Carlos Botelho
A cidade está coberta de sombras.
Subo as escadas e no pátio
apenas um gato espreita
uma nesga de sol
e quebra o silêncio, que
me atordoa e desalenta.
Não me reconheço
nestes dias solitários
de recuos e fugas
onde tudo me parece
desconhecido.
Até o rio já não tem a mesma cor.
Corre pálido num sussurro
sem barcos nem marés.
A cidade emudeceu.
O silêncio invadiu-a e
não ouço o adejar dos pássaros
nem o chiar dos elétricos.
É uma cidade de bancos vazios,
de janelas fechadas
e telhados suspensos.
O crepúsculo apressa-se
e a noite dependura-se na lua.
Apenas o amanhã me poderá
devolver a liquidez dos dias.
Subo as escadas e no pátio
apenas um gato espreita
uma nesga de sol
e quebra o silêncio, que
me atordoa e desalenta.
Não me reconheço
nestes dias solitários
de recuos e fugas
onde tudo me parece
desconhecido.
Até o rio já não tem a mesma cor.
Corre pálido num sussurro
sem barcos nem marés.
A cidade emudeceu.
O silêncio invadiu-a e
não ouço o adejar dos pássaros
nem o chiar dos elétricos.
É uma cidade de bancos vazios,
de janelas fechadas
e telhados suspensos.
O crepúsculo apressa-se
e a noite dependura-se na lua.
Apenas o amanhã me poderá
devolver a liquidez dos dias.
Texto
Ailime
19.03.2021
Ailime
19.03.2021