segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

APERTADO & PILADO by G&B VI: JAMES BROWN

É com pesar que informo o falecimento de JAMES BROWN, The Godfather Of Soul, hoje, 25 de Dezembro de 2006, de causas ainda ainda não informadas.
Devido à adoração que tenho por sua música desde que me conheço por gente, vou limitar-me neste post a estas poucas palavras pois tudo que se diga a respeito deste gênio será muito pouco frente a sua grandeza.
No entanto, não posso deixar de render uma pequena homenagem a este gigante do soul e do funky, então estou disponibilizando uma compilação made by G&B, o que significa que a ordem das músicas é cronológica fazendo com que o ouvinte acompanhe o amadurecimento de Brown como intérprete e compositor.
AFASTEM MESAS E CADEIRAS!!!
O cara era P-H-O-D-A!!!

R.I.P.

BEST OF CD1 BEST OF CD2

domingo, 24 de dezembro de 2006

APERTADO & PILADO by G&B V: DIXIE DREGS



Imbuído do mais puro espírito natalino, apesar de cagar e andar pra toda esta baboseira fomentada pelo comércio, disponibilizo um best of made by G&B de uma de minhas bandas de fusion prediletas: DIXIE DREGS. Esta predileção se justifica pelo fato de os dregs fundirem o jazz a elementos como country, southern rock, bluegrass e barroco. Assustou-se? Acha impossível tal combinação? Baixe e ouça. O talento desta banda liderada por um dos maiores guitarristas da história, STEVE MORSE e sua Telestein, 5(!!!) vezes consecutivas escolhido como o melhor do instrumento pela GUITAR PLAYER e hoje no Deep Purple, transforma cada nota em um momento único.
O DIXIE DREGS(ou THE DREGS, como posteriormente passaram a se intitular) foi formado em 1973 por Morse e colegas da cadeira de música da University of Miami sob o nome Rock Ensemble II. Muito se fala de Berklee mas, só para se ter uma idéia, de Miami saíram feras como Pat Metheny, Jaco Pastorious, Danny Gottlieb, Bruce Hornsby, entre outros.
Em fins de 76, já como DIXIE DREGS, através de Chuck Leavell(The Allman Bros.), conseguem um contrato com a Capricorn Records e lançam, já no ano seguinte, 'FREE FALL', um marco do jazz fusion. O sucesso de público e crítica foi tão entusiasmado que em 78 lançam 'WHAT IF' e excursionam sold out por todo os EUA. A formação, a esta altura já a clássica, dos dregs era, além de Morse, Andy West(bass), Allen Sloan(violino), Mark Parrish(teclados) e Rod Morgenstein(bateria).
Em 1979, lançam 'NIGHT OF THE LIVING DREGS' e são indicados ao seu primeiro Grammy. Perdem para o Wings(!!!). Indubitávelmente, uma excelente banda, mas...vai entender...
Incansáveis, apesar da concordata da Capricorn, mudam-se para a Arista e, já no ano seguinte, lançam 'DREGS OF THE EARTH' com T Lavitz substituindo Parrish que decidiu-se pelo conforto dos estúdios e trabalhos para Roberta Flack, Andy Williams, Luther Vandross, e outros, além de musicais da Broadway.
Em 1981, procurando aumentar suas vendagens, reduzem o nome para THE DREGS e lançam 'UNSUNG HEROES'. As mudanças, previsíveis imposições de uma major, não envolvem apenas uma simples troca de nome mas a inclusão de vocais -a cargo de convidados como Patrick Simmons(The Doobie Bros.) e Alex Ligertwood(Santana Band)- e a saída do também médico Sloan, insatisfeito com os novos rumos musicais e decidido a voltar para a medicina, substituído por Mark O'Connor. Aparentemente, as mudanças surtem o efeito esperado, apesar da chiadeira dos fãs(entre os quais me incluo), e ganham mais uma nomeação para o Grammy. E foram justamente estas mudanças forçadas que minam a banda fazendo com que todos seus membros partam para projetos individuais.
No entanto, a forte amizade e a química entre todos força a volta, em finais dos '80, do line-up clássico culminando com o lançamento de 'BRING 'EM BACK ALIVE'(92). Em 1994 lançam 'FULL CIRCLE' com Jerry Goodman(ex-Mahavishnu) em substituição a Sloan, que decidiu-se em definitivo pela medicina.
Ainda hoje as várias formações dos Dregs se encontram para pequenas turnês e esporádicas jams em estúdio.
Mantendo o padrão das compilações do G&B, todas as faixas estão em ordem cronológica e devidamente remasterizadas e o artwork (box e encartes) incluso.

