Fotos Joana Ralha
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Perú (4)
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A casa dos Outros
Simples desabafo do dia a dia de um enfermeiro nos domicílios
A casa dos Outros
"A D. Maria tem 47 anos... e um cancro do ovário. O marido, já reformado, quis satisfazer-lhe o desejo de não morrer no hospital.
Têm uma filha, a acabar o curso na universidade: boa aluna, em altura de exames... precisa de estudar e a sua mãe está a terminar os seus dias de vida no quarto ao lado.
A D. Maria está em cuidados paliativos... e sabe disso!
Já não quer comer, bebe apenas alguns goles de água. Tem um soro para que lhe possamos dar a medicação. Tem uma perfusão permanente de morfina, cuja eficácia não é total. A barriga... como descrever? Tem uma colostomia, que mal funciona... está inchada, como um balão que vai rebentar.. e de facto, começa a rebentar: abrem-se fístulas espontaneamente e as fezes saem por todo o lado.
O cheiro? Não consigo descrever! O corpo? Pele e osso, para ser mais exacta!
Há metástases no fígado, no pulmão... a respiração é ofegante... já lá
vão 5 semanas...
Diariamente desloco-me a casa da D. Maria, duas ou três vezes: para dar medicação, para cuidar daquela barriga... para falar com ela, para dar o apoio possível ao marido que tenta fazer o que sabe e o que pode.
O sofrimento? É grande... de todos!
Mas eu sou enfermeira: não é suposto que me seja difícil ver o sofrimento
dos outros!
Tudo se torna mais difícil quando estou a sós com a D. Maria, que me agarra na mão e me pede insistentemente... que termine com a vida dela!
Os apelos são cada vez mais frequentes, mais desesperados: 'Por favor! Se tem compaixão de mim, injecte-me qualquer coisa para terminar de vez com esta agonia! Pela sua felicidade, por favor, acabe com a minha vida...'
E eu tenho compaixão... mas nada posso fazer! A dor não se consegue controlar, é impossível cuidar dela sem lhe provocar ainda mais dores?
O que faz uma enfermeira?
Vai-se embora, para casa, a sentir-se inútil... A sentir-se incapaz... A ouvir repetidamente aquele apelo... e a desejar, embora lhe custe muito, que a eutanásia fosse possível! Mas, se fosse possível... e a praticasse, como iria para casa?
Mas para quê falar disto?... Os enfermeiros não têm sentimentos!
Façam a vossa reflexão!!
A casa dos Outros
"A D. Maria tem 47 anos... e um cancro do ovário. O marido, já reformado, quis satisfazer-lhe o desejo de não morrer no hospital.
Têm uma filha, a acabar o curso na universidade: boa aluna, em altura de exames... precisa de estudar e a sua mãe está a terminar os seus dias de vida no quarto ao lado.
A D. Maria está em cuidados paliativos... e sabe disso!
Já não quer comer, bebe apenas alguns goles de água. Tem um soro para que lhe possamos dar a medicação. Tem uma perfusão permanente de morfina, cuja eficácia não é total. A barriga... como descrever? Tem uma colostomia, que mal funciona... está inchada, como um balão que vai rebentar.. e de facto, começa a rebentar: abrem-se fístulas espontaneamente e as fezes saem por todo o lado.
O cheiro? Não consigo descrever! O corpo? Pele e osso, para ser mais exacta!
Há metástases no fígado, no pulmão... a respiração é ofegante... já lá
vão 5 semanas...
Diariamente desloco-me a casa da D. Maria, duas ou três vezes: para dar medicação, para cuidar daquela barriga... para falar com ela, para dar o apoio possível ao marido que tenta fazer o que sabe e o que pode.
O sofrimento? É grande... de todos!
Mas eu sou enfermeira: não é suposto que me seja difícil ver o sofrimento
dos outros!
Tudo se torna mais difícil quando estou a sós com a D. Maria, que me agarra na mão e me pede insistentemente... que termine com a vida dela!
Os apelos são cada vez mais frequentes, mais desesperados: 'Por favor! Se tem compaixão de mim, injecte-me qualquer coisa para terminar de vez com esta agonia! Pela sua felicidade, por favor, acabe com a minha vida...'
E eu tenho compaixão... mas nada posso fazer! A dor não se consegue controlar, é impossível cuidar dela sem lhe provocar ainda mais dores?
O que faz uma enfermeira?
Vai-se embora, para casa, a sentir-se inútil... A sentir-se incapaz... A ouvir repetidamente aquele apelo... e a desejar, embora lhe custe muito, que a eutanásia fosse possível! Mas, se fosse possível... e a praticasse, como iria para casa?
Mas para quê falar disto?... Os enfermeiros não têm sentimentos!
Saio dali, continuo o meu trabalho domiciliário: agora entro numa barraca, onde chove dentro, onde há ratos, pulgas, lixo... onde o cheiro nos faz perder o apetite... O Sr. José tem 87 anos e vive sozinho. Tem uma úlcera varicosa. Tenho que fazer o penso. Não há água... nem sequer as mãos posso lavar.
Passo-as por álcool à saída e lavo-as na casa do próximo utente.
Chove desalmadamente. Volto para o carro, pelo meio da lama. Carrego as malas do material para os cuidados.
Mas para quê falar disto?... A minha profissão não é penosa!...
Próxima paragem: D. Joaquina, 92 anos, vive numas águas furtadas, 5º andar, sem elevador. Subo as escadas de madeira, apodrecidas, obscuras, com medo que alguma tábua se parta. Carrego com as malas do material...
Chove desalmadamente. Volto para o carro, pelo meio da lama. Carrego as malas do material para os cuidados.
Mas para quê falar disto?... A minha profissão não é penosa!...
Próxima paragem: D. Joaquina, 92 anos, vive numas águas furtadas, 5º andar, sem elevador. Subo as escadas de madeira, apodrecidas, obscuras, com medo que alguma tábua se parta. Carrego com as malas do material...
