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sábado, fevereiro 22, 2025

O tempo


O tempo é como as 
escultura talhadas
nas areias molhadas da praia.
Dura muito?
Dura pouco?
A maré é o indicador
e quão breve é a maré,
como o tempo, que esmaece.
Uma onda de espuma
no seu vaivém 
ou uma aragem destroem
o trabalho do artista,
que brilhou enquanto durou
o seu labor.
Assim é o tempo.
Brilha enquanto temos tempo
para o reter entre as mãos,
quando existimos sem pressa
e o tornamos inesquecível.

Texto e foto
Emília Simões
22.02.2025


quarta-feira, junho 02, 2021

Na vastidão do tempo

 
Paulo Heliodoro


Na vastidão do tempo percorro as margens

cintilam estrelas no  rio 

os peixes sabem a hora do desassossego

tão perto e tão longe dos teus olhos

o luar resguarda o barco.

Não te atreves a desviar o olhar

do infinito, que te cerceia as marés

as tuas mãos vazias puxam as redes.

Ontem era o tempo de enchentes

hoje o rio afunda-se na maré vaza

tudo tão estranho, tão vago.

No barco agora encalhado

o voo rasante dos pássaros.


Texto 
Ailime
02.06.2021


terça-feira, janeiro 15, 2019

As palavras


A língua prende-se na voz
e  tolhe as parcas palavras
que, silenciosas, se recolhem
como búzios em maré vaza.

As sílabas que tento soletrar
estão reféns como barcos,
que encalhados nos cais,
há muito perderam os mastros.

Um pássaro em pleno voo
resgata-me desta indolência.

Colada às suas asas
vagueio pelo firmamento
até que um sopro de vento
me liberte e devolva as palavras.



Texto
Ailime
15.01.2019
Imagem Google