quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Grécia move o mundo e provoca uma palhaçada internacional


O medo internacional transforma-se em palhaçada...

No medo internacional despoletado pela Grécia, há o triste, o vergonhoso e o idiota.

Há as forças financeiras que empurram políticos para que desacreditem uma viragem à esquerda na Grécia –e há a tristeza de vermos os políticos obedecerem.

Há a vergonhosa mundialização de uma absurda tentativa de intervenção na campanha eleitoral grega –ou seja: uma avalanche de medrosos a meter o nariz onde não são chamados.

Há a idiotice de certos nossos jornais e televisões a darem notícias falsas acerca do presente e do futuro da Grécia… como se fossemos nós, portugueses, quem iria votar nas próximas eleições legislativas gregas.


Tal é o medo!!!   

Fim de 2014: festejamos dentro de uma casa abatida onde continua o mau governo, o roubo, a mentira, o cinismo e o multiplicar da miséria, da fome e da humilhação

Em ruínas 


Hoje, acaba um dos piores –ou o pior- de três anos (e meio) funestos da História da segunda república portuguesa.

E, até às eleições legislativas, não creio que venha a ser melhor.

Desde 21 de Junho de 2011, Portugal viu-se governado por Pedro Passos Coelho; viu-se nas mãos de um primeiro-ministro medíocre e ultra-liberal.

Continuava, entretanto, sob o mando condicionado, é certo, mas mesquinho, daquele que ficará na nossa História como o pior presidente da república portuguesa –-e juntamos todos, desde o 5 de Outubro de 1910-: Aníbal Cavaco e Silva (reeleito, em 23 de Janeiro de 2011).

A esses dois homens devemos o Portugal destruído, empobrecido, vendido, abandonado, em que vivemos hoje.

Os anos que enterramos, às 24 horas de hoje, foram anos tenebrosos.

Amanhã, renascerá a esperança de virmos a ter, no final de 2015, à frente de Portugal, gente honesta e capaz –e, infelizmente só em 2016, um presidente da república que não nos envergonhe.

Oxalá isso aconteça.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Longe da multidão que enlouquece...


"Gondola", óleo de Francesco Guardi (1712-1793), pintor veneziano

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Onde nasceu Jesus?


in Público de hoje

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Daqui a pouco Natal!


"Adoração dos Pastores", 1669, obra de Josefa de Óbidos (1630-1684)


De Cancioneiro do Menino Jesus

‘O menino está dormindo
Nas palhinhas despidinho!
Os anjos lhe estão cantando:
Puro amor tam pobrezinho.

O menino está dormindo
Nas palhinhas da pobreza!
Os anjos lhe estão cantando:
Meu amor, minha riqueza.

O menino está dormindo
Nas palhinhas sobre a neve!
Os anjos lhe estão cantando:
Ditoso de quem o serve.

O menino está dormindo
Nos barcos de S. José!
Os anjos lhe estão cantando:
Viva Jesus-Nazaré!

O menino está dormindo
Nos braços da Virgem Mãe,
Os anjos lhe estão cantando:
Viva Jesus em Belém.’

(Freineda, Guarda)

in O Ciclo do Natal Na Literatura Oral Portuguesa, antologia de Afonso Duarte, Barcelos, 1936, nº 201 de 350 exemplares numerados.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Natal, fim de ano, e etc.





Quando há assim festas e coisas parecidas, tenho longas conversas com o, meu amigo Alberto. E, agora, pelo Natal aconteceu o mesmo.

Íamos rua acima, a lembrar e a comentar os dias, o fim de ano, etc.

Mas Alberto não se explicava, mudo, cabisbaixo, os olhos fitos nas pedras mal paridas da calçada portuguesa. E eis que estaca, agarra-me o braço, e, como se descobrisse a verdade ou a pólvora, exclama:

-A vida é uma viagem do caraças, pá!

domingo, 21 de dezembro de 2014

Inverno

Pintura japonesa


Noite de cristal-
Dormir
Quando o mar não dorme?

