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domingo, 2 de janeiro de 2022

Das fotografias que dão alegria... - Day 2


Hoje estreei um dos meus presentes de Natal. Foram sete quilómetros a alternar corrida e caminhada, a empurrar o carrinho da Isabel. Será que é desta que eu volto a correr?... 

 

domingo, 3 de janeiro de 2021

Da São Silvestre de Lisboa 2020...

São Silvestre de Lisboa

Foi há uma semana que fiz a São Silvestre de Lisboa 2020, em versão virtual.

A São Silvestre de Lisboa é, como já devo ter dito por aqui, a minha prova de estrada preferida. É aquela que nunca falhei desde 2015, quando foi a minha primeira prova de estrada de 10km. Mesmo o ano passado, já grávida, fiz questão de ir fazê-la, em ritmo caracol, tendo sido a última prova que fiz, antes de a Isabel nascer. Fazia-me ainda mais sentido fazê-la este ano, sendo a primeira prova que fiz, depois de a Isabel nascer.

E assim, lá fui eu. 

Contexto: eu só recomecei a correr no início de Novembro, tendo parado logo de seguida, e recomeçado 3 semanas depois. Dizia o meu Strava que eu tinha corrido apenas 6 vezes, e o treino mais longo que tinha feito, tinha sido de 6km. 

As minhas expectativas para estes 10km eram, portanto, muito baixas. No mínimo, era um disparate pôr-me a fazer 10km com tão pouco treino, depois de uma paragem de 11 meses, com uma gravidez e uma cesariana pelo meio. Mas disparates é o meu nome do meio. E o pior que podia acontecer, era eu ter de me arrastar e caminhar nos últimos metros ou quilómetros ou o que fosse. Era um disparate, mas controlado.

Domingo, às 10h30 da manhã, lá estava eu, no sítio do costume: um Parque das Nações demasiado cheio para o meu gosto, mas com a temperatura certa e sem vento. 

Decidi começar logo pela parte chata do percurso, sem grande ânimo ou entusiasmo, e foi com surpresa que comecei a cruzar-me com outros atletas em prova. Caramba, as saudades que eu tinha de ouvir um "Força!", ou um "Boa prova!". Foi tão, tão bom! Lá fui eu, quilómetro após quilómetro, a ver o tempo passar. Tinha um objectivo em mente: fazer melhor do que em 2019 (o que não seria difícil, dado que tinha feito 1h15).

Claro que, com a minha falta de preparação, ia eu nos 4km, quando comecei a pensar que talvez não fosse má ideia fazer só 5km. Comecei a arranjar mil e uma justificações na minha cabeça, para justificar a minha desistência. Mas, ao mesmo tempo, sabia que isso não fazia sentido nenhum. Sabia que, nem que fosse a caminhar, eu tinha de fazer aqueles 10km. Era o mínimo que eu podia fazer por mim.

Nova estratégia, já antes utilizada: alternar 200 metros a caminhar, com 800 metros a correr. Quando o relógio marcou 5km, eu encostei, caminhei 200 metros e voltei a correr. Fiz o mesmo aos 6km e aos 7km. Mas, quando o relógio marcou os 8km, eu pensei para mim que só faltavam 2km, e que, fosse a que ritmo fosse, havia de fazê-los a correr. Caramba! Era o esforço final, eram só mais 2km, só mais 13 minutos, só mais 3 músicas (eu meço o meu tempo em várias medidas, consoante o estado de espírito).

E lá fui eu. E fiz os 10km em 1h07. Se eu duvidava que conseguisse fazer os 10km, fazê-los neste tempo foi absolutamente incrível. E a sensação quando parei o relógio foi avassaladora e fez-me lembrar por que motivo eu gosto de correr. Já não me lembrava, sabem? Já não sabia o que era esta sensação de desafio superado e de dever cumprido. Num ano tão estranho e tão atípico, eu voltei a sentir-me viva e voltei para casa de sorriso parvo no rosto.

Consegui. Num ano em que sinto que não consigo nada, eu consegui fazer aqueles 10km, praticamente sempre a correr, e num tempo que não me envergonha. Consegui. E a sensação não tem preço.

Que 2021 nos traga as provas de volta, que eu preciso muito disto!...

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Da polémica das provas virtuais pagas...

Por essas redes sociais fora, têm-se visto todo o tipo de comentários e críticas às organizações de provas, que estão a cobrar por provas virtuais.

A mais recente polémica estalou hoje, com a abertura das inscrições para a São Silvestre de Lisboa.

Vamos lá ver... 

