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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

"Os quase vestidos e os quase vivos"

"Einstein é sinónimo de génio. Todas as mães querem ter um na família. Qualquer aspirante a inteligente tem um poster dele na parede do quarto. Os Estados atropelam-se para contar um entre os rebanhos que pastejam. As oficinas de automóveis contratam-nos na hora. Mas, bem vistas as coisas, é muito cagaçal para nada, porque, ao contrário do que se pensa, a essencial fórmula do físico alemão não teve impacto algum nos assuntos humanos. Não lhe vemos rasto nas Ciências. A Filosofia passou-lhe ao lado. Então no quotidiano prático, nicles, nada, népia. Não, não é a fórmula da equivalência entre massa e energia, a célebre E = mc2, que até os Big Audio Dynamite cantaram. Mas de uma outra muito mais vital: “se A é igual a um sucesso na vida, então A é igual a X, mais Y, mais Z; sendo X o trabalho, Y o divertimento e Z manter a boca fechada”. (Na era dos cabarets e das Big Bands, a bomba loira, Ina Ray Hutton, sabia divertir-se “Doin’ The Suzy Q”. Entre 1934-39 ela foi chefe de orquestra das Melodears. A festa era de arromba quando as mulheres could jazz!).

A fórmula A = X+Y+Z é tão vista como o canal Parlamento. Trabalhar, ao mesmo tempo ter prazer nessa actividade, e sobretudo não dizer disparates, para alcançar sucesso na vida, não faz parte dos planos do país da Marguerite Yourcenar de jeans e bota cano alto – a Carolina Salgado, a escritora das “Mémoires d’Hadrien” do norte. (Uma desopilada reflexão sobre triunfos na bola, poesia faducha e paixão no actual império português). Desde o leme da nação, ao rapaz que fecha as portas, atropelar a fórmula de Einstein, é palavra nossa de cada dia. Cavaco Silva vocifera conterrâneos, portugueses, emprestem-me os vossos ouvidos: “ainda há muito a fazer para o aproveitamento das riquezas do mar”. Vamos ao carapau e à amêijoa minha gente, que nas lotas privadas, até os cestos se vendem. (Tcharan! As minas de salmão dão à costa!). No outro extremo da escala social, Silva Pereira, ministro da Presidência do Conselho de Ministros, explicava que o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades foi uma “intensa sementeira” de comportamentos e valores que permitirá colher – no futuro – o “fruto saboroso de uma Europa mais justa”. Mnham, mnham… e a água cresceu nas bocas europeias desiguais. (The Nicholas Brothers trabalharam que se fartaram mas nunca atingiram o sucesso dos whities que também dançavam nos filmes de Hollywood. Na infância. Mais crescidos em “Lucky Number”. Adultos em “I've Got a Gal in Kalamazoo”. Com a orquestra de Glenn Miller, em “Chattanooga Choo Choo”, e com a de Cab Calloway em “Jumpin’ Jive”)."
Táxi Pluvioso a seguir, com links, no Pratinho de Couratos