A D. Joaquina vive com uma irmã, naquele espaço exíguo. Teve uma trombose.
Tem úlceras de pressão. O tecto é baixo, inclinado, a cama está encostada à parede. Para lhe prestar cuidados tenho que me pôr de joelhos no chão e ficar inclinada.
Quando me tento endireitar as minhas costas doem... tenho as pernas dormentes... pego nas malas, desço as escadas... continua a chover... procuro o carro que tive que estacionar a 500 metros!
Mas, para quê falar disso? Os enfermeiros não se queixam...
Tem úlceras de pressão. O tecto é baixo, inclinado, a cama está encostada à parede. Para lhe prestar cuidados tenho que me pôr de joelhos no chão e ficar inclinada.
Quando me tento endireitar as minhas costas doem... tenho as pernas dormentes... pego nas malas, desço as escadas... continua a chover... procuro o carro que tive que estacionar a 500 metros!
Mas, para quê falar disso? Os enfermeiros não se queixam...
Próximo desafio: a Helena! Toxicodependente... tem SIDA, continua a consumir... com sorte, ainda lá encontro o traficante em casa... mas as enfermeiras não têm medo!
Continuo: o Sr. Manuel é diabético, divorciado, tem 50 anos, foi amputado de uma perna, vive sozinho num 3º andar. Há 2 anos que não sai de casa: como fazer? Das poucas pessoas, com quem convive, são as enfermeiras! Precisa de conversar... como lhe dizer que ainda tenho mais 4, ou 8 pessoas e que não tenho tempo para estar ali a ouvi-lo?
Mas para quê falar disso? Os enfermeiros só dão injecções e fazem pensos... tudo o resto é supérfluo!
Para quê falar da solidão do outro, da minha impotência, do pedido de eutanásia, da chuva, do frio, do sol, do calor, do mau cheiro, das minhas dores nas pernas, do material do penso a conspurcar o meu carro (a seguir vou buscar a minha filha à escola!), das dores nas costas, do medo, da insegurança, do ventre desfeito, da tristeza, da compaixão...
....
Não, a penosidade e o risco devem ser uma ilusão minha...
Não, as enfermeiras não choram!
Mas sabem?... as lágrimas que mais doem são aquelas que não correm!
Para quê falar da solidão do outro, da minha impotência, do pedido de eutanásia, da chuva, do frio, do sol, do calor, do mau cheiro, das minhas dores nas pernas, do material do penso a conspurcar o meu carro (a seguir vou buscar a minha filha à escola!), das dores nas costas, do medo, da insegurança, do ventre desfeito, da tristeza, da compaixão...
....
Não, a penosidade e o risco devem ser uma ilusão minha...
Não, as enfermeiras não choram!
Mas sabem?... as lágrimas que mais doem são aquelas que não correm!
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Água (5)
Sobre a água e o fogo
(…) Ao ver o gotejar que corre para o parque transformar-se numa torrente, compenetro-me da natureza profundamente alheia das cheias. As cheias não ficam preplexas nem desconcertadas com os obstáculos ou barreiras que encontram no seu caminho. A preplexidade e o desconcerto não fazem parte do seu reportório. As barreiras são simplesmente galgadas, os obstáculos arredados. A natureza da água, como poderiam ter dito os pré-socráticos, é correr. (…)
Diário de Um Ano Mau, J. M. Coetzee
Dom Quixote
Ivone Ralha
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A família Guebuza
Guebuza family has finger in every pie
After he became President at the beginning of 2005 Armando Guebuza, did not stop developing his portfolio of investments. Better still, he and his family have since then expanded their business network via various companies in which they own stakes. The firm Moçambique Gestores (MG), of which the President is one of the shareholders, is present in the Maputo Port Development Company (MPDC) which runs the capital's port. Meanwhile Guebuza's family
company Focus 21 owns a stake in the navigation company Navique, is a partner in the South African energy company Sasol and is involved in the bank BMI. Furthermore, the President is also a shareholder in the mobile telephone company Vodacom via his stake in Intelec Holdings. He can also be found in Moçambique Capitais, a firm which has just launched the Moza Banco in
partnership with Geocapital owned by the Macao magnate Stanley Ho.
Guebuza's new partners. Intelec Holdings, the company chaired by the head of the Confederaçao das Associaçoes Economicas (CTA, employers' association), Salimo Amad Abdula, is to go into exploring for chalk and other ore with the aim of opening a cement works. To this end, it is participating in the creation at the beginning of May in Elephant Cement Moçambique Lda (ECM) with a 15% stake. The leading shareholder in ECM, with 85%, is Shree Cement Ltd, an Indian cement manufacturer represented in this transaction by its financial director, Ashok Bhandari. Intelec Holdings has at the same time launched into another project. Represented by its general manager Tomas Arone Monjane, it has founded a consulting and expertise company called Intelec Business Advisory & Consulting Lda (Intelec B.A.C) jointly with a Mozambican resident in Cape Town (South Africa), Tania Romana Matsinhe (the company's CEO, with a 35% stake), Catarina Mario Dimande from Maputo (12.5%) and Armando Ndambi Guebuza (12.5%).
The latter is none other than one of President Geubuza's sons who has studied in South Africa. Intelec BAC will carry out market studies and reports on the business environment for its clients. All the family is involved. Ndambi Guebuza is already a shareholder, as are his brother, his two sisters and his parents, in the family firm Focus 21. His sister Valentina Guebuza owns a small minority (2.5%) in Beira Grain Terminal SA, a company created at the beginning of 2007 to operate the cereals terminal at the port of Beira (ION 1209), while the Mozambican President's eldest daughter, Norah Armando Guebuza, has joined forces with Zimbabweans and
Mozambicans to launch the firm MBT Construçoes Lda, specialised in construction and public works, at the beginning of the year. She is married to the Mozambican Tendai Mavhunga, who for his part is in partnership with Miguel Nhaca Guebuza, one of the Mozambican President's brothers, in a construction industry consulting company Englob-Consultores Lda (ION 1200). This is the same Miguel Guebuza who has just been appointed to the board of the new firm
Mozambique Power Industries, which will manufacture and market electricity transformers. This company's shareholders are Wilhelm François Jacobs, Munir Abdul Sacoor, Marilia Americo Munguambe and Christoffel Cornelius Koch. For her part, Ana Maria Dai, the twin sister of Mozambican First Lady Maria da Luz Dai Guebuza, is a shareholder in Macequece Lda alongside another member of her family, José Eduardo Dai. Her brother, Tobias Dai, is a former Defence
Minister. Last year, Macequece created the mining company Mozambique Natural Resources Corp in partnership with International Minerva Resources BV.