Ninguém é obrigado a inscrever-se em prova nenhuma, certo? Também ninguém é obrigado a pagar, se não o quiser fazer, certo? E não é porque umas organizações fizeram provas gratuitas, que todas têm de o fazer. Até porque muitas há que recebem apoios e fundos das autarquias para o fazerem, por exemplo. 

Eu já estou inscrita para a São Silvestre de Lisboa. Porquê? Porque faço questão de fazer aquela que é a prova mais especial para mim, ainda que este ano seja apenas de forma virtual. Porque faço questão de ficar com a t-shirt da prova, para juntar às 5 que já tenho. Porque faço questão de apoiar a HMS, que é, no que toca a provas de estrada, a que considero a melhor organização que existe. Em última análise, já estou inscrita porque me apetece.

Quem não quer pagar, não se inscreve e não paga. 

Para mim, faz sentido inscrever-me e pagar. E acho que também devia fazer para todas as pessoas que gostam de fazer provas (que não são todas as pessoas que gostam de correr, naturalmente).

Estamos a atravessar um período único, uma situação extraordinária, uma pandemia como nenhum de nós já tinha visto. Tudo isto, terá consequências devastadoras para a nossa economia. Já está a ter, aliás. São raros os sectores que não vão sofrer com isto. São raros os sectores onde não existiram ou existirão despedimentos.

Eu gosto de ir a provas de corrida. E quero que elas continuem a existir. E eu gosto (muito) da São Silvestre de Lisboa. Se a minha inscrição puder contribuir um bocadinho que seja para que a HMS ultrapasse tudo isto e continue a organizar a São Silvestre de Lisboa, e todas as outras provas que organiza, então aqueles 9€ foram muito bem gastos.

terça-feira, 24 de novembro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 329

Introdução ao Passeio Marítimo de Oeiras.

[fui mostrar-lhe o sítio onde comecei a correr, onde mais corri, onde fiz o meu primeiro quilómetro sem parar, onde treinei horas a fio, onde organizei treinos de grupo, onde ri, onde chorei, onde fui feliz, onde sofri, o sítio onde vou sempre querer voltar, uma e outra vez]

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Do quão boa eu sou a arranjar desculpas para não correr...

Domingo passado, cá vim eu contar o quão feliz e entusiasmada estava, por ter voltado a correr. Foram meses parada, e tinha tido, finalmente, autorização médica para voltar a correr.

Pois que segunda feira fui a uma consulta de dermatologia. E saí de lá com a indicação de voltar no dia seguinte, para ir tirar um sinal de aspecto duvidoso, que não devia ser nada mas que mais valia tirar. E terça feira lá fui eu. Sempre perdi uns bons dois gramas. Problema? Saí de lá com a indicação de reduzir esforços, não praticar actividade física, ter cuidado com a amamentação e cuidado também a pegar no meu pequeno leitão, perdão, na Isabel.

Portanto, menos de 48 horas depois de ter voltado a correr, arranjei uma desculpa para deixar de correr outra vez. Eu sei, é de génio. 

Fui lá hoje trocar o penso, e resolvi perguntar se já podia voltar a correr. Diz que não, que ainda não posso, porque corro o risco de ao suar molhar o penso e deixar a zona húmida, que é tudo o que não se quer. Ainda tentei dizer que eu corro devagar e que mal suo, mas não consegui mais do que arrancar um sorriso à enfermeira. 

Portanto, mais uma semana sem correr. Eu sei, é de génio. 

domingo, 8 de novembro de 2020

Dos dias que marcam o mundo...

 


Hoje voltei a correr. 317 dias depois da São Silvestre de Lisboa, onde tinha corrido pela última vez. Pelo meio, uma gravidez, uma cesariana, e um pós-parto chato. 

Foram só quatro quilómetros e feitos a um ritmo miserável, mas souberam-me a uma maratona. Quando hoje comecei a correr, estava em crer que nem um quilómetro seria capaz de fazer, e contava ir alternando corrida e caminhada. Afinal, foram quase 11 meses parada. Fui fazendo caminhadas, fui fazendo algum treino funcional, mas só isso. Quando o primeiro quilómetro acabou, pensei que era giro fazer mais um. E quando o segundo acabou, achei que três eram uma bela conta. Mas depois acabou o terceiro, e já só faltava um para o carro. E foi assim que eu fiz quatro quilómetros. Quatro míseros quilómetros, que me souberam a tanto, que me deram tanto. 

Estava a precisar disto. Muito. Tanto. Durante quase meia hora, sozinha com a minha música e o rio como pano de fundo, eu voltei a ser eu. Eu deixei de ser só a mãe da Isabel, e voltei a ser a Inês. Eu não pensei em nada. Eu pensei na passada, na respiração, na música que me inspirava, nas dores boas que voltaram a surgir. Quando cheguei ao fim, estava cansada, mas sentia-me incrivelmente bem e orgulhosa de mim mesma. Superei-me. E já não me lembrava da última vez em que isso tinha acontecido. 