Susuki Masajo in Anthologie du poème court japonais, Poésie/Gallimard, 2002, Paris

Breve notícia da poetisa:

http://donguridoubutsu.blogspot.pt/2012/08/la-poesia-de-suzuki-masajo.html

Bom dia com um grande pintor português

sábado, 20 de dezembro de 2014

Eis o que espera o primeiro ministro que substituirá Passos Coelho em Novembro de 2015:


UM SACO VAZIO

A estrada real


"Na Normandia", óleo de George Braque


Que importa

Que importa a fome
Se o seu remédio está num bocado de pão?
Que importa o frio, quando
Ele se vai, finda a estação?
Que import a guerra, se ela traz
Logo após si a paz?
O que tortura é a ideia
Que está dentro de nós,
Isso que a roupa não afoga
Nem a comida farta,
Isso que dura além da neve e do caloir
E nos mata, Senhor?

Cabral do Nascimento in Na Mão de Deus, Antologia da Poesia Religiosa Portuguesa, organizada por José Régio e Alberto de Serpa, Ilustrada por Guilherme Camarinha, 1958, Portugália Editora, Lisboa

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A golpada dos Golden Visa


in Público de hoje

Tão veloz!... Porquê?


"À beira da floresta", 1880, óleo de Isaac Levitan (1860-1900)

Tenho, à minha frente, na mesa de trabalho uma ampulheta. E a areia que escorre diz-me que os dias fogem. 

Começa a ser tarde.

Encontro este verso de Afonso Duarte:

Mais alto e mais veloz o tempo que me fica.

Não, a sua beleza não me consola. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Um português justo entre os justos cuja coerência e humanismo se encontram agora assinalados no Museu-Memorial Yad Vashem, em Jerusalém




Padre Joaquim Carreira


Quem foi:

http://www.publico.pt/sociedade/noticia/padre-joaquim-carreira-vai-ser-justo-entre-as-nacoes-por-salvar-judeus-em-roma-1679162

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Patrick Modiano ontem em Estocolomo





Nota: discurso de Patrik Modiano:

http://www.lemonde.fr/prix-nobel/article/2014/12/07/verbatim-le-discours-de-reception-du-prix-nobel-de-patrick-modiano_4536162_1772031.html

Bom dia com um pintor dinamarquês muito especial

domingo, 7 de dezembro de 2014

Na América uma mulher opõe-se ao racismo e...


Uma jovem mulher protesta, nos USA, contra os assassinatos de quatro negros culpados de serem... negros e a resposta é esta

Leão Tolstoi a Romain Rolland

Leão Tolstoi (1828-1887)




Romain Rolland (1866-1944)


“A máxima moral mais simples e mais breve: que os outros sirvam os outros o menos possível e cada um sirva os outros na medida do seu possível. Exigir aos outros o menos possível e dar-lhes o mais possível.”

Carta de Leão Tolstoi a Romain Rolland, em resposta a este, seu (então) jovem admirador, datada de Yasnaia Poliana, 3 de Outubro de 1887

O conto do vigário (continuação)


in Público de hoje

Em memória de Dora Bruder

A simplicidade de um homem autêntico


Patrick Modiano, enfrenta o assalto da comunicação social, no dia em que recebe a notícia de lhe ter sido atribuído o Prémio Nobel de Literatura.

Patrick Modiano o Nobel de 2014

Patrick Modiano (1945-)



Pela segunda vez, leio um romance de Patrick Modiano, Prémio Nobel deste ano: Dora Bruder.

Li, o mês passado, Rue des Boutiques Osccures, que descobri num alfarrabista ambulante e comprei por 1 euro.

Que posso eu dizer de Modiano?

O Nobel escorrega muitas vezes e distingue autores menores, sabemo-lo bem.

Modiano é um grande escritor? Não sei.

Os seus dois romances impressionaram-me e impuseram a qualidade.

Assim, sugiro-vos que leiam Modiano: é um escritor de qualidade.