Discreet withdrawal. Nevertheless, President Guebuza has just sold his stakes in two companies. In mid-April he withdrew from Mavimbi Lda (fishing) whose ownership is now split between Moises Rafael Massinga (38%) and a consortium whose members have not been revealed. Similarly, Mozambique Gestores and the former Minister Teodato Hunguana have sold their stakes in Sociedade de Aguas de Moçambique Lda to Joao Manuel Prezado Francisco and Totem Investments whose shareholders are not known since this company was created before the law obliging their disclosure. The time has come for Guebuza to become more discreet in business!
INDIAN OCEAN NEWSLETTER - 31.05.2008
After he became President at the beginning of 2005 Armando Guebuza, did not stop developing his portfolio of investments. Better still, he and his family have since then expanded their business network via various companies in which they own stakes. The firm Moçambique Gestores (MG), of which the President is one of the shareholders, is present in the Maputo Port Development Company (MPDC) which runs the capital's port. Meanwhile Guebuza's family
company Focus 21 owns a stake in the navigation company Navique, is a partner in the South African energy company Sasol and is involved in the bank BMI. Furthermore, the President is also a shareholder in the mobile telephone company Vodacom via his stake in Intelec Holdings. He can also be found in Moçambique Capitais, a firm which has just launched the Moza Banco in
partnership with Geocapital owned by the Macao magnate Stanley Ho.
Guebuza's new partners. Intelec Holdings, the company chaired by the head of the Confederaçao das Associaçoes Economicas (CTA, employers' association), Salimo Amad Abdula, is to go into exploring for chalk and other ore with the aim of opening a cement works. To this end, it is participating in the creation at the beginning of May in Elephant Cement Moçambique Lda (ECM) with a 15% stake. The leading shareholder in ECM, with 85%, is Shree Cement Ltd, an Indian cement manufacturer represented in this transaction by its financial director, Ashok Bhandari. Intelec Holdings has at the same time launched into another project. Represented by its general manager Tomas Arone Monjane, it has founded a consulting and expertise company called Intelec Business Advisory & Consulting Lda (Intelec B.A.C) jointly with a Mozambican resident in Cape Town (South Africa), Tania Romana Matsinhe (the company's CEO, with a 35% stake), Catarina Mario Dimande from Maputo (12.5%) and Armando Ndambi Guebuza (12.5%).
The latter is none other than one of President Geubuza's sons who has studied in South Africa. Intelec BAC will carry out market studies and reports on the business environment for its clients. All the family is involved. Ndambi Guebuza is already a shareholder, as are his brother, his two sisters and his parents, in the family firm Focus 21. His sister Valentina Guebuza owns a small minority (2.5%) in Beira Grain Terminal SA, a company created at the beginning of 2007 to operate the cereals terminal at the port of Beira (ION 1209), while the Mozambican President's eldest daughter, Norah Armando Guebuza, has joined forces with Zimbabweans and
Mozambicans to launch the firm MBT Construçoes Lda, specialised in construction and public works, at the beginning of the year. She is married to the Mozambican Tendai Mavhunga, who for his part is in partnership with Miguel Nhaca Guebuza, one of the Mozambican President's brothers, in a construction industry consulting company Englob-Consultores Lda (ION 1200). This is the same Miguel Guebuza who has just been appointed to the board of the new firm
Mozambique Power Industries, which will manufacture and market electricity transformers. This company's shareholders are Wilhelm François Jacobs, Munir Abdul Sacoor, Marilia Americo Munguambe and Christoffel Cornelius Koch. For her part, Ana Maria Dai, the twin sister of Mozambican First Lady Maria da Luz Dai Guebuza, is a shareholder in Macequece Lda alongside another member of her family, José Eduardo Dai. Her brother, Tobias Dai, is a former Defence
Minister. Last year, Macequece created the mining company Mozambique Natural Resources Corp in partnership with International Minerva Resources BV.
Discreet withdrawal. Nevertheless, President Guebuza has just sold his stakes in two companies. In mid-April he withdrew from Mavimbi Lda (fishing) whose ownership is now split between Moises Rafael Massinga (38%) and a consortium whose members have not been revealed. Similarly, Mozambique Gestores and the former Minister Teodato Hunguana have sold their stakes in Sociedade de Aguas de Moçambique Lda to Joao Manuel Prezado Francisco and Totem Investments whose shareholders are not known since this company was created before the law obliging their disclosure. The time has come for Guebuza to become more discreet in business!
INDIAN OCEAN NEWSLETTER - 31.05.2008
José Pinto de Sá
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Sobre a democracia
Não escolhemos os nossos governantes atirando uma moeda ao ar – a moeda ao ar está associada ao jogo, uma actividade de baixa categoria -,mas quem se atreveria a argumentar que o mundo estaria em pior estado do que aquele em que se encontra se os governantes tivessem sido desde o princípio dos tempos escolhidos pelo método da moeda ao ar?
J.M. Coetzee, Diário de um mau ano, Sobre a Democracia, Ed. D.Quixote
A propósito de uma manif. a 8 de Novembro
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Em viagem de férias (2)
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Sérgio Santimano,
Suécia
Cinema Ponte
07.Nov. Hantverkargatan 70. Stockholm
18h00m
Mozambique, journal d’une Indépendence ”Mocambique, om en självständig tidning”
Um filme de Margarida Cardoso
(por volta de 53minutos)
18h00m
Mozambique, journal d’une Indépendence ”Mocambique, om en självständig tidning”
Um filme de Margarida Cardoso
(por volta de 53minutos)
I N T E R V A L O pause
chá-café ou laranjada !!!! chamussas...etc.
