"Campo de trigo numa tarde de verão", Marc Chagal, 1942
Um sonhar-me distante, um longe incrível
É agora o meu estado: Eu sonho o Espaço
Que se fixa no mundo ao invisível
Como se o mundo andasse por meu braço.
Existo além: Sou o animal temível
De Jesus com o mundo-Deus na mão.
Sou para além do mundo concebível
Onde morre e começa a criação.
Eu, homem, sondo e meço o Infinito;
Sou corpo e espírito, esse corpo oculto,
E é só na mão de Deus que ressuscito.
E chamam a isto humana condição ...
Um nada, e tudo: — Vivo e me sepulto
Dentro e fora do próprio coração.
Afonso Duarte in Ossadas, Seara Nova, 1947
Aldeia da Ereira, 1894-Coimbra, 1958
Biografia:
http://epaad.no.sapo.pt/historia/ad_bio.htm
Biografia:
http://epaad.no.sapo.pt/historia/ad_bio.htm
Um poema extraordinário e uma bela pintura.
ResponderEliminarDesejo-lhe um bom domingo. Por aqui está um dia lindo, quase de Primavera :)
Isabel, sabe quanto eu gosto do Afonso Duarte... O domingo já lá vai... mas a Primavera está a recusar-se... Beijos.
ResponderEliminarIsabel, sabe quanto eu gosto do Afonso Duarte... O domingo já lá vai... mas a Primavera está a recusar-se... Beijos.
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