Nunca lhe chamaria um génio: revistas e páginas literárias aparecem recheadas de artigos que apontam génios. Cansa –até porque o não são. Mas a feira literata é um grande bordel, “eu dou-te uma coisa a ti, tu dás-me uma coisa a mim”…

Patrick Modiano é um novelista/romancista com uma invulgar capacidade de captar o essencial; o seu movimento é musical e aureolado de poesia subtil; as suas histórias, humanas. Prende, emociona, acorda em nós uma nota quase apagada: o amor ao outro.

Isso acontece apesar da objectividade, às vezes frieza, como apresenta o quotidiano e o destino das suas personagens.

Bom domingo!, por hoje, é tudo.

Nota:

http://en.wikipedia.org/wiki/Patrick_Modiano



Dora Bruder, entre pai e mãe



Dora Bruder, à direita, com uma vizinha e a mãe Cécile


Foi a partir desta notícia num quotidiano francês, Paris-Soir, datado de 1941, que Modiano escreveu o seu romance

sábado, 6 de dezembro de 2014

Um tempo que não é nosso



Quando vivemos, não somos nós que vivemos: é a máquina.

A civilização que partilhamos é uma civilização monotorizada.

Somos números, coisas, objectos que salivam, à maneira do cão de Pavlov: de acordo com os estímulos que nos rodeiam.

E nos igualam.

E nos sufocam.

E nos apagam.

Transformamo-nos, sem dar por isso, nem antes nem depois, em robôs.

É a agonia de uma civilização desumanizada?

Talvez: mas, em cada instante, morremos com ela.

Fomos nós que a criámos deixando que a criassem.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

João Navarro Hogan, um grande pintor português do nosso tempo


Sem título, 1972, óleo de João Navarro Hogan

Eis a razão porque Coelho & PSD não largam o PS…

Erlich in El País


"-Propõem um acordo entre o governo e a oposição.

"-Para arrancar para diante o país?

""Não, para demonstrar que são iguais.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

domingo, 30 de novembro de 2014

Outros caminhos, outros tempos, artistas esquecidos


Tentações de Santo Antão, 1921

http://es.wikipedia.org/wiki/Stanis%C5%82aw_Ignacy_Witkiewicz



"Satanás semeando", 1882, Félicien Rops

https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9licien_Rops

Bom dia longe da multidão que enlouquece e perto das coisas verdadeiras...

sábado, 29 de novembro de 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As coisas da vida ou um breve amor




Fotografia de Lélo Fiaux (á direita), provavelmente tirada por Alberto Moravia, e fotografia de Alberto Moravia (à esquerda), provavelmente tirada por Lélo Fiaux. Roma 1934



"No Bar", s. d., obra de Lélo Fiaux




"Lettres d'amour à Lélo Fiaux", de René de Ceccaty, 2014, Editora ZOE, Paris


Lélo (Hélène) Fiaux e Alberto Moravia dividiram um grande amor.

Lélo, pintora suíça, era uma jovem mulher de personalidade forte e carácter independente; Moravia, um escritor a lançar-se na fama, homem complicado, prepotente, melindroso, e misógino talvez sem o saber (ainda que transpareça em vários dos seus romances).

A ligação entre os dois não suportou as contradições e durou pouco.

Mas deixou marcas no escritor italiano.

De 1934, ano da ruptura, até 1947, trocaram cartas, correspondência de que restam, apenas, as de Moravia, agora editadas em França.

Estas linhas de uma delas denuncia a intensidade com que tudo foi vivido:

“Um dia hás-de agradecer-me, histórias como a nossa são raras na vida.”

Nem por isso as paixões de ambos deixaram de acontecer com outros.

As de Moravia sempre agitadas e difíceis, quando não infelizes, violentas; as de Lélo não sei.

Interessou-te a história? Compra o livro e lê-o –vale a pena.

Talvez prove que o instante é, sempre, único e irrepetível.

Notas: 

http://fr.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9lo_Fiaux


Giorgio de Chirico (1988-1978): criador da escola metafísica

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Só falta isso… E admiravas-te?


Forges in El País de hoje, 28.11.14



"-Nestes tempos há que pensar que o melhor do presente é o futuro

"-...a não ser que o privatizem

"...e essa é outra...

