Percorro os caminhos de outrora
cobertos de geada.
Nos escombros dos muros o musgo,
onde escorre a fria madrugada
que acolhe os pássaros feridos
de mais uma noite ao relento.
Sobre o rio, neblinas
vertem o orvalho da manhã,
que cava no teu rosto
as cicatrizes da noite,
que te embalam no silêncio
onde mergulhas a voz.
O sol tarda, mas já se anuncia
na cor purpúrea do amanhecer.
Ailime
10.12.2022
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