segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PEARLS AND BRASS / Repostagem


Originalmente publicado em 14.03.2011.



Desde que tomei contato com a Pearls And Brass através do parceiro Dagon (aka Nikiti Guy/Arariboia Man), aguardo por um novo lançamento da banda de modo a usá-lo como pretexto para a postagem de sua discog. Após longa hibernação, período em que Randy Huth (vocais/guitarras), Joel Winter (vocais/baixo) e Josh Martin (bateria) dedicaram-se a outros projetos, tudo leva a crer que ainda este ano teremos novidades, até porque retornaram aos palcos de sua natal Nazareth, na tradicionalmente amish Pensilvânia, em finais do ano que passou.
Mas a cada audição de seu autointitulado trabalho de estreia e 'The Indian Tower' - de 2003 e 2006, respectivamente -, a ansiedade aumentava e a vontade de compartilhar links e impressões com todos os que passam para filar um cafezinho nesse boteco chamado Gravetos & Berlotas tornou-se irresistível.
Mas por que tanto entusiasmo? Dizer tratar-se de um power trio com muitos diferenciais em relação a seus congêneres hard/heavy seria simplista demais, até porque a cada tentativa de arrazoar um parâmetro para o som que derrete meus falantes em faixas como 'Spinning Wheel Blues', 'Highway Sermon', '1,000 Cities', 'Bleeding Hands', 'The Tower', 'The Face Of God', 'No Stone', 'I Learn The Hard Way', 'The Boy With The Willow Tree' e muitas outras pancadas nas orelhas, me encontro em uma encruzilhada em que percebo de tudo um muito, de Cream e Experience a King's X, Primus e, até mesmo, uma boa pitada de Rush.


E quando cito Experience, não quero com isso afirmar ser Hendrix uma forte influência - até porque o genial negão sempre será referência em qualquer banda de rock que se preze - mas, tão somente, chamar a atenção para o trabalho de Josh Martin no trato com as baquetas. Desconheço, hoje, outra banda que tenha à sua disposição um baterista com características tão inerentes à Mitch Mitchell com seus irrefreáveis e ensandecidos 'rolos' e acentuações de pratos inusitadas. E tudo isso em um kit mais franciscano que o do próprio Mitchell.
No entanto, acho necessário alertar que o som da P&B é um tanto indigesto, recheado de alternâncias de tempos, quebras de compassos e linhas de baixo e fraseados de guitarras insanos e contrapontos assustadores. Refrões grudentos? Esqueçam. Riffs de guitarras facilmente assoviáveis? Esqueçam. O que se apresenta aqui é muito peso e musicalidade elevados à enésima potência por músicos acima de quaisquer suspeitas. Como o próprio nome da banda sugere, pérolas e bronze convivendo em harmonia ou em choque constante, mas sempre gerando algo surpreendente.
Será que você está pronto para algo assim? Se ainda não, acho bom apressar-se pois estão entre minhas apostas para 2011 e espero, muito em breve, ter a felicidade de disponibilizar novo material desses moleques aqui no seu, no meu, no nosso G&B.



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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

