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sexta-feira, 11 de julho de 2008

20 Março 2003

É só carregar no botão vermelho.
E esperar que alguém encontre as armas de destruição massiva. Devem lá estar.
Lembrem-se: um feto vivo hoje pode ser um soldado morto amanhã!

PS: Armando, com o estudo, esqueci-me do aniversário do blog. Parabéns atrasados.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Iraque:Cartel petrolífero pentagonal avança sem medo na reconstrução

Quem pode, manda. Aí está uma jogada muito difícil e arriscada do cartel das cinco grandes petrolíferas- onde o mundo anglo-saxónico domina, claro-a tentarem entrar em força no mirífico espaço petrolífero do Iraque. Querem eles lá saber da guerra! E como a decisão do governo iraquiano é exploratória, tratam de se colocarem na pole-position à espera de solidificarem posições para conquistarem os contratos definitivos para novas explorações. Tudo isto vem hoje muito bem explicado na edição mundial do NY Times, num artigo de Andrew E. Kramer.

A ExxonMobil, a Shell, a BP, a Total e a Chevron ultrapassaram mais de 40 companhias concorrentes do ramo, algumas de origem chinesa, russa e indiana. A russa Lukhoil abandonou mesmo o teatro das operações. Estes tipo de contratos sem concurso são especiais e tendem a acelerar a rápida recuperação das infra-estruturas de produção iraquianas severamente destruídas ou enfraquecidas pela guerra civil. E colocam os " escolhidos " parceiros em vantagem para assegurarem o aluguer dos ricos campos de petróleo da antiga Mesopotâmia.

Se a Venezuela, a Bolívia, a Rússia e o Kasaquistão quase que gelaram e nacionalizaram todo o processo produtivo, a hipótese de recuperação do ouro negro e do gás iraquiano vem criar grandes expectativas no mundo dos negócios e da política internacional. Resta saber- e é a grande incógnita- como se processará a intervenção do autêntico cartel mundial no terreno. E que tipo de insurreição terão que combater. E a que preço, como é evidente.

" Trabalhar nos desertos e nos pântanos ricos em petróleo requer alta segurança, expondo as companhias aos mesmos perigos logísticos que fizeram retardar o desencadear de todo o processo, sobrecarregando o preço da reconstrução das infra-estruturas", diz o jornalista. E o parlamento iraquiano ainda não acabou de compor a Lei da extracção do ouro negro, alvo de avessas e atribuladas negociações entre os lobbies e o poder politico das três comunidades étnicas que se activam no Iraque.
A.E. Kramer:www.iht.com/articles/2008/06/19
FAR

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Guerra do Iraque vista de Portugal!

Trata-se de uma ocasião soberana para analisar o modo como se processa a construção da Grande Informação em Portugal nos dias que correm: a interpretação das origens da Guerra do Iraque, cinco anos depois. Para lá de se poder avaliar o tipo de interpretações assimiladas, a cartografia das referências principais e os ângulos inefáveis de exame crítico, a soft polémica entre Miguel Sousa Tavares e José Pacheco Pereira desperta a atenção para o que falta dizer e assinalar. Em cima da hora, anotamos um primeiro quadro geral de notas suplementares de análise crítica aos textos de MS Tavares (Expresso, 31/3) e J.P. Pereira (Público, 22 e 29/3).

1. O quadro geral de referências dos dois brilhantes polemistas parece muito limitado. Será táctica usada para desviar a atenção do contraditor? MS Tavares prolonga uma rapsódia abundantemente reiterada pela Imprensa mundial de referência. Em que ele se tornou mestre com o passar dos anos. E remete para Dominique de Villepin, a carga maior de defesa da sua tese de que não existiam ADM (armas de destruição massiva), no Iraque de S.Hussein. JP Pereira baseia-se, principalmente, num artigo ditirâmbico de Hans Blix, o chefe da das inspecções da ONU no Iraque de S.Hussein, publicado no The Guardian, este ano, em que "achava compreensíveis" os motivos por que Bush e Blair acreditaram na presença de ADM…

2. Existem centenas de livros e milhares de páginas de Revistas e Jornais sobre o dossier da Guerra do Iraque. Há necessariamente que contar com manobras de intoxicação, de diversão e de falsificação. E de que modo isso se repercute por ondas no Universo…

3. No interior de um manancial imenso de analises e contra-análises destacam-se os artigos e livros de Seymour Hersh, o grande analista da The New Yorker, de quem nos socorremos várias vezes aqui no Blogue. Hersch contribuiu para a queda dos Neo-Cons no interior dos inner circle de GW Bush, o que é fantástico e enorme. E por que forma o realizou? Por meio de uma contrastada análise de Informação sem limites. Releu, entrevistou e pediu conselho aos maiores especialistas e actores do processo politico norte-americano , pelo menos desde o consulado de Bill Clinton.. Com esse material publicou grandes analises na sua revista, que depois reuniu num livro capital, Chain of Comand. Onde é traçada toda a génese da invasão do Iraque pelos EUA e aliados.

