segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MOSTLY AUTUMN-GO WELL DIAMOND HEART(2010) / 2 CD Limited Edition

STOP THE PRESS!!!
3
Finalmente, em um período tradicionalmente no Velho Continente dedicado a lançamentos e que me obrigou a adiar por quase um mês esta postagem devido a alguns presentes recebidos e já disponibilizados por aqui, consegui trazer o novo trabalho de uma das bandas mais populares da recente cena prog. E vieram com tudo: as já tradicionais melodias ganchudas em progressões de acordes simples adornados por arranjos muito bem desenvolvidos, timbres mais pesados mostrando uma veia mais hard que o habitual, a costumeira influência floydiana e ainda apresentando borrões de irish folk. Eu disse 'tudo'? Bem, quase tudo. É que, infelizmente, Heather Findley, uma das responsáveis pela sonoridade Mostly Autumn, ficou pelo caminho desgastada pela agenda corrida devido à notoriedade alcançada pela banda nos últimos anos. É claro que não poderiam contar apenas com a charmosa voz à David Gilmour de Bryan Josh e a solução encontrada não deixa de ser prata da casa visto que Olivia 'Liwy' Sparnenn, já há 5 anos tradicional colaboradora nos backing vocals, assumiu o posto da musa folk prog com muita competência e o mesmo grau de...vejamos...gostosura (meninas, desculpem-me o porco-chauvinismo mas, convenhamos, não dá pra deixar de comentar assunto tão relevante, né?).
Apesar deste enorme contratempo, Josh habilmente manteve as rédeas da situação e conseguiu, com o auxílio luxuoso de todos os integrantes remanescentes e outros tantos flutuantes, nos brindar com um belíssimo trabalho, daqueles para ouvir em qualquer situação. Aliás, este é um dos grandes atrativos da chancela Mostly Autumn por toda sua obra. Talvez sejam responsáveis pelo prog de apelo mais pop do momento, e isso está muito longe de ser ruim.
Certamente, mais um seríssimo candidato a figurar nas tais listinhas de melhores do ano.

CD1
CD2

PS:Gostou e quer mais? É só dar uma chegada aqui!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PURE REASON REVOLUTION-HAMMER AND ANVIL (2010)

STOP THE PRESS!!!
2
Confesso que não estava atrás de material novo da Pure Reason Revolution, talvez devido ao resultado apenas mediano de seu trabalho de 2009, 'Amor Omnia Vincit', mas -de repente,  não mais que de repente- meu Spacey BroDim Maddy Lee, resolve me pregar mais uma peça e me envia um link para 'Hammer And Anvil', novo trabalho da banda, e é óbvio que o baixei no mesmíssimo instante e...taí, gostei bastante. Ainda tem eletrônica em excesso? Sim, mas agora, na enorme maioria das vezes, acertando na dose. E até mesmo as influências neste, digamos assim, 'aprendizado' no gênero, foram diferentes de seu predecessor e, em minha modesta opinião, geraram resultados infinitamente mais satisfatórios. Se naquele, muitas passagens soavam como um New Order recondicionado, agora -talvez para agregar à sonoridade de seus primeiros, e inigualáveis até hoje, trabalhos a veia eletrônica que parece ter chegado para ficar em definitivo-  matizes do industrial de bandas como Ministry, Nine Inch Nails e Prodigy e ecos techno da Depeche Mode dão as cartas. E já na abertura, com a grudenta 'Fight Fire With Fire', deixam claro que o peso (agora ainda maior que nunca) voltou a ditar as regras na casa e que este pode, sim, conviver de forma harmoniosa com os inúmeros plics, plocs e outros barulhinhos. E o disco segue nessa levada, descortinando belos temas e sempre impregnado das vocalizações folk, na melhor tradição de uma Dream Academy (preciso postar a discog dessa boa banda dos eighties), de Jon, Chloë e Jamie em contraponto a toda a podreira das guitarras. Ainda está muito longe da qualidade das pequenas obras-primas 'Cautionary Tales For The Brave' (2005), 'The Dark Third' (2006) e 'Live At The NEARFest' (2008) -até porque acho muito difícil que um dia venham a bater a qualidade destes trabalhos recheados do frescor de algo realmente novo, diferente do que se apresentava no prog naqueles momentos- mas, como disse antes, o salto qualitativo com relação a seu predecessor é inegável, assim como é digno de registro o permanente exercício de inconformismo da banda, preferindo errar arriscando a permanecer em uma zona de conforto, mesmo que cheia de personalidade própria desde o início. E, desta vez e para felicidade geral de seus admiradores, os acertos foram em número muitíssimo mais expressivo que os erros.



 PS: e se quiserem os demais, é só dar uma passada por aqui.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SANTANA-GUITAR HEAVEN:THE GREATEST GUITAR CLASSICS OF ALL TIME (2010)