THE ILLUMINATI

Ao contrário do que muitos imaginam, The Illuminati não matou Kennedy ou Lincoln ou Lennon e nem mesmo teve participação em alguns dos mais importantes acontecimentos ao longo dos últimos 300 e varada anos de nossa história. Ao menos não esta energética banda de Ontario, integrada por Les Godfrey (vocais/guitarras), Nick Sewell (baixo/vocais) e Jim Gering (bateria), os dois primeiros oriundos da Tchort, banda de garage metal de excelente reputação na cena musical regional.
E foi mantendo o estilo garage mas adicionando pitadas generosas de hardcore e stoner que este power trio (e bota 'power' nisso!) moldou uma sonoridade muito própria e passou a ser apontado como uma das grandes promessas daquele país mais ao norte das Américas, de tantos e valiosos serviços prestados ao rock. Então, o que deu errado na trajetória da banda entre 2002, ano de sua fundação e gravação de um EP autointitulado, e a data em que escrevo estas muito mal traçadas linhas, quando não se registram mais atividades para a banda? O que havia de errado em petardos do porte de 'Wingspan' e 'Salon Kitty'? A princípio, o fato de estarem à frente de seu tempo é uma boa explicação, já que algo bem próximo começou a ser escutado apenas alguns bons anos depois.
O bom nome construído garantiu-lhes ainda a gravação de um álbum e 'On Borrowed Time', lançado em 2004 (e relançado em 2006 e 2012), cumpriu com sobras o que se esperava da banda, agora com uma produção mais caprichada mas sem deixar de privilegiar o jeitão '1, 2, 3...foda-se', uma das marcas registradas da banda, junto com a reduzida duração das faixas. Tudo assim mesmo, na lata, letal como um gancho de direita. Impressiona como conseguem tamanhas variações nos arranjos em franciscanos pouco mais de 2 minutos de altíssima octanagem, em sua enorme maioria. De uma introdução sufocante com 'Sphere Of Influence' ao power pop mais punk que já tive o prazer de orelhar de 'Steal 'Yer Thunder', quica-se perigosamente ao som do punkabilly de 'Goin' Down' e batemos cabeças com a downtempo faixa-título, entre tantos outros destaques. Impossível passar incólume pelas 13 faixas deste disco.
Lamentavelmente, a falta de notícias e atualizações de seu site, leva a crer em dispersão. Ou não?








segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

CRUZ-CULT OF DISORDER (2014)

Demorou mas, finalmente, veio à tona 'Cult Of Disorder', novo trabalho de uma das mais destacadas bandas brasileiras de hard rock da atualidade. E como valeu a pena esperar por este álbum! Como se não bastasse a impecável produção - do mesmo experiente Jay Baungardner de seu 'Vol. I' de 3 anos antes agora dividindo os louros com Daniel Pampuri -, a pena de Enrico Mineli, Filipe Pampuri, José Rondo e o já citado Daniel está afiadíssima. Os 2 anos divididos entre concepção, composição, estrada, produção e gravação foram, sem dúvida, muito bem aproveitados, apesar de Rafael Kumelys ter ficado pelo caminho. De um início apenas promissor, mas sem novidades para o que já estamos acostumados a esperar da banda, com 'Against The Tide', 'Cult Of Disorder' segue com a primeira grata surpresa na pegajosa 'Why?' despejando todo o peso da cozinha de Rondo e Daniel. A seguir, dois bons, mas sem atrativos maiores, temas downtempo, 'Howling At The Sun' e 'Forsaken And Dazed', antes de desaguar na correta 'Cold Rain', segundo single extraído do álbum, providencialmente seguida de uma magistral 'Self Gov't', meio que prenunciando novos rumos para a segunda metade do álbum.
E, de fato, a partir de uma acachapantemente zeppeliniana 'Primal', primeiro single, a coisa toda chega a um nível de comprometimento em que todas as faixas começam a adquirir contornos de clássicos pessoais instantâneos. Afinal, como não se arrepiar com a interpretação arrebatadora de Mineli para a belíssima 'Brother Of Mine', silenciar-se respeitosamente diante da beleza soturna de 'Take Me Down', admirar a ousadia do toque grunge (uma das influências de todos) tão bem conduzido pela banda em 'Heaven Can Wait' e se encantar com os inéditos, até o momento, matizes alt rock de 'To The End'? E quando já julgava que nada mais me surpreenderia, Enrico Mineli me nocauteia com uma interpretação para lá de contundente para 'Soul On The Run', uma balada alt country dilacerante, belo desfecho para um álbum que beira a perfeição.
Desta vez, excepcionalmente, não disponibilizarei um link mas o stream oficial de 'Cult Of Disorder' na íntegra, que recebi por e-mail encaminhado pela própria banda, e o clipe para a phodástica 'Primal'.
Gostou e deseja saber mais sobre a Cruz, e ainda obter acesso ao link com o primeiro álbum da banda? Basta dar uma esticada por aqui.