Agora é não parar. 

domingo, 27 de setembro de 2020

Da Corrida (virtual) do Tejo...

Não podendo eu correr (ainda), tenho passado um bocado ao lado das provas virtuais. Mas a Corrida do Tejo captou a minha atenção... Tinha o desafio tradicional dos 10km a correr, mas depois oferecia uma série de outras opções, para fazer a distância em vários dias e a correr ou caminhar. E, a juntar a isto, tinha uma t-shirt bem gira. Quando dei por mim, estava inscrita, com a Isabel inscrita por arrasto.

A prova tinha de ser feita esta semana e eu optei por fazer duas vezes 5km. Ainda não tinha feito 5km a caminhar vez nenhuma, mas foi um bom incentivo para fazer um bocadinho mais do que faço habitualmente.

Fiz a primeira parte na quinta-feira.

E fiz a segunda parte hoje. 

Em ambos os dias estive na zona da expo, junto ao rio, para fazer jus ao nome da prova. Hoje fui equipada a rigor, com a t-shirt da prova e o dorsal.


Voltei a cometer o erro de deixar que fosse ele a tratar das inscrições, e o resultado está à vista. Um dia vou ter de explicar à Isabel por que motivo o primeiro dorsal dela diz "gremlin". Ou posso mandá-la falar com o Pai, simplesmente. 

Disparates à parte, foi bom voltar a calçar os ténis com um objectivo, um propósito, um gosto muito suave a prova e desafio. 

As saudades de correr são cada vez mais, e das provas idem. Dá para saltarmos já para daqui a uns meses, quando isto normalizar?... 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Da Maratona de Valência...

É oficial. A Maratona de Valência foi cancelada.

Nada que nos surpreenda, não é verdade? Toda a gente já sabia que este seria o desfecho mais provável mas a optimista em mim (que a há!), continuava com uma muito pequena esperança de que a prova se mantivesse, que a Covid-19 desaparecesse como que por artes mágicas, e que em Dezembro fôssemos fazer a nossa primeira viagem em família. Quis a vida, ou a Covid-19, que assim não fosse.

Ainda não conferenciámos com a restante família que também ia, mas não creio que a viagem vá acontecer. Houve uma altura em que eu achava que sim: mesmo sem prova, a viagem estava paga, pelo que íamos lá passear na mesma. Com a actual escalada de casos, e com a previsão do que vem aí com a chegada do Inverno, eu já mudei de ideias e não me vejo a ir para Espanha nos próximos tempos. O que é pena.

Pontos positivos: pode ser que lá vamos em 2021 e eu já possa fazer a prova (só tenho de arranjar babysitter para ficar com a miúda), e já andamos a ver possibilidades de alteração dos bilhetes, para ir fazer outra coisa gira, noutro sítio, nos primeiros meses de 2021. Se bem que seja impossível fazer planos nesta altura, mas uma pessoa sempre pode ir sonhando...

A propósito, ou não (que não tem nada a ver), um dia destes apanhámos na televisão uma reportagem sobre o campeonato mundial de Trail, em que falavam da última edição do MIUT. Tinha muitas e variadas imagens da prova, dos atletas, do percurso, e eu fiquei de boca aberta a olhar para aquilo. Já percebi por que motivo há alguns malucos que lá voltam, ano após ano... Eu sei que a Madeira é bonita, eu sei que a prova é incrível, mas ver aqueles vídeos dos percursos da prova, deixou-me mesmo maravilhada e com vontade de lá ir um dia...

Voltamos ao mesmo: uma pessoa sempre pode ir sonhando...

domingo, 26 de julho de 2020

Das fotografias que dão alegria.. - Day 208


Cerca de um mês depois de nos conhecermos,
 ele levou-me a Monsanto, 
para a minha estreia nos trilhos. 
E eu apaixonei-me. Por ele, e pelos trilhos. 


Hoje, levámos a Isabel a Monsanto, 
para a sua estreia nos trilhos. 
E eu espero que ela também se apaixone.

domingo, 21 de junho de 2020

Da Gravidez... - V (ou da gravidez e do exercício físico...)

Eu sempre achei que seria daquelas grávidas super activas durante a gravidez. 

Já tinha lido sobre o assunto e, quando descobri que estava mesmo grávida, li ainda mais sobre o exercício físico na gravidez, em geral, e sobre a corrida, em particular. Tinha uma perspectiva muito idílica da gravidez e do treino e achava que ia continuar a treinar como se nada fosse.