E a Literatura no Alentejo? Eis 6 nomes que aconselho leiam, alguns conhecidos outros atirados para o esquecimento imperdoável…


Bernardim Ribeiro (1482?-1552?)




José Duro (!875-1899)


Brito Camacho (1862-1934)




Capa de um admirável romance: "Terra Campa", de Noel Teles (impossível a foto e as datas de nascimento e morte; certa a grandeza do autor)



Florbela Espanca (1862-1934)



 Manuel da Fonseca (1911-1993)

Aqui está ele

O "Cante" alentejano reconhecido como pertence à humanidade



O Comité intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) reconheceu hoje o cante alentejano como património cultural imaterial da humanidade.

Declaração de José Sócrates à comunicação social: o arguido também tem direito a falar




Declaração de José Sócrates

Em 26 de Novembro de 2014

Há cinco dias “fora do mundo”, tomo agora consciência de que, como é habitual, as
imputações e as “circunstâncias” devidamente seleccionados contra mim pela acusação
ocupam os jornais e as televisões. Essas “fugas” de informação são crime. Contra a
Justiça, é certo; mas também contra mim.

Não espero que os jornais, a quem elas aproveitam e ocupam, denunciem o crime e o
quanto ele põe em causa os ditames da lealdade processual e os princípios do processo
justo.

Por isso, será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as
falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram.

A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espectáculo montado em torno
dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e
infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e
constitui uma humilhação gratuita.

Aqui está toda uma lição de vida: aqui está o verdadeiro poder – de prender e de
libertar. Mas, em contrapartida, não raro a prepotência atraiçoa o prepotente.

Defender-me-ei com as armas do Estado de Direito – são as únicas em que acredito. Este
é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido.

Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos e sensibilizam-me as
manifestações de solidariedade de tantos camaradas e amigos. Mas quero o que for
político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer
envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e
prejudicaria a Democracia.

Este processo só agora começou.

Évora, 26 de Novembro de 2014



José Sócrates

Mais de e sobre António Berni.

O pintor argentino vem-me ter às mãos através de um artigo no El País de hoje.

Segundo quem sabe, Berni afirmou-se no Novo Realismo da América latina, extensão do Social Realismo.

As suas obras não me parecem, infelizmente, “de outro tempo”; a injustiça que denuncia é aquela que vivemos, neste país forçado, por um governo lacaio do capitalismo financeiro, a regressar aos sofrimentos e aos abusos sociais dos anos 40/50 do século XX.

Há, para mim, uma diferença profunda entre a arte comprometida, dependente de regras externas à Arte, regras condicionantes, e o trabalho dos artistas que descrevem a realidade e, por arrasto feliz, ou intencional, ou triste, denunciam as iniquidades.


Antonio Bernin insere-se na segunda categoria.




Humilhados e ofendidos..., por António Berni



"Pietà", de António Berni




"A marcha", de António Berni




"Cabra Cega", q ue podes acrescentar: qual futuro para as nossas crianças?, de António Berni


Bom dia com o argentino Antonio Berni (1905-1989), um pintor actual

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

domingo, 23 de novembro de 2014

Há esperança: a vigarice que rói Portugal não pode ser para sempre!

Coelho único

“Passos Coelho diz que políticos não são todos iguais”

in Público de hoje


Ainda bem!

Com esta gracinha cheia de fel, Coelho garante-nos um acontecimento extremamente  importante:

o que vier depois dele não será como ele.

Que alivio!



Mais sobre Alberto Burri (Citta del Castello, Umbria, 1915- Nice, 1995)


"Branco, 1952, obra de Alberto Burri


Notícia:

http://en.wikipedia.org/wiki/Alberto_Burri

Bom dia com um grande artista italiano

sábado, 22 de novembro de 2014

A detenção de José Sócrates



Toca à Justiça decidir: julgar.

Neste momento e enquanto a Justiça não decidir em contrário,

José Sócrates está inocente.


Assim o entendo e assim penso.