Feliz Natal a todos e divirtam-se com moderação!!!

Edson d'Aquino

p.s.:aê, galera, não precisam esperar até meia-noite prá abrir os presentes, tá?

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BEST OF CD2
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

ESSE PAÍS É TEU...MANÉ!

Este belo texto foi escrito pela Soninha, aquela que quando afirmou gostar de fumar um beck foi demitida, se não me falha a memória, da TVCultura, e exprime à perfeição a nossa indignação mas mantendo o humor:

"Ler o jornal desanima (e saber que “19 Assembléias seguem exemplo do Congresso e sobem os salários” ). Sair na rua desanima.
Ao meio-dia, fui com minhas duas filhas relutantes apitar e bater panela na avenida perto de casa. A mais nova reclamou: “Protestar contra o que?”. “Contra os deputados aumentarem o salário deles de 12 para 24 mil”. “Por que eu? Eu não entendo nada disso!”. Diante de tanta má-vontade, a mais velha acabou se animando para brigar com a irmã: “Não entende que 24 é muito mais do que 12? Não consegue imaginar o que é 24 mil todo mês? Um carro por mês?”. Saímos com a idéia de comprar metros de fita preta e oferecer às pessoas, para amarrarem no braço ou na antena do carro. “Se me perguntarem por que eu estou fazendo isso, o que eu digo?”. A mais velha outra vez, meio galhofeira: “Que o Ghandi falou que a gente tem de ser a mudança que quer ver no mundo”. “Ahn”?
Pegamos apitos e uma tampa de panela. Dois pedaços de papel com os básicos “90% NÃO”. Elas com vergonha, eu também. Sou péssima pra vender rifa, pedir voto e abordar as pessoas. Azar, vamos lá. A caçula deu uma última provocada: “Se me perguntarem por que eu estou fazendo isso, vou dizer: “Porque minha mãe mandou”.
Bairro de classe média, muitos prédios e pouca gente na calçada. Chegamos à rua de comércio e fizemos nosso barulho. Reações: caras de indiferença, desprezo ou ironia. Interesse? Nenhum. Normal, eu não achei mesmo que ia ser fácil. Mas também não pensei que adesões seriam tão difíceis.
Na primeira parada na papelaria, onde cortamos os pedaços de fita e compramos barbante para prender o “cartaz” no pescoço, perguntei para um cliente: “O senhor tem carro? Não quer levar uma fita dessa para amarrar na antena, e protestar contra o aumento de salário dos deputados?”. Foi como seu eu dissesse: “O senhor não quer fazer um piercing no umbigo?”, ou “Posso dar uma lambida na sua orelha?”. Com cara de espanto e aversão, disse: “Não, eu não faço essas coisas”. “Mas o senhor não acha absurdo o aumento?”. “Eu não amarro nada no meu carro. Olha, eu não gosto de política, nem voto em ninguém, não me meto com nada disso”. Como se “isso” fosse um lugar que ele pudesse escolher ir ou não; algo do qual fosse possível manter distância de verdade...
-- Mas o senhor paga! Não vai fazer nada?
-- Não tem jeito, o jeito é ir embora do Brasil.
-- Então tá, o senhor vai embora do Brasil?.
-- Ah, se desse eu ia.
-- Então não faz nada, e fica pagando!
Desagradável. Se é assim que pretendo abordar as pessoas, melhor voltar pra casa. Ainda demos uma volta no quarteirão, desanimadíssimas, eu mais do que elas. A pequena, quem diria, inventou de sair gritando: “Au-men-to não! Quem paga é a população!”. Conseguimos dar 3 ou 4 fitas para amarrar no braço, duas para os carros.
Quem sabe na terça-feira, com o apoio de centrais sindicais, da Associação Comercial de São Paulo (que faz uma campanha contra a carga tributária), grupos de estudantes, o fórum da população de rua, sei lá, a gente consegue reunir algumas dezenas de pessoas na frente do Municipal. Ou pendurar uma faixa preta gigante na parede de algum prédio... Ou colher milhares de assinaturas... Nossa, eu aqui num mau humor desgraçado, e a impressão que dá é que ninguém tá nem aí. Não a ponto de fazer alguma coisa, qualquer coisa que seja. Ainda bem que não é verdade, é só impressão..."