CRUZ-VOL. I (2011) / Repostagem


Originalmente publicado em 04.06.2012

Há mais de ano deparei-me com o clipe de 'Chains' e, diante do nome da banda, precocemente julguei tratar-se de chicanos ou qualquer outra designação latina. Mas se a curiosidade pode matar gatos, aos humanos pode esclarecer fatos. E, em uma rápida googada, descobri tratar-se de jovens mas experientes músicos paulistanos oriundos de prestigiosas bandas -Motel, Gridere e Level Nine- do underground daquela cidade roquenrou por excelência. E foi desta alquimia que surgiu a Montecristo, -posteriormente, Cruz- em 2010, capitaneada pelo extraordinário gogó de Enrico Minelli e contando com o luxuosíssimo auxílio dos irmãos Filipe e Daniel Pampuri, na guitarra e bateria respectivamente, Rafael Kumelys na outra guitarra e José Rondo nas 4 cordas.
Após algumas demos muitíssimo bem registradas no estúdio C4, de propriedade de Daniel, e mixadas e masterizadas em L.A. pelo renomado Jay Baumgardner, resolveram sediar-se na Cidade dos Anjos. No que fizeram muito bem pois acabaram por ser apadrinhados por Baumgardner, que optou por regravar todo aquele material (além de uma nova safra de canções) em seu muito bem frequentado estúdio/selo, NRG, e empresariá-los. E assim começaram a ganhar o mundo -existe até uma divertida série de postcard movies em que interpretam grandes clássicos do rock em formato acústico frente a ícones turísticos de cada cidade em que tocariam- e reconhecimento, garantindo presença em diversos festivais, entre eles o nosso SWU 2011, que tentei acompanhar pela TV mas a transmissão caótica, em muito devido à falta de organização do evento, só me permitiu assistir aos excelentes shows de Duran Duran e da sempre sinônimo de um grande espetáculo de r'n'r Lynyrd Skynyrd.
O resultado das sessões em L.A. estão reunidas neste 'Vol. I'. Da escolha das canções -com destaques absolutos para os pancadões 'Physical Games', 'Fortune Teller', 'Sin City', 'Crazy' e 'Someday', a deliciosamente contagiantes 'Na Na Na' e 'My Love' e, principalmente, uma pequena jóia chamada 'No One Wants To Be Alone'- à produção absolutamente impecável, criou-se um belo representante do melhor do rock tupiniquim. 
Posso até estar enganado mas parece-me estarmos passando por um excelente momento para as bandas brazucas no exterior mas, infelizmente, o mesmo não se repete por aqui. Daí, a melhor saída para uma grande parcela passou a ser o aeroporto. Mas não importa como consigam encontrar seu espaço, torço muito por todas, incluindo aí Macaco Bong, Mindflow, MQN, Matanza, Black Drawing Chalks, Pata De Elefante, Blue Mammoth, (Dr.)Cascadura, King Bird e tantas outras que admiro. E este é ainda o principal motivo por, sempre que possível, divulgar material destes abnegados dispostos a enfrentar tão árdua batalha para vencer em mercado tão ingrato, apesar da indiferença que passou a rondar as caixas de comentários do meu, do seu, do nosso G&B de uns meses para cá.



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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

YEAR LONG DISASTER / Repostagem

Limpeza nos HDs quase sempre leva a repostagens. E desta vez de uma banda que, tudo leva a crer, chegou ao fim; mas não sem antes deixar um legado de 3 belíssimos exemplares de um hard rock de alta octanagem e assinatura personalíssima.