19h10m
Cinémas de Mozambique
Sonhos Guardados “Bevarade drömmar”
Um filme de Isabel Noronha
(2004/doc./30minutos)
A Janela “Fönstret”
Um filme de Sol Carvalho
(2006/ficcão/8minutos)
Acampamento de desminagem
Um filme de Licinio Azevedo
(2005/doc./60minutos)
Os filmes tem legendas em Francês/Inglês/Espanhol.
20h00m
C O N V Í V I O
Bar – aperitivos (tilltugg) e pequenas delicadezas(delikateser) moçambicanas e não só, com música de fundo......e muito mais.. .......
Entrada gratuíta (fri inträde till medlemar) para os sócios da Associação Ponte.
Pede-se a regularização das quotas em atrazo por todos membros e aceitam-se novas inscrições! PlusGirot 43 45 62 - 5
e-mailponte.moc.swe@gmail.com
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terça-feira, 28 de outubro de 2008
Perú (3)
Cuzco - Aguas calientes. 2008
Fotos Joana Ralha
POEMA
Mil países que
yo no conozco,
mil estrellas y
túneles,
mil países y pueblos,
mil y un puentes
incontables.
Desconocido país:
en tus puertas ya
me siento torturado,
en tu boca ya me
siento masticado,
en tus ríos ya
me siento ahora
y siempre y nunca
ahogado.
JAVIER HERAUD
POESÍAS COMPLETAS Y HOMENAJE. Lima: Ediciones de La Rama Florida, 1964
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Perú
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Água (4)
Ilustração para Água na poesia. Edição da Câmara Municipal de Sintra
(…) Sentia que a excepcional beleza do espectáculo da neve o tornava ainda mais feliz do que ter voltado a Istambul depois de tantos anos. Era poeta. Ora bem, num poema que escrevera anos antes, e que os leitores turcos conhecem muito mal, escrevia que uma vez na vida nevava nos nossos sonhos.(…)
Neve, Orhan Pamuk, Editorial Presença
Ivone Ralha
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Orhan Pamuk
Crossroad
Robert Johnson
domingo, 26 de outubro de 2008
Novo México (6)
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A Crise: desaparecem evidências
Num primeiro momento, até parecia que a crise era um (enorme) problema financeiro e que a sua solução teria que ser financeira: injecções de biliões e biliões de dólares e de euros no sistema bancário; nacionalizações de alguns bancos e seguradoras; coordenação entre os maiores bancos centrais para descerem taxas de juro; garantias bilionárias estatais em vários países (incluindo Portugal) para evitar que os bancos acabassem por parar o crédito…
Também logo com o desencadear da crise se começou a proclamar que a origem do imbróglio estava nas falhas dos “reguladores” (bancos centrais e nacionais, organismos de supervisão). E é verdade: basta reparar no exemplo da Islândia, cujos maiores bancos – que tiveram que ser nacionalizados – estimularam o consumismo e “investiram” tanto (até num clube de futebol inglês!) que provocaram uma dívida superior a 10 vezes o PIB do país, e durante toda essa euforia, nem o banco central nem o governo islandeses foram capazes de “regular” o processo (?...).
Mas isto (falhas de regulação) não é toda a verdade! É que, desde o fim dos anos 80, estados, governos, instituições internacionais (por exemplo, o Fundo Monetário Internacional) fizeram parte do coro que cantou as maravilhas da liberalização “à outrance”, da eficácia do “jogo” do mercado, do quanto menos regras e sobretudo quanto “menos Estado” melhor.
Ora, uma conclusão começa hoje a sobressair com mais força: o mercado e especialmente a globalização financeira não podem continuar desregulados ou com regras tão flexíveis que permitam “produtos” e jogos de compra-vende que a crise veio pôr a nu. Cada vez mais gente desconfia da “auto-regulação”. Portanto: a “evidência” de que o mercado é que dita as regras perdeu a sua aura de verdade absoluta. Foi-se!...
Mas a crise também tende a desmentir o que o discurso dominante desejaria que fosse evidente: que o problema é de funcionamento do sistema financeiro e que as soluções encontrar-se-ão em melhores regras para o funcionamento do sistema. Só que a crise é mais funda: não é só técnico-política.
De facto, nesta crise, rapidamente saltou aos olhos das opiniões públicas a revoltante situação de privilégios de responsáveis de instituições financeiras e seguradoras, algumas das quais ruíram ou tiveram que ser salvas por governos. É verdade que se corre o risco de, com “bodes expiatórios”, se esquecer o que é mais importante. E o mais importante é centrarmo-nos em questões sobre para quê e para quem servem esse tipo de instituições. Mas com certeza não deviam ter servido para que muitos gestores de topo, e “executivos” seus próximos, vivessem numa estratosfera de rendimentos: ordenados, bónus por objectivos de lucro de curto prazo, e (quando a coisa desse para o torto) indemnizações de “descanso eterno” (mas em vida, não post mortem!).
As sucessivas revelações de situações salariais escandalosas já tiveram consequências inesperadas: governos, como por exemplo o da Alemanha, a estabelecerem limites às remunerações de gestores de topo. O que também parece uma “evidência” a desaparecer: então o Estado mete-se nisso?...
É tremendamente oportuno que a O.I.T. acabe de publicar o seu World of Work Report 2008 com o sugestivo título Desigualdades de Rendimentos na Era da Globalização Financeira e onde dados apresentados (resultantes de uma análise de 2007 às 15 maiores empresas de 6 países) mostram que “gestores presidentes (CEO) ganham em média entre 71 (Holanda) e 183 (EUA) vezes mais que o salário do trabalhador médio”(pg. 16).