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

JJ CALE & ERIC CLAPTON-THE ROAD TO ESCONDIDO(2006)



Vou ser curto e grosso: a tão aguardada colaboração entre estas duas lendas, finalmente, aconteceu. O genial ermitão e seu discípulo mais notável em um belíssimo álbum. Simplesmente...

I-N-D-I-S-P-E-N-S-Á-V-E-L !!!

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

CRÁSSICOS V:MEAT LOAF-BAT OUT OF HELL


Lembro-me perfeitamente da sensação que tive ao me deparar, em 77, com a capa de 'BAT OUT OF HELL' na lojinha de discos perto de minha casa em Laranjeiras/RJ. Pensei: "Puta que o pariu!!! Essa capa é do caralho!!! Agora, que porra de banda é essa? Nunca ouvi falar. Quer saber de uma coisa? Embrulha que eu vou levar!!!" Já havia comprado alguns discos no escuro, mas sempre de bandas que tivesse lido alguma resenha elogiosa, etc e tal.
Cheguei em casa com a bolacha e minha santa mãezinha chegou a fazer o sinal da cruz. Talvez, naquele momento, tenha pensado até em me levar à Igreja da Glória para me benzer. Se pensou, não concretizou. Mas o pior (ou melhor!) é que quando a introdução de "Bat Out Of Hell" começou a estremecer meu quarto não tive dúvidas de que, mesmo que o disco só tivesse aquela música de bom, teria valido cada centavo. No entanto, para meu delírio, o álbum todo era bom demais.
Passei dias trancado no quarto ouvindo-o e reouvindo-o, tentando extrair cada fraseado de guitarra de Todd Rundgren. Eu tinha que tirar aquele som de moto acelerando de qualquer maneira. Minha mãe tinha razão: estava possuído!!! Não jogava mais bola, não saia para me encontrar com a galera no Fluminense, na escola cantarolava o tempo inteiro "Like a bat out of hell/ I'll been gone when the morning comes...", minha namorada estava prestes a terminar comigo ("Ou Meat Loaf ou eu!!!"-confesso que fiquei tentado, mas contornei a situação), etc. Acho que nunca me curei completamente, apenas sobrevivi à fase aguda da doença. Lógico que, algumas semanas depois, o disco estourou no Brasil assim como já tinha estourado no mundo todo -até hoje, só nos EUA, são vendidas em torno de 200000 cópias(!!!) por ano deste álbum. E isso 30 ANOS depois! Nem 'THRILLER' consegue esta façanha.
Bom, mas agora vamos a um pouco da história de MEAT LOAF e sua griffe mais famosa. Para começar, MEAT LOAF não é uma banda mas sim o apelido de Marvin Lee Aday(mais tarde trocou, oficialmente, seu nome para Michael), texano de Dallas, filho de pai policial e alcólatra e mãe professora. O apelido teve como responsável seu próprio pai que só o chamava, enquanto bebê, de "meat"(carne) e, quando começou a estudar, recebeu de seus colegas, devido a ser um pouco cheinho, digamos assim, o complemento "loaf"(bolo).
