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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Correio interno


André,

Aqui vão mais uns [desenhos]. Os políticos voltaram de férias mais parvos ainda, matéria para laracha não faltará.
Pensava eu, que o orçamento de 2011 não seria aprovado, mas as eleições presidenciais estragam este cenário. Cavaco já chiou para que não lhe estraguem o arranjinho de Belém. Quedas de Governo podem influenciar a sua reeleição logo à primeira. Por outro lado, PP Coelho, se for inteligente, espera que o PS reduza o défice, ou ver se o défice baixa; governar com um défice elevado é suicídio político, e lá se ia a bela aura de láparo sabedor e salvador. Assim, sempre manda umas bocas, achega-se como pessoa equilibrada, com soluções, não as põe em prática, e dá matéria intelectual para o povo falar nas tascas (ou no seu moderno equivalente: os blogs). Por que ele sabe perfeitamente o significado preciso de “reduzir despesa”: com certeza que não é despedir juízes, médicos, polícias etc., cantoneiros, jardineiros, contínuos etc., talvez; reduzir a despesa significa apenas baixar o valor das pensões. Tem sido tentado nas futuras, mas não chega, têm de baixar as actuais. Não sei se PP Coelho está numa dessas. Possivelmente não seria reeleito, ou talvez sim, o povo português também é parvo, como os seus políticos.  

Um abraço
Maturino Galvão

sexta-feira, 19 de março de 2010

Baile dos Bombeiros.2

Música de Mad Dog Clarence e letra do colectivo Viggis; variações sobre a “Negra Tava Mamando”

*Dedicado à Diva da Liberdade Josina MacAdam

Em anterior ‘posta’ propusemo-nos, e para isso nos servimos da farsa psicotrópica que foi à cena em Mafra, contribuir para o combate da ‘malaise’ lusitana. Uma ‘condição’ que afecta em termos gerais a autoestima e, particulamente, a visão, impedindo o paciente colectivo de tomar consciência da grandeza de Portugal. Ver ‘Antropologia da Felicidade’, capítulo sobre a ‘Miopia”. A verdade é que os portugueses continuam a dar lições ao Mundo e o Mundo vai, mais uma vez, lá onde o Mundo se reúne este ano, na EXPO de Xangai, ter oportunidade de se prostrar, loar e prestar tributo ao espírito lusitano. O pavilhão de Portugal pode ser recatado na dimensão, mas é enorme, mais, genial, na concepção: todo vestido e revestido a cortiça, simplesmente cortiça. Ah! La vie en cork. De acordo com a equipa de sábios que coordena a participação de Portugal, a cortiça é um “material nacional, reciclável e ecológico”, o que constitui, em nossa opinião, uma boa base de sustentação teórica da opção escolhida para espantar o Mundo. “Trata-se de em exemplo de inovação e de boas práticas ambientais que potenciam a imagem de Portugal”, como também se pode ler no sítio dos sábios. Não é difícil imaginarmos que depois de Xangai (1 de Maio a 31 de Outubro) o Mundo não será o mesmo. E Portugal também não.
Onde hoje ainda estão uns campos de trigo, hortas, florestas, fábricas, estradas, aldeias, vilas e algumas cidades, hospitais, escolas e prisões, teatros e oficinas e, claro, cemitérios, ficará um esplendor de sobreiros. Uma imenso chaparral nacional para fornecer o Mundo de ouro castanho pago a dez medidas do amarelo. Pela única autoestrada que sobreviverá à sobreirização do Rectângulo circularão os nossos TIR, movidos a bolota, exportando para os nossos fregueses (na terminologia inolvidável de Vasco Gonçalves) a unidade de conta do futuro. Cortiça, cortiça, cortiça.
E imaginem como ficarão os nossos amigos de Xangai quando, encerrada a Expo, pelas portas de cortiça do Pavilhão de Portugal se esgueirarem um, dois, três, dez milhões de lusitanos, argonautas do nosso tempo na demanda do Cortição de Ouro.

Bom, temos de interromper aqui que a cousa vai longa e está na hora de tomar os remédios.

JSP

sexta-feira, 12 de março de 2010

Baile dos Bombeiros.1

Estou do lado de fora de Portugal. Que é dizer, na fronteira entre o Rectângulo e o Resto do Mundo, como acertadamente a hodierna politologia lusitana divide o planeta. Mais, o meu olhar sobre a res publica é assumidamente cândido. Avivado pela singular leitura das análises do camarada Táxi Pluvioso.
Para mim, qb para uma advertência prévia. Espreitemos a Cage aux Folles, como também é reconhecido o nosso Rectângulo.

Mais uma vez, o afortunado Portugal dá lições ao Resto de um Mundo que continua cativo da política pós-moderna. Numa demonstração inequívoca do seu alinhamento com a doutrina pós-pós-moderna, a tribo laranja atirou às urtigas a telegenia e o, chamemos-lhe, substancialismo. A orangerie vai escolher de entre três pretendentes aquele que haveria de derrotar o simulacro socrático que os apouca há cinco anos.
É só votar. Naquele que parece o Manelinho, da “Mafalda”de Quino, ou naquele que parece um lemur constipado ou, pior, naquele que parece um intelectual chippendale. Sem chip.
O baile promete. E a primeira dança está prometida: Marceau botará MãoNela.

Fabuloso rectângulo este, onde ainda poderá assistir a performances e frequentar fenómenos dignos respectivamente de um Houdini e do marreco de Mafra. Uma sugestão: Promoção da cartilha neoliberal, do endividamento cantante e do desnorte das contas públicas por...Jerry Pires Coxe. Acompanhado pelo coro conjunto das agências de notação, da banca islandesa e da internacional das remessas informais.
Fabuloso rectângulo de regresso às bases. Back to Basics. Alfaias agrícolas de madeira, sombra e água fresca.

