Mostrar mensagens com a etiqueta aves. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta aves. Mostrar todas as mensagens

sábado, maio 24, 2025

Permite que a luz

Fotos de stock

Permite que a luz penetre a minha sombra
e liberte os destroços que me levam à queda
nos abismos, que cruzam os meus percursos.


Permite que o meu olhar se estenda até ao horizonte
para apreciar o voo das aves
na melodia do entardecer, que acolho no meu peito.


Permite que o meu sonho se expanda ao longo daquela estrada
por onde caminho descalça e sozinha,
onde apenas procuro o pulsar de uma emoção.


Permite que seja apenas eu e o calor do teu abraço.

Texto 
@Emília Simões
24.05.2025




sábado, março 29, 2025

Nas montanhas aprendi o rumo


Nas montanhas aprendi o rumo
por caminhos oblíquos.
Rasguei a fome com mel
e flores silvestres.
Caminhei só, ao sol, à chuva,
suspensa em ramos de árvores
que me serviam de abrigo.
Subi a pulso um monte e outro.
O meu corpo transpirava sangue,
a noite entranhava-se-me na pele.
O silêncio fazia-me companhia.
Dormi com as aves e acordei
suspensa nos ninhos.
Chove sobre os meus olhos.
As nuvens parecem fontes
que se transformam em rios.
...
Agora o sol beijou-me o rosto.
Nas sombras encontrei a luz
e nas palavras renasci.

Texto e foto
Emília Simões
29.03.2025 

sábado, fevereiro 15, 2025

Nos galhos das árvores


Pngtree


Nos galhos das árvores
o canto dos pássaros
anuncia a primavera
e as aves voam livres e felizes.
O tempo é célere
e escoa-se por entre os dedos;
agora inverno, amanhã primavera;
os campos enchem-se de flores 
e a natureza parece sorrir.
Os ponteiros do relógio
seguem o seu rumo
e a luz sobrepõe-se à penumbra.
Chegou o tempo
de colher os vestígios
da primavera e deixar 
que as flores inundem
o meu jardim.


Texto 
Emília  Simões
15.02.25


sábado, fevereiro 01, 2025

O meu mundo

Pixabay


O  meu mundo era tão restrito,
mas tão belo.
Longe do bulício das cidades, 
dos ruídos de que só mais tarde me apercebi.
Era um tempo de viver a natureza por inteiro.
Nas flores, nas aves, no azul dos céus,
no sol a brilhar por entre as searas
douradas, ao entardecer.
O mundo era perfeito. Respirava-se paz.
À noite milhões de estrelas cintilavam no céu
e tantas estrelas cadentes pude agarrar...
As constelações bem definidas no firmamento,
como jamais pude enxergar.
Em noite de Lua Cheia, como parecia tão próxima...
Uma noite tentei alcançá-la mas, desisti.
Estava muito alta e eu tão pequenina...
O meu mundo mudou-se para outro mundo.
Tão longe e tão perto nas emoções
que em mim ficaram guardadas,
nos intervalos dos silêncios
que, tantas vezes, se soltam nas asas do vento.

Texto
Emília Simões
01.02.2025
Foto Pixabay



sábado, junho 01, 2024

No silêncio das palavras



No silêncio das palavras
enxergo com assombro
os dias em que o sol, brilhante,
torna os dias mais alegres
e as aves cantam e saltitam
nas flores em cada manhã.

Nos rastos dos jardins
procuro as tuas pegadas
quando, na sombra das árvores,
lias no meu olhar
a sede do teu amor.

Na natureza em festa
por instantes não há guerras.
Há uma grande paz e suavidade
que, embora céleres,
me fazem sonhar e acreditar
numa nova humanidade.

Emília Simões
01.06.2024
Imagem Google

sábado, fevereiro 24, 2024

Palavras adormecidas


Palavras adormecidas

teimam em cingir-me a voz

que rouca, pelo frio do inverno,

se aninha no meu rosto gelado.

No firmamento aves esvoaçam

lado a lado com o vento

e, letras à solta, como folhas,

pousam no meu regaço

que as recolhe sofregamente.

No silêncio da tarde

talvez soletre um poema,

com as penas 

que os pássaros deixaram cair 

no ruído do seu voo.


Texto
Emília Simões
24.02.2024
Imagem Google

sábado, fevereiro 03, 2024

Resvalo por socalcos de montanhas



Resvalo por socalcos de montanhas
como ave em pleno voo
e procuro uma flor
uma palavra 
um gesto
um raio de sol
um enigma,
talvez um pedaço de tempo
que me fale de vida
e de auroras
e entardeceres
que me falem de amor
ou de silêncios
onde escute a tua voz.
Divago e paro num golpe de vento
que cinjo na minha cintura
como se fora um afago teu.
 
Texto 
Emília Simões
03.02.2024
Imagem Google


segunda-feira, janeiro 29, 2024

Abro a porta ao silêncio

 


Abro a porta ao silêncio
e refugio-me nas memórias
que tenho albergadas em mim.

São memórias longínquas,
que se vão desvanecendo
como as nuvens que se desfazem
impelidas pelo vento, deixando uma
estrada no céu.

Procuro uma luz para as proteger
para que fiquem intactas, sempre
que me recordar dos dias em que tudo
era claro e as aves esvoaçavam
em alegres bandos dentro de mim.

Distancio-me e indiferente
procuro outro lugar para
guardar as memórias,
que parecem vaguear entre sombras
e solidões que, de instante a instante,
se revelam à minha passagem.


