Originalmente publicado em 14.03.2011.
Desde que tomei contato com a Pearls And Brass através do parceiro Dagon (aka Nikiti Guy/Arariboia Man), aguardo por um novo lançamento da banda de modo a usá-lo como pretexto para a postagem de sua discog. Após longa hibernação, período em que Randy Huth (vocais/guitarras), Joel Winter (vocais/baixo) e Josh Martin (bateria) dedicaram-se a outros projetos, tudo leva a crer que ainda este ano teremos novidades, até porque retornaram aos palcos de sua natal Nazareth, na tradicionalmente amish Pensilvânia, em finais do ano que passou.
Mas a cada audição de seu autointitulado trabalho de estreia e 'The Indian Tower' - de 2003 e 2006, respectivamente -, a ansiedade aumentava e a vontade de compartilhar links e impressões com todos os que passam para filar um cafezinho nesse boteco chamado Gravetos & Berlotas tornou-se irresistível.
Mas por que tanto entusiasmo? Dizer tratar-se de um power trio com muitos diferenciais em relação a seus congêneres hard/heavy seria simplista demais, até porque a cada tentativa de arrazoar um parâmetro para o som que derrete meus falantes em faixas como 'Spinning Wheel Blues', 'Highway Sermon', '1,000 Cities', 'Bleeding Hands', 'The Tower', 'The Face Of God', 'No Stone', 'I Learn The Hard Way', 'The Boy With The Willow Tree' e muitas outras pancadas nas orelhas, me encontro em uma encruzilhada em que percebo de tudo um muito, de Cream e Experience a King's X, Primus e, até mesmo, uma boa pitada de Rush.
E quando cito Experience, não quero com isso afirmar ser Hendrix uma forte influência - até porque o genial negão sempre será referência em qualquer banda de rock que se preze - mas, tão somente, chamar a atenção para o trabalho de Josh Martin no trato com as baquetas. Desconheço, hoje, outra banda que tenha à sua disposição um baterista com características tão inerentes à Mitch Mitchell com seus irrefreáveis e ensandecidos 'rolos' e acentuações de pratos inusitadas. E tudo isso em um kit mais franciscano que o do próprio Mitchell.
No entanto, acho necessário alertar que o som da P&B é um tanto indigesto, recheado de alternâncias de tempos, quebras de compassos e linhas de baixo e fraseados de guitarras insanos e contrapontos assustadores. Refrões grudentos? Esqueçam. Riffs de guitarras facilmente assoviáveis? Esqueçam. O que se apresenta aqui é muito peso e musicalidade elevados à enésima potência por músicos acima de quaisquer suspeitas. Como o próprio nome da banda sugere, pérolas e bronze convivendo em harmonia ou em choque constante, mas sempre gerando algo surpreendente.
Será que você está pronto para algo assim? Se ainda não, acho bom apressar-se pois estão entre minhas apostas para 2011 e espero, muito em breve, ter a felicidade de disponibilizar novo material desses moleques aqui no seu, no meu, no nosso G&B.
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