domingo, 10 de outubro de 2021
Do meu regresso à terapia... E à psiquiatria... E à medicação...
quinta-feira, 12 de agosto de 2021
Das portas que se fecham e das janelas que não queremos que se abram...
Ontem fechou-se uma porta que eu há muito queria ver fechada. Foram dois meses de vida em suspenso. Dois meses de incertezas, de dúvidas, de receios. Dois meses de espera. E eu não sou pessoa de estar, simplesmente, à espera. Foram dois meses duros, que incluíram um dos dias mais duros da minha vida. Se ao menos tivesse valido a pena, mas não valeu. A espera e as incertezas continuaram, depois desse dia. Mas, ontem, tudo isso acabou. Ontem, a porta fechou-se de vez. E eu posso voltar a respirar, posso fazer as pazes comigo, posso apanhar os cacos e retomar a minha vida, no ponto em que ela ficou há dois meses. Finalmente.
domingo, 7 de março de 2021
Dos pensamentos que me ocupam às cinco da manhã...
Não sei se tenho mais saudades das coisas que a Covid me tirou, se das coisas que a maternidade me tirou. Dadas as circunstâncias actuais, ambas confundem-se e é difícil identificar quais são quais. Pouco importa, na verdade.
segunda-feira, 1 de março de 2021
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
Do parto da Isabel...
O parto da Isabel não foi nada do que eu queria, sonhara ou idealizara. Em parte, já sabia que assim seria, desde que ficou decidido que seria cesariana. Mas, ainda assim, foi muito diferente do que esperava.
terça-feira, 12 de janeiro de 2021
Das formas que temos de baixar os braços...
Hoje cancelei a subscrição da newsletter da Easyjet.
(ando a limpar a minha vida, a minha casa, e a minha alma, estendendo esta limpeza à poluição visual que recebo no digital - já cancelei as subscrições de várias marcas de roupa [no seguimento da decisão de um 2021 mais sustentável], e agora cancelei esta, resignando-me à ideia de que não voltarei a voar tão cedo)
sexta-feira, 25 de dezembro de 2020
Dos 6 meses da Isabel...
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
Das coisas que a pandemia nos roubou...
Esta manhã, enquanto trabalhava, calhou em estar a passar uma música dos The National. E eu emocionei-me. Foi a segunda vez que isto aconteceu, em cerca de uma semana. Emocionei-me com algo tão simples como uma música dos The National (pouco importa qual).
A última vez que vimos os The National ao vivo foi há um ano e uns dias, no Campo Pequeno. Lembro-me de sair do escritório a correr, ir buscá-lo ao aeroporto (no tempo em que era normal as pessoas viajarem em trabalho), e irmos directos para o Campo Pequeno, onde comemos qualquer coisa num instante, e nos sentámos naquelas cadeiras estupidamente desconfortáveis.
O concerto começou e esquecemos o desconforto. O concerto começou e eu deixei-me levar pelas músicas. Com uma mão na tua mão e a outra na barriga (que ainda nem existia), eu quis guardar aquele momento para sempre. Fomos felizes, ali. Nós e a nossa sementinha, que ainda era segredo para a maioria das pessoas. Não me lembro, mas é provável que tenha chorado. Pelo menos, podia culpar as hormonas. Sei que gostei muito do concerto. Só podia, aliás.
Hoje, ao ouvir aquela música, voltei a esse concerto. E não pude deixar de me emocionar, ao pensar que não sei quando voltaremos, verdadeiramente, a um concerto. A pandemia tem-me levado tanta coisa boa, e a cultura é uma delas. Não sei quando voltaremos aos concertos, aos teatros, ao cinema. Não sei. E eu sei que eles continuam a existir. Eu é que não sei quando serei capaz de lá voltar. A pandemia levou-me a cultura e deixou-me o medo. E isso é uma grandíssima merda.
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
Das fotografias que dão alegria... - Day 336
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Do meu nível de senilidade... Ou do meu quase regresso ao trabalho...
