Mostrar mensagens com a etiqueta Arte. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Arte. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 282 (ou da minha paixão por Van Gogh...)

 


Hoje fomos visitar a exposição Meet Vincent Van Gogh, que está em Belém até Janeiro. 

É uma experiência engraçada, que se pretende muito interactiva, com recurso às mais diversas tecnologias, e que nos permite ficar a conhecer um pouco mais da vida e obra de um dos mais importantes pintores da nossa história. 

Eu sou apaixonada pelo Van Gogh. Não foi uma paixão fácil ou imediata, mas foi uma paixão que foi surgindo, quanto mais o conhecia e descobria a sua obra. Quando li o livro "A Casa Amarela", percebi que havia muito mais por detrás daquelas pinceladas errática e aqueles amontoados de tinta. 


Há uma linha muito fina que separa a genialidade da loucura, mas em Van Gogh essa linha está muito esbatida. Ele era um génio, mas também era um louco. No meio de toda aquela instabilidade mental, ele conseguiu uma produção artística incrível (sobretudo, porque só produziu durante 10 anos), que, como se sabe, só foi devidamente reconhecida após a sua morte. Van Gogh tem uma história triste, dura, pesada. E isso só confere ainda mais beleza à sua obra. 


Vão ver, se puderem. E se puderem mesmo muito, vão ao Museu Van Gogh em Amesterdão. É só dos melhores museus que eu já visitei. 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Das fotografias que dão alegria... - Day 280


Hoje fomos apresentar-lhe a Gulbenkian. Ainda é cedo para que ela se delicie com os patos e patinhos, mas eu fiz a festa por ela. 

Andar pelos jardins da Gulbenkian é fazer uma viagem no tempo. Passei muito tempo naqueles jardins a estudar (e não só), e perdi a conta às vezes que visitei ambos os museus. 

Ficou a vontade de lá voltar, daqui a uns tempos, para que a Isabel já possa usufruir de tudo o que ali há. 

 

terça-feira, 9 de junho de 2020

De Berlim... - II

O segundo dia em Berlim, uma quinta-feira, começou com uma free tour. 

Já por aqui falei diversas vezes das free tours, e não me canso de repetir: são uma excelente forma de conhecer uma cidade, pela voz de alguém que a conhece bem, visitando os principais pontos turísticos e ouvindo histórias e lendas curiosas. Há várias tours temáticas mas optámos por esta genérica da Sandemans, que começava junto à Porta de Brandemburgo.


Antes da tour propriamente dita, comecemos por um detalhe não menos importante: na praça onde se encontra a Porta de Brandemburgo está um dos hotéis mais luxuosos e famosos de Berlim, o Hotel Adlon Kempinski. Neste hotel já estiveram muitos e variados famosos, de políticos a actores e músicos, e foi neste hotel que aconteceu aquela polémica e célebre cena do Michael Jackson a pendurar o seu filho bebé da janela. 


Fofoquices à parte, o hotel é mesmo super luxuoso e isso percebe-se ainda mesmo antes de lá entrarmos. E por que motivo lá entrámos? Porque lá dentro há uma caixa multibanco escondida no piso -1. Precisávamos de ir a uma, e era a única que havia naquela zona. Sentimo-nos meio pedintes ao entrar naquele espaço incrível, com gente chiquérrima a tomar os seus pequenos-almoços e os seus chás no lobby. Lá fomos nós em busca da caixa multibanco, descendo uma escadaria de mármore imponente, ao fundo da qual estavam também as casas de banho. Levantámos dinheiro e aproveitámos para ir à casa de banho. Já se sabe que andando em modo turismo, uma pessoa anda sempre em busca das melhores casas de banho, e não podíamos desperdiçar a oportunidade de ir a uma das casas de banho mais luxuosas de Berlim, não é verdade? Aquilo parecia um salão de baile, gigante, tudo em mármore, com toalhas individuais, com creme de mãos, com tudo e tudo e tudo... E eu lá me entretive a tirar umas fotos em frente ao espelho, para imortalizar o momento. Mal eu sabia que rapidamente ia descobrir que em Berlim é perfeitamente normal pagar para ir à casa de banho, o que não significa que estejam sempre limpas e perfumadas. Ainda me senti melhor por ter aproveitado esta ocasião! Fica a dica, para quem andar naquela zona.


Voltemos à tour...

Começámos por ouvir um pouco da história de Berlim, e depois fomos ao local que fica por cima de onde era o bunker do Hitler. Pormenor curioso: o local não está minimamente assinalado ou identifcado e é actualmente um parque de estacionamento. A ideia é que não se torne um local de culto para os maluquinhos fãs de Hitler (que os há...). Não é, de todo, uma forma de esconder o que se passou, porque em toda a cidade a memória de todos os horrores que ali se passaram, está bem presente.