4. No essencial, e o livro tem mais de 600 páginas, Hersh consolida a sua tese afirmando que a ficção da existência de ADM no Iraque, o pretexto decisivo para o desencadear da invasão, teve início numa carta de Weinberger, Carlucci e Rumsfeld, datada de 1998, e endereçada a Bill Clinton para ele derrubar S. Hussein. Como uma bola de neve, e o ascendente do P Republicano na vida política norte-americana subsequente, o alvitre do trio infernal passou para os think tanks da direita americana onde se acoitavam os neo-cons, Richard Perle e James Woosley, que manipulavam pelos cordelinhos de um" meccano" estrutural e diabólico os colaboradores e cientistas sociais que mais tarde encheram os gabinetes de Cheney e Rumsfeld. O dinheiro para essa mega operação, essa descomunal superprodução Ideológica e de Contra-Informação, provém por ínvios caminhos da Arábia Saudita…O que parece paradoxal e surrealista à potência n. Onde a própria Cia foi ultrapassada e evitada pelos conselheiros de Rumsfeld em guerra com os do moderado Collin Powell.

FAR
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sexta-feira, 21 de março de 2008

5 anos

Perco demasiado do meu tempo a ler blogues de direita. É um exercício quase cristão,de sofrimento por tanta falta de racionalidade junta.
Quando li estes posts, não tive remédio senão rir-me. Afinal, esta gente diz que o perigo era Saddam, que o mundo corria perigo. O mundo hoje, dizem eles, corre menos perigos. Morreram 150 a 600 mil pessoas, mas isso são danos colaterais que não devem ser muito importantes. Mais, dizem que agora é fácil - com os números na mão - refilar. Claro, só o Professor Karamba é que advinhava que numa guerra morre muita gente. Pelos vistos, Paulo Tunhas não o conseguiria fazer: "Hoje, com tantos cadáveres às costas, e vários erros trágicos evitáveis, é da praxe dizer que não."
É, de facto, perder tempo. Porque esta gente finge-se mais estúpida do que é (e, em alguns casos, é uma proeza extraordinária). Esta gente sabe muito bem que estas guerras têm um interesse económico claro e só a defendem porque isso favorece este sistema que as beneficia. O resto é conversa.
Mas fica uma lembrança e um aviso: o nosso país é invasor do Iraque. O nosso governo patrocinou a chacina que ainda lá corre. Ora, se o meu país fosse invadido (mesmo com este cretino no governo) e me matassem a família, acho perfeitamente lícito responder. Aliás, a resistência francesa foi isso: resistiu-se a um país invasor. Portanto, se um dia um destes atrasados mentais estiver a andar de metro e explodir uma bomba, tenham a bondade de não perguntar "Porquê?". É a consequência de uma guerra que aprovaram.
Podem agora chamar-me nomes e exultar com a extrema esquerda e com a sua violência. Violentos são vocês, seus filhos de uma grande puta (Ai, tão malcriado que ele é! Vão-se foder, seus cabrões! Mais vale ser filho da puta e aprovar que uma guerra onde há gente a morrer do que dizer "filho da puta"?).
Há gente que morre pelo sistema que vocês defendem, há guerras para sustentar o santificado mercado. Isto é responsabilidade vossa.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Stiglitz e Linda Bilmes: Guerra do Iraque vai custar entre 2,2 a 5 triliões de dólares

A guerra do Iraque pode prolongar-se até 2017 e irá custar, pelo menos, entre 2,2 e 5 triliões de dólares, o suficiente para combater a iletracia no Universo e acabar com a fome e o atraso tecnológico no Terceiro Mundo. Estas são algumas das principais conclusões do mais recente trabalho publicado em conjunto pelo Nobel da Economia de 2001, J.Stiglitz, e a sua colega de Harvard University, Linda J. Bilmes. O Washington Post estudou ao pormenor o livro: “The Three Trillion Dollar War: The true cost of the Iraq Conflict”, publicado pela Editora Norton, de NY City.

