O candidato do centro-direita ganhou com os votos maciços da extrema-direita (53%). Ségolène Royal pagou caro os erros do arranque e as públicas dissensões das correntes do seu partido. Contudo, em Paris, no total, o vencedor só averbou mais 0,19 por cento de votos do que Ségo. É obra...
A França entra numa fase diferente e superior da sua república presidencialista. Sarkozy, um émulo mais sofisticado, apesar de tudo, de Bush e Berlusconi, vai ter que cumprir as suas promessas populistas e fazer a vontade imperial ao grande patronato que o apoiou. Cruel contradição. A direita tem que formar uma maioria presidencial e implementar a revisão técnica de muitos mecanismos bonapartistas dos poderes presidenciais.
Nos ombros de Ségo repousa agora uma tarefa hercúlea de manter a unidade na diversidade da sua frente eleitoral, onde o PS detém o comando. O que quer dizer, que Ségo vai ter de negociar de novo com os barões (líderes das três tendências) e discutir a dosagem das listas de deputados.
O companheiro e n.°1 do PS, François Hollande, admitiu como factores principais da derrota, a amálgama tacticista da candidata ( sobretudo no arranque); e, indirectamente, fez mea culpa do atentismo paralisador nas proposições políticas que tardaram a ser feitas aos centristas capitaneados por François Bayrou, que representaram 17 por cento do eleitorado. O modelo económico proposto pela candidata também era pouco nítido e com muitas folgas programáticas, admitiu.
FAR