quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O mais depressa possível! É urgente a inteligência e a honestidade!

Este!, antes de todos os outros... se o PSD souber o que é dignidade!

"O PSD propõe-se expulsar 400 militantes por terem votado contra os ideais do partido"

dos jornais

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Açorda monumental e... letal

in Público de hoje

Portugal hoje e agora

Óleo de Umberto Boccioni (1882-1916)

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

IMITANDO O GOVERNO

in Público de hoje

Os fantasmas na parede



"Messer Marsilio e a sua esposa", 1523, óleo de Lorenzo Lotto ***


“Os velhos retratos de Família, o vosso antigo riso desbotado paira, nas telas e na penumbra das paredes… Lá se descobre ainda esse longínquo instante da vossa pessoa, entregue ingenuamente às diabólicas mãos do Artista!

E eu fico a contemplar-vos… fico a ver o meu fantasma do Passado, a vaga Sombra irónica, isto é, meu ser ainda esperança…”

Teixeira de Pascoaes in Verbo Escuro, Obras Completas, 7º volume, Edição do Autor, Livrarias Aillaud e Bertrand, Paris-Lisboa, s.d.

Bom dia!

domingo, 27 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

O maior?

De regresso de Portalegre, aqui vos deixo este versos admiráveis de um poeta único

José Régio, óleo de Ventura Porfírio



DECLARAÇÃO

Teorias são brinquedos
Que, por mim, não tomo a sério.
Tomo a sério os meus enredos.
Crer... só sei crer no Mistério.
De doutrinas não me importo!
Sinto-me bem no mar alto.
Só me recolho ao meu porto.
Convidam-me, e sempre eu falto.
De escolas, sou mau aluno.
Se comunico, é em verso.
Sou muito diverso.
E uno.

(Inédito, em um dos cadernos de José Régio)

Alberto de Serpa in Retrato Imperfeito de JOSÉ RÉGIO com uma sua poesia inédita, Tiragem Única de 300 Exemplares, Imprensa Portuguesa, Porto, 1970

Casa Museu de José Régio, em Portalegre (já ferida por uma Casa de Cultura da CM, obra de escandalosa inconsciência -é o muro que vês ao teu lado direiro)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Até à volta, que vou à VIDA!

Vista de Portalegre (fotografia de Maria J. Falcão)


Então…, até daqui a uns tempos…

O judeu errante, o holandês voador, o português inquieto e ansioso por seguir 
o horizonte que lhe foge e o chama –vai de viagem.

Outra vez, o Alentejo?

Acontece que sim.

Porque o amor dele -do judeu, do holandês, do negro, do árabe voador, do apaixonado de uma única raça: a humana-  porque ela faz anos e ele quer-lhe oferecer o regresso ao lugar que tanto ela ama e onde ele a conheceu: à doce e bela cidade de Portalegre.

Seria o malandreco da flecha, o Cupido, de passagem pelo Liceu de Portalegre, que decidiu?

Ou foi a beleza de uma menina de 14 anos que descia as escadas sem me ver e eu a vê-la, a querê-la, e a dela e a minha vida a definirem-se?

Pois…, foi para sempre –contra um batalhão de inimigos que tentaram minar a nossa vida.

O muito amor é o muito sofrimento –mas quem nos vir encontrar-nos-á na mesma paixão.

Iguais.

E assim, ao longo dos séculos, até ao Vale de Josafat, onde quem amou é perdoado.

E foi nestas escadas que ela apareceu...

Da intemporalidade da Arte

Tomaz de Figueiredo, Joaquim Lagoeiro e eu, na Brasileira do Chiado (1969?, talvez a última fotografia de Tomaz de Figueiredo)


“(…) também o romance de um escritor que, nanja por determinação própria, só porque assim o é, de cerne, não pertence nem poderá pertencer a qualquer escola (visto que não aceita escolas), dum escritor frecheiro livre, insolidário com boticas, dum escritor que não acarneira em linhas gerais, que, se vencer, a ninguém o ficará devendo (muito pelo contrário), que se cair, a ninguém arrastará (ou pinheiro, que, solitário, afronta o vento, ou que então o vento desenraíza e vira, solitário), dum escritor que nem é antigo nem moderno, que se encontrou no princípio enunciado pelo maior de todos os cérebros portugueses (o Padre António Vieira), de que o antigo já foi moderno, de que o moderno há-de ser antigo: portanto que não há nem antigo nem moderno, que há só o verdadeiro fora do tempo.***


Tomaz de Figueiredo in CARTA QUE AO JÚRI DO PRÉMIO EÇA DE QUEIRÓZ ESCREVE TOMAZ DE FIGUEIREDO, Lisboa, 1950, [em 1948, o seu romance A Toca do Lobo fora distinguido com O Prémio Eça de Queirós], citado parcial e essencialmente no excelente livro de Albertina Fernandes, Tomaz de Figueiredo Ensaio Crítico-Biográfico, Calendário de Letras, 2013

*** o sublinhado (chamada de atenção) é da minha responsabilidade

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Uma comunicação social infame



Kate e Gerry MacCann, pais de Madeleine MacCann's



Todos nós seguimos, através da comunicação social, o desaparecimento de Madeleine MacCann’s, criança raptada ou assassinada, algures, no Algarve.