Ao mesmo tempo, a insuspeita OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) publica um relatório Crescimento Desigual? : Distribuição do Rendimento e Pobreza nos Países da OCDE, segundo o qual o crescimento económico não tem evitado o aumento da desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. E - o que infelizmente não é novidade - Portugal, entre os 30 países da OCDE, é dos mais desiguais, juntamente com os EUA e só tendo atrás de si o México e a Turquia. Se acrescentarmos que, entre os quase 2 milhões de pobres no nosso país, 38% trabalham…
As disparidades e os leques salariais saltam assim com mais força para a discussão e reflexão dos cidadãos que começam (pelo menos…) a fazer perguntas sobre que critérios e processos de decisão permitem tais desigualdades de remuneração. Rapidamente se passa a perguntar para que servem as empresas. E pode ser que também cada vez mais gente comece a duvidar que seja óbvia ou suficiente a habitual resposta a dizer que as empresas servem, pois claro, “para produzir riqueza”. Mais uma evidência que começa a deixar de ter o estatuto de verdade incontestável.
Almada, 24/10/08
Cláudio Teixeira
Também logo com o desencadear da crise se começou a proclamar que a origem do imbróglio estava nas falhas dos “reguladores” (bancos centrais e nacionais, organismos de supervisão). E é verdade: basta reparar no exemplo da Islândia, cujos maiores bancos – que tiveram que ser nacionalizados – estimularam o consumismo e “investiram” tanto (até num clube de futebol inglês!) que provocaram uma dívida superior a 10 vezes o PIB do país, e durante toda essa euforia, nem o banco central nem o governo islandeses foram capazes de “regular” o processo (?...).
Mas isto (falhas de regulação) não é toda a verdade! É que, desde o fim dos anos 80, estados, governos, instituições internacionais (por exemplo, o Fundo Monetário Internacional) fizeram parte do coro que cantou as maravilhas da liberalização “à outrance”, da eficácia do “jogo” do mercado, do quanto menos regras e sobretudo quanto “menos Estado” melhor.
Ora, uma conclusão começa hoje a sobressair com mais força: o mercado e especialmente a globalização financeira não podem continuar desregulados ou com regras tão flexíveis que permitam “produtos” e jogos de compra-vende que a crise veio pôr a nu. Cada vez mais gente desconfia da “auto-regulação”. Portanto: a “evidência” de que o mercado é que dita as regras perdeu a sua aura de verdade absoluta. Foi-se!...
Mas a crise também tende a desmentir o que o discurso dominante desejaria que fosse evidente: que o problema é de funcionamento do sistema financeiro e que as soluções encontrar-se-ão em melhores regras para o funcionamento do sistema. Só que a crise é mais funda: não é só técnico-política.
De facto, nesta crise, rapidamente saltou aos olhos das opiniões públicas a revoltante situação de privilégios de responsáveis de instituições financeiras e seguradoras, algumas das quais ruíram ou tiveram que ser salvas por governos. É verdade que se corre o risco de, com “bodes expiatórios”, se esquecer o que é mais importante. E o mais importante é centrarmo-nos em questões sobre para quê e para quem servem esse tipo de instituições. Mas com certeza não deviam ter servido para que muitos gestores de topo, e “executivos” seus próximos, vivessem numa estratosfera de rendimentos: ordenados, bónus por objectivos de lucro de curto prazo, e (quando a coisa desse para o torto) indemnizações de “descanso eterno” (mas em vida, não post mortem!).
As sucessivas revelações de situações salariais escandalosas já tiveram consequências inesperadas: governos, como por exemplo o da Alemanha, a estabelecerem limites às remunerações de gestores de topo. O que também parece uma “evidência” a desaparecer: então o Estado mete-se nisso?...
É tremendamente oportuno que a O.I.T. acabe de publicar o seu World of Work Report 2008 com o sugestivo título Desigualdades de Rendimentos na Era da Globalização Financeira e onde dados apresentados (resultantes de uma análise de 2007 às 15 maiores empresas de 6 países) mostram que “gestores presidentes (CEO) ganham em média entre 71 (Holanda) e 183 (EUA) vezes mais que o salário do trabalhador médio”(pg. 16).
Ao mesmo tempo, a insuspeita OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) publica um relatório Crescimento Desigual? : Distribuição do Rendimento e Pobreza nos Países da OCDE, segundo o qual o crescimento económico não tem evitado o aumento da desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. E - o que infelizmente não é novidade - Portugal, entre os 30 países da OCDE, é dos mais desiguais, juntamente com os EUA e só tendo atrás de si o México e a Turquia. Se acrescentarmos que, entre os quase 2 milhões de pobres no nosso país, 38% trabalham…
As disparidades e os leques salariais saltam assim com mais força para a discussão e reflexão dos cidadãos que começam (pelo menos…) a fazer perguntas sobre que critérios e processos de decisão permitem tais desigualdades de remuneração. Rapidamente se passa a perguntar para que servem as empresas. E pode ser que também cada vez mais gente comece a duvidar que seja óbvia ou suficiente a habitual resposta a dizer que as empresas servem, pois claro, “para produzir riqueza”. Mais uma evidência que começa a deixar de ter o estatuto de verdade incontestável.
Almada, 24/10/08
Cláudio Teixeira
Sinais
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Manuela Ferreira Leite
sábado, 25 de outubro de 2008
Orçamento de Estado
Primeiramente foi a pen
Andou p ´rà frente e p ´ra trás
E o coitado do Orçamento
Lá foi saindo aos bochechos.
Terá sido neste vai
Que ele foi acrescentado?
Andava um bit perdido
Nos céus cinzentos de chumbo
Que, por fim, num interstício,
Conseguiu direito à luz.
Terá sido por causa dele
Que o gajo ia morrendo
De asfixia à nascença?
Ninguém sabe, como sempre,
Quem enfiou o tal bit
Esse sim, como uma pena.
A doença é genética.
Desceu como o Espírito Santo
Só que:
Em vez de falar mil línguas
Veio calado, saiu mudo.