Depois aconteceu a realidade. E voltamos, pela 3ª vez, à bela lição nº 1 da maternidade, já por aqui referida: nada será como tinhas planeado. E não foi.


Eu continuei a correr nos primeiros tempos. Pouco, mas ia correndo.

Quando, uma semana depois de sabermos que eu estava grávida, tivemos a Family Race, decidimos que não fazia sentido fazer os 15km. Eu não andava a treinar para fazer 15km e, se em circunstâncias normais, eu teria ido na mesma nem que demorasse 3 horas, naquelas circunstâncias, seria só parvo insistir nisso.

Talvez agora faça mais sentido para algumas pessoas por que raio eu só fiz 6 ou 7km da prova... Está explicado!

História curiosa: lembro-me de ir na prova, nos primeiros quilómetros que fiz com o João Lima e de irmos entretidos na conversa, como sempre. Perguntava-me ele que maratonas é que tínhamos previstas para os próximos tempos, e eu disse-lhe que o louco mais louco do que eu estava a pensar ir fazer Valência em 2020, mas que eu não estava a pensar nem nessa nem em maratonas nos próximos tempos. O João, insistindo, perguntou-me se eu não tinha assim nenhuma nos meus sonhos que gostasse de fazer este ano. Eu, sem me descoser, disse-lhe que os meus sonhos para este ano eram outros. Felizmente, a conversa morreu ali, comigo a rir-me por dentro, e com o João talvez a pensar que eu ia desistir de correr.

Pouco tempo depois, fui fazer um treino na expo, porque queria mesmo continuar a correr, mas ao mesmo tempo passei o treino todo a pensar se estaria a fazer a coisa certa ou se estaria a correr o risco de hipotecar algo tão importante, só pelo capricho de continuar a correr. Incrível como, grávida de tão poucas semanas, e já todo o meu esquema mental se estava a alterar e tudo girava à volta daquele pequeno ser dentro de mim!... Acabei por falar com a minha médica de família sobre isso, que me disse apenas para ter juízo e reduzir a intensidade.

Duas semanas depois da descoberta, tivemos os Trilhos de Casainhos. Na altura, escrevi para mim: O meu regresso aos trilhos, por um lado, e provavelmente o meu último trail durante uns tempos, por outro. Ele foi amoroso e fez a prova comigo. Morreu de tédio, mas não saiu de ao pé de mim um segundo, sempre preocupado, sempre a perguntar se eu estava bem. Já não me lembro da última vez que tínhamos feito uma prova juntos, mas foi muito bom este regresso. Se não tivesse feito a prova com ele, muito provavelmente, teria desistido. Tê-lo ao meu lado ajudou-me a acalmar e a não estar constantemente a pensar no disparate que era estar a pôr em risco esta gravidez pelo capricho de fazer aquele trail. Vá, não foi um risco assim tão grande quanto isso, se tivermos em consideração que demorei quase duas horas e meia para fazer aqueles 15km. Digamos que fomos dar um passeio pelo monte, inseridos numa prova de trail. Não me andei a matar, não andei no limite, caminhei sempre nas subidas e abrandei sempre que senti que o ritmo cardíaco estava a disparar. Tentei esquecer-me que estava grávida e tentei aproveitar. As saudades que eu tinha de andar nos trilhos!... Do verde, dos single tracks, da lama (nem tanto), dos cheiros e dos sons... Sim, provavelmente foi a minha despedida dos trails durante muito tempo. E, por isso mesmo, valeu a pena!

Seria mesmo a minha despedida dos trails. Ainda estava inscrita em mais duas provas (Picos do Açor e Trilhos dos Reis), mas não me sentia mesmo confortável em andar sozinha no meio dos trilhos, com tudo o que isso implica. Se correr em estrada tem os seus riscos, mas em qualquer altura paramos e temos assistência, quando andamos nos trilhos qualquer pequena queda (e eu sou pessoa que gosta de cair nas provas de trail...) pode provocar estragos e pode acontecer em sítios inacessíveis e aos quais a ajuda pode tardar em chegar. Assim, despedi-me dos trails em Casainhos, e foi uma bela despedida!

Já das provas de estrada, demorei mais um bocadinho a despedir-me.

Ainda fiz as duas primeiras provas do Troféu de Oeiras (Porto Salvo e Cruz Quebrada), fiz a São Silvestre de Lisboa e fiz a São Silvestre dos Olivais em modo caminhada.