Em 67, resolve mudar-se para Los Angeles para trabalhar em uma boate. Em LA formou várias bandas que não obtiveram sucesso comercial, apesar de abrirem para Them(banda de Van Morrison), Janis Joplin, The Yardbirds, Renaissance, Taj Mahal, The Who, MC5, The Stooges, etc. Como nada dava certo, e as contas se acumulavam, trabalhava em qualquer coisa e foi em um destes trabalhos que ficou sabendo que haveria uma audição para o musical "HAIR" e, tendo sido aceito, durante seis meses excursionou com este histórico musical. Em 71, devido à repercussão de sua performance na peça, foi convidado pela Motown a gravar um álbum de r&b em dupla com a cantora Stoney Murphy. Quando "HAIR" estreou na Broadway, MEAT LOAF reintegrou-se ao elenco ao mesmo tempo em que começou a ensaiar "MORE THAN YOU DESERVE", um musical escrito por aquele que seria o responsável por uma mudança radical em sua carreira: JIM STEINMAN. A partir de então MEAT LOAF tornou-se a voz de STEINMAN. Em 73, MEAT LOAF ainda encontrou tempo para participar da montagem original de "THE ROCKY HORROR SHOW" nos papéis de Eddie e Dr. Scott (no cinema, apenas Eddie). Em paralelo, STEINMAN e MEAT LOAF formatavam 'BAT OUT OF HELL'. Mas, como seu negócio era cantar e seu prestígio andava em alta, convenceu Lou Reizner, produtor da Epic Records e de "ROCKY HORROR..."(o filme), a produzir alguns clipes e exibi-los antes das sessões. A partir de então MEAT LOAF decidiu dedicar-se somente à música e, quando tocou 'Paradise by The Dashboard Light' em um famoso programa de TV -National Lampoon- o sucesso começou a ficar evidente. Mas as gravadoras não aceitavam aquele estilo até que TODD RUNDGREN resolveu bancar a produção, arranjar e fazer as guitarras. Chamou alguns dos melhores músicos de estúdio disponíveis -Kasim Sulton, Max Weinberg e Roy Bittan (todos da lendária E-Street Band de Bruce Springsteen), entre outros, além do ícone Edgar Winter-e, durante quatro longos anos, produziram esta obra-prima. Contudo, "BAT OUT OF HELL" tornou-se uma espécie de estigma pois MEAT LOAF nunca mais conseguiu fazer outro trabalho no mesmo nível e entregou-se à cocaína fazendo com que sua carreira sofresse um declínio acentuado, levando-o, inclusive à perda da voz e falência pessoal. A saída foi, em 1990, lançar "BAT OUT OF HELL II:BACK INTO HELL" que, apesar das deficiências, vendeu demais. Mas parece que não há vida fora do inferno para MEAT LOAF e, em outubro de 2006, é lançado "BAT OUT OF HELL III:THE MONSTER IS LOOSE", este sim honrando a griffe, desta vez com participações especialíssimas de fãs incondicionais da dupla MEAT LOAF & JIM STEINMAN e seu morceguinho. Estão lá, além de TODD RUNDGREN, BRIAN MAY, STEVE VAI, NIKKI SIXX, DESMOND CHILD e JOHN 5 além de, como havia feito com ELLEN FOLEY no primeiro álbum, lançar uma nova e excelente cantora: MARION RAVEN.
Acho meio difícil, quase impossível, que exista alguém que não conheça, ao menos, o primeiro álbum desta sequência pois esta obra-prima kitsch atravessa gerações mas, se existir, não se deve perder a oportunidade de conhecê-la mesmo que por pura curiosidade. Gostou? Baixe os demais.
Já aos que só conhecem a primeira parte da saga, que completem a coleção.
Afinal, "It was a hot summer night and the beach was burning..."