Num artigo conjunto de apresentação do livro, publicado no W.Post, Stiglitz e Bilmes apontam o carrossel de mentiras encobertas, veladas e descaradas tecidas pela administração de GW Bush em torno dos custos da guerra. A guerra do Iraque é a segunda mais longa e a segunda mais cara -depois da II Guerra Mundial. Só o custo pelo tratamento de reabilitação psicossomática dos veteranos( e feridos) de guerra deve subir para os 10 biliões anuais, sensivelmente o dobro do provocado pela Guerra do Golfo. Tudo numa primeira estimativa. “The total loss from this economic downturn- measured by the disparity between the economy´s actual output and its potential output- is likely to be the greatest since the Great Depression. That total, itself well in excess of 1 trilion dollars, is not included in our estimated 3 trilion cost of the war”, precisam os peritos.

Os economistas pensam vulgarmente que as guerras são benéficas para a economia, uma noção admitida pelo facto das enormes despesas da II Guerra Mundial terem ajudado os EUA e o Mundo a libertarem-se dos efeitos da Grande Depressão dos anos 30. Mas nós agora conhecemos melhores formas para estimular a economia - formas que implementam rapidamente o bem estar dos cidadãos e criam as fundações para o futuro crescimento. O dinheiro gasto no Iraque não irá criar certamente as bases para um crescimento de longo prazo nos EUA, em áreas como a Pesquisa, a Educação ou a modernização de infra-estruturas”, assinalam.

E ainda mais esta crítica cintilante e dura: “Enquanto o governo dos USA andou a gastar para lá das normas no Iraque, outros estados arrecadaram fundos - inclusive os países ricos em petróleo que, como as multinacionais petrolíferas - foram os grandes vencedores desta guerra. Não admira, portanto, que a China, Singapura e muitos dos emirados do Golfo Pérsico se tenham tornado credores de última hora para os bancos em risco de Wall Street, apostando biliões de dólares para segurar o Citigroup, o Merrill Lynch e outras firmas que queimaram os dedos nos delirantes empréstimos do imobiliário sem regras nem controlo. Quanto tempo é que se há-de esperar para que os temíveis fundos soberanos controlados por esses Estados, comecem por adquirir grandes fatias de outros pontos essenciais da economia Americana?”.

FAR

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Telegramas

Putin vai controlar mais um conglomerado mineiro líder mundial
É mais um folhetim cheio de peripécias, manobras e jogadas de alta contra-informação. Estava em jogo, nada mais, nada menos, do que a conquista de uma posição maioritária do Estado russo no maior complexo de produção de níquel do Mundo, a Norilsk Nickel, cujo valor actual na bolsa ronda os 32 biliões de dólares e oferece um lucro anual perto dos 6 biliões. Ora, dois filhos-família da alta burocracia de Estado soviética tinham deitado as mãos ao tesouro mineiro siberiano pelo preço da uva mijona, nos conturbados tempos do caótico reinado de Yeltsin. Usando o mesmo processo dos " salteadores " dos poços de petróleo e do gás. O NY Times conta a intrigante história de um complot tecido no Inverno nos Alpes franceses, onde um dos sócios do conglomerado foi preso e acusado de proxenetismo por ter realizado festas nos chalés com altos quadros e teen-agers moscovitas. De imediato, as autoridades russas procederam à tentativa de venda compulsiva da quota do aparente prevaricador, Mikhail Prokhorov, cuja fortuna ronda dezenas de biliões. E era apontado como o príncipe da indústria nacional russa. A polícia francesa libertou-o ao fim de quatro dias, sem inculpação de espécie nenhuma formal. Vladimir Potanin, o outro sócio do tesouro, revelou, entretanto, que até ao final do ano ficará com a quota do parceiro. Economistas de alta rotação, em Moscovo, disseram ao NY.Times que " nenhum negócio, a sério, pode ser aprovado sem o consentimento do Kremlin ". Potanin teceu estreitos laços com os managers ligados a Putin e, segundo os experts, tudo indica " que tem o sinal verde para avançar no controlo".A modernização da fábrica de niquel- aliado essencial na produção de aço de alta densidade-colocou-a no primeiro lugar de rentabilidade e produtividade do sector, a nível mundial. Batendo os colossos anglo-americanos BHP Billiton, Rio Tinto e Anglo-American. O retrato moral e político de Potanin surgiu também na " novela " do NYTimes: dono do Izvestia, fez com que passasse a defender o cônsul do Kremlin, e depois vendeu o diário celebérrimo ao grupo Gazprom. Fala-se que o "compadre" de Putin irá pagar em acções das minas de ouro, Polyus Gold, onde o acusado de luxúria sexual tinha também saga de gestão de alto valor financeiro. Tudo isto revela, a forma implacável como Putin consolida o seu poder total com uma base económica imbatível.