A São Silvestre de Lisboa acabou por ser a minha última prova. Nem cheguei a escrever o relato da prova, porque não saberia explicar por que motivo demorei 1h15 a fazê-la. Agora é fácil perceber. Eu sabia que não queria faltar a esta prova. Foi a minha primeira prova de 10km de sempre e é aquela a que todos os anos volto, sem falhar. Também foi a primeira prova que fizemos a dois, em tempos idos. E, em 2019, eu não ia falhar. Fui, ciente de que faria o que conseguisse, como conseguisse, sem me preocupar com tempos ou ritmos. E assim foi. Tive a companhia do meu pai durante uma boa parte do tempo, mas aos 6km disse-lhe que seguisse, porque eu precisava de caminhar um pouco. Estávamos no Terreiro do Paço e, a partir daí, fui alternando corrida e caminhada, preocupada, com algum desconforto e com medo de fazer algum disparate. No final, cortar aquela meta teve um sabor especial. Foi a primeira São Silvestre de Lisboa da nossa filha. De muitas, não tenho dúvidas!

Acabei por não fazer mais provas... Ainda corri algumas vezes e ainda fui algumas vezes ao ginásio, durante estes primeiros 3/4 meses de gravidez.

Mas depois... Depois veio a dura realidade: eu não tinha vontade. Eu andava cansada e permanentemente enjoada. Chegava ao final do dia e a última coisa que me apetecia era treinar. Acabei por cancelar o ginásio e arrumar os ténis.

Depois veio a Covid-19, eu vim para casa em teletrabalho e em reclusão total, e parei completamente de treinar. Ao fim de algum tempo, comecei a fazer uns treinos de força que via no YouTube, e ao fim de mais tempo ainda, com indicação médica, eu comecei a fazer pequenas caminhadas na expo e aqui no bairro.


Depois veio a indicação de repouso e tenho estado parada. E é isto.

Uma pessoa até queria... Uma pessoa tinha mil e uma expectativas e mil e um sonhos... Mas depois acontece a vida. 

De tudo o que li e investiguei sobre o tema, tudo indica que quem já tem uma vida activa e pratica desporto, pode e deve continuar a fazê-lo (com eventuais adaptações, que devem ser vistas caso a caso). O desporto faz bem ao corpo e à alma, e pode ser uma grande ajuda na preparação para o parto e na recuperação do mesmo.

Tenho pena, tenho mesmo, de não ter treinado mais e durante mais tempo. Mas os enjoos e a preguiça tomaram conta de mim... Resta-me esperar por poder regressar aos treinos depois dela nascer!

sábado, 16 de maio de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 137 (ou do medo do que aí vem...)


Ele correu. Eu caminhei. Ao final da tarde, perto da hora de jantar, num Parque das Nações demasiado cheio, que me assustou e deixou preocupada. 

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista. 

Mas fiquei em choque com o que vi. Fiquei arrependida de ter ido. Encurtei o meu percurso e, mesmo de máscara, esforcei-me por me afastar sempre o mais possível de quem se cruzava comigo. Mas senti-me a maluquinha. Porque mais ninguém parecia preocupado com isso. Raras foram as pessoas que vi de máscara (não é obrigatório, eu sei). Muitas foram as pessoas que passaram coladas a mim (entre ciclistas e corredores que me ultrapassaram, perdi a conta). Vi grupos de mais de 10 pessoas a fazer piqueniques. Vi os dois skate parks, ambos completamente vedados com grades, cheios de miúdos e graúdos. Fiquei na dúvida se as grades estariam ali para impedir a Covid de entrar, protegendo quem se encontrava lá dentro.

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista. 

Mas também fiquei em choque com as imagens de um Primeiro-Ministro a passear no Chiado, a jogar ao põe e tira a máscara. A dar o pior exemplo possível. A dizer às pessoas que saiam de casa e vão às compras, quando horas antes tinha dito que continua a existir dever de recolhimento.

Se calhar, sou eu a paranóica. Se calhar, sou eu a pessimista.

Mas tenho medo do que aí vem. Muito medo. 

Dos tantos planos para depois...

No Sábado passado, quando acordei, tinha um email da TAP a informar de uma alteração na minha reserva para Valência em Dezembro. Por momentos, achei que o mundo tinha ensandecido de vez, e que já estavam a cancelar os vôos com 7 meses de avanço. Pois que não. Era só uma alteração de horário. Menos mal.

Entre os muitos planos que tínhamos (e temos) para este ano, Valência é só um deles. A diferença é que Valência continua em cima da mesa, até ordem em contrário. Será a primeira viagem com a nossa descendente, será uma viagem em família, e será a estreia do meu irmão numa Maratona. A ideia surgiu no final do ano passado, e logo tratámos de marcar os vôos e o alojamento. Longe de imaginar o que aí vinha... Ainda assim, tentamos manter algum espírito positivo, e queremos acreditar que talvez, só talvez, a prova se mantenha, se não houver uma nova crise com a Covid-19, mal entremos no tempo frio e no Inverno.

