Irritam-me profundamente as pessoas que só se choram e se queixam.
E irrita-me profundamente que, por vezes, eu seja uma dessas pessoas.
Mas hoje, perdoai, isto não está fácil.
Hoje, uma pessoa que conheci há muitos, muitos anos, nestas andanças das internets, perdeu o seu fiel companheiro de muitos, muitos anos. E eu só posso imaginar a sua dor.
Isso e pensar na dor que sinto por não ter as minhas pulgas comigo. Com a separação, e porque fui eu que saí de casa, separei-me também delas. Infelizmente, a minha vida actual não me permite tê-las comigo. Já pensei trazer só a Amorazita para perto de mim mas não acho justo obrigá-la a viver em metade da casa (porque não vivo sozinha). Quando posso, vou vê-las. Mas não é o mesmo. Nunca será. Até porque não faz muito sentido continuar a ir lá a casa.
Tenho saudades delas. Muitas. Muitas mesmo. E receio que o tempo faça com que se esqueçam de mim. A Lady não. Que continua a lamber-me a cara de uma ponta à outra sempre que me vê, e não sai de ao pé de mim. Mas, ao mesmo tempo, a Lady é a que eu sei que nunca poderá viver comigo. Nunca seria capaz de lhe fazer isso.
Tento não pensar muito nisto. Tento pensar que é o melhor para elas. Mas não se esquece uma parte de nós. Não se esquece.