Um desses sítios, e dos mais marcantes, é o Memorial aos Judeus Mortos da Europa (ou Memorial do Holocausto), uma obra de Peter Eisenman. Aqui encontramos 2.711 blocos de pedra, com alturas variadas, que formam um desconcertante campo de pedras.



Na tour andámos por diversas zonas, vimos partes do muro que ainda se encontram pelo meio da cidade, e passámos pelo famoso Checkpoint Charlie. Também visitámos a praça Gendarmenmarkt (considerada uma das mais bonitas da cidade), onde encontramos três imponentes edifícios: a Konzerthaus (casa de concertos?), a Französischer Dom (Igreja Francesa) e a Deutscher Dom (Igreja Alemã).




Também estivemos na Bebelplatz, onde vimos o memorial que foi criado para lembrar as queimas de livros que os Nazis realizaram, nomeadamente, nesta famosa praça. Aqui, encontramos a frase: "Das war ein Vorspiel nur, dort wo man Bücher verbrennt, verbrennt man am Ende auch Menschen." (em Inglês: "That was only a prelude; where they burn books, they will in the end also burn people").



Terminada a tour, olhámos para o mapa e percebemos que estávamos relativamente perto de um dos sítios que eu não queria perder: a loja da Ritter Sport. Aquilo nem é bem uma loja... É todo um museu, com 3 andares, com cafetaria, com chocolate que nunca mais acaba... Eu estava no paraíso, pois claro! Nota relevante: estes chocolates cá são relativamente caros, mas lá são a menos de metade do preço... Como resistir?!


Depois desta doce visita, e porque tivemos juízo, era hora de parar para almoçar. Bom, aqui não tivemos tanto juízo e fomos ao Swing Kitchen, um restaurante de fast-food vegan. Se para quem não come carne nem sempre é fácil comer fora (sobretudo, em países onde a alimentação é muito à base de carne), juntem a isso uma gravidez e uma não imunidade à toxoplasmose... Foi um desafio comer em Berlim, e nem sempre optámos pelas escolhas mais saudáveis, mas fomos tentando compensar. Nesta refeição, foi a desgraça total e eu comi... Nuggets! Eu não comia nuggets há... 20 anos? Nem sei. Nunca tinha visto nuggets vegetarianos e não resisti! Souberam-me lindamente e o louco mais louco do que eu provou-os, e disse que sabiam aos "originais".


O restaurante em si é cheio de pinta, com várias opções (todas vegan), e ele diz que comeu o melhor hamburguer vegetariano da vida dele.

Como nem só de comida se faz uma viagem (mas podia...), seguiu-se uma visita a um dos mais famosos museus de Berlim, o Pergamonmuseum. Ainda andámos por lá entretidos umas horas, tem uma colecção muito interessante, e eu sou cada vez mais fã dos audioguias. Até porque, rapidamente percebi que é normal nos museus alemães nem tudo estar traduzido, e haver muita coisa mal traduzida... Sim, mesmo em museus desta dimensão, há erros nas traduções das placas identificativas das obras (o que me provocou uma certa urticária, confesso, que eu sou meio paranóica com erros e afins...). 









Como as minhas pernas já imploravam por descanso, depois do museu fomos a um sítio muito, muito giro, tomar um chá. Chamava-se Tadshikische Teestube, e era meio restaurante, meio salão de chá, de origens russas, com uma diversidade enorme de chás, alguns petiscos e refeições completas, para quem quisesse comer a sério.


Os sapatos ficavam à porta e os lugares eram no chão, em grandes almofadões e colchões, apoiados por mesas baixas.


Com (algumas) energias recuperadas, demos uma volta por aquela zona, onde são típicos os pátios e ruelas interiores, com lojas e restaurantes mais alternativos. Também fica aqui a Nova Sinagoga, que só vimos por fora.


Acabámos a jantar num vietnamita vegan muito, muito bom, o Quy Nguyen. O espaço era giro e a comida muito saborosa. Sempre comi alguma coisa mais saudável!



Depois deste longo dia, e porque não tinha feito a minha sesta, já estava de rastos, mas ainda fomos assistir à Comedy Night no bar do nosso hotel, um espectáculo de stand-up comedy, com vários comediantes amadores. Ainda deu para dar umas gargalhadas e beber umas cervejas (ah!... as maravilhas da cerveja sem álcool!... só que não.).