Hoje tinha pensado vir aqui escrever um post super inspirado sobre o facto de faltar, precisamente, uma semana para regressar ao trabalho.
A meio da manhã, o louco mais louco do que eu, veio ter comigo ao quarto da bebé e pergunta-me:
- Quando é que tu voltas ao trabalho mesmo?
- Daqui a precisamente uma semana...
- Então mas não era quarta-feira?
- Oh... Pois é... Eu pensava que era quinta e que ainda faltava uma semana. Já me deprimiste para o resto do dia... - e lá fiquei eu a pensar com os meus botões, que já não faltava uma semana inteira.
Pois não. Falta menos de uma semana para eu regressar ao trabalho. Como?! Não sei.
Também não sei o que andei a fazer nos últimos quatro meses e meio. Também não sei onde foi parar o tempo. Também não sei como é que, de repente, estamos a chegar ao fim de Novembro e deste ano memorável.
Não sei se foi da pandemia, se foi de mim e da minha inércia, mas tenho a clara sensação de que não fiz nada este ano. Nada. Eu sei que gerei, trouxe ao mundo e cuidei de um pequeno ser. Mas foi só isso. "Só". Sim, eu estou ciente da grandeza do que fiz. Mas... Sabe-me a pouco. Este ano não viajámos. Não convivemos. Não estivemos com as nossas pessoas. Não fomos a concertos. Não experimentámos restaurantes novos. Não fomos a provas. Estamos a pouco mais de um mês do final do ano, e eu vivo sentimentos agridoces: 2020 foi o ano em que veio ao mundo a nossa maior obra, mas foi também o ano em que toda a nossa existência esteve em suspenso.
É também com sentimentos agridoces que regresso ao trabalho. Precisamente devido a este sentimento de inutilidade no que a este ano diz respeito, tenho uma necessidade tremenda de voltar a trabalhar e sentir-me útil. Ao mesmo tempo, assusta-me pensar que está a chegar ao fim uma altura que nunca se irá repetir: o poder estar 100% dedicada à Isabel. Em breve, muito em breve, a Isabel deixa de ser apenas nossa e passa a ser do mundo. E isso tem tanto de incrível como de assustador. Caramba, que ainda ontem ela nasceu, e não tarda está na escola!...
domingo, 8 de novembro de 2020
Dos dias que marcam o mundo...
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Dos altos muito altos e dos baixos muito baixos desta vida...
sexta-feira, 21 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XV (ou do dia em que eu soube que ia fazer uma cesariana...)
Corria o longínquo dia de 2 de Junho de 2020 quando, depois de mais uma CTG, a minha obstetra me disse, definitivamente, que a Isabel iria nascer de cesariana.
E eu tive, mais uma vez, a confirmação daquilo que já vinha a descobrir nos últimos meses na gravidez: nada é como tínhamos imaginado. Podemos ler, fazer cursos, sonhar, planear, tudo e mais alguma coisa. Mas a maioria das coisas fogem do nosso controlo, e resta-nos aceitar.
Lembro-me de me ter sentido particularmente inútil. Eu não servia para trazer a minha filha ao mundo. Dramático, eu sei. Exagerado, eu sei. Mas foi o que senti naquele momento.
A opção da obstetra pela cesariana era discutível e, apesar de ela já ter falado nisso uns meses antes, eu achei que era apenas uma possibilidade e que continuaria a haver a hipótese de se tentar um parto natural. Naquele dia, eu percebi que não. E fiquei sem chão.
Questionei tudo. Questionei-me a mim. Muito. Falei com várias pessoas e pedi várias opiniões, que se dividiam.
Eu não queria fazer uma cesariana. E não era um mero capricho meu de quem acredita em fadas e unicórnios. Eu não queria fazer uma cesariana porque eu não tinha a certeza de que a cesariana fosse a única opção, ainda que a minha obstetra achasse que era a melhor opção, para minha segurança e da bebé.
