O comentário de ontem da Catarina, sobre eu escrever e não "dizer nada" de perceptível (para ela e certamente para mais gente...), merece resposta num texto e não num comentário.
A ausência de comentários faz com que o blogue ainda se torne mais "diário" e me esqueça, por vezes, que existem leitores (que segundo a estatística são sempre mais de um cento, diariamente).
Desta vez não havia nada escrito nas entrelinhas. Apenas cansaço de toda a mediocridade que nos entra pela casa diariamente (pela televisão, como não tenho redes sociais sou poupado de muitas discussões estéreis...).
Como estamos em pré-campanha podia falar da política e dos políticos. Não percebo como é possível um partido (Chega) não ser penalizado por abrir as portas a pessoas que se desfiliam de outro partido (do PSD), por não serem colocados em lugares elegíveis. Isto em semanas. Não me lembro de tanto oportunismo e falta de vergonha, de parte a parte, na política portuguesa.
Sem sair da televisão, não percebo como é que é possível que as televisões tenham concursos de talentos, onde aparecem jovens extraordinários a cantar, e depois nos seus programas de entretenimento dos domingos à tarde, dêem palco a tanto "artista da cassete pirata", que sabem tudo, menos cantar.
Podia continuar a dar exemplos, em quase todos os sectores da sociedade, onde o oportunismo, a cunha, se sobrepõem à qualidade.
O sonho pode e deve comandar as nossas vidas, mas não deve estar colado à ideia do "vale tudo", e de que "pudemos ser tudo o que quisermos", até por ser mentira. E é aqui que aparece a América (os EUA, claro, o teu Canadá não tem essa mania de querer "mandar no mundo inteiro"), que influencia cada vez mais o Ocidente, de uma forma negativa.
Até porque partem sempre de uma permissa errada, quando se afirmam como "o país mais livre do mundo": amar a liberdade não é impor aos outros o que eles não querem...
Espero ter sido ligeiramente mais esclarecedor, Catarina.
(Fotografia de Luís Eme - Almada)