Parece que não morreram 600, que talvez só tenham morrido 300... A notícia tem menos importância... Se morressem apenas 100, teria ainda menos importância. Então, se fosse apenas 1, nem valeria a pena publicá-la: seria um desperdício de espaço. Refiro-me aos africanos que se afogaram, esta noite, perto das costas italianas. De facto, hoje é assim: uma questão de números. A morte de um homem não pesa nada: não emociona, suficientemente, os leitores e os espectadores. André Malraux dizia, em "Les Conquérants": Une vie ne vaut rien, mais rien ne vaut une vie (Uma vida não vale nada, mas nada vale uma vida). Bem..., escreveu-o no tempo em que havia homens. Nós vivemos no tempo dos mortos-vivos, escravizados, formatados, produtos mercantis sem cheiro, sem sabor, sem cor -sem amor.
terça-feira, 31 de março de 2009
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