Mas a opinião da minha obstetra não era consensual, não era completamente objectiva, não era a única. E, com 36 semanas de gravidez (quase 37), eu só tinha duas opções: aceitar o que a obstetra dizia e queria fazer, ou mudar de obstetra (o que implicava mudar também de sítio onde a bebé ia nascer). Ainda consegui que uma amiga falasse com uma obstetra que seria uma hipótese para mim, e que achava que não era linear que eu fizesse uma cesariana, mas que não estava a aceitar novas grávidas.
Foram tempos confusos em que, na verdade, não tinha muito tempo para uma decisão. Se, por um lado, uma parte de mim achava que eu devia ir à procura de outro obstetra que me desse uma hipótese, uma parte de mim já estava contaminada pelo grilo falante que iria estar sempre a perguntar-me se insistir num parto normal não seria um erro e se não estaria a pôr em causa a minha segurança e a da bebé. Conhecendo-me, eu sabia que mesmo que mudasse de obstetra, iria ter sempre aquela dúvida de saber quem é que teria razão e do que seria realmente melhor no meu caso. Até podia ter avançado para um parto normal, mas era provável que passasse o tempo todo com medo de uma eventual complicação (que podia ser muito complicada). Ou então não, e eu podia ter tido um parto natural espectacular.
Nunca vou saber. Na altura, decidi manter-me com aquela obstetra. Hoje? Arrependo-me profundamente. Já aceitei e já quase me perdoei. Sei que tomei a decisão que me fez sentido na altura, com a informação que tinha. Também sei que me faltou alguma força e coragem, mas, às 36 semanas de gravidez, eu tive medo de bater o pé e pôr em risco a bebé. Também sei que não seria fácil arranjar novo obstetra naquela fase da gravidez. E sei que nunca me perdoaria se alguma coisa tivesse corrido mal, porque eu tinha mudado de obstetra de repente. Na altura, mesmo sabendo que talvez a opção pela cesariana não fosse a melhor, eu decidi como me fez sentido. Agora, já não há nada a fazer em relação a isso. No futuro, já sei quem será a minha nova obstetra.
quarta-feira, 19 de agosto de 2020
Da Gravidez... - XIV (ou do meu primeiro breakdown... e de todos os outros...)
Uma das coisas boas da gravidez, é que podemos culpar as hormonas por 99% das coisas que nos acontecem. Têm as costas muito largas, as pobres hormonas.
Curiosamente, eu não me senti muito "hormonal". Bom, talvez alguém cá em casa discorde. Mas foi o que eu achei.
Claro que tive os meus momentos e as minhas crises. Claro que chorei pelas coisas mais tolas e me emocionei por coisas que antes talvez ignorasse. Mas podia sempre culpar as hormonas, e estava tudo bem.
Culpa das hormonas, ou não, lembro-me perfeitamente do meu primeiro breakdown a sério. De repente, já não sei a propósito de quê, eu dei comigo na casa de banho a chorar convulsivamente. De repente, eu pus tudo em causa.
Naquele momento, eu perguntei-me se seria capaz de ser mãe, se estaria à altura do desafio, se teria nascido para ser mãe, se não seria tudo um grande erro. Chorei, chorei, chorei. Depois enfiei-me na banheira, chorei, chorei, chorei, e, eventualmente, passou. Podia sempre culpar as hormonas.
Mas culpa das hormonas, ou não, ao longo da gravidez fui tendo diversos momentos de dúvidas e medos.
O meu principal medo? Aquele que mais me assaltou, que mais me tirou o sono, que mais me fez chorar? O mais óbvio: serei eu capaz de ser melhor mãe do que a minha mãe foi para mim? Se, por um lado, a resposta parece evidente: não é difícil ser melhor mãe do que ela foi. Por outro lado, é difícil eu conseguir acreditar que posso ser melhor mãe, quando não tenho grandes referências ou exemplos. Houve muitos momentos em que eu me questionei se seria capaz de, não tendo tido uma boa mãe, ser uma boa mãe.