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Originalmente publicado em 10.01.2011

Há uns 2 anos, levado pela curiosidade a respeito de tantos blogs disponibilizarem seu auto-intitulado trabalho de 2007, conheci esta banda angelena liderada por ninguém menos que Daniel Davies, filho de Dave Davies, guitarrista dos Kinks, banda seminal do rock, em pé de igualdade com pilares como Who, Faces, Stones e os Fab 4 -só para citar alguns- quando nos referimos ao melhor que a Inglaterra produziu durante os sixties e que comumente chamou-se de 'british invasion'. Mas acho que isso todos já sabem. O relevante aqui é que, com tamanha responsabilidade nos ombros, as coisas nem sempre correram tão bem para Daniel e os envolvimentos com drogas pesadas tornaram-se uma constante desde muito cedo, acarretando um certo atraso em decidir o que fazer da vida. Acrescente a isto uma certa paúra da tal turma do "filho de peixe não sabe nadar" e temos um cenário pronto para o funeral de uma promissora carreira.
E assim foi até que o fundo do poço tornou-se o trampolim para o surgimento da Year Long Disaster quando, em 2003, o incompreendido "filho de peixe" esbarra com Rich Mullins -baixista da cultuada Karma To Burn e provisoriamente desalojado devido ao péssimo hábito de cheirar seus cachês- em uma padaria e imediatamente tornam-se amigos de infância, a ponto de passarem a dividir um moquifo no centro da Cidade dos Anjos. E, entre orgias regadas a muita cocaína, bebidas as mais variadas e anfetaminas as mais potentes, perceberam que a química entre eles era perfeita e valia a pena investir em um trabalho próprio. O primeiro passo foi um programa de reabilitação, seguido de alguns percalços por longos 7 meses; a seguir, um baterista se fazia necessário e a escolha recaiu sobre Brad Hargreaves, titular das baquetas na Third Eye Blind, que aceitou, intrigado com o fato de que havia pouco participara com sua banda principal, da excelente série norte-americana "American Dreams" no papel de...The Kinks
E é com esta formação que lançam um EP patrocinado por Mark Needham, produtor da The Killers, em 2005, e saem em tour por todo o país, em muito a reboque da banda irmã Karma To Burn, e acabam por chamar a atenção de um executivo da pequena Volcom Rec., por onde lançam seu primeiro full album em 2007. O resultado - apesar de deficiências na produção que, entre outros deslizes, optou por manter a voz de Daniel no limite por quase todo o tempo, além de um certo desleixo nas timbragens dos instrumentos - foram petardos como uma acachapante sequência com 'Per Qualche Dollaro In Píu', 'Leda  Atomica' (será uma alusão à nossa simpática seda transparente que tanto sucesso faz mundo afora?) e 'Cold Killer', um arrebatador exemplar de classic rock recheado com um psicótico slide em 'The Fool And You' e a obra-prima 'Swan On Black Lake' (aqui, percebe-se claramente onde a música da YLD poderia chegar) e materializou-se em convites para turnês com alguns dos grandes medalhões.

Mesmo assim, devo admitir que a Year Long Disaster não figurava entre as inúmeras bandas pelas quais ansiava por um novo lançamento. No entanto, começaram a pipocar notícias de uma cada vez maior aproximação com a Karma To Burn - com canchas de Daniel nos vocais do recente 'Appalachian Incantation'  e na miscigenação completa do line-up das duas bandas durante as turnês - e, levando-se em conta a saída de Hargreaves devido a impossibilidade de conciliar agendas e sua imediata substituição pelo excelente Rob Oswald, titular das baquetas na banda co-irmã, e uma forcinha de Will Mecum, tudo levava a crer que: 1. a YLD jamais se livraria da pecha de ser apenas mais um "projeto" ou 2. a K2B acabaria e seus integrantes migrariam para a YLD. E assim comecei a acompanhar essa novela, que veio a ter seu clímax com o lançamento de  'Black Magic: All Mysteries Revealed', um álbum conceitual (acho que isso já está virando mais que uma simples tendência) que, definitivamente, revelou todo o talento do "peixinho", em muito ampliado por uma produção certeira que valorizou todas as nuances estilísticas capazes de brotar da mente inquieta deste  músico ímpar e agora nos descortinando um cantor cheio de recursos, e perfeitamente amparado por todas as possibilidades que um naipe de músicos deste porte pode oferecer. Da abertura, com a densa 'Black Magic' funcionando como intro para a contagiante faixa de trabalho 'Show Me Your Teeth', seguida pelo hino instantâneo 'Love Like Blood', a sabbathiana 'Sparrow Hill' com uma das melhores levadas de tambores que ouvi este ano e mais uma sequência de faixas 'impuláveis' até seu encerramento com a arrasa-quarteirão 'Cyclone', este último trabalho da Year Long Disaster é de uma perfeição que ainda não percebi em nenhum dos lançamentos de um ano que se foi ainda tão recente.
Mas a verdade é que 'Black Magic: All Mysteries Revealed' é um seríssimo candidato ao Prêmio Rabo de Raposa 2010. E vou além: em se confirmando a fusão em definitivo com sua irmã mais célebre, periga transformar-se em um dos expoentes do hard/heavy desta segunda década, seja qual for o nome que adotem, mesmo que Karma To Disaster...ou Year Long To Burn.






