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quarta-feira, junho 09, 2021
quarta-feira, fevereiro 21, 2018
Quantas pessoas te amaram?
«Quantas pessoas te amaram? Quantas amaste? O afecto é a melhor forma de saberes o tamanho da tua vida. Ou seja, do até onde exististe. Haverá outro balanço para saberes se ela valeu a pena?»
Vergílio Ferreira, Pensar, texto 470
terça-feira, março 01, 2016
Põe-na lá
«Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá.»
Do Vergílio Ferreira, que partiu num dia 1 de Março (1996)
A propósito, João de Melo recebe hoje, na Universidade de Évora, o Prémio Vergílio Ferreira 2016.
Do Vergílio Ferreira, que partiu num dia 1 de Março (1996)
(Duy Huynh, "Blue moon expedition")
A propósito, João de Melo recebe hoje, na Universidade de Évora, o Prémio Vergílio Ferreira 2016.
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Vergílio Ferreira
quinta-feira, janeiro 28, 2016
A propósito
dos 100 anos do nascimento Vergílio Ferreira, republico um texto, que escrevi recentemente para publicar num outro blog, sobre Aparição, um dos "meus" livros.
«Sento-me aqui nesta sala vazia e
relembro. Uma lua quente de verão entra pela varanda, ilumina uma jarra de
flores sobre a mesa. Olho essa jarra, essas flores, e escuto o indício de um
rumor de vida, o sinal obscuro de uma memória de origens. No chão da velha casa
a água da lua fascina-me. Tento, há quantos anos, vencer a dureza dos dias, das
ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza.
Tento descobrir a face última das coisas e ler aí a minha verdade perfeita. Mas
tudo esquece tão cedo, tudo é tão cedo inacessível.»
Vergílio
Ferreira, Aparição, Bertrand Editora
Muitos são aqueles
que leram Aparição, de Vergílio
Ferreira; outros talvez tenham ficado apenas com uma ideia da intriga, das
aulas de Português de 12.º ano, uma vez que, durante alguns anos, foi leitura
obrigatória da disciplina.
A obra, publicada em 1959, tem
como protagonista Alberto Soares, um recém-licenciado, que inicia a sua
carreira de professor de liceu em Évora. A acção da obra decorre num período de
nove meses, correspondente a um ano letivo, durante o qual Alberto convive com
a família do Dr. Moura, antigo colega do pai, que tem três filhas – Cristina,
ainda criança, Sofia e Ana.
A história é contada por um
narrador de primeira pessoa, que recorda, muitos anos depois, na sua casa da
Beira Interior, onde a montanha se assume como espaço mítico, os acontecimentos
que vivenciou nesse ano lectivo na cidade alentejana, com a lucidez que a
distância temporal e a maturidade lhe proporcionam.
Quando chega a Évora, Alberto
Soares é um jovem enlutado pela morte do pai. Começa por se instalar numa
pensão no centro da cidade, optando depois por viver sozinho numa casa num
ponto mais elevado, de onde pode observar a cidade, que, aos seus olhos, surge
como um lugar labiríntico, luminoso, mitificado e, por isso, irreal.
Em Évora, o protagonista
depara-se com uma sociedade conservadora, marcadamente estratificada e
católica. Na escola, nas suas aulas, e no convívio com a família Moura, em
particular com Sofia, com quem manterá um relacionamento algo tortuoso, procura
transmitir as suas ideias filosóficas, nascidas da influência de Nietzsche e do
existencialismo.
Em particular depois de uma
viagem que empreende nas férias da Páscoa, e que resulta numa viagem interior e
de autoconhecimento, em que se dá uma espécie de aparição – do “eu” a si
próprio -, Alberto Soares vê-se como uma espécie de messias portador de uma boa
nova, que não pode deixar de transmitir a todos. As suas ideias embora
encontrem resistência, acabam por abalar as certezas de Ana, a filha mais velha
do Dr. Moura, «bem» casada com um engenheiro de «boa família», por despertar a
tragicidade e a rebeldia de Sofia, a filha do meio, e a loucura de Carolino, o
«Bexiguinha», um aluno que começa por admirá-lo, acabando, posteriormente, por
se revoltar, na atitude da criatura que se insurge contra a divindade.
Mais do que um romance, Aparição constitui uma reflexão sobre a
condição humana e sobre a sua relação com a divindade, e um documento do
Portugal dos anos 50 do século XX, marcado pelo conservadorismo e pela
repressão.
Tudo esquece tão cedo
«Tento, há quantos anos, vencer a dureza dos dias, das ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza. Tento descobrir a face última das coisas e ler aí a minha verdade perfeita. Mas tudo esquece tão cedo, tudo é tão cedo inacessível.»
O autor nasceu no dia 28 de Janeiro de 1916, em Melo, concelho de Gouveia.
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
No Dia Internacional da Língua Materna,
as palavras de Vergílio Ferreira:
"Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação."
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