Mas mesmo sem o tal bit
É papelada aos molhões
Como sempre especializada.
A puta que pariu tal filho
Sempre conseguiu,lá por fim,
Oferecê-lo, dá-lo à luz.
(Aqui é parêntese para mudar de assunto:
mãe-filho
filho-mãe
puta?
?
Oh minha gente, a língua…)
Querem enganar-nos. Porquê?
Dizem que isto vai bem.
Mas a nossa pobre vida
Como mãe, parindo um filho,
Rebola-se com muitas dores…
Com tantas eleiçõs p ´rò ano
O bit,o bit, meus amigos,
Aquilo é q vai ser
Convertido em megabites.
Viva a República do Espeto de Pau!
Almerinda Teixeira
Cacilhas, 2008.10.24
Andou p ´rà frente e p ´ra trás
E o coitado do Orçamento
Lá foi saindo aos bochechos.
Terá sido neste vai
Que ele foi acrescentado?
Andava um bit perdido
Nos céus cinzentos de chumbo
Que, por fim, num interstício,
Conseguiu direito à luz.
Terá sido por causa dele
Que o gajo ia morrendo
De asfixia à nascença?
Ninguém sabe, como sempre,
Quem enfiou o tal bit
Esse sim, como uma pena.
A doença é genética.
Desceu como o Espírito Santo
Só que:
Em vez de falar mil línguas
Veio calado, saiu mudo.
Mas mesmo sem o tal bit
É papelada aos molhões
Como sempre especializada.
A puta que pariu tal filho
Sempre conseguiu,lá por fim,
Oferecê-lo, dá-lo à luz.
(Aqui é parêntese para mudar de assunto:
mãe-filho
filho-mãe
puta?
?
Oh minha gente, a língua…)
Querem enganar-nos. Porquê?
Dizem que isto vai bem.
Mas a nossa pobre vida
Como mãe, parindo um filho,
Rebola-se com muitas dores…
Com tantas eleiçõs p ´rò ano
O bit,o bit, meus amigos,
Aquilo é q vai ser
Convertido em megabites.
Viva a República do Espeto de Pau!
Almerinda Teixeira
Cacilhas, 2008.10.24
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
O pesado destino das elites africanas
(imagens transmitidas pela SABC 2)
[…] caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos
(António Gedeão)
José Pinto de Sá
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Em viagem de férias (1)
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O regresso das micro-causas
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quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Love in vain
.
Eric Clapton
Robert Johnson
Eric Clapton
Robert Johnson
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Perú (2)
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Água (3)
Ilustração para Água na poesia. Edição da Câmara Municipal de Sintra
Ela sorve, enche e aspira
Agora é duma limpidez total. A lua inclina-se sobre a escuridão do mar,
atraindo a si caudais abundantes de água que as vagas do fundo
cobrem de uma placa de chumbo. À superfície do mar estende a lua
uma tela prateada brilhante que ela sorve e aspira. É disso que falo.
Amoz Oz, O mesmo mar, edições ASA
Ivone Ralha
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Ivone Ralha
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Novo México (5)
Democracia Económica
Ladislau Dowbor é brasileiro, doutorado em Ciências Económicas, em Varsóvia, professor titular da PUC de S. Paulo. Não vou aqui escrever todo o seu curriculum, até porque nem virá completo na contracapa de uma obra sua admirável. Não se pode dizer isto, mas apetece fazê-lo: ESTÁ LÁ TUDO. Trata-se de Democracia Económica. Alternativas de Gestão Social e a edição que conheço e da qual vou transcrever um pequeno excerto, é da Editora Vozes, de 2008.
Declaração de interesses: adoro o Brasil, só conheço quatro estados, gostava de conhecer melhor esse “mundo” do qual temos andado muito, infelizmente, arredados, conheço e tenho bons amigos em S. Paulo, mas ninguém, sequer um empregado, da Editora Vozes eu conheço.
Difícil a escolha, mas aí vai a minha:
“Continua a ser muito actual nesta área (1) o livro de Joel Kurtzman, A morte do dinheiro. Como o dinheiro passou a ser uma notação electrónica, que viaja na velocidade da luz nas ondas da virtualidade, o mundo se tornou um casino global. Mais importante para nós, o lucro e o poder gerados pela especulação financeira fizeram com que a ciência económica se concentrasse de maneira obsessiva nessa área. A lista dos prémios Nobel de economia constitui essencialmente, com raríssimas excepções como Amartya Sen, uma lista de especialistas em comportamento do mercado financeiro. A situação é agravada pelo fato do Nobel de economia não ser realmente um Prémio Nobel, mas um prémio do Banco da Suécia. Peter Nobel, neto de Alfred Nobel que instituiu o prémio, explicita a confusão voluntariamente criada por um segmento particular de economistas:
Nunca na correspondência de Alfred Nobel houve qualquer menção referente a um Prémio Nobel de economia. O Banco Real da Suécia depositou o seu ovo no ninho de um pássaro, muito respeitável, e infringe assim a “marca registada” Nobel. Dois terços dos prémios do Banco da Suécia foram entregues a economista americanos da escola de Chicago, cujos modelos matemáticos servem para especular nos mercados de acções – no sentido oposto às intenções de Alfred Nobel, que entendia melhorar a condição humana.”
(1) financeirização da ciência económica.
Almerinda Teixeira
Cacilhas, 20 de Outubro de 2008
Se livro existe, e que seja um dos da minha vida, é este.
Declaração de interesses: adoro o Brasil, só conheço quatro estados, gostava de conhecer melhor esse “mundo” do qual temos andado muito, infelizmente, arredados, conheço e tenho bons amigos em S. Paulo, mas ninguém, sequer um empregado, da Editora Vozes eu conheço.