E assistimos à vergonhosa denúncia dos seus pais como autores do crime.

Os anos passaram, os tablóides e as Tvs cansaram-se, as pessoas esqueceram…

Mas a marca, gravada a ferro em brasa, arde no coração de Kate e Gerry, os pais de Madeleine.

Ora repara bem na expressão do rosto de ambos –agora, quando a Scotland Yard, obstinada ao modo do buldogue inglês, descobriu e publicitou uma nova via: mais outros potenciais bandidos.

São a expressão de duas almas destroçadas mas ainda capazes de desafiarem aqueles que os insultaram.

E é de facto assim o jogo da comunicação social, para garantir vendas e audiências prodigiosas: o escândalo, o insulto, a mentira, tudo quanto é espectacular e rende…

Pobre, miserável o homem –lobo do homem e inimigo de si próprio: o homem que não é humano mas sim um canibal a morder o freio que a sociedade lhe impôs… e ele rói e rói, até que o rasga.    


Em busca dos criminosos perdidos:

O eterno de que vivemos apenas um instante

domingo, 13 de outubro de 2013

Um grande homem de Angola, um poeta da humanidade


Obra de António Ole

Vendedeira de ananases
Gosto dos teus olhos
vendedeira de ananases
dos teus olhos nostálgicos
onde leio
as mágoas duma multidão.

Gosto dos teus olhos
onde passeiam pensamentos distantes
ilusões perdidas
dias ainda não vividos
mas pressentidos.

Gosto dos teus olhos
dirigidos para séculos idos
embebendo no perfume
do ananás
a esperança no alvorece

Olha-me quitandeira de ananases
eu quero descobrir a vida.

Agostinho Neto in Renúncia Impossível, INALD, Luanda, 1982, póstumo

Um grande poeta moçambicano

Obra de Malagantana, 1998

Pena


Zangado
acreditas no insulto
e chamas-me negro.
Mas não me chames negro.
Assim não te odeio.
Porque se me chamas negro
encolho os meus elásticos ombros
e com pena de ti sorrio.

poesia de José Craveirinha

Quem era:

http://en.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Craveirinha

Stewart Sukuma: a alegria de viver, o dia bom

sábado, 12 de outubro de 2013

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Esta grande escritora ainda está viva… e já se apressam em silenciá-la?! Pobre feira das vaidades literatas, tão gananciosa e tão mesquinha!

Agustina Bessa-Luís



 VOCAÇÃO

“Eu tenho só uma [vocação], que é escrever. Usar a palavra, dar-lhe vida, confiar nela para que nela vejam palavras poderosas, como a de sermos destinados a coisas maravilhosas.

Falar no maravilhoso, hoje em dia, é um risco muito grande. Que digo eu? Um risco, não; uma espécie de loucura. Sejamos loucos quando os sensatos falham, e vamos pensando como encarar o maravilhoso.”

Agustina Bessa-Luís, in DICIONÀRIO IMPERFEITO, selecção e organização de Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira, Guimarães Editores, 2008

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Homenagem a Philip Chevron, falecido hoje

O Nobel de Literatura de 2013

Herberto Helder

País de poetas, de Sancho I e a sua Ribeirinha, até António Nobre, João de Deus, Cesário Verde, deixando pelo meio, sempre presente, o zarolho, o grande desconhecido -quem foi, quem amou?-, Camões; andando na paixão com Mário de Sá-Carneiro e na estrada infinita da alma portuguesa com Afonso Duarte, Fausto José, José Régio, Florbela Espanca, Manuel da Fonseca, é tempo que o Nobel nos redima!

E faça esquecer a grande vergonha, que nos rebaixou a todos: ter premiado Estocolmo um romancista medíocre, um superficial, um arrota-pescadas, o tal Saramago.

Hoje, agora, aqui, escondido, autêntico, com génio, aí está, aí temos um poeta genial e nosso: Herberto Helder.


Que ele seja capaz de recusar o prémio? Ah, sim, é possível. Mas a pátria, finalmente, prova que existe: em toda a força do sonho que a caracteriza e a imortaliza.

domingo, 6 de outubro de 2013

Homenagem a Erik Satie

"Pôr do Sol: pássaro", obra de Georges Braque

Se expulsares a besta, descobres o suave infinito

A pureza da vida viva

terça-feira, 1 de outubro de 2013