Amigos costumam me cobrar o porquê de destinar tão pouco espaço no G&B para muitas das bandas e músicos que sabem ser eu completamente fanático. Respondo que estes -é o caso de Led ZeppelinCreedence Clearwater Revival, Santana, Free/Bad Company, The Who, Jeff Beck, Gentle Giant, entre muitos outros- já costumam receber tal atenção dos inúmeros blogs musicais a cada lançamento, reedição de álbuns históricos, etc e tal, que julgo desnecessário, diante de tanto material que tenho ainda a oferecer mesmo que nas doses homeopáticas que me permite meu pouco tempo livre, ser apenas mais um na multidão, salvo surja um fato novo que desencadeie uma terrível necessidade de escrever algo e, aproveitando o embalo, disponibilizar o referido material. E é justamente este o caso aqui.
Quando fiquei sabendo que este disco estava em fase de produção, logo pensei: "Mais uma jogada de marketing do mega-hiper-blaster-tubarão da indústria musical Mr. Clive Davis! Quando Carlos Santana conseguirá se livrar das mandíbulas deste cara?". Tudo bem, o octagenário mais influente da indústria do entretenimento conseguiu -com sua fórmula de entupir um cd com convidados; uns mais, outros menos ilustres- levar o chicano mais querido do rock aos pontos mais altos das paradas com o excelente 'Supernatural'(99) mas, com a manutenção da receita nos trabalhos seguintes, Carlos Santana passou a receber críticas desfavoráveis -muito embora continuassem vendendo muito bem, obrigado. E é bom lembrar que no meio daquela assepsia pop, o matreiro chicano sempre encontrou uma maneira de deixar sua forte assinatura.
De minha parte, acho que o sexagenário Carlos Alberto Santana Barragán não precisa provar mais nada a ninguém. Afinal, lá se vão 41 anos desde que sua trupe latina invadiu Woodstock e abalou o mundo pop com sua batucada afro-latina psicodélica misturada a uma guitarra ensandecida e de timbre, pegada  e fraseados únicos -lembro-me perfeitamente do impacto que 'Evil Ways' me causou quando a escutei pela primeira vez no radinho do Corcel 69 'zero bala', adquirido por meu saudoso pai, em seu passeio de estreia. A verdade é que, desde seu surgimento, Santana nos brindou com inúmeros trabalhos antológicos por toda a década de 70 e lançou alguns excelentes discos durante os 80. Na verdade, desconheço um só disco realmente ruim do gringo, apenas alguns são melhores que outros.

Quanto a esse disco, fiz questão de não baixá-lo ou ler qualquer resenha oficial -na verdade, é algo que faço cada vez menos- antes de adquiri-lo no original e sorver seu conteúdo sem a influência de fatores externos que não a  tríade beer, cigarettes & weed. Ao contrário de muitos, não tinha o menor receio da qualidade do conteúdo pois, conhecendo Santana tão bem, sei que se alguém tem condições de acrescentar algo a clássicos absolutos já em suas versões originais, este alguém é ele; afinal, é possível montar uma compilação dupla, talvez tripla, com os excelentes covers (na realidade, estão mais para versões) com que Santana já nos agraciou desde o lançamento de seu primeiro disco. Quem mais poderia acrescentar  salerosidade a 'Whole Lotta Love', 'Sunshine Of Your Love' e 'Smoke On The Water' (aqui,  cabe restrição apenas à frustrada tentativa de agregar o fraseado de 'In My Time Of Dying' ao riff original) sem cair no pastiche? Quem mais se atreveria a criar um arranjo para 'While My Guitar Gently Weeps' eliminando um dos fraseados de guitarra mais emblemáticos da história da música? E o que dizer de 'Little Wing', tão respeitosa e ao mesmo tempo tão pouco hendrixiana e com um Joe Cocker arrasador e sempre belíssima? Até a sem graça 'Riders On The Storm' ficou deliciosa! E por aí vai...Ok, 'Back In Black' com Nas no rap foi meio que uma forçação de barra em conseguir um efeito walkthisway nas paradas mas...sabe que pode dar certo? Ao menos não escolheram como música de trabalho a baba 'Photograph' da Def Leppard, pois para esta não existe salvação meeeesmo, ou convidaram Justin Timberlake para o projeto.
Resumindo, apesar de ter gostado imensamente do resultado final deste 'Guitar Heaven', ainda anseio por um trabalho mais...como direi?...de banda. Mas..sei lá...de repente, Mr. Davis, dependendo do índice de vendas,  o convença a lançar uma sequência com o sugestivo nome de 'Guitar Hell'. Só espero que Señor Carlos lembre-se que um dia, no auge de seu sucesso nos seventies, encheu-se de coragem para romper com as amarras da indústria musical e dedicar-se a fazer a música que ambicionava. É claro que, a esta altura não se exigirá tanto, mas um pouco daquele espírito sonhador lhe faria muito bem para um próximo trabalho.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

MINDFLOW-365 (2009/2010)

Já havia falado por aqui sobre este CD e da ousadia de sua concepção e produção. Confesso que acompanhei a sua saga apenas até o lançamento de 'Corrupted' (a matadora 4ª faixa) pois, devido à excelência do material apresentado até àquele momento, decidi esperar pelo acabamento final em setembro de 2010. E valeu a pena cada segundo de espera pois toda a ansiedade pela qualidade do novo material -afinal, a banda vinha de 3 trabalhos fantásticos e com seu petardo de 2008, 'Destructive Device', ganhando forte projeção internacional- mostrou-se infundada. Na verdade, ainda não ouvi este ano material melhor no gênero. Das inspiradas composições, verdadeiros coices nas fuças, à produção afiadíssima, a MindFlow nos brinda com um trabalho impecável, deixando muito claro que vieram para abalar as estruturas ainda um tanto frágeis do heavy tupiniquim. Mas isto só o tempo dirá. Por enquanto, tudo o que sei é que está difícil tirar este cd do player. E espero que o mesmo ocorra com vocês.
Para tanto, basta cadastrar-se no belo site da banda, baixar o material completo di grátis e, quem sabe?, posteriormente, adquiri-lo no original. De minha parte, só estou aguardando seu lançamento pois faço questão de tê-lo com tudo a que tenho direito, e isso certamente inclui um belíssimo material gráfico, uma das características dos álbuns da banda.