Mostrar mensagens com a etiqueta Repressão. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Repressão. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Che vuoi?

Surpreende que haja quem dê provas de lucidez, de autonomia e liberdade de pensamento. 
Com as marcas hereditárias da repressão e abuso de autoridade entranhadas na história de família de cada português (quer o individuo tenha ou não arriscado tomar consciência disso mesmo), de esperar seria que uma gestão violenta e emocionalmente caótica tivesse há muito tomado conta deste país. 
Surpreende que isso não aconteça; eu cá não posso prometer lucidez...

Fica o relato de alguém cuja liberdade está também a ser comprometida pela raiva, no contexto do movimento Occupy, em Oakland. 
Confio que esse processo tenha uma catarse e que depois da destruição necessária nos seja dada a oportunidade de olhar, apreender e compreender, sem que essa autonomia tenha por origem um conflito.

Power always represents itself as adult, rationale and in control. The socially sanctioned definition of what it is to be adult includes the ability to be compliant with the self-repression required of an obedient and productive member of society. Since those of us in opposition have no desire to be obedient and less to be productive cogs in the machine, it’s no wonder we fall into the role of defiant children.
It may be inevitable that in the confrontation between radical movements and the systems they oppose there are echoes of the conflict between child and adult. We who march in the streets in defiance of the orders of the police have legitimate reason to rage against the system. It in no way negates the legitimacy of that rage to say that it may also have an “infantile” component.

This black block of anarchist youth tends to identify with insurrectionist anarchism. They are our militants who will be the first to challenge the police, and who proudly proclaim their disrespect for property rights. I imagine that for them the rest of us appear as somewhat compromised and a bit timid, for we are unwilling to go as far as they in our commitment to the revolution. Here something of the dynamic between child and adult reemerges as a political division within the movement. We who do not come to demonstrations dressed in black become the model of a not quite legitimate “maturity;” the purest revolutionary energies are represented by those who reject this maturity, as a fraud — the heroic kids.  

Jean Quan’s [Okland's mayor] insinuates that we act like children. I say “we”, because the black bloc is part of us; we cannot disown them. Infuriating as her charge may be, I think it contains something worth looking at. Her version of being grown-up is compromised. If to be a grownup means to live forever within the confines of the system, let us all be Peter Pans. But in our righteous rejection of her version of adulthood there lies a danger. The danger is that without being aware of it, we are unable truly to imagine winning; that we remain heroic “kids,” endlessly reenacting a drama in which we are abused by the authorities. (It might be worthwhile looking at whether we get a masochistic pleasure in being fucked over by them. 

O relato intimista de Osha Neumann "Occupy Oakland: Are We Being Childish?". Texto na integra aqui.

sábado, 7 de junho de 2008

The NY. Review of Books: denuncia rampante corrupção na Rússia

The Truth About Putin and MedvedevBy Amy Knight As he prepares to step down from the Russian presidency in early May, Vladimir Putin has been boasting about his accomplishments.

In a speech to the State Council on February 8, he talked of the stability that his government had established, thanks to which 'people once more have confidence that life will continue to change for the better. ' A few days later, during the last of his long annual press conferences as president of the Russian Federation, Putin said: "I have worked like a galley slave throughout these eight years, morning till night, and I have given all I could to this work. I am happy with the results."

FAR

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Bernard Sichère: Não à política policial insuportável de Sarkozy!


O controlo permanente de identidade e a retenção dos indocumentados em centros especiais, zonas de sem direito onde o emigrante acaba por ser julgado expeditivamente sem recurso e expulso para o país de origem, onde muitas vezes podem correr riscos de morte , incendeiam a repulsa dos grandes intelectuais da França de hoje.
Depois da denúncia reiterada por Alain Badiou nos média, por causa da repressão quotidiana que sofre um seu filho adoptivo de ascendência africana, Bernard Sichére, um dos mais radicais e iconoclastas dos filósofos franceses da actualidade, com livros tão importantes sobre Bataille e Lacan, por exemplo, toma partido e ataca a política policial insuportável do PR francês, Nicolas Sarkozy.