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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

THE DOG THAT BIT PEOPLE-THE DOG THAT BIT PEOPLE (1971)

Quando penso que nada mais poderia me surpreender na música, aí mesmo é que dou com as fuças em uma banda com um nome esquisito, uma capa interessante e uma resenha informando que dois de seus integrantes fizeram parte de uma das mais subestimadas bandas de fins dos '60-início dos '70. Pronto, já conseguiu chamar minha atenção e a senha que eu esperava para sair à caça de um link sem sequer conferir no vocêtubo!
E não é que a banda em questão - um quarteto formado por  John Caswell (vocais/guitarras/violões de 6 e 12 cordas), Keith Millar (vocais/guitarras/violões de 12 cordas/teclados/harmônica), Michael Hincks (baixo/vocais) e Bob Lamb (bateria/percussão), os 2 últimos egressos da prestigiada Locomotive -, artesã de um eclectic prog com fortes tinturas de folk no melhor padrão C,S,N&Y e America, um embrionário Yes e fartíssimas doses de blues, country e hard rock, conseguiu suprir com sobras minhas expectativas?!
De seu início com a lisérgica, à melhor moda west coast, 'Goodbye Country', a pesos pesados do porte de 'Reptile Man' e 'The Monkey And The Sailor', desfilam ousadias bem representadas por 'Cover Me In Roses' e 'Snapshot Of Rex', belíssimas baladas como 'Walking', os irresistíveis e ensolarados psych pops  'Lovely Lady', único single do álbum, e seu b-side 'Merry Go-Round' e ainda o invocado country-rock 'Someone, Somewhere'. Tudo isto costurado por sofisticadíssimos arranjos - alguns valendo-se de naipes de cordas e sopros - com a rara virtude de soarem facilmente assimiláveis. Talvez como o conto de James Thurber, muito popular na literatura infanto-juvenil americana, que inspirou o nome da banda.
Impossível não gostar, até mesmo por combinar à perfeição com esta primavera com ares de verão. 
 


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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

THE GOLDEN GODS-THE THORNY CROWN OF ROCK AND ROLL (2006) + 2007 MEGA-ULTRA-TURBO BONUS / Re-postagem

Aproveitando a preguiça proporcionada por um domingo levemente chuvoso e com agradáveis (???) temperaturas em torno de 34ºC (!!!) em meu Hell de Janeura e ainda levando em consideração o preocupante desespero (chegou a citar Balzac!) de um ilustre visitante da França, o Pascal, sedento por um link para as faixas bonus exclusivas desta birosca brenfoetílicomusical, segue uma repostagem fora de época para um verdadeiro compêndio de rock'n'roll
Os deliciosamente bregas The Golden Gods!

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Originalmente publicado em 20.06.2011.