Texto
Emília Simões
29.01.2024
Imagem Google



sábado, novembro 11, 2023

No clarear das manhãs


No clarear das manhãs

a terra cheira a musgo

e a  pedras escorregadias

pelas intempéries 

que agitam as árvores

em aguaceiros intermitentes,

deixando sobre o chão

folhas irreconhecíveis,

que vou recolhendo em silêncio.

No vórtice do tempo

aves atravessam as nuvens

resguardando-se de tempestades  

numa nesga de luz,

antes que o vento as resgate. 


Texto
Ailime
11.11.2023
Imagem Google



sábado, março 04, 2023

Há atalhos que percorremos


Joseph William Turner


Há atalhos que percorremos 

e nem sempre reconhecemos quem passa ao nosso lado

indiferente, como se o mundo estivesse vazio

e não houvesse primaveras

a enfeitar os caminhos e aves a cantar

nos galhos das árvores que nos sorriem.


Um mundo moribundo que não destrinça

uma tarde de sol num dia de tempestade

e o arco-íris a rasgar uma estrada colorida no céu,

numa aliança de amor. 


Texto
Ailime
04.03.2023

sábado, dezembro 03, 2022

Na respiração de novos rebentos

(Desconheço o autor)


No silêncio da seiva a árvore adormecida;

folhas caídas sobre o chão molhado

e os líquenes a envolverem-na

como primícias de vida prometida


os pássaros adejam em seu redor 

alegres no seu canto sempre mavioso,

indiferentes às estações

e ao vento dos dias gelados


a natureza canta sempre ao amanhecer

e adormece no entardecer

quando as aves partem em debandada

na respiração de novos rebentos.

 

Texto
Ailime
03.11.2022


sábado, novembro 26, 2022

No tumulto das palavras

Belinda Flores

No tumulto das palavras sinto solidão.

Não é que as palavras não foquem sentimentos,

mas, por vezes, o gume ácido da vida

não deixa que façam sentido.


Na transversal das ruas que percorro

como ave sem penas, ouço à distância

o eco do silêncio que se me quebra na voz.


Há uma infinidade de ruas a percorrer

para melhor entender o significado

do que me rodeia, do que me espanta.


Porque a vida não sendo reta

é feita de sóis e de luas,

de abraços e palavras.

De ecos e resplendores

na partilha dos silêncios.


Texto
Ailime
26.11.2022

segunda-feira, maio 23, 2022

Na escassez das palavras


Maria Caldeira


Na escassez das palavras

a sede no deserto 

como um rasgão na pele

miragem e silêncio

nas poeiras das dunas

a toldar o pensamento

que clama pelo voo das aves

para dissipar as névoas

Há vazios e grãos de poeira

a marejar os olhos

nos silêncios da tarde

que, em vão, suplicam

que o oásis floresça.



Texto
Ailime
23.05.2022


terça-feira, fevereiro 16, 2021

Não queria tecer palavras amargas



Não queria tecer palavras amargas
nem sonhos irrealizáveis
nos dias em que as marés encrespadas
toldam o horizonte.
As aves aninham-se em sobressalto
e imóveis aguardam o sol-posto.
Em movimentos agitados
as ondas revoltas tocam as escarpas
e  apenas o rumor do mar
quebra o silêncio da noite.
Há um vazio, uma nostalgia na praia
onde jazem  apenas a solidão e a Lua.
Pela manhã o sol brilha,
a espuma do mar beija o areal.
Finalmente o mundo despertou.


Texto e foto
Ailime
16.02.2021

quinta-feira, março 14, 2019

Diante do mar o assombro


Diante do mar o assombro 
Aves errantes em sobressalto 
As marés que murmuram baixinho 
O teu nome 
No princípio da tua voz 
O silêncio a embargar os sentidos 

No cimo da arriba 
O farol antecipa a noite 
Quando a claridade do mar 
Se tinge de púrpura 
A terra adormece tímida. 



Ailime 
14.03.2019 
Imagem
 Google




terça-feira, março 05, 2019

Do chão molhado da tarde


Do chão molhado da tarde 
Aves partem em debandada 
O firmamento acolhe-as  
Com os braços estendidos  
E enlaça-as 
Vagarosamente 
Como se fossem estrelas cadentes 
A cruzar a noite 
Nos umbrais do meu sentir.

Mas a tarde desdobra-se 
Em mil e uma cores. 
Agarro um arco-íris 
E poiso-o nas minhas mãos. 

Os pássaros regressam 
Em voo livre e cadente  
E espargem no chão 
Relâmpagos quase extintos. 


Texto
Ailime
05.03.2019
Imagem Google

terça-feira, maio 30, 2017

No meu chão


No meu chão escasso em palavras
ausculto o vento que me segreda
a poesia escrita nas folhas
dependuradas das árvores
neste estio que me atordoa
como se amanhecesse tardiamente
e a luz se escoasse por entre os meus dedos
nas sombras ávidas de silêncio.
 ...
Neste meu murmúrio inaudível
apenas as aves me acenam o amanhã.  


Texto
Ailime
30.05.2017
Foto Google

domingo, abril 03, 2016

No meu silêncio


No meu silêncio
acolho penumbras e barcos
a resvalar
nas marés
das tardes
quando o vento
me açoita 
o rosto gelado
debruçado na escarpa
e as flores 
penduradas nos galhos
baloiçam
como  ondas
a desenhar na areia
o rumo das aves. 

Texto e foto
Ailime
03.04.2016