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domingo, dezembro 18, 2022

O sol tarda, mas já se anuncia.



Percorro os caminhos de outrora

cobertos de geada.

Nos escombros dos muros o musgo,

onde escorre a fria madrugada

que acolhe os pássaros feridos 

de mais uma noite ao relento.

Sobre o rio, neblinas

vertem o orvalho da manhã,

que cava no teu rosto

as cicatrizes da noite,

que te embalam no silêncio

onde mergulhas a voz.

O sol tarda, mas já se anuncia

na cor purpúrea do amanhecer.


Texto 
Ailime
10.12.2022
Imagem Google



sábado, julho 30, 2022

Na solidão do lodo


Conhecia de perto todos os mistérios do rio.

De pedra em pedra percorria-lhe as margens

e desvendava o sabor das auroras quando as neblinas

o afagavam  ainda antes do refulgir do sol.

E estendia-lhe as redes.

Era um rio límpido, sem mácula, azul de tanto céu,

que brilhava no silêncio da lezíria

como se fora outro lugar onde o trigo ondeava.

Nada era tão puro como a transparência dos barcos,

onde saltitavam os pássaros para captar as presas

que quase afundavam o barco.

A faina era tão leve e a colheita tão farta...

.........

Hoje, apenas um velho barco carcomido,

na solidão do lodo.


Texto
Ailime
30.07.2022
Imagem Google


sábado, janeiro 28, 2012

O tempo

Nas linhas sinuosas do tempo

Movo-me por entre águas,

Quantas vezes traçadas

Em mananciais estéreis

Num torpor que me enclausura

E confina no emergir de mim.


E vislumbro nas alvoradas

Sóis que alvitram visos,

Em centelhas de luz fulgente

Prenunciando alvoreceres

Disfarçados nas neblinas

Neste despertar tardio.


Ailime
28.01.2012
Imagem da Net