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terça-feira, maio 19, 2020

E, de súbito


(Jardins da Gulbenkian, 2014)
E, de súbito, há essa luz
que se espalha sobre a tarde,
essa luz invasora
que traz o passado pela mão,
que o arrasta,
e mo devolve em fragmentos,
como um tempo já sem préstimo.

E, de súbito, é verão na primavera…
Vozes antigas ecoam na minha cabeça
como um mantra,
como uma ladainha,
uma canção infantil.

Vejo-me  menina,
alma sem mácula e sem mágoas,
corpo pequeno que se enrola
nas palavras alheias,
pronunciadas sem pressa.

deep, 15 de Maio de 2014

Em repetição...

sábado, outubro 17, 2015

Cada coisa a seu tempo


Telhados da Mouraria

Pois é, Lisboa,eu queria muito reconciliar-me contigo, mas, convenhamos, ultimamente arranjaste motivos, para somar aos que já tinha, para me afastar de ti. Sei bem que a culpa não é só tua. Na verdade, tu até te esforças por seres simpática: exibes sempre esse sorriso franco de cidade luminosa voltada para o rio, expias as tuas dores em fados que cantam dores alheias, insinuas-te em sete colinas. Ainda que reconheça e aprecie tudo isso, não estou preparada para um encontro - nem a promessa de que será na companhia do Pessoa me convence! Por enquanto, além dos quinhentos quilómetros que nunca superaremos, há um mar de mágoas a separar-nos.
Sabes bem que nem sempre me foste adversa, ainda que nunca tenha conseguido sentir-me completamente à vontade na tua presença. (Não te ofendas, mas continuo a preferir o Douro e a cidade cinzenta que o abraça.) Sabes bem que aprendi muito contigo, que me proporcionaste muitos momentos felizes. Não quero parecer ingrata. Só preciso de tempo. Sim, é só uma questão de tempo. Uma cidade antiga como tu está habituada a esperar. Sei, por isso, que esperarás por mim. Há que saber esperar, pois, como escreveu o poeta Pessoa, «Cada coisa a seu tempo tem seu tempo».

quarta-feira, junho 18, 2014

domingo, maio 25, 2014

Lisboa


Alguém diz com lentidão: 
"Lisboa, sabes..." 
Eu sei. É uma rapariga 
descalça e leve, 
um vento súbito e claro 
nos cabelos, 
algumas rugas finas 
a espreitar-lhe os olhos, 
a solidão aberta 
nos lábios e nos dedos, 
descendo degraus 
e degraus 
e degraus até ao rio. 

Eu sei. E tu, sabias? 

Eugénio de Andrade 

terça-feira, maio 13, 2014

Sob o céu de Lisboa


Não é uma boa foto, mas eu gosto dela...

quarta-feira, maio 07, 2014

Lugares

A pessoa que se vê na imagem sou eu, a caminhar nos jardins da Gulbenkian. No regresso à capital, senti vontade de revisitar este espaço e de o apresentar à minha afilhada mais velha (é ela a autora da foto). 



Ainda na adolescência e mais tarde, sobretudo no tempo da faculdade, sempre que ia a Lisboa, passar pela Gulbenkian era quase obrigatório. Foi aqui, no grande auditório, que assisti a um bailado da Pina Bausch. É também daqui que vem a primeira memória de uma exposição de impressionistas ou do primeiro contacto com a pintura de Amadeo de Souza Cardozo, de Almada e de outros modernistas portugueses. Lembro-me que visitei a exposição sobre os impressionistas, por altura do Dia Mundial da Música, entre dois concertos, um de piano e de violino, no pequeno auditório, e outro de orgão de tubos, no grande auditório.
Desta vez, a passagem por este mini paraíso ficou restrita à hora de almoço, pelo que nos limitamos a passear pelos jardins, com uma pausa muito breve para um café. Ainda assim, e apesar de continuar a preferir Serralves (os lisboetas que me desculpem), o regresso foi agradável.

terça-feira, abril 29, 2014

Eu disse que tinha


We all have dreams of leaving...


(Estação de Benfica, Abril de 2014)
...
We all wanna make a new start
Go and pack a little suitcase
With the pieces of our hearts
All those worries and those sorrows
We can just dust them away
Buy a coffee and a paper
And go step on to a train


Stuart A. Staples, "That leaving feeling"

domingo, abril 27, 2014

R.I.P., poeta

IX

e uma tarde tu
falaste-me da sombra,
da solidez do reino
de árvores imponderáveis.

mostrei-te a luz das praças
e das arcadas, viste
que a sombra era um reduto
só de acompanhamentos.

e viste o sol, o seu
benéfico poder, as tuas
narinas estremeceram
como se de um perfume

de archotes aromáticos:
as árvores ardiam.

Vasco Graça Moura, Nó cego, o regresso

sábado, abril 26, 2014

terça-feira, abril 15, 2014

Lx


(Sé)


(Gulbenkian)


(Gulbenkian)


(Rua Augusta)


(Estátua do poeta António Chiado)