Já disse que adorei o nosso hotel?

segunda-feira, 1 de junho de 2020

De Berlim... - I

Faz hoje 3 meses que regressámos de Berlim e pareceu-me um dia tão bom como outro qualquer para começar, finalmente, o relato desta viagem.

Nestes 3 meses mudou tanta coisa, que parece que a viagem foi noutra vida, mas precisamente por isso, e por ter sido tão boa, não podia não a eternizar aqui!

Berlim era, para mim, um sonho muito antigo. Não que vivesse fascinada com a cidade, mas há anos que tinha a certeza que tinha de lá ir um dia. Quando começámos a pensar numa viagem para os meus anos (já que só faço de 4 em 4, que seja em bom!), surgiu Berlim em cima da mesa. Ele não estava convencido, porque a probabilidade de apanharmos mau tempo era elevada. Mas a verdade é que no final de Fevereiro, está mau tempo em 90% da Europa, pelo que ele não me conseguiu apresentar nenhuma alternativa que me convencesse. Ficou Berlim.

Marcámos a viagem 3 semanas antes de descobrirmos que eu estava grávida. Estávamos a tentar mas, como não achávamos que fosse acontecer, marcámos a viagem na mesma, para que os preços não escalassem. Ainda assim, houve alguma sensatez na minha pessoa e, contrariamente ao que é habitual neste tipo de viagens que fazemos, eu teimei que devíamos ir 5 dias, para evitar as correrias e canseiras habituais. Era o meu aniversário, eu queria passar lá o dia 29, e poder regressar no dia seguinte com calma. E assim foi. Na prática, aproveitámos 4 dias completos. Primeira dica: chega perfeitamente para ficar com uma visão geral de Berlim.

No dia 26 de Fevereiro, quarta-feira, aterrámos em Berlim a meio da manhã. O aeroporto é meio estranho, mas está tudo bem indicado e facilmente encontrámos o autocarro que precisávamos para chegar à Estação Central de Berlim, onde iríamos apanhar o comboio para perto do nosso hotel. No geral, achei que os transportes funcionavam muito bem, com imensas alternativas e a preços simpáticos.

Olá, Berlim!


O nosso hotel foi o The Student Hotel Berlin. Foi ele que o escolheu e eu confesso que torci um bocadinho o nariz, só pelo nome. Achei que seria mais tipo hostel, meio caótico, barulhento, e algo para o qual não teria paciência mas... Tive de engolir cada palavrinha, porque adorámos o hotel! Para quem procura um hotel tradicional/clássico, esqueçam. Mas é um excelente hotel, de 4 estrelas, com pormenores deliciosos e que faz as delícias de quem procure um sítio diferente e cheio de pinta. Afinal, estávamos em Berlim, não é verdade?




E eu achava que era só nos móteis que davam preservativos...



A localização também era óptima, a 5 minutos a pé da Alexanderplatz, a caminho da qual tínhamos um centro comercial grande, com supermercado, área de restauração, cafés para tomar o pequeno-almoço (achámos o do hotel caro e optámos sempre por comer na rua), etc. Havia ainda uma paragem de autocarro, literalmente, à porta do hotel. Noutras alturas, estes pormenores podiam não ser muito relevantes, mas quando se apanha tempo frio e alguma chuva, faz toda a diferença!

O planeamento desta viagem foi feito um bocadinho (só um bocadinho) em cima do joelho, numa altura em que eu já estava grávida de 5 meses, e só tinha uma certeza: tínhamos de reduzir, e muito, o nosso ritmo habitual. Além disso, Berlim é uma cidade meio estranha, em relação à qual tive alguma dificuldade em perceber quais as coisas a não perder. Mas lá consegui traçar um plano!

Para o primeiro dia, e tendo em conta a hora a que íamos acordar e a hora a que íamos chegar, planeei uma tarde calma, mais de introdução a Berlim do que outra coisa. 

Almoçámos perto do hotel, e seguiu-se um passeio a pé pela zona, que incluiu a Alexanderplatz, a Rathaus, a Neptunbrunnen e a St. Marienkirche.

As Bolas de Berlim originais! 






Construção deliciosa em Lego da Rathaus.









Depois desta volta, apanhámos um autocarro para o destino seguinte: East Side Gallery.


Curioso como imaginava o muro tão maior...





Claro que, a dada altura, aqui a grávida precisou de fazer uma pausa para repôr energias e descansar as pernas.




Com o cair do dia, regressámos ao hotel, onde eu aproveitei para uma mini sesta e ele foi para a passadeira do ginásio do hotel correr (ele é mais louco do que eu, não é verdade?).

Saímos para jantar, num restaurante típico alemão perto do hotel, e aterrámos na cama, que o dia já ia longo...



Até amanhã, Berlim!

Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...