Ou 'de como uma escabrosa artwork pode destruir a carreira de uma banda'.
Sim, não encontro outra explicação para o quase completo ostracismo a que foi relegada essa verdadeira aula de roquenrou. E, como se não bastasse, os mancebos ainda se nomearam com um dos títulos mais comuns - experimentem uma rápida googada - em premiações nos países de lingua inglesa. No entanto, por trás destes lamentáveis erros de estratégia de marquetingue, esconde-se um dos melhores álbuns de classic hard rock lançados na década passada e, ainda hoje, um dos trabalhos que mais saboreio no gênero. A audição deste petardo recheado de referências ao que melhor nos proporcionaram os seventies, sem jamais soar derivativo, é um verdadeiro bálsamo para os ouvidos saudosos de um rock tão divertido quanto extremamente bem acabado. Inegavelmente, Simon Scott (vocais/guitarras), Dan Trilks (baixo/vocais) e Rick Davis (bateria/vocais) são absolutos no domínio de seus instrumentos e sabem tudo da árdua tarefa de colocar uma audiência para ricochetear pelas paredes ao distribuir com perfeição influências do quilate de Humble Pie, Led Zeppelin, Free/Bad Company, Grand Funk Railroad, T. Rex, Kiss, MC5, Mott The Hoople, The Sweet, Aerosmith, entre muitas outras,  por 11 faixas - incluindo um cover matador para 'I Feel The Earth Move' da lendária Carole King - recheadas de riffs absolutamente infames de tão bons e arranjos irretocáveis executados com feeling e esmero técnico incomuns. Assim como não há como deixar de se impressionar com o talento de Simon Scott, o grande artífice deste power trio. Infelizmente, a coroa de espinhos do rock 'n' roll foi muito cruel com a banda mas o seu, o meu, o nosso G&B está tentando reparar esta injustiça.


Bonus
(G&B Remaster  from My Space Archives)
Brigadúúúú pela dica, Dagon!!!!



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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

PLANKTON

Rewind:
Em setembro/2007, escrevi uma de minhas resenhas mais apaixonadas para celebrar a descoberta do trabalho de uma banda sueca de instrumental guitar rock. Como de hábito, com a resenha, levantei links para todos os álbuns (e seus artworks) lançados pelo quinteto formado por Christian Neppenström (guitarras), Emil Fredholm (guitarras), Thomas Thorberg (baixo), Sebastian Sippola (bateria) e Lars Normalm (percussão), até aquela data - 'Plankton' (2002), 'Humble Colossus' (2004), '3' (2006) e 'Rare Tracks' (2006). As reações àquela publicação não poderiam ser diferentes...sucesso absoluto. Em pouco tempo, o volume de 'baganas' já ultrapassava a marca de 80. Sem dúvidas, um dos recordes de participações do G&B. E durante quase 3 anos tornou-se rotina responder a comentários, a esta altura já acima dos 120 (os visitantes mais antigos, por favor, manifestem-se para corroborar) e sempre entusiasmados, sobre a publicação. E tudo ia muito bem até que...

Fast Forward:
...em julho/2009, durante a atualização da postagem com o mais recente trabalho da banda, 'Ocean Tales', que de imediato gerou dezenas de efusivos agradecimentos, recebi um comentário que me gelou a alma. De forma polida, porém dura, Neppenström me solicitava a retirada da postagem sob pena de denúncia ao administrador, correndo o risco até mesmo de ter este meu espaço brenfoetílicomusical, sempre cuidado com tanto carinho, sumariamente deletado. Claro que tentei argumentar sobre a necessidade de fazer com que o altíssimo nível de seu trabalho fosse melhor divulgado; que o Brasil era um país muito pobre e a imensa maioria não teria condições de adquirir sequer um de seus CDs, quanto mais os 5; que a relação dos músicos com as novas mídias deveria ser repensada; e muitos etcéterasetais. De nada adiantou...a postura da banda continuava irredutível. Diante disto, não me deixaram outra saída que deletar todos os links. No entanto, deixei muito claro que todo o restante - texto e imagens - seria mantido e pedi um prazo de 24h para a regularização, recebendo o de acordo em seguida. 
Desta forma, inseri à postagem um texto explicando minha decisão, criticando a postura obtusa da banda e informando aos inúmeros parceiros do blog, o prazo de 1 dia para retirada dos links. Para minha desagradável surpresa, apenas 3 dias após e com todos os links retirados conforme acordado previamente, toda a postagem foi arbitrariamente deletada pelo blogger.

