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domingo, julho 27, 2014

desde o sofá

São estes dias de desacerto
quem mais nos atormenta
e conduz ao consolo do sofá.
São estes dias de chuva quem mais
nos distingue e mortifica.
Que mais nos revela a verdadeira
incerteza dos versos.
Revemos as fotografias e perdemos
o plano num ou outro desencanto -
o fio cortante que nos trespassa
como o tempo:

ou limite metafísico do enigma
    que somos &
           por onde
                      insistimos
                                         [voltar]
                                                    arder. 

Miguel Pires Cabral, Erros de cálculo ou outra coisa qualquer, poética edições

Sobretudo porque passei o fim da tarde de ontem entre poetas, numa tertúlia de comemoração do primeiro ano da Poética Edições e da publicação de Erros de cálculo ou outra coisa qualquer do Miguel Pires Cabral. Entre aqueles que começam a revelar-se - o Miguel Pires Cabral  e a Virgínia do Carmo - e aqueles que são já conhecidos e reconhecidos pelos leitores de poesia - A. M. Pires Cabral e Rui Pires Cabral. 
Tive oportunidade de me aproximar do A. M. Pires Cabral e de lhe dizer que aprecio muito a sua escrita, poesia e prosa. Ele, na sua atitude sempre simpática e humilde, agradeceu-me muito as palavras.

sexta-feira, julho 25, 2014

Aritmético


(Imagem daqui)

Calcula como as minhas
janelas se fecham ao verão
e à vida que corre lá fora.
Calcula como me escondo
sem rosto e como todo o
desassossego me inquieta.
Vou coleccionando livros,
guardo-os junto à cabeceira
como objectos raros.
Observo o significado das palavras
sem que o sentido me acalme.
Como se o meu desafio fosse
um jogo de palavras sem volta.
Considera que me procuro
por cada verso que escrevo
em cada estrofe que reparo.
Talvez porque tudo se resumirá
a um mero erro de cálculo
[ou outra coisa qualquer.

Miguel Pires Cabral, Erros de cálculo ou outra coisa qualquer