Mas Valência é só um dos muitos planos que tínhamos para depois...

Era suposto estarmos hoje em Portalegre. Era suposto ele estar a esta hora a estrear-se numa prova de 3 dígitos. Era para isso que ele andava a treinar, quando tudo isto começou. Também era suposto ele ter ido ao Marão. E era ainda suposto termos ido ao Trilho dos Pernetas, para onde íamos arrastar mais 6 elementos da família. 

Como ele, tantos e tantos atletas tinham objectivos para esta altura. Tantos e tantos atletas andavam a treinar, a esforçar-se, a superar-se. Mas agora não há provas... Nem saberemos quando voltará a haver... É ingrato, pode ser frustrante, pode ser profundamente desanimador e deixar um sentimento de injustiça tremendo. São só corridas, dirão alguns. Não são. São sonhos e objectivos. E custa-me ver que ele andava a treinar imenso, estava em excelente forma, estava motivado e entusiasmado, e todos os planos ficaram mesmo para depois.

Por outro lado, temos assistido a desafios incríveis que mobilizam dezenas e centenas de atletas, mesmo que virtualmente e à distância. Temos assistido a provas e treinos em casa com distâncias absurdas. Temos visto atletas a reinventarem-se e a encontrarem força e motivação nos sítios mais improváveis. Temos, também, visto muita gente a encontrar na corrida a melhor forma de manter alguma sanidade mental, nestes tempos tão incertos.

Resta-nos (e incluo-me neste pacote mesmo não estando a treinar) tentar ir buscar algum ânimo não sei bem onde, tentar encontrar forças para continuar a treinar mesmo sem objectivos à vista, não baixar os braços e olhar em frente, acreditando que, mais tarde ou mais cedo, as provas vão voltar. Mesmo que em moldes diferentes, mesmo que com dinâmicas estranhas, mesmo que com muitas e variadas adaptações e restrições. As provas hão-de voltar. Talvez demorem uns meses. Talvez estejam à espera que eu possa voltar a correr, para voltarem comigo. Talvez a culpa disto tudo seja minha, que decidi obrigar o mundo a ser solidário com a minha gravidez e a minha impossibilidade de correr. Talvez. Mas o certo é que não vamos parar e as provas hão-de voltar. Com ou sem Covid-19.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Do 13 de Maio e da peregrinação e d'O Caminho e de como tudo isto se une à corrida...

Eu não sou uma pessoa religiosa, como já devo ter dito por aqui.

Não acredito num qualquer deus supremo, não sou grande fã da igreja católica, e não me lembro da última vez em que assisti a uma missa (tirando as habituais e inevitáveis em casamentos e funerais).

O que não é o mesmo que dizer que desprezo ou não respeito a religião dos outros. Pelo contrário. Há, até, momentos em que quase que invejo os mais crentes, por conseguirem encontrar na sua religião um amparo, uma fé, uma força invisível que os guia, apoia e encaminha. Eu não tenho nada disso, e estou condenada a aceitar os desígnios da vida, que é como é, só porque sim, sem qualquer propósito superior.

Ao ver as imagens do Santuário de Fátima completamente vazio, sem a habitual procissão das velas, não pude ficar indiferente. Tal como não fiquei indiferente às imagens da Praça de São Pedro na Páscoa. Qualquer pessoa que já tenha estado naquela praça, sempre cheia de turistas, dificilmente fica indiferente.

O 13 de Maio não me diz nada. Tal como Fátima não me diz nada. Mas a peregrinação que todos os anos milhares de peregrinos fazem para lá chegar, diz-me muito. Não que algum dia a tenha feito. Ou que pense algum dia fazê-la. Mas porque admiro muito quem a faz, sejam quais forem os seus motivos, as suas crenças, a sua fé.

Como também já disse por aqui, um dia quero fazer O Caminho. Se não tivesse conseguido engravidar, era muito provável que o fizéssemos este ano. E não teria nada a ver com religião. Porque cada um tem os seus motivos para fazer a peregrinação a Fátima ou para fazer os Caminhos de Santiago.

Para mim, fazer o Caminho de Santiago, representa a oportunidade de voltar ao básico, ao essencial da vida, ao despojamento, a uma forma de meditação e de viagem ao nosso interior, que na vida actual é difícil, se não mesmo impossível. Representa um desafio físico e mental tremendo, que, suponho eu, se deve consagrar numa sensação única e indescritível ao ser atingido o objectivo.