Operação Sinbad em Basra revela ilusão Iraquiana - Dois eminentes politólogos norte-americanos, que serviram na administração Clinton, Robert Malley e Peter Harlin, escreveram um artigo ontem no The Boston Globe, associado do NY Times, onde questionavam os efeitos positivos e quiméricos da estratégia de reforço militar de GW Bush no Iraque. Serviram-se do exemplo da zona Sul do Iraque, onde servem as tropas britânicas. Tudo com o objectivo de compararem os efeitos no reforço militar USA e aliados em Bagdad, em vias de serem efectuados. Que dizem os dois analistas? Que após uma fase de diminuição da violência, da criminalidade e do caos, tudo voltou ao depressivo ramerrame de pesadelo e destruição. As milícias privadas " infiltraram-se" nos destacamentos militares criados pelos britânicos junto dos quadros iraquianos. Disso se aproveitaram para atacar as tropas de ocupação e os adversários de outras crenças muçulmanas. Os partidos existentes fecharam os olhos a tais crimes. E mais: tomaram de assalto os cargos de administração ainda de pé, contrabandearam o petróleo que açambarcam e fizeram mão baixa sobre os contratos de reconstrução e investimento disponíveis. "Em resumo, a Operação Sinbad, no máximo, congelou a situação caótica existente de harmonia com o estado do poder: Uma vez que a versão inglesa do "reforço militar" decline, o combate incendiar-se-á de repente". E Malley e Harlin advertem que o Iraque está à beira da Guerra Civil," a caminho de ela se instalar", e por detrás disso, o Iraque tornou-se um estado falhado - um país onde desapareceram todas as instituições e qualquer aparência de coesão nacional".

O Hiper-presidencialismo de Sarkozy visto por Duhamel e Casanova - A dinâmica dita de abertura e sedução de alguns tenores da Esquerda, próximos do PS, de que Kouchner e Hirsch, judeus confessos, são o emblema; e, sobretudo, a estratégia de reforço sem fronteiras do poder presidencial, à GW Bush, são dispositivos do poder supremo do Pr. francês, Nicolas Sarkozy, eleito há menos de dois meses. Dois grandes comentadores políticos, Alain Duhamel, próximo da sensibilidade " evangélica " de Lionel Jospin, e Jean-Claude Casanova, o historiador da renovação inspirada pelo legado teórico de Raymond Aron, saíram a terreiro, ler aqui e aqui, clicando, para apresentarem pontos fortes das suas interpretações. Ora vejamos, Duhamel, o grande fundista da Imprensa escrita, falada e televisionada dos últimos 30 anos em França, com uma lenta e rigorosa derrapagem salutar para a Esquerda, afirma fundamentalmente que, face à abertura e repescagem de alguns tenores socialistas, o " PSF não soube encontrar a boa réplica ". Pelo contrário, em relação a Kouchner( ministro dos Negócios Estrangeiros) e o seu adjunto, Jean-Pierre Jouyet, os socialistas deviam ter esperado para ver " o estilo que será imprimido e, também, que tipo de influência real sobre a política governamental poderão porventura realizar ". Duhamel diz que, sibilino e mordaz, se Sarkosy " prosseguir nesta via com a sua reforma das Instituições e a promoção de um Estatuto da Oposição, a Esquerda será obrigada a encontrar outros ângulos de ataque mais sérios". Com grande poder de síntese, Duhamel traça também uma perspectiva do bonapartismo, de Napoleão a De Gaulle. " O bonapartismo, essa estranha especificidade francesa, juntando autoritarismo e abertura, audácia reformadora e populismo, prossegue hoje. Isso obriga os seus adversários a eles próprios inovarem e a demonstrarem uma audácia equivalente ".Jean-Claude Casanova, num artigo de visão estratégica, relembra o que De Gaulle dizia ao seu fiel ministro e biógrafo, Alain Peyrefitte, pouco antes de instaurar a eleição presidencial ao sufrágio universal. " Não utilize a expressão de "chefe do governo" para falar do primeiro-ministro. O Chefe do governo, sou eu. O primeiro-ministro é o primeiro dos ministros, primus inter pares (o primeiro entre os seus colegas), coordena a sua acção, mas fá-lo sob a responsabilidade do Presidente da República que dirige o Executivo sem nada partilhar". E é por isso, desde há muito tempo, acrescenta Casanova, "que os conselheiros do Pr. têm mais importância do que os ministros, mesmo se o protocolo, muitas vezes enganador, os coloca abaixo no organigrama do poder", aponta.

