Pequeno bilhete de exílio
Se a tua noite fosse a minha noite
e meu fosse o teu dia
se teu caminho fosse o meu caminho
e tua casa a minha
se teu pão e teu sal fossem os meus
e teu fosse o meu vinho
não choraria as lágrimas que choro
e a saudade não me queimaria.
Quando a tua vida começa
meu amigo
eu morro a minha morte, cada dia.
Carlos Maria de Araújo, in Ofício de Trevas, antologiado in Líricas Portuguesas, Terceira Série, 1º vol., por Jorge de Sena
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