Play:
A partir de então, passei a fazer backups de minhas postagens, embora de uma maneira ainda um tanto preguiçosa, e retirei o G&B do raio de atuação dos mecanismos de busca. E me prometi nunca mais postar nada desta banda, apesar de continuar procurando frequentemente por novidades. Mas, na verdade, tudo me levava a acreditar que, talvez houvessem sucumbido à própria arrogância. O site oficial da banda permanentemente às moscas e uma agenda limitadíssima só amplificava esta sensação. Até que, não mais que de repente, lançam 'Meanwhile, Downstairs' longos 5 anos após. E aí teve início minha saga por um link válido para, eu tinha certeza disso, mais um trabalho irrepreensível. No entanto, talvez como resultado da postura da banda, não o encontrava em nenhum formato de mídia de compartilhamento, fosse P2P, torrents ou blogs. Isto até algumas semanas atrás, quando o resultado da pesquisa finalmente apontou para um site russo de downloads faixa a faixa e a vontade de compartilhar novamente a discog desta banda que há muito está entre minhas prediletas, a despeito de sua postura arrogante, voltou com força total.
Meu conselho, portanto, é que baixem tudo o mais rápido possível. Nunca se sabe o que pode acontecer e, ocorrendo pior, não haverá mais repostagem deste material.








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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

APERTADO & PILADO BY G&B XIV: JOHNNY WINTER-ALBINO BLUES (6 CD Custom Box Set)

Por ocasião do falecimento deste guitarrista ícone do blues e do blues rock em 16 de julho deste ano, aos 70 anos, nada publiquei aqui no meu, no seu, no nosso G&B pois já há muito optei por chorar o luto por meus ídolos em lugar do que costumo chamar 'postagens-obituário'. No caso do filho mais ilustre do Texas, meu silêncio fazia ainda mais sentido, seja por sua irrepreensível discografia estar espalhada pela grande rede aos borbotões como também, muito provavelmente, ocorreria uma enxurrada de obituários internet adentro.
No entanto, diante de insistentes pedidos para que eu disponibilizasse algo do albino mais ilustre do mundo, sem querer desmerecer o enorme talento de seu irmão Edgar, decidi reconsiderar e trazer para deleite dos frequentadores deste brenfoetílicomusical boteco uma compilação editada por mim em 2001 em formato de um luxuoso box set com o que julgo de mais relevante na carreira de estúdio, e também pelos palcos do mundo, do rei do slide. Produzido com capricho e conhecimento de causa, 'Albino Blues' compila em 6 CDs, 110 faixas de estúdio e 12 ao vivo com o melhor de sua carreira no período compreendido entre 1969 e 1997, em rigorosa ordem cronológica. Certamente, outros connoisseurs sentirão falta de alguma predileta em especial mas serão casos pontuais. De bonus, o freguês ainda carrega o artwork completinho, pronto para imprimir e montar. Tá bom ou não tá?
Não vou aqui desfiar a biografia de John Dawson Winter III ou esmiuçar sua carreira. Seria um trabalho extremamente árduo e desnecessário, face à imensa biblioteca à disposição de todos nestes tempos cibernéticos. De qualquer forma, fica aqui minha gratidão, ainda que tardia, a tudo que este monstro representou em vida e continuará representando, mesmo ausente, para a música mundial. De minha parte, posso seguramente afirmar que Johnny Winter foi um dos responsáveis por meu entusiasmo pela guitarra como também quem me apresentou ao bottleneck ainda no início dos seventies, transformando-se em paixão logo à primeira orelhada.