Difícil a escolha, mas aí vai a minha:
“Continua a ser muito actual nesta área (1) o livro de Joel Kurtzman, A morte do dinheiro. Como o dinheiro passou a ser uma notação electrónica, que viaja na velocidade da luz nas ondas da virtualidade, o mundo se tornou um casino global. Mais importante para nós, o lucro e o poder gerados pela especulação financeira fizeram com que a ciência económica se concentrasse de maneira obsessiva nessa área. A lista dos prémios Nobel de economia constitui essencialmente, com raríssimas excepções como Amartya Sen, uma lista de especialistas em comportamento do mercado financeiro. A situação é agravada pelo fato do Nobel de economia não ser realmente um Prémio Nobel, mas um prémio do Banco da Suécia. Peter Nobel, neto de Alfred Nobel que instituiu o prémio, explicita a confusão voluntariamente criada por um segmento particular de economistas:
Nunca na correspondência de Alfred Nobel houve qualquer menção referente a um Prémio Nobel de economia. O Banco Real da Suécia depositou o seu ovo no ninho de um pássaro, muito respeitável, e infringe assim a “marca registada” Nobel. Dois terços dos prémios do Banco da Suécia foram entregues a economista americanos da escola de Chicago, cujos modelos matemáticos servem para especular nos mercados de acções – no sentido oposto às intenções de Alfred Nobel, que entendia melhorar a condição humana.”
(1) financeirização da ciência económica.
Almerinda Teixeira
Cacilhas, 20 de Outubro de 2008
Se livro existe, e que seja um dos da minha vida, é este.
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Mantendo-se vivo
O tema "Stayin Alive", dos Bee Gees, foi um hino do anos 70
Segundo a Associação Americana do Coração, a canção que embalou John Travolta no filme "A Febre de Sábado à Noite" pode ser uma ajuda valiosa: é que no CPR devem ser feitas 100 compressões por minuto no peito do doente e a música tem precisamente um ritmo de 103 batidas.
O resultado deste estudo deverá ser apresentado ainda este mês numa conferência da American College of Emergency Physicians. A ideia é que o tema da banda britânica, cujo título "Stayin Alive" não podia ser mais apropriado, passe a ser usado como técnica para treinar profissionais de emergência médica.
Paula Cosme Pinto
Segundo a Associação Americana do Coração, a canção que embalou John Travolta no filme "A Febre de Sábado à Noite" pode ser uma ajuda valiosa: é que no CPR devem ser feitas 100 compressões por minuto no peito do doente e a música tem precisamente um ritmo de 103 batidas.
O resultado deste estudo deverá ser apresentado ainda este mês numa conferência da American College of Emergency Physicians. A ideia é que o tema da banda britânica, cujo título "Stayin Alive" não podia ser mais apropriado, passe a ser usado como técnica para treinar profissionais de emergência médica.
Paula Cosme Pinto
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
Dance with me
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Perú (1)
MUJER PRECOLOLBINA
En el Musée de L´Homme
la momia de Paracas
abraza a sus dos hijos
No pregunto quienes vaciaron
el oro de sus trepanaciones
Lo que si no perdono
es que hayan cercenado las manos
de los niños
para robarles sus saquitos de trigo
José Luis Ayala, Contracanto . Lima: 1975.
Cuzco. 2008
Fotos Joana Ralha
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domingo, 19 de outubro de 2008
Respondendo a um desafio
Terá a blogosfera nacional impacto suficiente para dar voz a quem não tem voz e fazer pressão mediática?. É o desafio deixado no O País do Burro.
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Água (2)
Ilustração para Água na poesia. Edição da Câmara Municipal de Sintra
Depois dá umas voltas e volta à avenida Rothschild
Quando ele saiu a chuva tinha cessado. A avenida era uma moça despida
e espancada por um bando de malfeitores que a abandonaram ali,
de costas, rasgada e encharcada. Agora ouve o murmúrio das árvores
prometendo-lhe uma espécie de Segundo silêncio, o silêncio que vem
depois da vergonha e da degradação, um silêncio ténue,
uma espécie de nascimento: não erguerei mais os olhos para os montes
vou deixar-me ficar deitada num charco
de águas estagnadas e turvas. Eis o vento. Eis o rumor
das asas dos pássaros, a alinhavarem o ar húmido, descosendo,
para tornar a coser e voltar a descoser. Está tudo cinzento
e suave. Cada coisa no seu lugar. Em paz. Exalando um cheiro
bom a chuva e a terra. Tudo passou.
Amoz Oz, O mesmo mar, edições ASA
Ivone Ralha
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Ivone Ralha
sábado, 18 de outubro de 2008
Também vendi a alma ao diabo, mas não consigo cantar e tocar assim
Robert Johnson-32-20 Blues
Dos professores
“SELECÇÃO DE PROFESSORES
Os sindicatos de professores, conforme divulgado nos meios de comunicação social, opõem-se a que o empregador, Ministério da Educação, realize provas de selecção para o recrutamento de docentes para as escolas públicas. Não é fácil descortinar a validade dos fundamentos para esta oposição. De facto, estas provas de selecção podem até contribuir para consolidar a qualidade do corpo docente e para conferir maior prestígio social às funções desta classe profissional.
(...)”
DN. 18/10/2008
Bártolo Paiva Campos
Professor da Universidade do Porto
Os sindicatos de professores, conforme divulgado nos meios de comunicação social, opõem-se a que o empregador, Ministério da Educação, realize provas de selecção para o recrutamento de docentes para as escolas públicas. Não é fácil descortinar a validade dos fundamentos para esta oposição. De facto, estas provas de selecção podem até contribuir para consolidar a qualidade do corpo docente e para conferir maior prestígio social às funções desta classe profissional.
(...)”
DN. 18/10/2008
Bártolo Paiva Campos
Professor da Universidade do Porto
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Novo México (4)
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Olhar
Quando uma Crise sai para a rua nunca se sabe o que pode acontecer.
Aparentemente, tudo está bem: os carros circulam, os pombos coçam as penas à beira do passeio, os velhos do costume estão pelos bancos do costume, amparados às bengalas cada vez mais decrépitas e vergadas. Aparentemente, todo o Universo está conforme.