Os centros de retenção dos emigrantes , a maioria das vezes situados à ilharga dos aeroportos são " zonas sem direito, nas quais um poder discricionário se exerce contra os emigrantes ", alerta Sichère. Tendo sido criados pela direita giscardiana nos anos 70, foram confirmados pela esquerda socialista de Jospin no poder no final dos anos 90. O que revela, acrescenta o filósofo, a " interminável agonia da esquerda socialista ". " Não à repressão anti-emigrantes e às expulsões selvagens! ", grita Sichère, apelando para uma nova Esquerda, que longe dos médias perpetue o sentido exaltante mais precioso de Maio 68.
Ce qu’il reste, c’est une politique policière insupportable, dont la part la plus scandaleuse est incarnée par ces centres que nous devons à la droite giscardienne, avant que ne les entérine sans complexes la gauche socialiste de Lionel Jospin. Il s’agit de toute évidence de zones de non-droit, dans lesquelles un pouvoir discrétionnaire s’exerce à l’encontre d’immigrés qui se retrouvent du jour au lendemain parqués là sans possibilité de recours, coupés de leur famille, de leurs enfants, et sous la menace d’une réexpédition forcée dans un pays dit d’origine où souvent le pire les attend. Que la gauche socialiste soit à ce point absente, préoccupée de sa seule survie médiatique, n’est malheureusement pas quelque chose qui doive nous surprendre : nous sommes depuis 2002 les témoins accablés de cette interminable agonie, face à une droite décomplexée, secrètement fragile toutefois, qui imagine avoir fait une brillante opération en mettant dans son escarcelle quelques vieux clowns «de gauche».

Mais il existe une gauche tout autre, qui n’a pas de présence médiatique, qui n’est pas représentée par les groupes parlementaires, qui demeure obstinément fidèle à quelques principes simples, qui ne se fait ni à la répression anti-étrangers, ni aux expulsions sauvages, qui n’a pas oublié que l’actuel Président fut le ministre de l’Intérieur-parjure qui n’hésita pas une seconde à livrer à la justice italienne un ancien militant réfugié en France avec l’accord de l’Etat français et qui n’aura jamais droit dans son pays à un procès équitable. Cette gauche-là, virtuelle, peut au moins se retrouver sur un mot d’ordre simple et évident : «Il faut fermer les centres de rétention». En 68, nous aurions dit quelque chose comme : «Nous sommes tous des sans-papiers.» Mais nous étions de jeunes crétins gauchistes, n’est-ce pas ?

FAR

domingo, 3 de junho de 2007

Liberdade para Aung San Suu Kyi !

Bill Clinton, Bush-pai, Carter, Walesa , Havel, Corazon Aquino e Thatcher de um conjunto de 58 personalidades mundiais rogam ao chefe da Junta Militar de Myanmar a libertação da líder da Oposição Democrática vencedora das eleições gerais de 1990 e Prémio Nobel da Paz

A ONG Freedom Now sediada em Washington lançou um alerta mundial contra o prolongamento da detenção arbitrária em residência da líder das forças da coligação democrática, a Liga Nacional para a Democracia, Aung San Suu Kyi, que perfaz já mais de 11 anos consecutivos, desde que a Junta Militar tomou conta do poder em 1990. Aung, com 61 anos de idade, está impossibilitada de receber visitas, correio e atender o telefone. Num artigo publicado na edição Week-End do NY Times, dois advogados da ONG protestam contra a arbitrária e funesta atitude da Junta, revelando que num primeiro tempo "os militares tentaram vender a ideia de que a líder oposicionista estava detida na sua residência como medida de protecção a seu favor...".
Myanmar, região asiática paradisíaca, está transformado pelos militares corruptos e facínoras num paraíso de produção e tráfego de ópio e heroína, sendo conhecido como o segundo maior exportador mundial a seguir à Colômbia. A corrupção e séquito de atentados humanos em série, aterradores, acompanham essa perspectiva de edificação de um narco-estado à margem de todas as leis. A Junta envolveu-se em obras faraónicas e resolveu mudar a capital para o interior da selva. Resultado: 3 mil aldeias destruídas, 800 mil pessoas deslocadas à força, 1 milhão de exilados nos Estados vizinhos e 800 mil cidadãos condenados a trabalhos forçados. 70 mil crianças estão integradas no Exército. O Inferno existe à face da terra e não só no Zimbabué ou na Coreia do Norte.

FAR



(foto de wikimedia.org/wikipedia)