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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Xenofobia



Para onde iremos quando a África do Sul estiver destruída?

Houve uma altura na minha vida em que procurei desesperadamente uma empregada doméstica porque não conseguia dar resposta ao trabalho, ao bebé e às tarefas domésticas.
Dirigi-me ao quadro de anúncios de uma loja de conveniências da vizinhança e anotei alguns contactos. Telefonei a um certo número de mulheres e marquei encontros com seis.
Uma delas, sul-africana, não apareceu, mas mandou-me um kolmi. Quando lhe liguei, perguntou-me se podia ir buscá-la, porque não tinha dinheiro para o transporte.
Disse-lhe que outras cinco mulheres, que não eram sul-africanas, tinham conseguido chegar a minha casa à hora marcada. Uma delas até veio com uma criança às costas, na neneca.
Esse episódio, entre muitos outros, mostrou-me claramente que nós, sul-africanos, achamos que temos direito a tudo. Achamos que o mundo nos deve alguma coisa.
Isso é sobretudo verdade para os negros. Não me levem a mal, mas, directamente ou indirectamente, pensamos que o apartheid é uma coisa a que nos podemos agarrar para podermos ser vistos como vítimas, e que tudo nos devia ser facilitado.
E aqui estamos nós, 14 anos após o início da democracia na África do Sul, ainda agarrados a 1976.
Muitos de nós não conseguem aproveitar o acesso à educação nem a oportunidade para aprender mais e marcar a diferença. Por isso abusámos de pessoas que estão simplesmente a fazer os possíveis por ganhar a vida.
Os recentes ataques contra estrangeiros são a prova de que somos uma nação estúpida.
“Roubam-nos os empregos e violam-nos as mulheres”, dizem os responsáveis por centenas de crianças inocentes estarem agora a viver em tendas com as famílias.
Como é que alguém pode tomar em mãos o seu destino quando os sul-africanos, no velho estilo dos bairros negros, se sentam todo o dia a apanhar sol, na má língua e a queixarem-se dos estrangeiros que lhes roubam os empregos?
Como é que uma pessoa que se esforça tanto por arranjar emprego e por exercê-lo bem merece ser espancada e até queimada?
Não percebo como fomos engendrados como sul-africanos. Sei que não temos todos a mesma mentalidade, e que há cidadãos instruídos que são completamente opostos a tais actos. Mas a rapidez com que esses ataques se espalharam é uma vergonha nacional.
Porque é que não participamos de forma tão rápida e colectiva em actividades de construção nacional? E porque estamos tão dispostos a participar quando se trata de coisas que não só destroem vidas humanas como também a economia e a credibilidade do país?
Dizemo-nos uma nação civilizada? Tenho vergonha de ser sul-africana.
Somos uma nação bárbara, e o nosso pior pesadelo.
Pergunto-me o que acontecerá quando finalmente atingirmos o objectivo de arruinar por completo o país – a economia, a credibilidade e os valores sociais – e precisarmos da ajuda dessas mesmas pessoas que andamos a matar.
Será que esperamos que esses países cuidem dos nossos filhos como fizeram no tempo do apartheid para regressarem à África do Sul como dirigentes instruídos, sábios e capazes?
Ou será que esses países também têm o direito de espancar os nossos filhos, de os queimar vivos e de os escorraçar como se fossem criminosos?

NOMFUNDO XULU

In The Times, 26/5/2008

[Trad. José Pinto de Sá]

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ainda à volta de James Watson

Pseudoscientific Bigotry in France

Immigration issues bring out the worst instincts in politicians who should know better. Congress showed that earlier this year. Now it is the turn of France’s Parliament. It is moving toward final approval of an ugly new law that would introduce DNA testing as a potential basis for excluding prospective immigrants hoping to reunify with family members already living in France.”
The New York Times 21/10/2007, Editorial

(continue a ler no Meditação na Pastelaria)