FAR

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Iraque: general yankee encoraja Democratas a fazerem ultimato a GW Bush

Antigo militar do staff de Jimmy Carter aconselha retirada de tropas da antiga Mesopotâmia como medida de ética e de justiça militar. "GW Bush recusa-se obstinadamente a admitir a derrota", frisa William E. Odom num texto divulgado pelo Truthout.Com. Ler aqui na íntegra...

A longa derrapagem e degenerescência político-moral de GW. Bush está à vista de todos. Só que os jogos políticos e o aproximar das Primárias no partido Democrático para a escolha do candidato presidencial estão a impedir que a maioria democrática tome as medidas fundamentais para evitar uma derrota desonrosa no Iraque. O antigo adido militar do secretário de Estado de Carter, William Odom, teve a coragem de exortar os membros da maioria do poder legislativo USA a ultimarem GW Bush a iniciar a retirada do Iraque. Caso contrário, frisa, devem levantar-lhe um processo de "Impedimento" de funções, porque " o comportamento presidencial constitui seguramente um alto crime face à impressionante perda de vida de soldados e marines, vítimas da prossecução de interesses meramente pessoais " do Pr. norte-americano.

O antigo general, expert na Contra-Informação, diz que os Democratas têm perdido no Congresso todas as batalhas para forçarem GW Bush a retirar as tropas do Iraque. Ele diz que Bush os enrola com a definição, que os "perturba", de "tomar conta das tropas", onde um serôdio e equívoco nacionalismo os forçam a deixar continuar a guerra. " A definição de GW Bush é um erro terrível " diz William Odom, "tomando em consideração o que ele obriga a suportar às forças armadas". Um tempo muito longo de missão no terreno de luta.

"Nunca as forças armadas USA foram constrangidas a permanecer num combate prolongado como agora no Iraque. Na Segunda Guerra Mundial, os soldados estavam considerados exaustos depois de 180 dias na linha da frente. Eram retirados para repouso várias vezes. Além disso, semanas a fio, largos sectores da frente de combate estavam calmos, proporcionando momentos de reabilitação física e psíquica. Durante alguns períodos na Guerra da Coreia, as unidades militares tiveram de permanecer em combate mas nunca por um período superior a 365 dias. No Vietname, a rotação das tropas era anual e o combate tinha tempos de significativas paragens", explica.

No Iraque, os soldados americanos permanecem progressivamente em combate, dia após dia, durante mais de um ano, com apenas 15 dias de repouso. Sujeitos "ao confronto quotidiano com o espectro da morte, a perda de membros ou da vista, ou de outras terríveis sequelas". "O impacto psíquico de tais efeitos produz, eventualmente, o que agora se apelida de anomalias originadas por um stress pós-traumático, que origina uma perda de capacidade no militar, o que pode estar na origem das matanças que ele comete. Este tipo de acções só se torna realidade meio ano após a presença do militar nas frentes de guerra no Iraque", analisa.