Diz, quem o fez, que O Caminho não se explica, não se descreve, não se compara. Mas eu, na minha habitual arrogância sem, no entanto, querer ofender ou desrespeitar quem quer que seja, acho que talvez se possa comparar um bocadinho, só um bocadinho, a certas provas que certos loucos das corridas fazem por aí. Não sou a única a achar que certas provas de trail têm em si um pouco de peregrinação, de viagem espiritual, de meditação. A mim já me aconteceu, em provas em que passei quilómetro após quilómetro sozinha, perdida no meio dos trilhos, sem ver vivalma, dar comigo embrenhada nos meus pensamentos, nos meus dramas e dúvidas existenciais, e chegar ao fim da prova a sentir-me mais leve, mais viva, mais lúcida em relação ao que me rodeia.

Nunca fiz uma ultra (ainda), muito menos uma prova daquelas assim mesmo, mesmo grandes, mas acredito que tenha muitas semelhanças com o que se sente numa peregrinação ou n'O Caminho. Para algumas pessoas, pelo menos. Porque, tal como na Peregrinação a Fátima, cada um que começa uma prova fá-lo pelos seus motivos, fá-lo com os seus objectivos, fá-lo com um propósito e com vontade de atingir uma determinada sensação ao cortar a meta. Não há motivos certos ou errados. Não há sensações melhores ou piores. Há desafios individuais.. Há superações individuais. Há, em comum, uma certeza: ninguém acaba uma Peregrinação, um Caminho, ou uma prova, da mesma forma que a começou. Todos aprendem. Todos crescem. Com sorte, todos se tornam pessoas melhores. E, só isso, já valeu a pena. Que nos mova a religião ou a loucura, é só um pormenor de somenos.

domingo, 10 de maio de 2020

Do Troféu de Oeiras - Prova da Outurela...


Hoje seria dia de mais uma prova do 38º Troféu de Oeiras. Desta vez, seria a prova da Outurela, organizada pela minha equipa, a AM 18 de Maio.

Naturalmente, não houve prova. Ainda assim, desafiámos os nossos atletas a vestirem as camisolas da equipa e a fazerem a distância que fariam, se houvesse prova, num local e hora à sua escolha. Sempre em segurança e sem ajuntamentos!

E foi assim que esta manhã dei por mim a caminhar na Expo, a fazer os 4.300 metros que a minha prova teria (para quem não sabe, no Troféu de Oeiras as distâncias das provas variam consoante os escalões). O louco mais louco do que eu tinha saído de casa a correr, e fez o equivalente à prova dele (8.500 metros) e à minha, e encontrámo-nos no final, para eu lhe dar boleia no regresso.

Foi bom voltar a vestir a camisola da equipa! Mas foi bom, sobretudo, ver a adesão que este desafio teve, e a forma como cada um à sua maneira e ao seu ritmo, voltou a vestir a camisola e fez a sua prova, desafiando-se.

A mim, soube-me lindamente! Comecei há cerca de 2 semanas a fazer algumas caminhadas curtas, por indicação da minha médica, e sempre com máscara e em horários e zonas com pouca gente. Tenho vindo a aumentar a distância a pouco e pouco, porque a verdade é que me custa, depois de tanto tempo parada. O máximo que tinha feito tinham sido 3,5km, e hoje nem dei pelo tempo a passar enquanto fiz os 4,3km! Fiquei cansada, mas aquele cansaço bom, de quem voltou a mexer-se, e hoje, com um propósito muito especial.

Sei que ainda vai demorar muito, muito tempo até voltarmos às corridas (eu, por razões óbvias...). E custa-me pensar nisso. Não vale a pena especular, nem tentar fazer previsões... Mas gosto de tentar manter algum optimismo e pensar que, mais tarde ou mais cedo, isto vai passar e vamos voltar a correr todos juntos. Em equipa. Como devia ser.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 80


O Facebook lembrou-me hoje que foi há precisamente 4 anos que fiz a minha primeira meia-maratona.


Passaram 4 anos, estou com mais 10 quilos em cima, e já não corro.

A juntar a isso, estamos (quase) todos fechados em casa, com saudades dos tempos em que dávamos como garantida a possibilidade de pegarmos nos ténis e irmos. Porque correr é isso: é pegar nos ténis e ir.

E as saudades que eu tenho de pegar nos ténis e ir?...

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 47


Ele foi para Monsanto fazer num treino mais quilómetros do que eu alguma fez fiz numa prova de trail. 

Eu voltei a calçar os ténis e fui para a Expo caminhar. Custou, mas fui. Que isto possa virar rotina. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 42


Há dois anos, com uma escolta de luxo, 
na Meia Maratona de Cascais.





(este blogue retomará a emissão habitual muito em breve. Juro.) 

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 33


Troféu de Oeiras - Queluz de Baixo

Com t-shirts novas e patrocinador novo. 

