Mostrar mensagens com a etiqueta sonhos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sonhos. Mostrar todas as mensagens

sábado, agosto 09, 2025

Neste mar imenso


Neste mar imenso mergulho o meu olhar,

a minha sede, os meus sonhos, o meu silêncio.

A brisa marinha envolve-me, cálida, mas serena.


Sentada numa escarpa,

atenta ao vaivém das ondas

que, em espirais, rodopiam agitadas,

como numa dança, numa linguagem,

que desconheço,

sinto como que um convite a meditar,

nas minhas escolhas, nas minhas imperfeições.


No horizonte, o sol já há muito adormeceu.

Fico mais uns instantes,

até que um pássaro voa rasgando o céu nublado,

deixando-me só, a cismar.


Neste momento renuncio ao silêncio.

Apenas a voz do mar continua

entranhada em mim.


Texto e foto
Emília Simões
09.08.2025


sábado, julho 12, 2025

Hoje não escrevo


Hoje não escrevo.

Não me apetece.

Passeio ao ar livre e fresco

e deixo que as palavras

se escoem no tempo

e se enleiem nas folhas

e no canto dos pássaros.

À margem de mim,

à margem dos meus sentidos,

dos meus sonhos.

Nas margens do meu rio.


Texto e foto
Emília Simões
10.07.2025

sábado, junho 07, 2025

Em silêncio escuto o universo

Pixabay


Em silêncio escuto o universo.

As sombras sussurram o medo

sufocadas por trevas sem fim,

que refletem nos escombros

a vergonha da humanidade.


Os pássaros deixaram de cantar

a melodia do alvorecer;

enfileirados num galho,

estáticos, não ousam acordar.


Num movimento incessante

passos sem corpos cruzam-se

no vazio da noite,

num mundo transmutado.


Chegou o momento de despertar,

de abraçar as luzes

que dissipam a escuridão

e alimentam os sonhos.


Texto
@Emília Simões
07.06.2025

sexta-feira, dezembro 10, 2021

Um dia a minha sede

 



Um dia a minha sede

será saciada pela fonte do deserto.

As chuvas molhar-me-ão o rosto

e sentirei o orvalho das manhãs

a afagar-me os cabelos.

As tardes serão mais lisas

e falar-me-ão de crepúsculos,

que se escondem atrás das nuvens

onde os pássaros se detêm

nos voos,

a acalentar-me nas noites

longas,

De sonhos improváveis.


Texto
Ailime
10.12.2021
Imagem Google

quarta-feira, novembro 17, 2021

Há momentos

 


Há momentos em que mergulho no meio das palavras.
Distante está o mundo em que  movo os meus sonhos
alados como pássaros em voos intermitentes.
De ti sei apenas o nome e as palavras ficam em silêncio.


Texto
Ailime
17.11.2021
Imagem Google

terça-feira, novembro 02, 2021

O tempo nunca é o mesmo




O tempo nunca é o mesmo.
Ontem a chuva  regou os meus sonhos,
hoje colho uma flor.
O dia e a noite contemplam-se, 
assim como o sol e a lua
se abraçam num golpe de vento
que vagueia por entre galáxias.
Claridade e sombras.
Um pássaro nunca está só;
poisa sobre uma estrela 
e  esvoaça no universo
por entre galhos de nuvens. 
Gravo os meus sonhos
nas folhas caídas de outono.


Texto e foto
Ailime
02.11.2021



terça-feira, fevereiro 16, 2021

Não queria tecer palavras amargas



Não queria tecer palavras amargas
nem sonhos irrealizáveis
nos dias em que as marés encrespadas
toldam o horizonte.
As aves aninham-se em sobressalto
e imóveis aguardam o sol-posto.
Em movimentos agitados
as ondas revoltas tocam as escarpas
e  apenas o rumor do mar
quebra o silêncio da noite.
Há um vazio, uma nostalgia na praia
onde jazem  apenas a solidão e a Lua.
Pela manhã o sol brilha,
a espuma do mar beija o areal.
Finalmente o mundo despertou.


Texto e foto
Ailime
16.02.2021

domingo, novembro 25, 2018

No meu silêncio



No meu silêncio 
guardo palavras doridas 
pelas ruas descalças 
gastas pela solidão,  
que afloram os olhares de espanto 
pelo nascer ou pôr do sol 
a iluminar as tezes macilentas 
no relento das noites,  
onde jazem sonhos inacabados 
enrolados em folhas húmidas
dum outono precoce. 

No meu silêncio guardo 
toda a minha inércia, 
a minha pressa 
a minha indiferença 
pelo mundo marginal 
que me passa ao lado 
que não quero ver, 
que recuso enxergar 
porque me falta amor. 

Até quando a minha alma vazia 
deixará que o amor se expanda em liberdade 
num abraço à solidão?



Texto e foto
Ailime
25.11.2018


quarta-feira, maio 01, 2013

São como pássaros feridos



São como pássaros feridos
Que procuram em horizontes remotos
Novos trilhos novos voos
Que lhes devolvam a dignidade

São fugas precoces
Nas asas doídas dos sonhos
Em noites de desassossego
Num chão que lhes é negado

E abarcam num sorriso
(ténue mas confiante)
A alegria do retorno
Num amanhã…talvez.

Ailime
01.05.2013 
Imagem Google

domingo, março 24, 2013

Crepúsculo



Percorri a cidade
Repleta de sonhos
E revi-me
Na luz
Que por entre as árvores
Repletas de cachos dourados
Deixava antever
No brilho
A primavera
Que se fez madrugada.

Agora apenas os sóis
Repousam no crepúsculo
Sofrido e gasto
Pela luz minguante
Gravada e inerte
Nas pedras nuas da calçada.

Ailime
Março/2013
Imagem Google

terça-feira, março 05, 2013

A urze e o rosmaninho



A urze e o rosmaninho
Beijavam-te nas manhãs
Douradas pelo amanhecer,
Antevendo-te o futuro
Em silêncios inquietantes
De mundos desconhecidos.

Percorreste caminhos agrestes
Debruados de flores e espinhos
Que te pronunciavam a vida,  
Esculpida em horizontes
De sois cavados nas nuvens
Como luas em mares prateados.

Não foram em vão os teus passos
Nem te foram negados os sonhos,
Foste desfiando a vida,
Em ecos tecidos de luz
E por entre os aromas silvestres
Acolheste em ti o amor.

05.03.2013
Ailime
Imagem Google





segunda-feira, outubro 15, 2012

Luz opaca



Tudo se passa de forma rígida
Incrivelmente disforme na forma
E na solução.

E ouço gemidos
E fomes que o vento traz
Em folhas gastas e desmedidas
De outros tempos,
Que rasgam os ventres
Dilaceram as almas
Destroem os sonhos
Esmagados em muros
De férrea obstinação.

E o meu tempo esvai-se…
Numa luz opaca
Que me cerceia o olhar
E me restringe o caminho.

Ailime
15.10.2012
Imagem da Net

segunda-feira, março 21, 2011

Exulto a Primavera


Exulto a Primavera
No meu canto
Ornado de violetas,
Que dedico aos poetas
Que arquitectam sonhos
Dependurados
Em castelos,
Cativos de memórias
Consistentes.

E alegro-me
Com os campos em flor
E as searas ao vento
Na madrugada de ti.

Ailime
210.03.2011
Imagem da Net