Se olho para tudo isto, como quem se fica pelas aparências, e estou aqui, parado, a fumar o meu cigarro, é apenas uma aparência.
Estou a olhar por baixo do tapete e a ver o que ali se esconde.
Aparentemente, tudo está bem: os carros circulam, os pombos coçam as penas à beira do passeio, os velhos do costume estão pelos bancos do costume, amparados às bengalas cada vez mais decrépitas e vergadas. Aparentemente, todo o Universo está conforme.
Se olho para tudo isto, como quem se fica pelas aparências, e estou aqui, parado, a fumar o meu cigarro, é apenas uma aparência.
Estou a olhar por baixo do tapete e a ver o que ali se esconde.
Água (1)
Ilustração para "Água na poesia". Edição da Câmara Municipal de Sintra
Nadia ouve
O pássaro acordou-a. Está deitada de costas de olhos fechados, a pensar
no que lhe resta para além da toalha que começou a bordar
e talvez termine.
Resta-lhe a vontade que a dor passe
e que tudo passe e deixe de a atormentar.
Jaz pr’ali como se, tendo deixado a rampa de lançamento, deslizasse
pela via lacteal e o planeta do qual descolou se tivesse afastado
e reduzido até se confundir com as miríades de outras estrelas.
Um pássaro pousado num ramo chama-a e Nadia está deitada
a apagar o bem e o mal, como uma mulher a acabar de lavar o chão,
a recuar com a esfregona de costas para a porta, só lhe resta limpar
as suas pegadas no chão molhado.
A dor ainda dorme: o corpo hostil, com os seus punhais,
não acordou com ela ao som do pássaro. Até a vergonha,
companheira de toda a sua vida, a largou. Deixou de a morder.
Tudo se desligou dela e Nadia desligou-se de tudo como uma pêra do ramo.
Não uma pêra que se colhe mas um fruto maduro que cai.
(…)
Amoz Oz, “O mesmo mar”, edições ASA
Ivone Ralha
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Novo México (3)
A propósito das manhãs negadas
Diógenes, o Cínico (cão em grego), era sem dúvida um homem irreverente e perspicaz. Acerca dele, existem algumas histórias que nos atingem a dormência. Por exemplo, em relação à pobreza avançou com uma metáfora, ao num determinado dia no mercado estando a masturbar-se, filosoficamente dizer "ah, se ao menos se pudesse apaziguar a fome, esfregando assim o estômago". Diógenes, foi homenageado em Corinto, na cidade onde morreu em 327 A.C., com uma coluna em sua honra com um cão no alto.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Joker
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Ivone Ralha
Sinais
Novo México (2)
Afrikanskt Rendez-vous
Afrikanskt Rendez-vous – 7 konstnärer ställer ut
Välkommen på Vernissage lördag 18 oktober kl 12-16
Trångsund 2B, Gamla Stan (mittemot Storkyrkans entré)
Stockholm
Utställningen pågår tom 12 november 2008
“This exhibition has the objective to support artists from Africa and those who are members of the African Contemporary Art and Culture Association (Africanska nutida konst och kultur) and help them to promote their artistic expression. The exhibition also aims to establish communication between African artists in Sweden and in Africa and project a wider understanding of African art and in so doing to market the African Contemporary Art and Culture Association.”
7 konstnärer med rötterna i Afrika, gör en samlingsutställning i Galleriet på Burkina Faso Design. Konstnärerna är alla medlemmar i föreningen ANKK, Afrikansk nutida konst och kultur. www.afrikansk.com
Medverkande i utställningen är:
ANDY DUDLEY, TANZANIA
ELHADJI BITEYE, SENEGAL
JACOB CHIKUKWA, ZIMBABWE
JOSÉ KITOKO, Dem. Rep. KONGO
VICTOR MUKENG, Dem Rep KONGO
VITO FERRINHO, MOZAMBIQUE
SÉRGIO SANTIMANO, MOZAMBIQUEÅterigen – varmt välkommen!
Burkina Faso Design - Just Africa
Trångsund 2B, Gamla Stan (mittemot Storkyrkans entré)
111 29 Stockholm
Tel: 08-10 06 82
e-post: info@burkinafasodesign.se
hemsida: www.burkinafasodesign.se
öppettider: mån-fre 11-18 lör 11-16
söndagsöppet juni - augusti och december 11-16
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Sérgio Santimano
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Valete
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Ivone Ralha
Novo México (1)
As Nuvens. Foi a primeira coisa que notei no Novo México. Talvez pela altitude das montanhas ou pela falta de poluição do deserto. Depois foi a diversidade. Das montanhas verdes de mais de 3000 metros de altitude às cores incríveis das montanhas do deserto. Diversidade das pessoas também. Índios. Descendentes de famílias espanholas da primeira ocupação. Em Santa Fé os seus brasões podem ser vistos. "Anglos" claro está. E os imigrantes vindos da América Latina.
O Novo México é uma pérola escondida. A visitar.

Ghost Ranch

Ghost Ranch

Fotos e texto JSR
O Novo México é uma pérola escondida. A visitar.
Ghost Ranch
Ghost Ranch
Fotos e texto JSR
Para que serve um blogue?
Hei-de levantar-me a maldizer o despertador e o clarear do dia.
A Vida não há-de ser só composta deste despertar e ir.
Gostava que me facilitassem a Existência, se fizessem o favor...
Facilidade.
Não peço mais nada.
Pode ser?...
Não?...
Tenho que trabalhar, ganhar o pãozinho do dia-a-dia com o suor do rosto?
Saber como custa existir?...
Pois.
A Vida não há-de ser só composta deste despertar e ir.
Gostava que me facilitassem a Existência, se fizessem o favor...
Facilidade.
Não peço mais nada.
Pode ser?...
Não?...
Tenho que trabalhar, ganhar o pãozinho do dia-a-dia com o suor do rosto?
Saber como custa existir?...
Pois.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Dama
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Ilustração,
Ivone Ralha
Estava isto apagado quando fomos à festa do Landru
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Landru
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