JSP

sábado, 15 de novembro de 2008

quinta-feira, 10 de abril de 2008

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Dupond e Dupont


O mais curioso nos debates parlamentares desde o final do guterrismo é o facto de o principal, talvez até o único argumento que PS e PSD utilizam é o de "o nosso governo estar a fazer o que o governo anterior não foi capaz de fazer". Este argumento é a confissão pública de que o programa dos dois partidos é exactamente o mesmo, e o que os distinguirá é a "competência técnica". Mas se são partidos gémeos, verdadeiros Dupond e Dupont, para que servirá existirem dois, em vez de apenas um? Ah, já me esquecia: é a alternância democrática...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

PSD (3)

A esmagadora maioria das análises sobre a eleição de Luis Filipe Menezes para presidente do PSD cai, na minha opinião, num dos mais típicos erros de análise que a Opinião portuguesa habitualmente produz (entenda-se neste conceito de "Opinião portuguesa", se for possivel, tanto as exageradamente badaladas "intelectualidades" - e só no círculo da Política - como, e muito mais relevante, o "senso comum", um conceito muito mais importante, mas adiante que isto é apenas um post). E este erro é o da incapacidade de auto-análise. Ou, dito de outra forma, ser quase impossivel o afastamento de nós próprios, de modo a que se percebam em nós as possibilidades de futuro.
Ou seja, e traduzindo para míudos, quem está convencido que o passado de Luis Filipe Menezes será relevante para os seus resultados futuros, não compreende uma das mais essenciais determinações da "alma portuguesa", que é, justamente, não ligar pevas ao passado. Uma característica dos povos com uma deficiente noção auto-identificante.
Há que abrir aqui um parêntesis: considero Menezes um homem inteligente; um "homo politicus", ou seja, um "populista", nesse mesmo sentido que é entendido há dois mil e quinhentos anos, desde Péricles. Por isso, e por vivermos num país em que a "onda", o "projecto", o "carisma" se sobrepõem a qualquer memória do passado, mesmo que apenas medianamente longínqua, é muitíssimo mais perigoso que Marques Mendes. E, mais do que isso, e mais importante que qualquer outra coisa, os momentos em que se inscrevem os territórios das rupturas são voláteis, ou seja, vogam ao sabor da oportunidade.
Dito isto, quer-me parecer que a eleição de Menezes é uma má e uma boa notícia para a Esquerda: uma má, porque aposto que será um adversário mil vezes superior a Marques Mendes (e aposto a sério - não dou nada pelas pseudo-análises que o fazem derrotado à partida, elas caem, como disse, num dos mais típicos erros de análise que a Opinião portuguesa habitualemte produz). Uma boa, porque as ideias à direita obrigam a esquerda acomodada, pançuda e interesseira, a ter um vislumbre daquilo que era antes de o ser, nem que seja apenas para poder sobreviver no jogo.

sábado, 29 de setembro de 2007

PSD (Expresso de 29/09/2007)

“O ‘mais português de todos os partidos’ sofre de crónicos males portugueses: a incapacidade de viver longe do poder e das suas benesses; a impaciência dos que acreditam que o sucesso não precisa de trabalho, tempo e talento; a tentação de imaginar que a agitação oca e a guerrilha permanente e sem sentido podem esconder a faltade substância das ideias e dos programas.”
Miguel Sousa Tavares

“ (...) Acima de tudo, a campanha mostrou – até pelo escassíssimo envolvimento da suposta ‘inteligentsia’ do partido – que o PSD não sabe o que fazer com Sócrates além de gritar muito com ele e de esperar que se estatele. É pouco como programa e, como estratégia, quase nada”
Fernando Madrinha

“Era esta a época que o Governo mais podia temer: ocupado pelos trabalhos da presidência da EU, a agenda do país sempre um pouco mais ao abandono, poderia a oposição aproveitar.
A oposição aproveitou para fazer umas eleições internas e os candidatos aproveitaram as eleições para se destruírem mutuamente. José Sócrates terá aproveitado a ocasião para se rir a bom rir.”
Editorial

domingo, 8 de julho de 2007

Marques Mendes

“(...)De facto, o líder do maior partido da oposição, intervindo com frequência na campanha (o que só lhe fica bem), não sai de um registo reviralhista e nacional, como se não reconhecesse os problemas de Lisboa. É claro que ele pretende ser alternativa ao primeiro-ministro, e não ao candidato do PS à Câmara de Lisboa. Mas o seu discurso é tão centrado nos apelos à "punição" do Governo que dá aos lisboetas a ideia de que os seus problemas não são tidos em conta, antes são instrumentalizados por uma lógica de legislativas.

Isto num cenário, pelo menos plausível, de derrota, é muito arriscado. Primeiro, por permitir ao adversário vir a reivindicar, para os resultados, um alcance maior do que o verdadeiro e legítimo, que é o municipal. Segundo, porque a lógica nacional da campanha transfere, do candidato para ele próprio, a usura da derrota.

Ora Marques Mendes traz consigo uma vida de militância partidária. Não é um novato. Sabe tudo isto muito bem. E, assim sendo, esta sua escolha só pode ser um "perdido por cem, perdido por mil". Uma dramatização de um mau resultado em Lisboa, que ele já não crê poder contrariar, a servir de justificação política para umas "directas" partidárias antes do congresso que a oposição interna pretende convocar. Mau agoiro para o PS, que decerto gostaria de o ter pela frente em 2009.”

Nuno Brederode Santos, Diário de Notícias 08/07/2007

segunda-feira, 21 de maio de 2007