Bye bye, Johnny!!!!

disc one

1. Tribute To Muddy

2. RollinAnd Tumble

3. Mean Town Blues

4. I Got Love If You Want It

5. Black Cat Bone

6. Bad Luck And Trouble

7. I’m Yours And I’m Hers

8. Lelland Mississipi Blues

9. Be Carefull With A Fool

10. I’ll Drown In My Own Tears

11. Dallas

12. Memory Pain

13. Highway 61 Revisited

14. The Good Love

15. I Love Everybody

16. Johnny B. Goode

17. Rock ‘N’ Roll Hoochie Koo

18. Guess I’ll Go Away

19. On The Limb

20. Prodigal Son

21.Ain’t That A Kindness

22. Let The Music Play

disc two

1. Syill Alive And Well

2. Rock Me Baby

3. All Tore Down

4. Rock & Roll

5. Can’t You Feelin

6. Silver Train

7. Ain’t Nothing To Me

8. Cheap Tequila

9. From A Buick 6

10. Golden Olden Days Of Rock ‘N’ Roll

11. Rock & Roll People

12. Roll With Me

13. Raised On Rock

14. Self Destructive Blues

15. Pick Up On My Mojo

16. Stranger

17. Stone County

18. Bad Luck Situation

19. Riot In Cell Block #9

20. Blinded By Love

21. Thirty Days

22. Boney Moroney

23. Stray Cat Blues

24. HurtinSo Bad

25. 21st Century Man

disc three

1. TV Mama

2. Tired Of Tryin

3. Mad Blues

4. Sweet Love And Evil Women

5. Drinkin’ Blues

6. It Was Rainin

7. Everybody’s Blues

8. WalkinBy Myself

9. MessinWith The Kid

10. DivinDuck

11. E-Z Rider

12. One Step At A Time

13. Last Night

14. Slidin’ In

15. Come On In My Kitchen

16. The Crawl

17. Sitting In The Jailhouse

18. New York, New York

19. Talk Is Cheap

20. Don’t Hide Your Love

21. Mother-In-Law Blues

22. Like A Rolling Stone

disc four

1. Don’t Take Advantge Of Me

2. Boot Hill

3. Mad Dog

4. It’s My Life, Baby

5. My Soul

6. I Smell Trouble

7. Kiss Tomorrow, Goodbye

9. Master Mechanic

9. Serious As A Heart Attack

10. Good Time Woman

11.  Sound The Bell

12. Murderin Blues

13. Give It Back

14. Third Degree

15. Mojo Boogie with Edgar Winter

16. I’m Good

17. Love, Life And Money

18. Tin Pan Alley

19. Bad Girl Blues 
20. Evil On My Mind

disc five

1. Close To Me

2. Ain’t That Just Like A Woman

3. Looking For Trouble

4. Lightning

5. Look Away

6. Rain

7. Let Me In

8. Bareffotin

9. Medicine Man

10. Illustrated Man

11.  Got To Find My Baby

12. If You Got A Good Woman

13. Life Is Hard with Elmore James

14. Blue Mood

15. Johnny Guitar

16. One Step Forawrd (Two Steps Back)

17. Hard Way

18. Sick And Tired

19. White Line Blues

20. Blues This Bad

21. Nothing But The Devil

disc six

1. Mean Town Blues (Woodstock ’69)

2. Good Morning Little Schoolgirl (And Live)

3. It’s My Own Fault (And Live)

4. Jumpin’ Jack Flash (And Live)

5. It’s All Over Now (Captured Live)

6. Highway 61 Revisited (Captured Live)

7. Sweet Papa John (Captured Live)

8. Sem-as-shun/Got My Mojo Working (Live In NYC ‘97)

9. Black Jack (Live In NYC)

10. The Sky Is Crying (Live In NYC ‘97)

11. The Sun Is Shining (Live In NYC ‘97)

12.  Hideaway (Live In NYC ’97)

Artwork + Booklet