Com direito a mais uma taça, 
graças a um 8º lugar em Equipas! 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 29


O Facebook fez hoje o favor de me lembrar a minha participação na Corrida Fim da Europa há exactamente 3 anos.

E o lindo dia que estava. 

E o quão mais magra eu estava. 

Uma boa noite para vocês também. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Do meu 2019...

Foi preciso Janeiro estar a chegar ao fim para eu me obrigar a vir aqui escrever. Isso ou ter ficado a trabalhar a partir de casa por estar doente, e aproveitar a hora de almoço para isso. Pouco importa, na verdade.

A verdade é que ainda não me apeteceu escrever sobre 2019 e fazer o habitual balanço do ano.

A propósito, deu-me para ir ler os balanços anteriores. Não os fiz sempre, mas foi um bom exercício reler os anos em que os fiz. 2018. 2017. 2016. 2015. 2014. 20132009.

De 2019 não sei bem o que dizer. Foi um ano de altos e baixos. Não teve nada de particularmente trágico, sobretudo se compararmos com 2018, mas teve uma situação menos boa que se arrastou todo o ano e que se prolonga para 2020. Teve medos e dúvidas, teve desesperos. Mas também teve muitas coisas boas, teve momentos excelentes, teve duas viagens incríveis, teve muitas memórias. Teve uma muito boa notícia que eu já não esperava, quase no final. Foi mesmo um ano em relação ao qual guardo mixed feelings.

Para 2019, eu tinha três objectivos. Concretizei um deles (fazer mais uma Maratona), não concretizei outro (e sei que também não o vou concretizar em 2020), e deixei outro encaminhado para que se concretize em 2020.

O balanço não é mau, certo? Certo. Mas ainda estou a aprender a lidar, a duras penas, com o facto de um dos objectivos não só não se ter concretizado, como também não se vir a concretizar em 2020. Mas lá chegarei!...

2019 teve muita coisa incrível.


Teve um passeio a Évora logo no início do ano.


Teve o Trail de Lousa.


Teve o incrível Columbus Trail, onde quero regressar um dia e que recomendo a quem me queira ouvir.


Regressei à minha ilha, ao sítio onde nasci, à casa onde vivi.


Apaixonei-me pelas paisagens e pelas gentes.


Fiz a Meia-Maratona de Cascais com a minha Fabiana.


Fiz treinos longos e bolhas diversas. 
Concluí o Doutoramento em tratamento e prevenção de bolhas. 
E descobri que sou pronadora.


2019 também teve treinos pela manhã.


Tudo para chegar a Abril e cortar a meta na minha segunda Maratona.


Claro que em 2019 também houve muitas e variadas gordices.


E corridas com gordices.


E minis depois das corridas, pois claro. E o calor que estava no Almonda?...


Em Junho foi a vez da Serra Amarela. Das melhores provas que eu já fiz e, continuo a dizer, aquela em que eu mais me desafiei.


Mas Junho também trouxe mergulhos e percebes em Lagos.


E a Corrida das Fogueiras, com este lindo dorsal...


Voltei a correr em Sintra, no Sintra Trail Extreme.


E em Julho voltei a apaixonar-me pelo Thom Yorke. 
E pelo louco mais louco do que eu, que deu um novo sentido a tudo isto.


Fiz os 27km do Limestone Ultra Trail e cheguei em último lugar.
E adorei.


Chamonix. Chamonix. É ir reler os 40 posts que escrevi sobre o assunto... 
Não há palavras que cheguem para descrever o incrível que esta viagem foi.


Momento piroso do ano: um buff da Buff personalizado.


Apostei na minha carreira de roadie. Aqui, na Maratona de Lisboa.


Ornatos Violeta no Porto. Tão bom.


Passagem em modo passeio pela Family Race no Porto.
Ou de como tive o privilégio de acompanhar os primeiros quilómetros do João Lima em mais uma Maratona!


Regresso aos trilhos. Casaínhos.


Mais corridas em equipa, num início de época muito bom!


Mas 2019 também foi um ano de muito Snow e muito mimo. 
E muitas sestas, naturalmente.


E, como não podia deixar de ser, acabei o ano na São Silvestre de Lisboa.



Visto assim, não me posso queixar, não é verdade?

Acho que a mentalidade tem de ser essa: olhar para 2019 e focar-me apenas nas coisas positivas. Este post serve, precisamente, para isso. Para ter aqui sempre à mão uma forma de me lembrar de todas as coisas boas que 2019 me trouxe. E foram muitas.

2020 tem tudo para ser um bom ano. Quiçá, um ano extraordinário. Vai ser um ano diferente, certamente.

Que venha ele! 
 

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