Ainda me faltam muitos anos de terapia para resolver e arrumar de vez aquilo que foi a minha relação com a minha mãe. Com ela morta, a coisa fica ainda mais difícil. Mas um dia eu hei-de lá chegar. Enquanto não chego, é inevitável que isso condicione a minha experiência enquanto mãe. Claro que, de forma muito racional, eu sei perfeitamente o impacto que isso pode ter e uso todas as estratégias possíveis para que isso não me influencie negativamente. Posso não ter as coisas bem resolvidas, mas tenho consciência delas e, lá está, sendo muito racional, sei perfeitamente que posso fazer diferente. Muito diferente. O problema são aqueles momentos em que eu não consigo ser muito racional, e em que eu me vejo condenada ao fracasso, incapaz de ser uma boa mãe para a Isabel. São poucos esses momentos, são cada vez menos, mas, de quando em vez, ainda me assaltam os pensamentos.
Para além de todos os grandes desafios que a maternidade nos traz, para mim, trouxe este muito difícil: o obrigar-me a olhar para mim, para a relação que tive com a minha mãe, para o que fui enquanto filha e o que (não) quero ser enquanto mãe. E tem sido uma luta monstruosa!...
sexta-feira, 31 de julho de 2020
Da Gravidez... - XIII (ou da forma como toda a gente te diz que te deves sentir, que nem sempre corresponde à forma como te sentes...)
domingo, 26 de julho de 2020
Do primeiro mês desta aventura que é a maternidade...
terça-feira, 21 de julho de 2020
Dos tempos estranhos que vivemos e que levam a posts inusitados neste blogue...
quinta-feira, 9 de julho de 2020
Da Gravidez... - X (ou da minha relação com o meu corpo...)
| Com 5 meses, quando levei suspiros cor de rosa para o escritório, para anunciar que vinha uma menina a caminho. |
A juntar a isto, uma opinião externa a criticar o quanto eu já tinha engordado e eu a sentir-me um pequeno cachalote. Pessoas, não se comenta o peso dos outros, muito menos de uma grávida! Vá lá... Não é assim tão difícil. Na altura, por mil e um motivos, isso mexeu demasiado comigo. Feliz ou infelizmente, coincidiu com a época em que eu tive indicação para começar a fazer as minhas caminhadas. Entre o regresso à actividade física, e a neura por me acharem gorda, a verdade é que o meu peso estabilizou e pouco engordei nos últimos meses.
| Também me dediquei aos treinos de força em casa. Aqui, com quase 7 meses. |
Foi difícil para mim ver o meu corpo mudar. Ver a barriga crescer, as ancas e o rabo (ainda) maiores, a perda de mobilidade, a incapacidade de fazer uma série de coisas. Desde cedo, fiquei meio em choque quando me faltava o ar ao subir dois lanços de escadas. Como é que eu já tinha feito duas maratonas, e agora ficava cansada com as escadas do metro?... Foi uma luta para mim ir aceitando as minhas crescentes limitações, com o passar do tempo. Uma parte do meu cérebro deve ter achado que eu engravidava mas que ia continuar tudo igual, a fazer na mesma tudo o que já fazia antes, como se nada se passasse. O meu corpo fez o favor de, rapidamente e sem margem para dúvidas, me mostrar que não ia ser assim.
| Com quase 8 meses. |
terça-feira, 23 de junho de 2020
Da Gravidez... - VII (ou de como a gravidez não é doença mas...)
quarta-feira, 13 de maio de 2020
Do 13 de Maio e da peregrinação e d'O Caminho e de como tudo isto se une à corrida...
Os devaneios Agridoces mais lidos nos últimos tempos...
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Vinte meses de Isabel. A caminho dos dois anos. Já muito longe de ser um bebé, e cada vez mais uma mini-pessoinha, com personalidade e vont...
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Há coisas que eu não percebo... Não percebo mesmo. Esta coisa da blogosfera é uma delas. Já cá ando há muitos anos e continuo a não ...
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Assinala-se hoje o Dia Mundial da Saúde Mental. E eu, que já queria ter vindo escrever este post há demasiado tempo, achei que não podia p...