abrantes.

E em Abrantes eu soube que a minha avó-emprestada não ia voltar para nós. A avó-emprestada que sempre foi avó por inteiro. Que não fazia distinções entre os 5 netos. Os de sangue e os de coração. Éramos todos netos. Éramos todos iguais. O que dava a um, dava a todos. Na sua simplicidade, na sua humildade. Na sua forma tão própria de ser, com as suas caretas, com a sua refilice, com a sua dificuldade em demonstrar afectos (algo que é transversal a toda esta família, diga-se). 

Em Abrantes eu despedi-me dela. Despedi-me sabendo que podia não a voltar a ver. Despedi-me sem conseguir decidir se ia a Madrid. Despedi-me de coração apertado e frustrada com a impotência perante esta arbitrariedade da vida. E da morte. Sobretudo, da morte.

Fui para Madrid. Fui para Madrid sabendo que podia ter de voltar a qualquer momento. Mas fui para Madrid porque sei que era o que ela quereria. Fui para Madrid, levando-a a ela e a toda a família comigo. Fui para Madrid por mim e por nós.

E voltei. Voltei para assistir aos últimos dias de um definhar lento. Um definhar irreversível. Um limbo terrível de sentimentos contraditórios e desesperantes. A dificuldade em aceitar o fim, sentindo simultaneamente que o fim era o melhor porque esse limbo era um sufoco para ela e para quem estava à volta. Esse limbo terminou ontem.

O funeral foi hoje. E não. Não é por irmos a dois funerais em duas semanas que as coisas ficam mais fáceis. Sobretudo, quando ainda não parámos para chorar o primeiro. Sobretudo, quando temos andado a fugir de processar tudo o que aconteceu. Sobretudo, quando perdemos alguém de quem gostamos tanto sem que fosse preciso existirem laços de sangue a unir-nos, por oposição a termos perdido alguém que nos deu o sangue que nos corre nas veias mas que pouco ou nada nos diz. Esta contradição, estes opostos, estes sentimentos confusos, esta raiva perante a injustiça, este não saber o que sentir, dizer ou fazer.

Se eu pudesse escolher, a escolha era fácil.

"No dia seguinte ninguém morreu."

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...