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quinta-feira, 31 de maio de 2007

Telegramas

A mega-potência China - Dois artigos de grande qualidade - um no NY Times de Daniel Altman e outro inserto no Financial Times de Martin Wolf - aprofundaram na arena internacional da super-informação as tentativas de avaliação do atelier do Mundo, grandezas e misérias. Ora vejamos. Na famosa secção do matutino nova-iorquino, Altman revelou as respostas espantosas e alarmantes de um operário chinês sobre as condições excepcionais de dureza do trabalho. Seguros, horas extras e salários em atraso são sintomas inquietantes que castigam os trabalhadores. No Fórum dos Economistas, Wolf ontem apontava para estas realidades surpreendentes: o ultra rápido crescimento do saldo da balança comercial de 46 ( em 2003) para 250 biliões de dólares, o ano passado. O que quer dizer, que ultrapassou o Japão exportador máximo. O PIB atingiu um espantoso crescimento de 12 por cento no ano passado, com as taxas de investimento estrangeiro e interno a baterem recordes jamais vistos no Império britânico. Reverso da medalha: O consumo interno é muito baixo, só as zonas costeiras atraem o desenvolvimento e as ondas de mão-de-obra barata e submissa, e a taxa de crescimento laboral cifrou-se, repare-se, tão-só e exclusivamente, na ordem do 1 por cento entre 1993 e 2004, com os consumos de energia a dispararem e o dinheiro de empréstimo a corromper a pirâmide burocrática...

Argélia: A dança da morte dos burocratas - Clima de desencanto na Argélia, um dos colossos de África e país de cultura e vida partidária activa e diferenciada, ao contrário da ditadura " enroupada " vigente quer no Marrocos quer na Tunísia de hoje. Ora as eleições legislativas, que ocorreram há duas semanas, deixaram tudo na mesma. O presidente Bouteflika, o homem dos sauditas despachado para resolver o banho de sangue islamita, encontra-se cada vez mais doente e não tem sucessor à altura. O partido oficioso, a FLN, para fazer de conta que tem pluralismo dividiu-se em três ramos. O histórico, a União Democrática Nacional e o Movimento para a Sociedade de Paz, congregados no seio da Aliança Presidencial. O Partido trotskista, chefiado por uma mulher, Louisa Hanoune, caso único no Mundo árabe, o partido islâmico moderado, MNR, ou El-Islah, e a União para a Cultura e a Democracia esperam ocupar lugares no futuro Parlamento. Os socialistas do FFS, Frente das Forças Socialistas, decidiram boicotar todo o processo eleitoral.

Paquistão: Musharraf na corda-bamba - O ditador-general do Paquistão, que exilou os líderes da Oposição, parece ter ainda o apoio dos USA e da Inglaterra, que o descobriram e pagaram a peso de ouro para controlar as fronteiras e deixar os comandos secretos dos dois caucionadores a tarefa inglória de tentarem descobrir o rasto de Bin Laden. Tudo isso ocupava uma página inteira da Política Internacional do FT, há dois dias. Registo adicional de relevo: " Embora os USA e os ingleses incitem Musharraf a alargar a sua base eleitoral de apoio pela reaproximação com a senhora Bhutto, a sua principal preocupação consiste em assegurar a cooperação paquistanesa para participar no controlo da fronteira do Afeganistão, de modo a acautelar qualquer tipo de ataque contra os dois países". E o FT avançava mais esta tese: Musharrraf só cairá se a violência das ruas, quotidiana em Carachi, se propagar às cidades do Punjab, baluartes do exército nacional, avessos ao derrame de uma única gota de sangue por aquelas paragens.

FAR