FAR

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Telegramas

Relações irano-americanas legítimas são solução para guerras no Iraque e Afeganistão - É um refrão que se escuta há meses. E para a qual as cadeias diplomáticas da União Europeia e da ONU têm aplicado o esforço das meninges. A coisa é complexa. Os EUA nunca reconheceram diplomaticamente a República Islâmica iraniana e a administração Bush-II multiplica as " jogadas" no terreno de equipas de espionagem e sedição. Por seu turno, o Irão envolveu-se amplamente em todos os conflitos regionais do Médio Oriente, dispensando treino e material de guerra sofisticado às milícias chiitas, em maioria geográfica incontornável naquelas latitudes. Num artigo de Selig Harrison, expert do Centro de Política Internacional de Washington, que se deslocou a Teerão, e publicado no F.Times, vislumbra-se um começo de paz e sensatez. Harrison diz que o chefe espiritual Ayatollah Kamenei e o Conselho de Segurança Nacional estão dispostos a discutir plenamente com os EUA, e aliados, as questões do processo nuclear e da intervenção político-militar iraniana no Iraque e no Afeganistão. Sem subterfúgios nem ratoeiras. Pedem em troca, para desarmar eventuais críticas dos adeptos do hardliner PR, Ahmadi-Nejad, que os EUA reconheçam a República Islâmica e ponham cobro às acções secretas contra o poder constituído no Irão. Trata-se de uma proposição muito consistente e , frisa o analista, " mesmo com a ajuda iraniana, o futuro quer em Bagdad quer em Cabul, será sempre tempestuoso "; mas, finaliza," a cooperação entre Washington e Bagdad representa a melhor esperança para limitar os estragos ".

Zimbabué: inflação ronda os 1000 por cento ao mês - Ninguém sabe o que poderá acontecer ao poder e ao povo do Zimbabué. O que se sabe, segundo o Washington Post, é que Robert Mugabe adiou para Julho a segunda volta das negociações com os partidos da Oposição, que sob os auspícios da África do Sul decorreram recentemente em Joanesburgo. Fontes governamentais sul-africanas revelaram que todos os experts de economia " sentem " quase como inevitável o colapso económico do antigo " celeiro de África ". Mugabe será assim obrigado a ceder o poder, de força. De acordo com a mesma fonte, os experts calculam em 1000 por cento a infernal taxa de inflação mensal do Zimbabué. Os dois partidos da Oposição, com fortes querelas tácticas, solicitam a nomeação de um colégio eleitoral idóneo que possa realizar as Presidenciais em Março, do mesmo modo que reclamam o fim da polícia-de-choque e o voto livre para os emigrantes (3 milhões) que vivem no estrangeiro.

China: quem manda nas Forças Armadas? - Os países circunvizinhos estão cada vez mais inquietos com a falta de transparência - quem manda e orienta? - que envolve o inacreditável desenvolvimento e modernização do Exército Popular da China. Especialistas militares de Taiwan colocam em xeque a hipótese oficial de que o Presidente da República, Hu Jintao, tenha conseguido domar o apetite das altas chefias do exército, que querem conservar a sua visão sobre o xadrez geoestratégico dos possíveis adversários da RP da China, de acordo com uma extensa análise desenvolvida no NY Times recentemente. Sem se conhecer a real capacidade e orientação estratégica das forças armadas chinesas os seus vizinhos, diz o artigo assinado por David Lague, fica-se sem saber o que é que a China deseja e prepara militarmente no contrabalanço do equilíbrio de poderes na Ásia. A questão da utilização da arma nuclear numa hipotética invasão de Taiwan, inquieta tanto os EUA como os outros estados independentes da zona. Ainda não foi esquecido, e o seu autor não foi castigado, general Zhu Chenghu, director da Academia Militar, que há dois anos brandiu a arma nuclear como opção contra os EUA, caso Washington defenda Taiwan de um ataque surpresa da RP da China.

Espanha: economia com pés de barro - Martin Wolf, do Financial Times, alerta para o fim do espectacular e contra-cílco boom de "nuestros hermanos". A "bolha" do sector da Construção Civil / Imobiliário vai acentuar a queda do crescimento económico, com a competitividade e a produtividade a atingirem valores muito preocupantes. Tudo porque a Espanha valorizou um sector tradicional em detrimento do reforço e da inovação tecnológica. A competitividade sofre com a alta geral dos salários e, sobretudo, com a crescente e forte concorrência dos industriais do Leste europeu. O deficit da balança de pagamentos é o segundo maior do Mundo depois do americano, cifrando-se em cerca de 107 biliões de dólares. Uma política de ajustamento técnico-económico de grande impacto para a próxima década, e tirando partido da estabilidade macroeconómica prodigalizada pela União Europeia, é uma das hipóteses mais ventiladas pelos experts da OCDE , em especial. Que impacto é que esta situação pode ter sobre a economia portuguesa, tão imbricada com a sua congénere ibérica, parece ser uma questão a não iludir.

FAR